Cerrado
SENDO
Nos remotos idos da minha biografia
Entre desejos e aqueles muitos apelos
Os mais intensivos sentimentos, belos
Eu experimentei a essência da estesia
Nesta poética sentimental, a poesia
De sensações em versos tão singelos
Os amores, onde, também, os flagelos
Conheci. Assim, a minha alma polia...
Agora entre lágrimas e risos, enlevo
Cada sentido, ação e comigo eu levo
Porque tudo no viver é muito breve
Se leve ou pesado, há o que renova
Em uma batalha de continua prova
Pois, sem o necessário à sorte deve!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 julho, 2022, 14’44” – Araguari, MG
SUPERAÇÃO
Quando poesias de amor eu escrevia
Entre poética e sentimentos singelos
Cercados de mágicos enredos, belos
De agrados e de venturas, eu me via
Eu era só agitação sem a monotonia
A essência atraente da emoção, elos
Onde construía a ilusão e os castelos
De um bem querer, o que mais valia
Cá estou, seguindo, e ainda escrevo
Sensações, estórias e em nada devo
Ao tempo... audaz... ligeiro... voraz
A esperança que no fado se repara
Com o oportuno desenlace, ampara
E que no prosseguimento se refaz!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 de julho, 2022, 16’29” – Araguari, MG
SAUDADE
Saudade, suspiro queixado na mente
O sol poente duma situação passada
Aquela melancolia no tempo gravada
O perdido dantes encaixado na gente
Uma poética opaca que a poesia sente
Vazio insistente, motim, a alma calada
Migalha nostálgica em uma dor selada
E, no peito a alta solidão, inteiramente
Sofrente sensação que a noite sustenta
Que espinha, apimenta e tanto inquieta
Uma angústia que embala e apoquenta
Exala um sentimento de ligação direta
Ao sofrimento, o ocaso que desorienta
Um tal regular versejar de todo poeta!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12, setembro, 2022, 17’00” - Araguari, MG
PAIXÃO
Paixão, tem tanto mistério, tanta graça
Tem encanto, frenesi, tem ímpar beleza
Tem do coração domínio, ávida afoiteza
Arrebata, ata, torpeza, e ao amor traça
Paixão, fascinante olhar que despedaça
Arruaça a alma, mas, tem a delicadeza
De um sentimento tomado de surpresa
Em cada gesto, cada beijo, e no que faça
Ah! Paixão, no desejo aquela constante
Ao segundo faz do tempo uma sensação
Emoção, num jogo poético e insinuante
O sentido profundo, impulso, sujeição
Afável sedução, atraente, um amante
Que ajoelhado aos pés, rende-se a razão...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 setembro, 2022, 17’42” – Araguari, MG
SONETO DE AMOR
E, foi assim, de repente, aconteceu
Com a alma alumiada, doce sentido
Aquela esperança, o olhar revestido
De poética, então, o amor apareceu
Pois, o sentimento já não era só meu
Fui de sensação e agrado aspergido
Em um lirismo de outrora perdido
E agora, tão apaixonado, e tão seu
Não me envergonha ser acometido
De sentimental coração, enamorado
Cheio de ardor, que por ti, enchido
Um relicário que no peito faz suspirar
Tão intenso, vibrante e compassado...
Bom. Como é tocante poder te amar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 setembro, 2022, 21’04” – Araguari, MG
PARTILHA
Sinto a inspiração que percorre
Por toda a entranha de meu ser
Quando de ti o verso a escrever
Saudades, que de dantes escorre
Sinto a minh’alma em um porre
De carência, roubando o prazer
Do tempo, que mais quer viver
Quando na prosa o vazio ocorre
Sinto não ter o cuidado presente
Se a tua falta, agora, é realidade
E os versos os sussurros da gente
Sinto no peito toda a infelicidade
E na partilha uma dor que se sente
Dum amor que perdeu a vontade!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 setembro, 2022, 21’14” – Araguari, MG
NARRATIVA
Sobre a folha, aquela poesia plural
No verso, sentimentos empilhados
Nas saudades, os suspiros arfados
Na quimera, a ventura sem igual
E, tudo, numa poética sentimental
De especiais eventos, ali pintados
Em cadencias e tons apropriados
Dando a escrita um traço visceral
É dum sussurro com certo legado
Cochichado de um intimo secreto
De um momento, assim, inspirado
Então, a poesia, se faz num trajeto
E o poeta não mais se senti calado
Narrando as sensações no soneto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/09/2022, 20’53” - Araguari, MG
DURA PARTICULARIDADE
Sinto um suspiro forte que percorre
Por toda entranha da minha poesia
Quando nos versos vejo a analogia
De amor e dor, se fé qualquer acorre
Sinto cada poética quando morre
E rouba do espírito a farta alegria
Se nem da esperança tem tutoria
Se de abandono se tem um porre
Sinto não ter a inspiração valorosa
E sim, a severa, rude e tola escrita
Quando só quer ter prosa amorosa
Sinto aperto, uma sensação ermita
Cá no peito, duma solidão teimosa
Ah! dura particularidade, sem dita!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2022, 12’10” – Araguari, MG
ALÉM DISTO OU AQUILO
Trago nessa narração a forte saudade
Como se fosse um dramalhão à revelia
Que me manuseia e da agitação irradia
Uma falta, tão sentida e tão de verdade
Trago na prosa um desejo pela metade
Pesada de suspiros, com uma alegoria
Já passada, abarrotada de melancolia
O duro dantes sem qualquer piedade
Trago lágrimas, choradas, de tristeza
Leveza roubada da alma, sem afago
Trago os versos nus e sem gentileza
Tudo trago, numa poética sem vacilo
Também, cântico de sedução, trago!
Pois, amar, vai além disto ou aquilo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2022, 16’38” – Araguari, MG
SONETO PLATÔNICO
Por eu saber que nunca serei teu tema
permita que te diga algo, poeticamente
por tímido ser, deixo no acaso reticente
suceder cândidas juras, través do poema
Não me queira mal, neste frouxo dilema
pois, não sabes que te amo loucamente
e que de teu doce olhar sou confidente
e servo, com o coração eivado de selema
O meu verso está cheio de ti, adorativo
Imagina-te, vive com fascínio pensativo
Em cada cântico uma ode a lhe compor
E, se sorris olhando-me inteiramente
Parece-me que estás a ris unicamente
Por supor que nunca serei de ti, amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 setembro, 2022, 15’41” – Araguari, MG
ARCA VELADA
Guardei na poesia os meus segredos
As saudades, lembranças. o que pude
Tranquei na cadência aqueles medos
Na rima, a tal dor, asperamente rude
E, fui buscar o que não tinha, amiúde
Aquilo que apraz, os olhares, os ledos
Ai, conservei nos versos a boa atitude
Mas, muitas me fugiram pelos dedos
O momento, passou breve, rude sina!
Assim, como a inspiração que ilumina
Mas, a esperança sempre apaixonada
Ah! quanta poética sensação arquivada
Nesta arca velada... ah! quanta rotina!
Versando paixão e a alma enamorada!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 setembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG
EM CURSO
Nosso fado é uma poesia inacabada
Uma sedução de pluralidade na vida
Rimas indefinidas e epopeia velada
Arrematada de chegada e de partida
Nos inspiramos a cada uma alvorada
Em cada poética há palavra incontida
Cheia de sentimento, contos de fada
Ou não, talvez, uma cadência ferida
É a narrativa do tempo num existir
A estória num sentido inteiramente
Mesmo que não saibamos, sentir...
E tudo é breve, prosápia, vai tendo
Quanto caso tem em uma saudade
Quanto drama em cada odes sendo
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 setembro, 2022, 15’17” – Araguari, MG
POESIAS DE AMOR
Poesias de amor são doces razões
Perfumadas, de luz intensa, plenas
E, das sensações as mais centenas
Como são nobres nas inspirações
Aos olhares, sensíveis emoções
Aos corações, as poéticas cenas
Esplendidas satisfações serenas
De versos tão cheios de paixões
É um pastorear do sentimento
A felicidade que nos demanda
O versejar do ímpar momento
Ao poeta, os contos, estórias boas
Dando o tema, que o bem manda:
O sentir e fascínio para as pessoas...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2022, 17’51” – Araguari, MG
BEM LONGE
“Vai longe, na memória da distância”
A recordação que assim teve validade
E dá vontade de arrancar da saudade
O amor que outrora era de relevância
Suspiros me invadiam em quantidade
No sussurro da solidão, sem elegância
Largando a quietude sem importância
Em um versar devorador. Ó Piedade!
