Cem Sonetos de Amor

Cerca de 617 frases e pensamentos: Cem Sonetos de Amor

⁠CÂNTICO PARTIDO

Meu poema busca a poética cantada
Do coração, a tal sensação em glória
Traçando o rumo sedutor na história
Pra não se deter na rima amargurada
Meu sonho clama pela mesma vitória
Que já estravou em prosas já passada
Quando a poesia vivia só apaixonada
Em lágrimas e dores em sua oratória

E o amor, ah como é abrigo o seu zelo
Quero-lhe versejar em delírios e o tê-lo
Na alma, no sentido e doces emoções
Essa procura é um verso amordaçado
Angustiado no estro e no canto calado
Por ter errado demais nas inspirações...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 fevereiro, 2022, 15’50” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CUIDA DE TI, CORAÇÃO

Cuida de ti, coração, pra não ter desgosto
Mais, nos teus devaneios e tuas quimeras
Numa dança das abaçanadas atmosferas
Insista naquele poético âmbito proposto
Mostre a sensação e o espírito composto
As batidas meigas, dispostas e tão meras
A esperança que nos desejos são esperas
Deixai a alma saciada, tão cheia de gosto

Cuida de ti, ó coração, sem o duro temor
Sente e perceba o teu melhor aonde for
Arranca do teu peito essa sofrida ferida
Sempre tem a quem se dar na tal certeza
Aquele olhar, os mimos, a doce gentileza
Sem ficar, à beira, tão disperso... te cuida!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 fevereiro, 2022, 19’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠EM SENDO ASSIM...

Em sendo assim, apenas a poesia, mais nada
recolho os apertos meus num silêncio sonoro
em cada verso, sussurro e o terno que imploro
tristuras, pesares e olhares na aflição deixada
A tortura, lágrimas, na imaginação foi apagada
minha alma está quieta e o meu canto inodoro
as rimas abafadas e pôr está poética eu choro
em sendo assim, valseiam numa página virada

A minha poesia que aplaudia sem suspensão
cada qual do teu mimo versado na inspiração
e agora sem emoção não mais versa pra mim
Mas, o sentimento, ainda importuna e balbucia
ao ouvir aquela antiga canção, pra ti. Contagia
a sensação. Ó dura saudade, em sendo assim!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 fevereiro, 2022, 15’06” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CHEIO DE GRAÇA

Eu gosto da prosa que se veste de paixão
De um coração cantante da canção exata
Dos olhares poetados cheios de sensação
Do peito suspirando numa doce serenata
Não gosto de sussurros numa inspiração
De choro que fere, incerto termo, bravata
Gosto de flor dada com genuína emoção
Então, que seja adorno de ouro ou prata

Gosto do abrigo do abraço que contagia
Que faz a alma dançante, com toda raça
Da poética do fado que traz a companhia
Em sendo assim, estar no acaso que passa
Trazendo aos versos aquela atração luzidia
Do amor, deixando o soneto cheio de graça

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 fevereiro, 2022, 18’26” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ALÉM DA POESIA

Se outrora, no princípio, a prosa foi talvez
Num sentimento que pelas mãos escorria
E, a alma em poética e sonhadora nudez
A doce ilusão permanece além da poesia
Quando floresce, latejante, mais uma vez
Sinto que o amor existe com vária fantasia
E, dando carinho e sensação sem timidez
Cria-se os versos tão lotados de ousadia

Se do profundo ardor ergue-se o momento
Não pode ser fim em eterno esquecimento
Pois, o poetar tem movimento e sensação
E sinto, ó deidade, a farsa que então seria
Um verso sem cor, sabor, cheiro e cortesia
Estaria vazio de olhar, toque e de emoção...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/03/2023, 10'50" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠LADAINHA

Olhai por mim, inspiração querida
Criação do meu pendor, me escutai
Minha poética não sabe aonde vai
Nesta sensação de avidez perdida
Com alumiado bafejo me mostrai
O romantismo, a chance, o afeto
Minh’alma quer um verso secreto
O meu sensível horizonte, clareai

