Cena
Imagine uma cena onde você pode colocar todos os seus sonhos guardados em uma caixinha. 📦
Agora esvazie essa caixinha. 🗑
Notou algo diferente?
Moral da história:
Ao guardar seus sonhos, você está planejando realizá-los.
Ao esvaziar você está jogando fora todas as suas metas que deseja traçá-las, ou seja desistindo de concretizá-las.
O silêncio dos meus passos me guiam na direção dos meus sonhos; Sem chamar atenção me retiro de cena e deixo a platéia à imaginar, a falar, a murmurar, só nao deixo saber mais do que merecem ou do que precisam. Sou dono das minhas vontades e elas interessam somente a mim.
Aqui parado nada se ajeita
No meu quarto vejo um cena perfeita:
3 cédulas azuis, um tênis solitário,
Uma escova e uma meia.
Mas aqui parado nada se ajeita,
Uma bermuda branca, uma rede,
Livros e roupas à mesa.
Comendo mesmo de barriga cheia.
Porém aqui parado nada se ajeita,
Uma música de kid abelha,
2 violões com 5 cordas cada,
Uma lousa toda rabiscada.
Aqui parado nada se resolve,
Meus livros me esperando,
Meu amor me desamando
Embora eu concorde
Mas aqui parado nada se resolve,
Dia que voa, amizades se dissolvem.
A métrica reprova-me
Mas a poesia me perdoa.
Uma inusitada, pedagógica e profética cena é a dos músicos no Titanic quando o navio afundava. Um ensaio do que nos sucederá. Escolha seu último drink! O show não pode parar!
CENA MUDA
Escrevo poemas, invento cenários
Pintados de tintas frescas, afago
Teus pensamentos em signos fáticos,
Sonhando com atos de amor.
É que, o que penso, nunca falo,
E falo, às vezes, o que não penso.
O que sinto, de fato, tímido
Bate a porta da garganta,
Avisando-te da minha presença.
Abre-me a porta da saudade
E invade esse coração sem pena.
Partistes, sem que nunca houvesse chegado...
Saudades de um amor sonhado.
E com a paciência de quem
Vai tirando a forma do barro,
Nós vamos compondo a nossa precária
E vasta eternidade em cenários e atos
Dessa vida que se faz teatro.
De vez enquando muda.. muda as atitudes , muda o corte de cabelo , muda de cidade , de cena , muda as amizades , muda de casa, sei lá .. . Muda .. muda de amor .. muda a rotina, muda , É libertador , recomeçar do zero é renascer !!!!!
APENADO
Lá onde finda o horizonte
O sol parece ir dormir
Estrelas roubam a cena
Anseios vão em reponte
Rotina a se repetir
A noite não vem serena
Na inquietude há uma ponte
Clamando novo porvir
Não repousando nas penas.
Nem que não queira
eu tenho que falar
uma cena seria
k me anda a incomodar.
Como é que voçes
querem que seja feliz
se vejo o terrorimo
a invadir o meu país.
CENA DO PODEROSO
1º se está com vontade, faz.
2º às vezes não está, mas faz com sacrifício;
3º que graça tem receber “ações” à custa do sacrifício alheio ?
Vale para tudo:
Um enfermo sem cura;
Um idoso que não espera mais nada;
Não, acho que não é bem assim.
Mas, de toda forma, insisto, não parece venturoso receber qualquer coisa à custa do sacrifício alheio.
Tudo passa. Passar mal passa. Passar vontade passa. Passar roupa também.
Até passarinho passa, acabou de passar um por minha varanda.
