Chato
A alma da gente
Esse tal ser interior
Que só a gente acha que conhece
Um lugarzinho chato
Longe, perto, sem rumo
Onde a gente quer chorar
P’ra reclamar
P’ra sorrir
Esse lugar que as vezes faz você sumir
Fica ali sentado
Sem rumo
Sem saber
Muito estranho
Tudo depende de uma decisão
Seja ela qual for
Mas a agente se apega em coisas que não são nossas
Almas alheias
Lugares alheios
Se já não controlamos a nossa
Quanto mais a dos outros
sim ando meio desocupado nos últimos dias por isso essa inundação de frases versos chatos e irrelevantes, sem era nem bera, que leva os sentidos do nada ao lugar nenhum.
'ANIVERSÁRIO'
Não gosto de aniversário! De comemorar um ano a menos. Muito chato! Aqueles bolos recheados, devorados por dentro sob à mesa...
Não me dê presentes! Consideremos. Nada de parabéns por uma data destarte. Aniversário não tem sentido. É muito ambíguo. Certo! Já tenho setenta...
Talvez esteja desgastado pelos ventos, Tanta hipocrisia nos olhos. E dias miraculosos. Soltos à espera de destroços. Óbito nos cantos. Não quero velas, não quero palmas...
Ah saudoso aniversário! Quando ao lado cultivava esperanças. Bonanças nas tempestades. Fervilhando-me a alma e a ponta dos pés...
Não quero ser lembrado. Sou indignado por abraços e míseros aniversários que me faz ser humano a cada passo. Ultrajado. Desgastante...
A segunda existe
Mas é quase sempre um tédio
Viver de segunda a quinta é chato
A sexta sempre é meu remédio
E. E. RAMALHO JUNIOR
A minha casa e o rio
O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo, é ser um realista esperançoso. Ariano Suassuna.
A MINHA CASA E O RIO
A minha casa
A casa que eu nasci
Era linda
De uma beleza
Sem fim
Eu sonho com ela
O Rio passava
Eu via o rio
Da porta
E da janela
Sentia o vento frio
Eu descia
O caminho do porto
Na carreira
Para tomar banho no rio
Todo o dia
A cena se repetia
Do cedro
Pulava na água
Fria do rio
De brincadeira
Da porta de casa
Eu corria
E saltava
Da ribanceira
Eu passava
Ele me convidava
E lá estava eu
Como uma magia
Ele me arrastava
Era um desafio
Minha mãe me ralhava
Mais eu gostava
Eu sentia tanto amor
Pelo rio.
O rio, uma imensidão
Escondido
Pegava o casco
E o remo
E ia passear no meião
Anoitecia
E dormia
Eu acordava
Com o rio
Eu vivia e sonhava
A minha casa
Ficava de frente
Para o rio. Ela ouvia
Quando o rio se agitava
E roncava
No rio eu pescava
Todos os dias
Carregava água
Enchia os potes
E o tanque de casa
Belo e caudaloso
O rio está lá
A minha casa não existe mais
Ficou no tempo
Passado saudoso
Doces recordações
Que não me sai
Da memória
Dos momentos vividos
De eterna glória
Jamais esquecidos.
Esse poema, um dos mais lindos que fiz, abraça minha alma de saudade e faz-me lágrimar de emoção.
José Gomes Paes
Poeta amazonense de Urucará
Direitos reservados ao autor.
O chato, é que quando você está esquecendo de tal pessoa, com um tempo ela começa a te mandar mensagem e vc volta a se iludir novamente, e no final de tudo ela te larga denovo e vc volta a sofrer mais uma vez!!
Ele me faz raiva vez ou outra, as vezes é chato e implica com besteira, ciumento e só com bobagens, porque afinal eu tenho olhos só pra ele, mas que sorte eu tive na vida ao encontrar com ele, de fazermos parada e sermos morada um no outro. ❤️
O fato de saber de tua existência já me faz feliz , observar teu jeito chato de ser me faz tão bem , pois sei que por trás desse semblante enrijecido e assustador existe amor...
É chato sentir que a pessoa te esconde algo.
É chato ficar na expectativa de que ela vai te procurar.
É chato ficar pensando em várias possibilidades e chegar a nenhuma conclusão.