Este vazio no peito é um martírio
Perdão, se é agravo ou um delírio
Duma sede. Mas sou arrebatado
Arrancai-me a insatisfação furiosa
Que eu já conheço, dá-me prosa
Repleta de um amor apaixonado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 janeiro, 2022, 15’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DEDICATÓRIA

Pressinto dentro dalma uma sensação
Riscada a mão de encanto e de agrado
Que vai haurir da poética o imaculado
Verso: sonhado, desejado, do coração
E, se algum dia está prosa for certa
Que eu imagino cheia de inspiração
Assim sendo, em versos de emoção
Terei no viver uma doce descoberta

Se alguma vez essa minha ode plena
Que no peito expande e tão serena
Haver, seja maior, avena e singular
Será então, uma dedicatória, será
Onde em cada trova o amor estará
Bonito, todo, sedutor a lhe declarar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 janeiro, 2022, 19’03” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

As folhas em branco
Preenchem o vazio persistente
Em habitar o meu ser;
Vazio deixado por você;
Quase impossível preencher;
Uma falta que sufoca;
Na esperança da sua volta;
Rabisco folhas, contando histórias;
Vívidas com você.
No fascínio do teu ser;
Meu eu se perde em teus encantos;
Revejo teu rosto em cada canto;
Meu coração despedaçado, cai em pranto;
Revivendo memórias contracenadas com você.
Escrever sobre nós dois, é a forma diferente de te ter: sem nada exigir, sem nada de te ter, basta apenas uma folha, em segundos, sem perceber, ao meu lado está você.

Inserida por wesleygiovanny

UM CORAÇÃO (soneto)

Conheço um coração, tão apaixonado
Toca lira constante, e em que perdura
A amizade, presença do amor ao lado
Que ao senso vive declamando ternura

Evadido da paixão do estar enamorado
Num tatalar do peito cheio de loucura
Contente! Onde tudo vai bem, obrigado!
O acaso... ah! este tão cheio de aventura

E em seus corredores o gozo e o prazer
Circulam.... Os sentimentos são tantos
Sem avejões, sombras, só cândido lazer

Conheço um coração, se um dia sofreu
Não mais sofre, não poeta nos recantos
Este coração: - feliz e radiante é o meu!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ AFORA

Passaste como a flor do ipê fugaz
que se desprende na sua aurora
do desvelo só tiveste àquela hora
em que do afeto o emotivo traz

Ter-te e perder-te! sensação voraz
que inunda o peito, e a dor piora
sem ver-te, o poetar por ti chora
em tristes versos, saudade tenaz

Demorou essa presença em mim
minha alma ainda adora, e flora
emoção num sentimento marfim

Neste querer, o querer é outrora
se sonhei contigo, calou o clarim
dessa estória, o amor vai afora!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro de 2020, 02 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TORMENTO ANÔNIMO

Há amores não correspondidos, há enganos
mais negros que a noite muito mais escura
suspiros loucos, e o coração com amargura
as horas, segundos mais longos que os anos

E nestes doridos, loucos e alanceados danos
que leva o fado para as bandas da desventura
em um coral de gemido e de uma sorte dura
atraindo aos sentimentos só os rumos tiranos

E, as dores da solidão, sim, ela tão somente
que se cala nos braços deste amor cruento
dói, tal como ferir-se com gladio lentamente

Ah! que penar, esse que só traz tormento
lamentos e, nos ruminando inteiramente
tendo os dias de sofrência como alimento

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Setembro, 02/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DOR INFINDA

Já no sumido aquele afeto profundo
Só eu, ó pieguice, só eu me lembro
Das noites e dias secos de setembro
Maçadas, e o meu amor moribundo

Desde esse dia, eu ermo no mundo
Atado a solidão e sem deslembro
De ti, e do falto um azedo membro
Não houve fôlego por um segundo

