Certas Coisas
Ora, essas coisas psicanalíticas só são compreensíveis se forem relativamente completas e detalhadas, exatamente como a própria análise só funciona se o paciente descer das abstrações substitutivas até os ínfimos detalhes. Disso resulta que a discrição é incompatível com uma boa exposição sobre a psicanálise. É preciso ser sem escrúpulos, expor-se arriscar-se, trair-se, comportar-se como o artista que compra tintas com o dinheiro da casa e queima os móveis para que o modelo não sinta frio. Sem alguma dessas ações, criminosas, não se pode fazer nada direito.
O poder está no tipo de conhecimento que se tem. De que adianta saber coisas inúteis? Elas não vão nos preparar para o encontro inevitável com o desconhecido.
Tudo que há no Universo acha-se em perfeita harmonia. Só há desarmonia para quem vê as coisas superficialmente - é um erro de ponto de vista.
As pessoas mudam então você aprende a deixá-las ir, coisas dão errado então você aprende a apreciá-las quando estão certas. Você acredita em mentiras então eventualmente você aprende a confiar em ninguém além de você mesmo…
Tempo...
Com o tempo aprendi que as coisas mudam. Que os momentos bons não voltam. Que arrependimento não mata. Quer dores passam. Que amores vem e vão. Que estar apaixonada é bom. Que sofrer nos fortalece. Que cair sempre deixa uma cicatriz. Que nos levantamos de um tombo sempre mais fortes. Que fazer loucuras faz parte. Que ser feliz não é difícil. Que esquecer é uma questão de opinião. Que deixar partir o que nunca foi nosso é um dos aprendizados mais dolorosos. Que lutar, não exige força e sim coragem. Que sorrir é o melhor remédio. Que quem diz que eu sou fraca, não seria capaz de chorar as minhas lágrimas nem viver a minha vida. Que quem muito diz que odeia é porque não foi capaz de colocar um fim no amor. Que acreditar ou desacreditar é uma questão de opinião. Que dinheiro não é tudo. Que tudo tem seu tempo determinado. Que o que foi, volta sim. Que vingança ensina a viver. Que as pessoas mudam. Que destino existe. Que o tempo é sim, o senhor da razão...
Eu odeio me sentir assim. Odeio me sentir triste, desanimada. Odeio ler coisas que me deixam mal. Odeio quando as pessoas têm atitudes que me deixam com raiva. Eu queria que tudo mudasse por um instante, que tudo se acalmasse e encontrasse paz. Queria que as brigas cessassem, essas brigas que tanto detesto, que me fazem pensar em decisões precipitadas, que machucam meu coração de forma furiosa. Às vezes, as palavras machucam profundamente, trazendo lágrimas e nos fazendo sentir como um verdadeiro nada. Mesmo desejando ser tudo, é inevitável não se magoar com as pequenas palavras que dizem tanto, expondo tudo o que preferiríamos não ouvir daquela pessoa, aquela que tanto apreciamos, que tanto desejamos ter por perto.
As feridas provenientes de brigas e mágoas anteriores estavam começando a cicatrizar, até que algo aconteceu novamente, algo que fez você chorar, sentir tudo aquilo que evitava a todo custo. E então, as feridas se reabrem, deixando um vazio imenso, um aperto insuportável que traz uma tristeza que invade o coração, quebrando cada pedaço dele, permitindo que a dor se instale naquele momento. Naquele instante, você anseia por sorrisos em vez de lágrimas, por abraços em vez de distância. Porém, isso não é uma opção, pois o desejo não é compartilhado igualmente, depende daquela pessoa que mencionou antes, a pessoa especial, que você gosta tanto, que tanto deseja ter por perto. Mas ela permanece distante, presa em sua própria tormenta, aguardando a paz voltar a envolvê-la novamente.
Eu não falo de coisas, senhor. Falo do sentido das coisas. Sento-me aqui e sinto que estou vivo.
Encontrar quem gosta das mesmas coisas que você é sempre bom, mas encontrar quem odeia as mesmas coisas que você é amor a primeira vista.
É estranha a ilusão de que a beleza é o único bem total!
Se uma mulher bonita diz coisas estúpidas, escutamo-la e, longe de a acharmos estúpida, consideramo-la um espírito brilhante. Ela não faz nem diz senão disparates, mas nós achamo-la encantadora. E, quando não diz nem faz senão parvoíces, desde que seja bonita, persuadimo-nos de que ela é estupendamente inteligente e de uma estranha moralidade.
(Sonata a Kreutzer)
Quem não sabe agradecer as pequenas coisas da vida não esta pronto para receber as grandes dádivas de Deus.
"Não preste atenção quando eu falar coisas desagradáveis, não desista de mim quando eu te pedir pra desistir, não me mande ir embora. Apenas me mostre que aguenta meus surtos, me mostre que o amor pode sim ser o suficiente, mostre pra mim e pro mundo que quando se ama, não é tão complicado assim enfrentar os problemas. Mas por favor, não esqueça de demonstrar que me quer, que sou unica pra você."
Falar coisas bonitas mostra que você sabe usar o cérebro, reconhecer erros e pedir desculpas mostra que tem humildade, dar valor a pequenos gestos, se colocar no lugar do outro e não brincar com os sentimentos mostra que você tem um coração e sabe que ele doe, chora e também palpita de alegria.
A gente precisa deixar que as coisas aconteçam. Mas a gente também precisa acontecer para que as coisas aconteçam na gente. Deixar que a felicidade abrace. Que o sorriso adoce. Que o abraço contagie.
E as coisas vêm a acontecer quando você menos espera, ou não, quando você mais espera por aquilo.
A vida é assim, meio confusa, meio que complexa; cheia de mudanças, escolhas, aprendizado, arrependimento.
Todo ser vivo deve se orgulhar daquilo que ele faz ou deixa de fazer, avaliando suas expectativas.
Saiba que só assim você encontra seu objetivo de vida.
Eu já tive vontade de colocar o pé na estrada. Assim, meio sem rumo. Tirar as coisas do guarda-roupa, colocar de qualquer jeito dentro da mala e ir. Sem destino, sem hora para voltar.
Coisas ruins acontecem as vezes com pessoas boas. Não existe um motivo para isso, elas apenas acontecem.
Já fiz coisas que não quis por não saber dizer não.
Já fiz coisas que quis e das quais me arrependo.
Já deixei de fazer o que devia por medo de magoar e já fiz o que não devia apenas para agradar.
A humanidade se tornou tão estúpida, ao ponto das pessoas se escandalizarem com coisas naturais, e banalizarem coisas essenciais.