Chamado
O homem é um animal racional que perde sempre a cabeça quando é chamado a agir pelos ditames da razão.
A quem o sofrimento pessoal é poupado, deve sentir-se chamado a diminuir o sofrimento dos outros.
Na juventude, somos atraídos por aquilo que é chamado de interessante; na idade madura, pelo que é bom.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de
grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste
durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.
A cada chamado da vida, o coração deve estar pronto para a despedida e para o novo começo, com ânimo e sem lamúrias. Aberto sempre para novos compromissos. Dentro de cada começar mora um encanto que nos dá forças e nos ajuda a viver.
O HOMÃO
Alguns anos atrás, escrevi um texto chamado O Mulherão para o Dia Internacional da Mulher. Fez um razoável sucesso, tanto que até hoje esse texto é lido e publicado em diversos veículos de comunicação quando chega março.
Pois cá estamos, novamente, na vizinhança desta data comemorativa, e desta vez minha homenagem vai para o homão, aquele que não tem dia algum no calendário para valorizar seus esforços.
Homão é aquele que tem assistido a ascensão feminina nas empresas, na política, na arte, no esporte e tem achado tudo mais do que justo. Nunca li um artigo de um homem reclamando por as mulheres estarem dominando o mundo (não acredito que escrevi isso!). Ao contrário: os inteligentes (e todo homão é inteligente) estão tendo muito prazer em compartilhar seus gabinetes conosco e não choram pelos cantos caso tenham uma chefe mulher (homão chora, mas chora por amor, não por motivos toscos).
Homão gosta de mulher. Parece óbvio, mas há muitos homens (não homões) que só gostam de mulher para cama, mesa e banho. O homão gosta de mulher para cama, mesa, banho, escritório, livraria, cinema, restaurante, sala de parto, beira de praia, estrada, museu, palco, estádio. E, às vezes, pode nem gostar delas pra cama, mesa e banho, e ainda assim continuar um homão.
Homão é aquele que encara parque no final de semana, faz um jantar delicioso, dá conselho, pede conselho, trabalha até tarde da noite, compensa no outro dia buscando os filhos na escola, dirige o carro, em outras vezes é co-piloto, não acha ruim ela ganhar mais do que ele, não acha nada ruim quando ela propõe uma noitada das arábias, recebe amor, dá amor, é bom de contabilidade e sabe direitinho o que significa fifty-fifty.
Homão é aquele que compreende que TPM não é frescura e que reconhece que filhos geralmente sobrecarregam mais as mães do que os pais, então eles correm atrás do prejuízo, aliviando nossa carga com prazer. Homão acha um porre discutir a relação, mas discute. Homão não concorda com tudo o que a gente diz e faz, senão não seria um homão, e sim um panaca, mas escuta, argumenta e acrescenta idéias novas. Homão não fica dizendo que no tempo do pai dele é que era bom, o pai mandava e a mãe obedecia. Homão reconhece as vantagens de estar interagindo com seres do mesmo calibre e não depende de uma arma ou de um carro ultrapotente para provar que é um homão. O homão sabe que não há nada como ter uma grande mulher a seu lado.
Um Bonde Chamado seu Beijo
Quem encobrirá meu sono?
Beijará quem minhas costas no cotidiano?
Quem, no meio do frio, me cobrirá com lindas orelhas
e me dirá palavras indecentes nos ouvidos?
Quem, atrevido, me acordará com o ponteiro em riste
como um pássaro que não quer tudo
apenas o céu, a gaiola, o alpiste?
Quem que, quando eu dormisse, por mim zelasse
e eu, quando acordasse, lhe fizesse iogurtes brejeiros
massagens nos pés, cumplicidades de enlace?
Quem me agarrará por trás quando eu sair cheirosa do banho
e terá orgulho de eu ser guerreira e perfumada ao mesmo tempo?
Quem em bom senso dirá que muito me assanho
quem orientará a guerrilha diária a que me proponho
quem será inteligente e gostoso a meu lado como está no meu sonho?