Hoje pela manhã estava vindo para o escritório, e sem falso moralismo, mas me deparei com uma cena digamos que para alguns já é comum, mas se pararmos para pensar bem, é degradante. Alguns rapazes, com suas saveiros e outros rebaixados, já cedo com cervejas e som alto, até ai, tudo bem, cada um sabe o que quer e o que faz de sua vida... Mas a questão é: Serão eles, a geração que cuidará do futuro de nosso planeta? Bebendo e fazendo farra as oito da manhã... Como disse no inicio, sem falso moralismo e nenhum julgamento, mas preferia vê-los lendo, aprendendo algo, fazendo o bem, sendo realmente útil a sociedade, e não o que vejo, bonecos que seguem uma legião de modismos e servidores de uma grande marca onde o marketing influencia o que poderiam ser grandes mentores no futuro, mas estão logo pela manhã afundados na falsa alegria de fazer parte de um grupo vazio. Dou graças que muitas famílias ainda regem princípios básicos, com liberdade e não com base em libertinagem. O futuro é incerto para todos, mas melhor seguir nesse mar com um barco solido que em uma canoa furada.Viva, seja livre, mas vigie-se, pois a vida passa e você pode ficar pra traz seguindo somente o trio elétrico, ao invés de seguir ao bom e frutífero.Estude, trabalhe, procure seu espaço, não viva as custas de pai rico, seja você mesmo, mostre sua força interior, não músculos, mas inteligencia. A palavra já diz: Colherá o que semear...
Um homem que conversa com um cachorro pode até ser uma cena engraçada, mas ali está alguém que tem muito a dizer e ninguém para ouvir. O álcool só deu a coragem.
O encontro.
Em um desses dias despretensiosos eu o avistei na parada de ônibus, aquela cena nunca saiu da minha mente. Ele tinha uma distração interessante, as pessoas, o movimento que elas faziam ao seu redor, o meu olhar fixado e obsessivo não chamavam sua atenção. Eu fiquei ali, a observar, percebi que estava com a concentração voltada para um livro, Kafka, ótima escolha, certamente não era um leitor iniciante. Permaneci alguns minutos no mesmo local e ele também, nossas visões não se modificaram nesse meio tempo, a minha para ele, e a dele para o livro. Quando finalmente um ônibus de cor escura se aproximou, isso foi o bastante para rouba-lhe atenção, guardou o livro que estava em mãos dentro de uma mochila ao lado de sua perna esquerda e seguiu em direção ao ônibus, foi quando percebeu que o olhava, me lançou um olhar atento e um sorriso no canto da boca e foi-se. Ele nunca saiu da minha mente, dediquei alguns textos a ele, como este agora, voltei ao ponto de ônibus por alguns dias na tentativa incansável de reencontra-lo, mas nada foi possível.
Numa manhã de segunda-feira o despertador tocou às sete horas, o corpo me pedia mais cama, mas as obrigações me forçavam a sair da lá, por fim consegui levantar-me com a sensação de pesar cem quilos. Encaminhei-me para o banheiro, tomei um banho que durou menos do que eu esperava, tomei um café rápido e parti para a Universidade onde trabalhava, era professora do curso de Letras, especificamente de Literatura. Ao chegar lá nada me denunciou novidade, mais um dia normal, como durante aqueles últimos dois, foi quando avistei aquela figura que durante muito tempo se manteve viva em minha memória, fraca agora, mas viva, era o homem que um dia fitou meu olhar, não sei se ele havia me reconhecido, mas algo o deixou um pouco desequilibrado diante a minha presença.
- Olá professora Julia. É um prazer conhece-la pessoalmente, durante muito tempo acompanho seu trabalho e me sinto fascinado com tanta criatividade com a sua escrita.
Além de professora eu me dedicava à escrita, havia publicado dois livros, “Três contos de pura solidão” e “Cem anos de amor & dor”, romances clássicos.
- Olá, obrigada por acompanhar meu trabalho. Perdoe-me, embora me conheça devo dizer que não reconheço ou não me recordo do seu nome e/ou de você. – Além de uma boa escritora eu também era uma boa mentirosa, ele permaneceu presente em minha memória por longos dois anos.
- Não, claro. Que tolo! Não nos conhecemos, me chamo Gustavo, sou professor também, agora professor substituto aqui na Universidade. Irei substituir o professor Fernando na disciplina de Literatura Brasileira. É uma honra conhece-la.
- Que legal, um companheiro para discutir sobre literatura. Isso não pode ser melhor.
- Enfim, preciso ir para a aula, posso pagar uma cerveja hoje à noite para você enquanto conversamos um pouco?
- Sim, claro. – Aquela certamente seria uma oportunidade de contar-lhe tudo que havia acontecido há dois anos atrás no ponto de ônibus.
Logo depois das seis horas da tarde eu o reencontrei na sala dos professores, curiosamente da mesma maneira que teria visto há dois anos, cabeça baixa, lendo, a movimentação e presença de outras pessoas não chamavam sua atenção, nem que por um instante. Aproximei-me e o toquei, só assim pude roubar um pouco daquela atenção para mim. – Vamos?
