Censura

O ódio revela muita coisa que permanece oculta ao amor. Lembra-te disso e não desprezes a censura dos inimigos.

No elogio há mais impertinência do que na censura.

Um suspiro é uma censura ao presente e um sorriso ao passado.

Censura teus amigos na intimidade e elogia-os em público.

Suportam melhor a censura os que merecem elogio.

A censura é o imposto da inveja sobre o mérito.

A inveja, que abrevia ou suprime os elogios, é sempre minuciosa e prolixa na sua crítica e censura.

Em cada censura há uma ponta de verdade.

Não desanime em razão da crítica. Se a censura é serviço cabível a qualquer um, a realização elevada é obra de poucos.

Entre amigos as frequentes censuras afastam a amizade.

SONETO LXX
Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

Verdadeiramente bom só é o homem que nunca censura os outros pelos males que lhe acontecem.

A censura que se pratica sobre as obras alheias não determina necessariamente a produção de obras melhores.

Talvez que o mal no universo não passe de uma censura que Deus faz a si próprio.

O importante é amar
sem rédeas e sem censura,
mesmo que a sociedade
às vezes seja tão dura;
amar é sentir coragem!
Sem fingir, sem camuflagem,
sem medo de ser julgado,
pois quem julga um amor
Não é juiz, não sinhô,
É no fundo um mal-amado.

No passado, a censura funcionava bloqueando o fluxo de informação. No século XXI, ela o faz inundando as pessoas de informação irrelevante. Não sabemos mais a que prestar atenção e frequentemente passamos o tempo investigando e debatendo questões secundárias. Em tempos antigos ter poder significava ter acesso a dados. Atualmente ter poder significa saber o que ignorar.

No passado, a censura funcionava bloqueando o fluxo de informação. No século XXI, ela o faz inundando as pessoas de informação irrelevante.

O excesso de exactidão censura a tua vaga literatura.

Aquele que a si próprio censura, espera que o contradigam.

Somos em geral demasiadamente prontos para a censura, e demasiadamente tardos para o louvor: o nosso amor-próprio parece exaltar-se com a censura que fazemos, e humilhar-se com o louvor que damos.