Certeza
Há um tempo pra cada coisa,
tempo pra sorrir,
tempo pra chorar,
tempo de tristeza, mas,
tempo de alegria,
tempo que a certeza alivia.
Parafraseando Eclesiástico.
Alegria de nascer e a tristeza de morrer , mas tenho certeza que uma outra vida continua em lugar muito lindo e sadio. Deus nos deu a chance de nascer do pó e retornar ao pó , mas essa vida que se torna pó é o descanso total e uma nova vida nos céus com o Criador de tudo. Ele nos chama na hora certa , pra sairmos se um possível sentimento e sem compreensão. O ser humano nos da alegria e tristeza também, mas na maioria das vezes , não precisamos estarmos doentes para morrer e sim cansados de tantas lutas que parece sem fim. Mas Deus é Sábio.
Minha querida e Sobrinha Valeriana Zago , aceite o repouso de seu esposo e sempre acompanhei suas atitudes e nunca deixou faltar nada pra você , inclusive alegria, tenho certeza que ele era feliz ao seu lado e você mais ainda por ter lindos filhos que deu e o que posso lhe oferecer nesse momento é que se tranquilize , porque nenhum de nós aceitamos retornar ao pó , mas foi melhor pra ele , não está sofrendo e viverá uma nova vida e te aguardará para viver com ele eternamente. Beijos de seu Tio ROBERTO CASTELHANO. A vida continua e continue com Cristo.
E eu nunca duvidei de nada do
que eu tenha lhe dito ,
fui sincero quando disse que lhe amava.
Mas menti quando eu disse que não pensava em você.
Menti ainda mais ,
quando disse que não erá em você que eu,
pensava antes de dormir.
Eu sou um mentiroso então ,
mas sou sincero ao dizer que lhe amo,
que não paro de pensar no teu sorriso e
no brilho dos teus olhos..
Cliché ? Até parece , historias como a nossa ,
não acontecem sempre..
Mas estamos escrevendo ainda,
ela comigo até parece que vai escreve a próxima linha...
- Henrique Bennoda
Pensamento do dia:
Imagina-te com a idade de 50 anos, imagina-te um preso político, imagina que foste condenado a passar 20 anos enclausurado numa cela completamente fechada com quatro metros quadrados, a mesma possui apenas 3 buracos, um para te servirem as refeições e 2 para colocares os braços de fora e seres algemado enquanto és alimentado, pela noite, poderás solicitar ainda, ficar de pé junto dos 3 buracos (para que possas usufruir de ar fresco junto ao buraco por onde te alimentas) durante as horas que pretenderes, para isso no entanto terás que ser algemado pelo lado de fora. Face a esta situação quais são as tuas probabilidades de seres feliz? Aparentemente são nulas, aos olhos do comum dos mortais certo? Pois é, nestes momentos o ser humano desenvolve habilidades que nunca pensou que estivessem ao seu alcance parecendo ao mesmo tempo tão distantes mas que na realidade estão ali tão perto, ou seja, na sua própria mente. Efectivamente, as soluções na maior parte das vezes encontram-se dentro de nós. Perante uma sentença deste género e perante a injustiça de seres condenado por total ausência de liberdade e pelo facto de defenderes a tua ideologia política, está na tua mente optares por ser feliz com o que o destino te traçou, ou, por outro lado viveres na lamentação para o resto da tua vida. O exemplo que pretendo demonstrar vai um pouco ao encontro da velha máxima, "Existem homens presos em liberdade e existem homens em liberdade que estão presos". Nelson Mandela, terá com certeza e com recurso à sua própria mente utilizado este estratagema para enfrentar com mais amor o período caracterizado pela sua detenção.
Somos o amor a nós mesmos, sendo nós a nossa maneira de percepção de tudo. Mesmo que, as vezes perigosa, a certeza de nossas convicções é o que nos faz.
Se for pra agir eu preciso de certeza.
Posso não ter a certeza de que vai resultar.
Mas preciso acreditar que vale a pena arriscar.
Quando a saudade bater na porta, deixá-la-ei entrar e terei a plena certeza de que o momento será inesquecível.
Às vezes, procuramos algo em outros lugares pelo simples instinto humano de explorar o novo. E, quando esse novo se revela diante de nossos olhos, muitas vezes, preferimos voltar ao ponto de partida, porque encontramos mais beleza, pureza e verdade no que já tínhamos do que iremos, ilusoriamente, ter. Antagonicamente, precisamos algumas vezes ir para voltar, para nos dar a certeza de que: há lugares que nunca deveríamos sair e há pessoas que nunca deveríamos deixar.
Eu nao desisto porque acredito que tudo vai dar certo, mesmo que tudo pareça ter acabado, vou nadar contra a correnteza e ao chegar na margem deste rio, vou ser feliz com certeza!