Quando, ainda cria... - hoje perdido
E lastimando no leito a desventura
Tenho a sensação de já ter morrido

Ah! saudade, que a vasca mistura
No peito, e ao aperto tão sofrido...
Dor infinda... e cheia de amargura!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 06/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CHAMAMENTO (soneto II)

Este sentir puro, cuja o afeto derrama
Na poesia, no coração, em toda parte
Que a alegria com o celebrar reparte
E o meu peito apaixonado proclama

este sentir, cujo o olhar me inflama
que tem varia peculiaridade à parte
e no sentimento dourado baluarte
nos meus versos é belo panorama

e essa tal sorte, não é apenas acaso
é querer, sonho, que eu me abraso
nos teus abraços, e tua terna cama

és tudo do meu desejo, do querer
onde estava que não pude te ver?
Pois a muito meu amor por ti chama!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/09/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INFORTUNO

Falas de solidão, eu ouço tudo e calo
Ó saudade! Rude e regateira caipira
É. E é por isto que o vazio me imbuíra
A alma, no silêncio, infortuno vassalo

Viver! Quando virei por ter intervalo
Entre a dor e o sofrer que não espira
No tempo, e me põe nesta mentira
Da esperança dum amor para amá-lo

Pois é agridoce sentimento sagrado
Que leva a noite insone no cerrado
Messalina sensação, refutado fulcro

Falas de amor, e eu me desalento
Paixão na minha sorte é tormento
Intento para eu levar pro sepulcro

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 13’43” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MÁS SORTES

Minha saudade é uma casa abandonada
por cujos solitários e vastos corredores
volteia o silêncio por toda madrugada
das lembranças e questões dos amores

Certa vez a essa estada mal ajambrada
varrendo o ar pesado e seus horrores
adentraste sorrateira quimera alada
num devaneio aos desejos pecadores

E, então, tão cruento e insistente
querer um afeto cheio de poesia
nessas incertezas, só perguntas!

Ah! o vazio no carma eternamente
na desilusão da paixão erma e fria
a verdade de más sortes conjuntas!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/09/2020, 04’47” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AVERSO

Quem poeta pelo suspiro sofrido
Em lágrima dum trágico flagelo
É quem se deixou estar perdido
Esquecido dum versar mais belo

É quem do emotivo foi redimido
Expurgado do verso mais singelo
Na emoção se encontra indefinido
Na inspiração tristura em paralelo

É quem se norteia com a navalha
Da dor, em trova ensanguentada
Amortalhado em rítmica mortalha

É quem no choro faz de morada
No coração o amor sofre e talha
Mas, a paixão, sempre sonhada!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, 28 de setembro – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DOR DO MOMENTO

Há solidão sem fundo, há sofrer tiranos
Mais sufocantes que a cruel desventura
Sentimentos loucos, cheios de amargura
E as saudades mais extensas que os anos

São tormentos sem piedade, são danos
E as sensações na alma vazia de ternura
Eu as renuo... e a está árdua sorte dura
Que augura na poesia versos profanos

Devaneio, sim, e só assim, somente
Saio do algoz versejar tão cruento
Que me fere no tratear lentamente

Oh! gemidos assim jogados ao vento
Que chora e dói na emoção da gente
Leva pra longe todo este sofrimento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/09/2020, 10’07” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠LEVA

Cevando se me vai de traço em traço
O fado, que a mor emoção vai sendo
O sentimento em ensaio despendo
Té que a sorte me dê bem remanso

Amando, quando posso, eu romanço
Sempre na busca, assim, pretendo
Tê-lo, enfim, um fomento tremendo
Onde os abraços tenham descanso

Vendo-me, pois, portanto, carente
Metido nas agruras desses enleios
Eremítico.... me entrego à ventura

Ah! quando a dita me faz contente
De novo o coração em bons meios
Se dispõe: .... com leva de ternura!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/10/2020, 21’57” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SEM VOLTA

Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada

Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada

Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais

Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol