Cerrado
Dia de Santos Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Gaspar o que vai com amor
Baltasar obediente a Deus
Belchior suavizador
Festejando o Salvador...
Hoje é dia de Santo Reis
Neste ato de afeição!
Ofereça uma flor, o coração
O olhar abrasador
O abraço acalentador
Nestas prendas de emoção
Hoje é dia de Santo Reis
De sanfona, violão
De coloridas fitas, pandeiro na mão
Canção!
Hoje é dia de Santo Reis
Gestos de ternura
Poesia... Candura
Salve! Salve! O dia de Santo Reis!
PRESÉPIO FACTUAL
Na gruta de pedra fria
Sob o céu e a estrela guia
Nasce o Filho, da Mãe Maria...
Reiterada com tantas outras na favela
Entre os burros e os bois de todo o dia
Na casinha humilde de porta e janela
Os Josés e Marias de coragem e ousadia
Encenam seus presépios a luz de vela
Ornados de sonhos, ilusões e valentia
Rangendo no peito está endurecida tramela
Dos solavancos da labuta e da hipocrisia
É um povo simples, pastor, de puída lapela
No ontem, hoje a mesma analogia (Desigualdade)
O homem não sabe do amor ter tutela
Não quer na vida conviver com fraternidade.
QUANDO VOCÊ VOLTAR
Nas asas da saudade você partiu
Na bagagem promessas de voltar
Acenando com o seu triste olhar
Com um sorriso você despediu
Eu sozinho, angustiado, calado
Num vazio enorme sem você
Meus pensamentos só a ti vê
Meu sentimento está enlutado
Amor cuide-se pela estrada
Por nós, nesta ausência delirante
Saiba o que sinto é forte e constante
E quando você voltar!
Traga consigo o nosso amor
Enquanto no meu canto, velador...
Sim para o não...
Olha só...
Foi bom encontrar você
Meu coração estava de dar dó
Sozinho, e eu buscava o amor ter
Pois no para brisa d’alma nada se via
Porque ninguém no vazio existia
Ou ao meu lado desenhava alegria
E foi tão importante assim para mim
Tudo no começo já tinha fim
E no fim o não era o sim
Olha só...
Agora que te encontrei
Nos desencontros da paixão
Quero acreditar na sua emoção
Ficar ao teu lado, silenciar, deitar
Poder ser amado e a ti ofertar
Sentir a tua respiração, ser feliz
E falando em amor sou eterno aprendiz
Então, vamos deixar de lado a ilusão
Olho no olho, e dizer sim para o não...
...Pedaço de mim é poesia
Escritas em pedaços de vigor ou melancolia
Pedaço de mim é paixão
Nos pedaços do afeto onde sempre fiz alusão
Pedaço de mim é dor
Antagonizada nos pedaços da alma em louvor
Sou pedaços, parte, um todo no amor...
Pedaço de Mim...
Em cada verso sangrado, deixo um pedaço de mim
Largado nas trilhas do desconhecido confim
Da alma, que almejou sempre a emoção
Florescendo nas margens do coração
E nesta arte de rimador
Se com alegrias, fantasias, realidades ou dor
Fui sempre fiel cavalheiro
Em cada estrofe, um aparente verdadeiro
Se por acaso omisso, pura necessidade
Pra não me machucar nos espinhos da rosa
Oferecidos em verso e prosa
A cada uma das lágrimas vertidas
Das chegadas e das partidas
Traduzidas na ofertada flor
Das necessidades de um amor...
A cada uma das lágrimas vertidas
Das chegadas e das partidas
Traduzidas na ofertada flor
Das necessidades de um amor...
Deixo um pedaço de mim...
AMOR
Amor... pode rimar com dor
Com alegria, com essência
Mas tua rima maior é o valor
Deste vocábulo de cadência
De “a” de alma, de acolhedor
Para louvar, nossa reverência
Para haver, mestre professor
A base de todo o bem, referência
Onde o coração pulsa no infinito
No âmago desta retórica serena
De estórias cantadas em manuscrito
De vivência e de emoção plena
Que nos leva a ensaiar o infinito
Único, de tal palavra tão pequena
E tão grande na existência, tenho dito!
Amor de todas a cores
Eu canto o amor
o que traz todas as cores
o que escolhe a flor
o complexo os amadores
o que na alma tem sensor
brancos, amarelos, pretos, amores
os que se apaixonam sem pudor
sem olhar alheio, sem dores
os que sabem no beijo dar valor
os que são verdadeiros vencedores
os que conquistam amor, eu canto o amor
Curso
Amanhece a manhã
Numa alvorada de prece
O ontem uma escrivã
Da noite que encanece
Num novo amanhã
Que nasce e anoitece
...Tal como o suspiro carece da atmosfera
A lágrima necessitar da emoção
Em cada poema há quimera
Em cada quimera oblação...
Abraça-me...
Afeto este que me cativas
Quero um abraço teu
Sem que fale negativas
Só assim seremos um eu
No teu e no meu amor
Noite está de apogeu
Juntos como caule e flor
Onde saberei ser teu
Somente teu, amador
Num laço de emoção
Num cansaço sem pudor
Ousando sair da razão
Num sentimento forte
Sendo em tudo paixão
Dando a alma suporte
Abraça-me nesta unção
Carência
Se fico sem afeição
O amor fica sem teto
As trilhas sem emoção
E a carência sem afeto
Os dias ficam nebulosos
A ilusão sem traço reto
Os pensamentos tortuosos
E o oco coração inquieto
Certo! Versos escabrosos
Ser criança
Na magia de ser criança
Pouco foi o tempo
Calça curta na lembrança
Saudade ao vento...
(Traz à alma alento!)...
Pés no chão jogando biloca
Banho na chuva, diversão
Finca, guaraná com pipoca
Queimada, nas mãos o pião...
(Eita! Como é bão!)...
O simples da ingenuidade
O complexo da pureza
Faz da infância felicidade
E da recordação certeza...
(Que não volta mais!)...
Tempos nunca demais
Com gostinho de querer
Outros iguais
Acompanha o nosso viver...
(Ser criança nosso primeiro aprender!)...