É que andava no silêncio tão poente
E nos versos de cântico tão ausente
Sem apreço, sensações, significância
E aquela rosa que ficou na lembrança
Do tempo, então, deixo-a de herança...
Bem longe, na memória da distância!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 setembro, 2022, 17’45” – Araguari, MG
paráfrase José Antônio Jacob
COM SEQUÊNCIA
O verso nasce, assim, se tem a poesia
Tem magia, utopia, agrado, inspiração
Sem deixar a ilusão e aquela sensação
Num alfabeto do coração, em quantia!
O verso nasce, assim, se tem o encanto
Aquele canto em voo rumo a docilidade
O pranto sussurrando ao poeta saudade
E a cadência saciando o travador, tanto!
Que assim possa, quando o verso nascer
Ter em um sentido, ir além, e o pra valer
Completando cada estrofe com essência
Pois, o tudo se tem, e nada é terminante
Na bagagem apenas o que for importante
Numa poética de emoção com sequência...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2022, 13’42” – Araguari, MG
UM DIA VIRÁ
Um dia a poesia virá, tão poeticamente
Vibrante, luzidia, contente e fascinante
Ao ter um romance na prosa da gente
Ateando o coração, aquele de amante
Há de ser duma maneira tão diferente
Repente nos versos, inteiro no instante
Tendo na redação o tal afeto que sente
Sussurros, ao ledor, então, alucinante!
A poesia narrada com toda a emoção
Com cânticos de sensações a compor
Contendo rimas de prazer, tão assim!
E, nessa suave e tão afável inspiração
A flor do verso a saber o que é o amor
Na qual, a poesia, um dia, virá, enfim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 setembro, 2022, 17’16” – Araguari, MG
TRISTURA (soneto)
Triste é redigir a poesia, com sofrência
Daquele amor que se conheceu um dia
O amor inteiro, de cortesia, de quantia
Vê-la desvaísse sem qualquer anuência
Triste é ter prosa na saudade, chateza
Daquela ausência que já fez suspirar
Do coração calado, outrora a palpitar
É ter o verso murmurante de tristeza
Triste é tanto silêncio, falta no versar
É o amor sem a poética para se amar
São os cânticos poetizados com ilusão
Triste é a recordação sem recapitular
A inspiração que não quer mais falar
É redigir a poesia, triste, sem paixão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2022, 22’05” – Araguari, MG
SONHEI-TE
Sonhei-te, assim, como não gostaria
Com toda a sedução que de ti desejo
Num calor ardente que me consumia
Devaneando a cada um intenso beijo
Instigada ilusão desta penosa fantasia
Dum sonho desdouro, então, gaguejo
Te vejo, afável, onde não mais deveria
Pois, do dantes não mais há o cortejo
Sonhei-te, a cada noite, num vaivém
Em um flanar com a sensação nervosa
De uma emoção figurada e mentirosa
Sentimento que não quero a ninguém
E tão pouco para o meu coração quero
No não querer, sonhei-te, e não reitero...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 setembro, 2022, 05’16” – Araguari, MG
NÃO FOI SÓ O QUE EU QUIS
Não foi só ilusão que eu quis. Só estar
Para na imaginação ter sensação divina
De um amor que faz a emoção palpitar
De um coração tão cheio de adrenalina
Não foi a sedução que eu quis. Só amar
Ter um olhar no sentimento, na rotina
Que valha e que assoalha, afável achar
Na felicidade que a sina, então, destina
Não foi só um capricho, pois, quis mais
Numa ânsia de uma poética emocional
Tão completa de desvario e de paixão
Apenas ter por ter nas faltas são iguais
Não foi só haver que eu quis, quis aval
Descalçando-me do eirado da solidão...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 setembro, 2022, 15’26” – Araguari, MG