Cerrado

Cerca de 4449 frases e pensamentos: Cerrado

⁠⁠serrado

Cê acha certo o
cerrado ser enterrado
a sete palmos da soja e do gado?

Inserida por Ancelmobento

⁠Pause. Desfaça o punho cerrado por enquanto.
Faça um chocolate quente, um coque torto,
um acalanto.
Parar também é seguir – resistente.
Deixar para lá também é bater de frente.
Às vezes, não se mexer por um tempo,
também é andar por um monte.
Sinta a brisa e o azul, se ouça, se confie e se conte.
Tire o tênis depois da longa caminhada
e sinta o alívio nos pés.
Ficar descalça e relaxadatambém importa para ir à luta.
Veja a metáforadas folhas e a analogia das marés.
Façauma nova receita, veja o que agora escuta.
Deixe a música tocar e só receba – busque
as respostas nas perguntas, observe.
Veja o que parece quente, mas, perceba, o que,na verdade, nunca ferve.
Deixa, um pouco,a vida resolver. Ela só quer mesmo o que faz valer.
Respire por agora, deixe de olhar
–para poderencarar com atenção.
Mude o que precisar
e veja, então, que a única coisa que você precisa
continuar sendo
é vulcão.

Inserida por poeticos

madrugada sonora
quintal molhado -
chuva mansa abastece
os aquíferos do Cerrado.

Inserida por romulo_andrade

O Tao do Cerrado

Resistência milenar às adversidades:
solo ácido, seca, raios, fogo, enxada,
foice, ignorância, trator e correntão.

Por suas profundas raízes - quando queimado
na primeira chuva é capaz de renascer
em rubros, brilhantes, tenros brotos.

Não apresenta a exuberância da floresta tropical
porém discreto, guarda preciosos remédios
sortilégios e segredos, como ensina a vó indígena.

Considerado infrutífero pelos homens do progresso
sem importância econômica, sem valor
pelos tecnocratas importados - os mais equivocados.

Leve, profundo e misterioso como o Tao -
o caminho da vida - o universo inominado
ensina pelo seu exemplo o viver em equilíbrio:
sem desperdício, no fluxo exato, resíduo zero.

Que dizer de sua rara beleza :
vasto planisfério de luzes e estrelas
espaço em céu aberto de chapadas,
cristal das águas transparentes,
rochas de calcário e jardins de bonsai.

Na força dos seus contrastes
a um só tempo: delicado e agreste
frágil e vigoroso, bizarro e gracioso.

Não podemos permitir que a grosseria
a cegueira e ganância de homens sem raiz
possa vencer a sua obstinada vocação
às mutações, ao milagre da vida.

Inserida por romulo_andrade

BANDEIRA NORDESTINA!

Na caatinga ou no cerrado
no sertão ou no agreste
por esse Brasil amado
cortei Sul... tracei Sudeste
levando o manto sagrado
da bandeira do nordeste.

Inserida por GVM

⁠⁠ O Cerrado e sua gente
Há tanta gente! Gente diferente
Que mente, que sente
Que cala, mas não consente
Chora, sofre e esmurra o espelho que mostra na pele a dor dessa gente.
Sociedade trabalhadora, sempre sonhadora
Buscando sempre justiça, repeito e honestidade
Gente diferente e por isso muito inspiradora
No seio do Cerrado, tantas histórias, tantas memórias
O coração pulsa pela diversidade
Brasília, meu lar! Minha eterna cidade.