Quem, a quem me disponho a cozinhar e fazer versos
quem racional e perverso cochichará nos tímpanos da minha alma
a doce ordem, a venal palavra: Calma?
Quem com sua alma me mostrará um mar vertical?
Quem, meu igual, me apontará andores reais, sem excesso de glacê no bolo
Com determinação de touro e a nobreza de poder ser banal?
Quem, coisa e tal, me beijará a boca e me enfiará as mãos
por debaixo da barra do segredo do vestido
e um dia passeará comigo no segredo contido na Barra do Jucu?
Quem, senão tu que eu elejo, eu planejo, pode habitar o lugar
a suíte que há tanto tenho reservado?
Quem, encomendado, pode me manter na confiança dos edredons
enquanto não chega?
Quem, com certeza, me visitará num outubourbon no gume da lira
de eu ser égua, cadela, mulher e sua?
Quem sobre mim sua, pinga, chove?
Quem que com lucidez resolve o abismo simples de prever o risco de sonhar
pra nele mesmo cair, rir
e se embolar?
Quem me dará a idéia de conceber a saudade no sentido tático
quem, não estático, de longe me fará cometer poemas de meia-noite?
Quem, sem favor, me estende o braço com rosas na mão
com explicação pro meu calor?
Quem, senão meu doido bondinho
meus olhos acesinhos, meu comedor...
Meu triz, meu risco
meu cristo redentor?
Soprando no vento
Quantas estradas um homem deve percorrer
até que seja chamado de homem?
Quantos mares uma pomba branca deve navegar
antes de dormir na areia?
Sim, e quantas vezes as balas de canhão devem voar
até serem banidas para sempre?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento.
A resposta está soprando no vento.
Sim, e quantos anos uma montanha pode existir
até ser varrida para o mar?
Sim, e quantos anos algumas pessoas podem existir
antes de serem deixadas livres?
Sim, e quantas vezes um homem é capaz de virar a cabeça
e fingir que simplesmente não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento.
A resposta está soprando no vento.
Sim, e quantas vezes um homem deve olhar para cima
até que possa ver o céu?
Sim, e quantos ouvidos um homem deve ter
até poder ouvir as pessoas chorar?
Sim, e quantas mortes serão necessárias até que ele saiba
que já morreu gente demais?
O “puro espírito” é uma pura estupidez: retire o sistema nervoso e os sentidos, o chamado “envoltório mortal”, e o resto é um erro de cálculo — isso é tudo!…
O chamado deus dos exércitos está sempre do lado da nação que tem a melhor artilharia, os melhores generais.
O álcool cria no homem um heroísmo muito superior a ideologia e a paixão; não sem razão é chamado de espírito.
Porque eu percebi que esse negócio chamado amizade não é sobre confortar ou colocar pra cima. Não. Amizade é quando - juntas - vocês sentem as mesmas coisas, sejam elas flores com fragrância de perfume francês, ou cogumelos bizarros vindos de seus corações cansados de sofrer. É quando você e outra pessoa se forçam a sentirem as mesmas coisas, e - mesmo que sejam dores e medos inimagináveis - deixam tudo mais bonito, apenas pelo fato de estarem compartilhando. Amizade é compartilhar. Não é oferecer o ombro amigo, mas chorar junto suas dores, para mostrar que ela não é a única capaz de sofrer.
A amizade é assim:
É sentir o carinho,
É ouvir o chamado.
É saber o momento
de ficar calado.
Amizade é somar alegrias,
dividir tristeza.
É respeitar o espaço,
silenciar o segredo.
É a certeza
da mão estendida.
A cumplicidade que
não se explica.
Apenas vive!
A vida precisa do vazio:
a lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta.
A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida.
Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito.
E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas.
A maioria acha o contrário; pensa que o bom é ser cheio.
Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar.
São umas chatas quando não são autoritárias.
Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar.
A essas pessoas é fácil amar.
Elas estão cheias de vazio.
E é no vazio da distância que vive a saudade...
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