Ele não conhecia a cidade, como presumi. Entramos no meu carro e levei-o a um restaurante famoso, mas calmo da cidade. Algo me dizia que o conhecia há muito tempo, não sei se pelo fato de muito tempo imaginar aquele momento ou se pelo fato de ele ter se mostrado à vontade demais, embora que ainda assim estivesse um pouco nervoso, percebi pela maneira que batia nas pernas com as pontas dos dedos. Ao chegarmos ao restaurante ele pareceu um pouco quanto curioso, mas não o julgo, senti a mesma sensação quando estive ali pela primeira vez, era um lugar um tanto quanto casual, demonstrava um pouco de cultura em sua decoração.
Quando sentamos em uma mesa próxima da varanda com vista para a cidade eu iniciei a conversa.
- Sinceramente eu não sei como dizer isso, mas hoje pela manhã eu não fui honesta com você, não uma foi mentira absoluta, mas uma meia mentira, se por assim posso classificar. Já conhecia você, mesmo que só de vista, uma breve vista. Há dois anos eu o encontrei no ponto de ônibus dessa mesma cidade, eu estava chegando para ensinar na Universidade e encontrei você em um dos bancos, com a cabeça baixa, lendo um livro de Kafka, nada tomava sua atenção, mas você me tomou muita, na chegada do seu ônibus você me lançou um olhar penetrante e um sorriso de canto da boca, aquela imagem ficou viva durante dois anos em minha mente, desejei encontra-lo por muito tempo e agora você “cai em minhas mãos” se por assim posso dizer, é estranho e ao mesmo tempo reconfortante. - Sem me dizer nada, apenas a me observar eu continuei. – Você permaneceu presente em meus pensamentos até o presente momento e hoje eu reencontro você, está comigo agora, existe destino maior que esse? – Por um instante eu só queria que ele me calasse com um beijo e/ou abraço, e assim fez, em um movimento minucioso ele me beijou, o seu beijo foi tão intenso, tão penetrante que por um instante ali eu desejei morrer, havia imaginado aquele instante por muito tempo, mas nunca havia chegado nem perto do que realmente aconteceu.
Por um instante ficamos ali, calados, apenas refletindo o que acabara de acontecer, mas o silêncio em alguns momentos se torna agressivo e nada confortante, então retornei a falar.
- Eu não peço que me entenda, nem muito menos que faça esforço para recordar de algum momento. Por favor, não. Só não me ache estranha e isso será de grande importância para mim.
Ele me olhou agora com um olhar diferente, um pouco assustado, mas com leveza. – Não seja boba, acho que eu esperava por esse momento tanto quanto você, sempre fui um grande admirador do seu trabalho e agora eu descubro que você sempre manteve em sigilo um interesse por mim. Enquanto eu, pouco me recordo daquele momento na parada de ônibus, sempre soube tanto de você. Você por outro lado recorda-se perfeitamente do momento, mas pouco me conhece, o destino parece brincar com nós dois, mas finalmente nos uniu.
Destino. Nunca acreditei nisso, sabe? Mas agora, percebendo que ele nos deu outra chance, que nos proporcionou outro encontro, agora eu percebo o quanto foi generoso conosco. Se assim posso dizer, o destino está ao nosso lado, e agora do seu lado não quero mais sair.
quarentena
eu, quando sofro
não sofre eu.
sofre o que pena
da pena que se tem
dá dó essa cena
da lágrima que vem...
fazendo da dor quarentena
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/09/2021, 15’27” – Araguari, MG
"Imagine a cena: A jarra representa a experiência, a vida, o dia-a-dia, a rotina, a água representa o conhecimento, o estudo, o aprimoramento. Não há como levar água sem a jarra, mas uma jarra vazia não saciará a sede das pessoas. Tem água com você, use a jarra para transportá-la."
Que na nossa vida possamos entender que o verdadeiro sentido é sairmos de cena e deixarmos que Deus conduza todo o espetáculo!
Enquanto tem quem se ache
num mundo dos apache,
eu apenas poeto.
Não sou objeto.
E nesta cena,
sinto.
Pena.
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
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