Inserida por mariana_rodrigues_6

⁠Vatapá do Cerrado


Um dia ele chegou e disse:
— Acabou! Não volto mais.
Saí da caixa das comodidades e perguntei:
— Por quê?
Ele disse:
— Não sei, falta... Tempero.
Saí depenada na partilha, minha única herança:
Um velho livro de receitas.
Mas havia um sentido ao acontecido:
Casa dividida
Filhos partindo
Amigos indecisos
Família desconfiada
E eu sozinha...
...e o pior, ser acusada de ser sem tempero!
Realmente, naquele lugar, não havia espaço para que eu pudesse descarnar minha alma e retemperar minha vida.
Passei pelo quarto de minha AVÓ, que disse:
— Tenha fé! Se tivesse pernas lhe acompanharia.
Parti.
De lembranças: mudas de alecrim, coentro, manjericão, ora-pro-nobis.
Talvez a outra fosse assim:
Com a boca besuntada de manteiga de cacau, escorrendo ignorância, pele cor de açafrão de tanto vadiar ao sol, cabelos negros como tinta de lula.
Mas...
Eu tinha as faces cor de pimenta rosa e um modo de fazer diferente.
Precisava remexer e fazer um VATAPÁ e mostrar a todos que o amanhã é outro dia.
Desossei uma galinha, desfiei sua carne e modifiquei meu "penteado".
Coloquei um quilo de camarão, imaginando que o mar é grande...
Deitei azeite de dendê em abundância para lustrar meu ego.
Despejei leite de coco, pensando que o vento no coqueiral, vira a qualquer hora.
Apertei os tomates maduros para que não sangrassem antes da hora.
Piquei e chorei junto às cebolas e acreditei que elas exorcizam o ambiente.
Com parcimônia no sal (à gosto) e acreditei em Deus e na criação.
Usei alho em lâminas para espantar a inveja
Salsas e cebolinhas trituradas para dizer que tenho tempero.
Abracei a azeitona para dar um toque aveludado à vida
Troquei... era hora... o amendoim dominado pela suavidade do baru do cerrado e acreditei no equilíbrio do sabor.
Retemperei e acreditei na receita, estava tudo pronto... mesa posta e farinha de mandioca para engrossar minha intuição.
Cansada, eu agora, precisava de um banho, de um mergulho. No quintal uma banheira jazia também abandonada.
Lustrei vida nova a ela. Forrei com alecrim para perfumar meu corpo.
Cerrei as vistas de curiosos, com lençóis, para que não criticassem minha nudez e filtrassem somente bons ventos;
Mergulhei!
E foi assim: era fim de outono, as folhas caíram na virada da tarde.
Pétalas coloridas inundaram a banheira e eu me senti importante com tantos confetes!
Na verdade, ele me perdeu, o tempo avisou que as folhas velhas cairiam, dando lugar às folhas verdejantes e elas inundaram a banheira. E eu cheirando a alecrim, engatei uma nova estação e pensei:
“Amor requentado
amigo reconciliado
nunca dão um bom-bocado”
Aceite e acredite na sua receita.




Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠⁠O cerrado seria tristemente silencios se apenas os "Franks Sinatras" do canto cantassem por lá.

Inserida por WilmarLeitte

⁠Ela É beleza e exprime o olhar cerrado...
Medo - Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais ou imaginários.
Eu Sou e exprimo a existência...
Amor - sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente ligação afectiva.
Medo Amor?
"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma"
- Fernando Pessoa

Inserida por cawednes

⁠TANGARÁ DA SERRA: Nosso `Vale do Silício` na paisagem do cerrado. `Capital do Médio Norte`, esteio de um grande estado.
Onde as águas do opulento Sepotuba, trançam os campos de alvos algodoais, com formosos girassóis e seus verdes cafezais.
Onde o intrépido pioneiro e o resiliente Parecis, alimentam a esperança, de um jovem aprendiz.
Com sua gente heroica, que não reluta em sair às ruas, para defender as bandeiras suas.
Com suas festas tradicionais, seus desfiles cívicos e as canções dos festivais.
Da labuta de seu campesino, que de madrugada deixa sua roça e para a feira segue em destino.
De seus bairros tradicionais: Shangrilá, Portuguesa, Esmeralda, Tarumã, Horizonte, Arapatunga, e tantos outros mais ...
A cada ano, sua área é expandida; a cada início de dia, nova construção é erguida. Suas largas avenidas, imponentes e floridas, levam a um novo destino, a uma vila recém-nascida, a um sorriso de menino.
Sua pedra, ainda Solteira, do alto da cordilheira, recebe seus viajantes (com seus sonhos e semblantes) encantados com as cachoeiras, de belezas exuberantes.
Se não bastasse tanta fartura, Deus ainda lhe deu a honra, de nascer em 13 de maio, na abolição da escravatura.