CER TE ZA (crônica)
Tem anfetamina nos armários. Há pó branco na geladeira. No canto. Há. Há fumaças entrando pela janela da sala. Pela janela da sala. Há fumaças. Não consigo identificar. Não há o que identificar. Há pó branco. Nos armários. Está tudo misturado neste pequeno apartamento. Só o apartamento que é pequeno. Não me pergunte o motivo. Por ventura, os motivos não são obrigados a ser contados. Está tudo misturado. Pó branco. Anfetamina. Fumaças. Meu cigarro está aceso. Fumaças do cigarro. Talvez? Talvez. Trago cinco fumaças. Uma, duas, três, quatro, cinco. Poderia ser seis. A metade do tabaco coube seis fumaças. Minhas pernas começam a tremer. Ansiedade. Talvez? Talvez. As fumaças estão entrando pela janela da sala. O apartamento é pequeno. Grande são os pensamentos que me invadem, enquanto o ponteiro do relógio registra duas da madrugada. Duas. Da Madrugada. Os carros não estão na avenida. Nem as pessoas. Há pessoas nas ruas. Há carros nas casas. E o ponteiro está no número dois. O céu estrelado. Trago mais uma fumaça. A sétima. Contei. O conhaque está no balcão, a preguiça, debaixo do meu sofá e eu, no sofá. Não lembro quando chamei a solidão para dançar, mas todas as noites ela tira os sapatos e fica bailando no carpete da minha sala. Baila com passos descompassos. Não precisa saber dançar para se ser só. Ser só é uma arte. Já é uma arte. A oitava fumaça do cigarro se mistura com as fumaças da janela. As fumaças da janela são misturas dos cigarros de alguns adolescentes na rua. Eles também tragam fumaças. Não contam. Tragam. Eles riem. Mas eles riem. Eu não. Apenas fito paredes assentado no sofá sobre a preguiça ciente de que há anfetamina nos armários. Quadros estão nas paredes. Manet, réplica. Van Gogh, réplica. Vinci, réplica. Britto, original. O último está guardado. Minhas paredes pedem arte. As paredes pedem tudo. Toda vez que a solidão baila no carpete, as paredes pedem meu olhar. Talvez porque não enxergo a dança. Em um dos quadros está a sua fisionomia. Fisionomia. Rosto. Face. Cara. Teus cabelos enrolados. Encaracolados. Ondulados. Modelados. O sorriso rasgando a fisionomia. Rosto. Face. Os olhos decorando o rímel. O castanho decorando o glóbulo ocular. Infiltra-me. Decora e infiltra-me. As paredes pedem meus pensamentos, também. Agora eles estão te focando. Te focam. Devoram. E rasgam. Rasgam como o sorriso. O teu sorriso. Causam um estrago mordaz. Voraz. Alcatraz. A solidão saiu do carpete e tu entrou. Coreografia seguinte. Tuas pernas vão bailar no carpete. Teus dentes ranger felicidades. Ranger. Morder. Ranger. Meu olhar irá te encontrar. E não te largar. Ele nunca larga. Ele não quer largar. Ele não irá largar. Ele não pode largar. Teus pés pisam o chão. O chão. Imaginação. O chão da minha imaginação. Inquietação. Sob o meu corpo há uma inquietação. Agora. Sem demora. Mais uma fumaça do meu cigarro entra no ambiente. Ambienta o clima belo. A solidão volta a dançar. Tu foras embora. Voltou para o quadro. Ao lado de Manet. Pela manhã, o padre falou que as pessoas morrem. Que todos morrem. Que a morte é a única certeza da vida. Que a vida há uma certeza. Uma certeza. A morte. Morte. Mas ele mentiu. O padre mentiu. Men-tiu. A única certeza da vida não é a morte. Ontem eu te matei e hoje tu me devoras com o olhar. Não é certeza. Alguém deve estar certo, mas eu te matei. Ma-tei.
A única certeza é que há anfetamina nos armários, pó branco na geladeira e cigarros no meu bolso. O resto é balela. O ponteiro marca duas e cinco da madrugada, outra certeza. Talvez? Talvez.
- João Guilherme Novaes
"Contemplo-te"
Da costela de Adão nunca vieste;
Pois não podes provir de uma parte tão insignificante à vida
Também não vieste de nenhuma explosão cósmica;
Pois o pó das estrelas já é natural de ti.
Não vieste de qualquer ventre humano;
não vieste de qualquer acaso;
também não vieste de religiões por dois motivos:
Religiões são incertas e tu vens de emoção.
Definir de onde vens não é trabalho para um simples leigo,
mas aqui vai meu simplório achismo:
Tu vens do mais nobre e detalhado desenho;
vens do mais engenhoso e incidente projeto deliberado.
Cabe agora às autoridades da ciência, explicar-me de onde vens tu.
Mas independente de onde vens uma certeza tenho:
És sinônimo de benevolência, simpatia, ternura e afeição...
És complexa, mas acima de tudo, és você.
Entenda uma coisa: quando um não quer ir e você tem certeza absoluta de que vão se falar no dia seguinte, então você pode ir sozinha!