É chato sentir aquela ânsia que te impulsiona para o desejo de querer saber o que aconteceu.
E quando você cria coragem ela diz: não aconteceu nada.
É chato ela continuar a te ignorar.
E agora está lá, com a cara amarrada, como se tivesse certeza.
E não passa de uma vítima da lavagem cerebral.
É chato a facilidade que a pessoa tem de se deixar acreditar sem antes perguntar.
É chato o poder que a pessoa tem de fazer se deixar acreditar a ponto de que a outra nem precise perguntar.
Ela coloca no meu rosto um sorriso bobo, solto e leve, me distrai nos momentos chatos, nos momentos bons ela é o momento.
ALGUNS PONTOS PARA REFLETIR
Em se tratando de Literatura,
1 – não existe livro “chato” ou “agradável”, existe livro bem ou mal escrito;
2 – não existe livro “fácil” ou “difícil”, existe leitor preguiçoso ou interessado;
3 – assim como o escritor, além do talento, deve saber escrever, também o leitor deve saber ler e compreender;
4 – não é o livro que deve vir ao leitor para agradá-lo ou a ele se adaptar (exceto os livros comerciais), mas é o leitor quem deve mergulhar em todas as camadas do texto para analisar, interpretar e avaliar; ao fim do processo pode gostar ou não, mas isso é outro assunto;
4.1 – isso, normalmente, exige esforço, pesquisa, informações diversas – enfim, exige trabalho. Com o tempo, entretanto, desenvolvemos o “faro”, a intuição, vamos acumulando informações das várias leituras. Adquirimos, assim, experiência literária, e qualquer leitura torna-se menos trabalhosa; e apuramos nosso gosto estético, desenvolve nossa sensibilidade,tornamo-nos leitores mais exigentes em relação ao que determinada obra pode oferecer e nos oferece;
5 - um livro tem seu valor em si mesmo, intrínseco, e também um valor (que pode ser maior ou menor) quando inserido na tradição literária, onde interage com outros livros, anteriores e posteriores, e podemos compará-lo e avaliar outras peculiaridades, como inovação, invenção, maestria, impacto social, etc;
6 – o valor literário de um livro nunca pode ser avaliado pelo sucesso ou fracasso junto ao público leitor (salvo, novamente, os livros comerciais); nem pelos elogios da crítica, os quais também devem ser avaliados; muito menos pela moda social ou acadêmica;
7 – critérios para interpretação e avaliação de uma obra são fornecidos por disciplinas específicas, como Estética e Teoria Literária – porém, não raro, com o concurso de outras afins, como História, Sociologia, Psicologia, Economia, etc;
8 – “Crítica” é um termo que não implica juízo de valor (criticar não significa descer a lenha), não é negativo nem pejorativo; é um termo neutro. “Crítica” é uma atividade que se exerce e implica num processo de várias etapas: leitura, análise, interpretação e avaliação – esta, pode ser elogiosa, laudatória, ou restritiva, e, mesmo, negativa;
8.1 – portanto, quando faço a crítica de um livro nunca tenho em vista o leitor deste livro; esta variável não entra no processo; quem está no palco é o texto e nele está o foco; se, ao final, eu concluir pela avaliação negativa do livro criticado, isso não implica que eu menospreze e considere sem valor os leitores que gostem dele.
Humildemente, a título de sugestão a quem interessar possa, indico alguns livros que me ajudaram a chegar a estas conclusões (não te-lo-ia conseguido sozinho, por mim mesmo): “Literatura e Sociedade”, de Antonio Candido; “Sociologia do Romance”, de Lucien Goldman; “História Concisa da Literatura Brasileira”, de Alfredo Bosi; “Presença da Literatura Brasileira”, Antonio Candido e José Aderaldo Castello; “Para Uma Teoria da Produção Literária”, de Pierre Macheray; “Teoria da Literatura: Uma Introdução”, de Terry Eagleton, Teorias da Arte”, de Arnold Hauser, “O Inconsciente Político”, de Fredric Jameson, “Teoria do Romance”, de Giorgy Lukács...e paro por aqui. (estes, voltados essencialmente para a prosa, a narrativa; para a poesia há outros...e outros , ainda, para o teatro!)
UM ABRAÇO A TODOS.
Eduardo Meksenas