Inserida por Peralta71

O BALÉ INCOERENTE DAS LABAREDAS
NO BIOMA CERRADO GOIANO
O clarão das labaredas ergue-se na madrugada ao longe.
Os estalos da vegetação retorcida pelas chamas
São o grito surdo da flora à matança em série.
Num balé incoerente exsurge a peleja de aves e bichos,
Onde a vida, sem defesa, se exaure no bioma cerrado,
Sob a égide da incoerência e estupidez humanas.
Os olhos e ouvidos estão lá nas mídias.
Impassíveis, impotentes, atônitos, ou indiferentes
Ao último gemido nas cinzas e carvão do solo sagrado.
Felizmente, nem tudo é purgatório ou inferno de Dante.
Alguns Anjos bons se misturam nas labaredas
E, do fogo ardente, surge o milagre da vida daquilo que se restou
O sertanejo, o roceiro, perderam o alimento, o abrigo, o labor.
O cidadão urbano herda o eterno remorso pela apatia.
Feiras, armazéns, peg-pag estão sem frutos, hortaliças e cereais.
No chão esturricado não há habitat e nutrientes para a fauna.
O gado perde o pasto, o riacho seca, e os peixes morrem.
O cerrado não é só mato, vegetação pobre, ou rasteira.
Ele é caju, manga, pequi, araçá, murici, mangaba, buriti.
É manancial de rios, riachos, lagoas, queda d´água, cachoeiras.
A vegetação cerrado vai além da beleza dos ipês.
É a fotossíntese diária pelos angicos, aroeiras, acácias.
É o chão plantação, colheita, moradia e dignidade.
A cada queimadura de terceiro grau neste bioma.
A rede existencial, que interliga o cerrado, se desvincula
Desconectando fauna, flora, rios, peixes, ar e homens.
A vida, que coexiste no todo, se encolhe e se apequena.
Sem conexões, a sustentabilidade ambiental se fragiliza,
Pois, na rede sistêmica, tudo se une, reflete, e se comunica entre si
Após a chuva, o chão resiliente reergue-se para prosseguir a marcha.
Entre brasas, pó e fumaça, os galhos, ossos retorcidos, estão lá!
Eles serão a eterna imagem do equívoco, incoerência e indiferença.
A vida segue nos planos mineral, vegetal, animal e hominal.
Essas escalas evolutivas são inexoráveis na senda da viagem.
E, na volta à Casa paterna, o bem que se fez será sempre o fiel da balança.
Zilmar Wolney Aires Filho
(Prof. Univ., Espec. em Proc. Civil; Mestre em Dir. Civil e Doutorando em Dir. Socioambiental)

⁠Cada ser humano enfrenta uma guerra interior, um combate cerrado com forças alheias ao seu domínio. Esse combate é desgastante, consome-nos, e em cada pedaço de esforço empreendido para vencer a luta, é um pedaço de nós que tomba.

Inserida por TomasGaspar

Tomo mais um trago
Desse rum amargo
Conhaque cerrado,
Whisky ralo.

De todo amargor tomado
É bem mais degustado
Que um amor envenenado..

Inserida por MatheusHoracio

Enquanto o homem ainda luta para se adaptar às intempéries da vida, a fauna do cerrado se adaptou com facilidade às intempéries climáticas.

Inserida por NinoCarneiro

Eu sou da caatinga do sertão do nordeste, sou da garoa do sudeste, sou do cerrado do centro oeste, sou dos pampas do sul, sou da selva do norte, eu sou BRASILEIRO

Inserida por Araujo2013

160 anos Planaltina DF
Entre o cerrado extenso,
Tem um prazer imenso
de vos apresentar,
é que eu não nasci aqui,
mas eu aprendi,
essa cidade amar,
aqui temos muitos lugares
grande hortas e pomares , ovos e galinha,
Aqui tem arte, gente criativa,
Que sexta feira Santa ativa,
No morro da capelinha,
Vem vem gente do mundo inteiro
prestigiar o roteiro.
que a paixão de Cristo inspira,
E não esqueça do lazer
Planaltina tem a oferecer,
O parque ecológico sucupira,
Eu sei tem muito mais,
mas não sou capaz,
de descrever tudo ai,
Precisaria ano inteiro,
para escrever um roteiro
Do muito que tem aqui,
As felicitações pelos 160 anos
Deixei para mensagem final,
Parabéns Planaltina,
satélite mais antiga do distrito federal.

