Cheiro de Terra Molhada
o cheiro de terra molhada, a água, o céu esbranquiçado, a sensação inexplicável, a chuva... é como a calmaria pra um barco em alto mar, a cada gota a paz parece reinar, chuva.
Chuva Simples,
algumas gotas
de tranquilidade,
Cheiro da terra molhada,
O desânimo não resiste
a Um afago na Alma.
Se Chover, Deixe-me Ser Criança
Deixe que eu sinta o cheiro da terra molhada,
Que eu pise no chão descalço,
Que eu corra nos terrenos baldios,
Que eu espalme a grama do estádio,
Que eu pegue granizo da calçada,
Que eu tome banho nas goteiras do prédio,
Que eu vá as cabeceiras dos rios,
Que eu pule nas águas do riacho,
Que eu brinque com moleques na rua...
Que eu suje as roupas de lama,
Até eu me cansar de tanta alegria!
... Se chover, deixe-me ser criança!
Autor: Vauvei Vivian Do livro: Acordes para sonhar
O Sorriso de Paúba
a chuva havia dado uma trégua em Paúba, trazendo aquele cheiro de terra molhada misturado ao sal do mar. o céu, ainda carregado de nuvens cinzentas, parecia hesitar entre a melancolia do temporal e o brilho de um sol tímido, que tentava se infiltrar entre as frestas das nuvens. foi nesse cenário que ela surgiu, caminhando pela areia úmida como se o próprio dia se inclinasse para saudá-la.
seu sorriso era um farol. não era daqueles espalhafatosos, que exigem atenção em qualquer multidão. não, o dela era outro tipo de magia. ele surgia suave, mas de uma maneira que parecia dançar no ritmo da brisa marítima. não era um sorriso para ser apenas visto, mas sentido. e eu senti.
sentados à mesma distância do mar, mas em mundos diferentes. eu, com meu caderno no colo, rabiscava palavras que ainda buscavam algum sentido. ela, com os pés descalços, parecia não escrever, mas caminhar entre histórias com sua escultura de gravetos. seus olhos capturavam o horizonte, como se o vasto azul escondesse respostas que só ela sabia interpretar.
"Parece que o mar quer nos empurrar um pouco mais perto dele," disse, com aquela voz que já carregava a melodia de quem sabe acolher.
conversamos sobre o clichê e a poesia dos dias nublados. ela falava com a sabedoria de quem já havia enfrentado tempestades, mas sabia que cada uma trazia uma promessa de arco-íris. perguntou-me o que eu rabiscava, e quando mostrei os versos inacabados, seu olhar brilhou. "Você escreve o que sente ou sente o que escreve?" perguntou, me deixando sem resposta e completamente fascinado.
mais tarde, o sol finalmente venceu a batalha contra as nuvens. o céu ganhou cores vibrantes, e Paúba, antes melancólica, se transformou num quadro vivo de tons dourados e alaranjados. ela olhou para aquele espetáculo natural e comentou, quase sussurrando: "Tem coisas que a gente só entende quando para pra olhar."
aquele sorriso, que não era farto nem escandaloso, era na medida para impactar qualquer coração que carecia de um pouco de luz, me deu adeus. nos abraçamos, e foi ali, naquele instante, que entendi o poder da conexão coração com coração, bantendo no mesmo tom. era como se ela tivesse a chave para reorganizar qualquer desalinho do meu dia.
ao vê-la partir, percebi que não perguntei seu nome, mas também não precisava. pessoas assim não precisam de títulos ou etiquetas. elas são o momento, o instante de renovação. quando voltei para meu caderno, as palavras pareciam fluir com mais clareza. e no meio daquelas linhas, escrevi: "Ela tem um sorriso que é remédio, um raio de sol que aquece até os dias mais tempestuosos."
Paúba nunca mais foi a mesma para mim. e eu nunca mais fui o mesmo para o papel.
@19 de setembro de 2011
Chuvinha leve caindo, cheiro de terra molhada
Os olhos deviam tá dormindo na noite que vai encharcada. Coração atordoado nem sente o aroma, nem se banha, nem descansa.
PLANTONISTA ALUGADO.
Terra molhada tem cheiro.
E o povo? Que simpatia!
As mulheres com o seus jeitos brejeiro.
Que paisagem!
Uma alegria incontrolável acomete-me
Inunda o meu peito.
Aí Rio... Estou em Ibitupã.
Eu gosto de água, de rio, de vento, de cheiro de terra molhada, de olhar nos olhos das pessoas e perceber o que elas são longe de toda a loucura cotidiana.
A natureza é algo que nos cura de nós mesmos, de nossos estragos, de nossas erupções, de tragédias causadas por outros e no final por nós.
Ela nos salva de tudo e de nada.
🌻
Tudo o que precisamos agora ...é gradiosamente e apenas isso.
A chuva cai abençoada
batendo na janela
trazendo o cheiro
da terra molhada
Tudo com muito carinho
zelo e amor
por parte do nosso Criador
é a primavera
que chega para fazer brotar
bons sentimentos
em nosso coração!
Ucrânia - Terra das flores do sol.
"Hoje senti o cheiro de terra molhada. Não o da minha terra. O da terra de outros. Da terra invadida que tentam ocupar. Da terra banhada de sangue e de milhares de lágrimas. Da terra longínqua que já viveu tantas guerras. Da terra fria onde, como que por magia, germinam os girassóis.
Hoje senti o cheiro de terra molhada. E juntei as minhas lágrimas às dos seus filhos. Na expectativa de que a solidariedade faça germinar novas sementes. Com a esperança de que resplandeçam, novamente e para sempre, as belas flores do sol."
26/12/2021,13h52min. Chove, tem sol, trovões , um cheiro de terra molhada e a lembrança de alguém que já se foi e , ao que tudo indica, não retorna mais para este mundo terreno. Esta produção não é poema, nem conto, nem crônica, é apenas e tão somente fragmentos ... não sei se de mim, de textos ou de saudades.
Com os primeiros raios de sol ascende do solo um cheiro de terra molhada, espalhando pelo ar essência de vida orvalhada.
Sinto o cheiro da terra molhada
Olho e vejo o azul da baixada
Ouço o tilintar da inchada
Chega menino, está na hora, pega as sementes de feijão
Vamos preparar o terreno
A estação é verão mas quando a chuva vem para nós é inverno.
É riqueza! É riqueza menino!
Bote uma lapada
Mas eu quero daquela, a temperada
Sai desde a madrugada
Passei o dia no cabo da inchada
Sol da gota no pingo da mei dia
o verde do roçado reluzia
Recebi a paga do dia e vim simbora
Seu Pedro, bote aquela que hj eu ganhei meu dia
É riqueza menino! É riqueza!