🌹 Rosa de Oliveira
#rojuanewally @rojuanewally

Inserida por rojuanewally

“Preciso lhe dizer companheiro: sou uma árvore do cerrado brasileiro. Na verdade, não tenho a imponência nem a frondosidade das minhas parentes da amazônia. No meu terreno a estação seca é castigante e isso me impede de ser alta, reta e elegante. Meu tronco é prostrado, franzino e todo retorcido, minha pele é cascuda e minhas folhas são grossas como uma lixa usada no polido. Não desperto a cobiça dos madeireiros porque não tenho utilidade para acabamentos moveleiros. Se me arrancam da terra, logo me jogam num forno de chão transformando meu corpo em barato carvão. Meu espaço é valorizado e disputado e às vezes arrebatam nossas famílias inteiras com uso de tratores, correntão e esteiras. Sou o elo entre os ecossistemas brasileiros. Alimento e sirvo de refugio para os mais belos pássaros que habitam o planeta: do tucano ao carcará, da seriema ao tangará. Forneço alimento ao insignificante cupim e assim, este sustenta o tamanduá-bandeira e o resto da cadeia alimentar da extensa fauna brasileira. Julgue-me pela importância, mesmo desprezada pela nobreza e desprovida de beleza.”

Inserida por Peralta71

O CERRADO DE LATAS

Um manto de concreto avança selva adentro,
devastando rios, lagoas e cachoeiras nativas,
animais, pássaros, bosques e florestas vivas
já não existem mais; raras plantas no centro
das praças resistem ao extermínio das matas,
ora convertida em cidades – cerrado de latas.

Ao visualizar tais cenas, tristes e deprimentes,
um dilúvio de revolta me traspassa o coração,
só vejo frotas de veículos e cimento pelo chão,
canteiros de obras com guindastes insolentes,
máquinas e betoneiras, edifícios e habitações.
Deus! Cadê os cerrados, as selvas e ribeirões?

Ouvindo-me indagar da sua majestosa criação,
o Senhor respondeu-me com magna sabedoria:
dos cerrados o homem tira a relva, faz moradia;
das selvas derruba as árvores para construção;
dos ribeirões dizima os peixes e polui as águas;
e de si próprio extirpa a natureza - sem tréguas...

O cerrado é agora a selva de latas barulhentas;
indústrias, carros e caminhões vertem fumaças
ao ambiente; nas selvas não se acha as caças;
com tanto dióxido no ar, não chove nem venta
mais a aura na planície; esvai-se toda a beleza
do Planeta Azul no irracional dano à natureza!...

Mas ai dos filhos de agora e gerações futuras;
o que semearem não ceifarão por abundância;
do desmatamento terão os frutos da ganância;
e da maléfica poluição sucumbirão as criaturas
inocentes; a fauna e flora outrora exuberantes,
serão miragens no cerrado de latas sufocantes!

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

Inserida por Garfield789

⁠⁠Não adianta o Pantera Branca de punho cerrado e o Pantera Negra lambendo o chão !

Inserida por Netrax

⁠Família Damasco ,a Eleusina A Eleusina era natural de Goiás, lá do meio do cerrado e toda família com o tempo veio para São Paulo, só ficando os parentes afastados longe desse propósito. Nessa capital todas as seis irmãs se casaram, todas com homens vindo dos rincões brasileiros, um gaúcho, outro descendente de alemão, um italiano, outro ainda libanês, um espanhol ,outro ainda de São Paulo mesmo. As irmãs se falavam, todas tiveram vidas diferentes,as dificuldades eram para todas, as facilidades não. Poderia enumerar as tristezas que passaram, seria longo percurso e uma coisa ocorreu que juntou as irmãs num movimento constante ,o tempo. Este passa e pode se então dizer como foi a vida de cada uma delas, o que aconteceu de especial, como se comportaram em relação à vida que estavam passando, para todas o seu modo peculiar de resolver as dificuldades. A Eleusina, moça bonita, morenada, estava com o marido músico ,este tocava violino divinamente .Pudera! O pai era maestro, tinha uma escola de música, tocar instrumentos. Além de ser famoso,era bom para a nora a quem mimava muito e convidou o casal harmonioso para morar com ele, numa casa bonita, grande lá na Penha.,numa curva da Avenida Penha de França .
Era muito satisfação para as irmãs verem que a Eleusina estava se dando bem ,crescendo no conforto , Mas o que parece bom, maravilhoso, tem os seus esqueletos, a sogra fazia jus à fama de malvada, não que fizesse algum mal para ela,não, é que do momento que a Eleusina entrou na casa após a lua de mel de seis dias, nunca mais lavou louça, limpou chão, lavou roupa., dizia-se cansada, que nada mais suportava ,sobrando então todo o serviço doméstico da casa .Jamais era exigida pela sogra que subrepticiamente fazia isso ,não a afrontando com mandos e desmandos, no final era mesmo mando. No começo ia tudo bem mas casal novo, arrumam filhos rapidinho , mais trabalho ,fraldas e noites e noites sem dormir direito. Mas afinal estava acostumada como as irmãs também a dar duro na vida, a enfrentar problemas, e receber pouco.
Tudo ia bem, o sogro bonzinho apitou na curva do trem ,desceu aos interiores da terra num caixão de madeira de lei, a sogra despencou descarregada de motivação para viver, ficou numa cama exigindo agora aos berros e manias um tratamento de atenção e cuidados. O filho Hypólito então começou a beber, chegando meio calibrado, depois descalibrado ,finalmente trebado ,e tarde da noite. A Eleusina fazendo de tudo para suportar resignadamente o trabalho todo e agora o afastamento quase que diário do marido,incapaz de ver a tempestade se firmando no firmamento. Até que a sogra num caso de crise cardíaca foi-se desta para melhor. Afortunadamente as canseiras da Eleusina diminuíram, ao mesmo tempo que umas dores abdominais, umas cólicas frequentes levaram a um ponto de diagnóstico cirúrgico de ttumoração no colo intestinal. Feita com sucesso,principalmente devido ao empenho do Hypólito que moveu céus e terra para que um cirurgião famoso fizesse,a cirurgia lá no hospital Santa Catarina. Resolvidas essas questões, a Eleusina já farta de ver o Hypólito sempre de pileque, resolveu aderir à bebida. Quem sabe melhoraria a sua paciência para com esse rufar contínuo de alegrias e tristezas alternadas. Foi até o fundo do poço, dando mais trabalho do que a sogra dava. Um inferno em vida para os filhos já grandinhos, adolescentes. Começou a ter convulsões, tomava remédios como mantimentos, bebidas alcoólicas como água benta, da salvação. Pelo contrário, num domingo pela manhã foi encontrada no banheiro afogada na banheira cheia de água, As portas dos banheiros e dos quartos não tinham trancas, chaves, devido a Eleusina ter se fechado várias vezes antes nesses cômodos e também nos banheiros. O Hypólito procurou vários amigos médicos pedindo o atestado de óbito, negaram logicamente. Só um tio dele, examinou o corpo e deu o atestado. As irmãs suspeitaram de um crime , não podiam afirmar , provar mas nunca se depararam com uma certeza, a irmã afinal não sofreu a mão do legista esgravitando o corpo. Nada fizeram contra o Hypólito mas quando rapidinho após a Eleusina ser enterrada no jazigo de outra irmã por falta de possuir uma campa e lá ficou vinte anos, o violinista mostrou-se em companhia de uma pianista, fazendo saraus e realizações conjuntas. Continuava bebendo o músico e num dia foi encontrado morto no elevador, o corpo caído do lado do instrumento, a mão procurando a companhia do instrumento. Com esse ele estava sempre à disposição, dormia com ele ao lado, ,como um enamorado, a competir com a Eleusina. Os olhos estatelados, fixos a frente talvez não acreditando que era a vez dele. Ele deve provavelmente dar explicações bem justificadas lá no etéreo para a Eleusina, pelas bebidas, contumaz no hábito ,pela vida folgada que teve até um certo tempo quando ela também entrou na roda dos egoístas que chegam a uma certa idade João Aires

Inserida por Joaoaires22