Cem Sonetos de Amor

Cerca de 617 frases e pensamentos: Cem Sonetos de Amor

⁠PRA ADOÇAR...

Galanteios a escolher eu tive. E, todavia
elegi os sem sorte, oficio dum azarento
triste, talvez, sem sedução, sem poesia
e pelo destino me achei sem ter assento

Um lindo canto de encanto e fantasia
amores vão cantando, com sentimento
canção do coração... cheias de intento
harmonia. Olhares, e, eu largado sentia

Suspiros e as noites sem o calmo freio
a toda minha sede, a todo sonho meu
notando outro lábio e outro noutro seio

Hoje sem! E o amor em sua sobrecarga
nesta hora, busco a poética do meu eu
pra adoçar a sensação da vida amarga!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 31/07/2021, 18’47”

⁠SONETO VICIOSO

Horas pequenas de o meu poetar
Eu nunca senti quando vos tinha
Que amargurasse a poesia minha
Em tormento e nostalgia de amar

Pensamentos ao vento, a cutucar
Versos soltos, a rima tão sozinha
Soluços nos sonetos, pobrezinha
Sensação, que o peito põe a trovar

Poética de amor, emoções acontece
Escoa no papel saudade alva e pura
Do dantes, insiste e não se esquece

Estranha inspiração, tão desventura
Por um amor, que no amor desfalece
Viciando o coração em dura candura...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 18’47” – Araguari, MG

⁠S’ERRA

S’erra meu soneto, em rimar-vos tanto
Em verso tenso e saudoso, em vos ver
S’erra a poética inquieta, em não haver
E te ter ao lado, faz-lhe ceder ao pranto

S’erra o poeta, na lira dar-te em canto
Pra vós, e na inspiração mais escrever
S’erra cada verso, em assim te conter
É vazio, solidão, a prosa sem encanto

S’erra compor o longevo, sem apesar
De tantas vezes no engano, enganado
Faz desta ilusão sentimentos divididos

S’erra o lhano verso ao amor versejar
Que das promessas são votos cridos
Nestes erros, errar! qual o culpado? ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 11, 10’01” – Araguari, MG
Ferreirando

⁠SONETO POÉTICO

Não mais desfruto do prazer de outrora
Do teu olhar, do teu riso, tudo desfeito
Agora em cada prosa uma dor no peito
E, em cada canto a sofrência que chora
Ah! poesia, que da alegria era um feito
De sensação e não uma agrura sonora
Era afeto, agrado, de sedutora aurora
Ó emoção, dá-me um versar com jeito

Pois, o carpindo no soneto é amargo
E tão letargo o poetizar, um embargo
Ao coração, que sonha e quer o teor
Deixai-me com o desprezo e o desdém
Na dita sorte, e no transtorno, porém,
Poético! Sempre hei de crer no amor!...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 agosto, 2022, 19’47” – Araguari, MG

⁠ALVOR DE SAUDADE ...

A noite se vai e vem o dia regressando
Com seu manto cintilante do rebento
Todo suspiro passado vou lembrando
Aperta o peito, a vontade, sem alento

Solevo o olhar pro horizonte olhando
Encontro o sol, grandioso e tão atento
Que no alvorecer ele vai no comando
Causando agrura no meu sentimento

Ó estrela reluzente, guia, tem piedade
Leva toda está minha bruta ansiedade
No teu mando, me faça assim, alegrar

Envia o teu esplendor a tua claridade
Pra essa tristura na alma, de saudade
Deste amor que não deixei de amar!...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 08’39” – Araguari, MG

⁠VELHA PAIXÃO

Enfim, depois de tanto ido no cerrado
Tantos arredores, e dores no coração
Eis que ressurge noutra a velha paixão
Nunca perdida, e ao desejo amparado

É bom sentir o teu perfume ao lado
Com o sussurrar brando e, sensação
Antiga. É bom estar tão apaixonado
E ter-te comigo nesta doce emoção

Se tive no caminhar aquele engano
Tive também o olhar de um querer
Sem disfarçar, burlar ou ser insano

Paixão: sentir que a vida não explica
Que só vai ter, tendo no vário viver
E quando tem, o amor se multiplica!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/06/2021, 08’20” – Araguari, MG

⁠Fado pecador

Sobre as asas de um poema sedutor
Uma sensação voando da inspiração
Trazendo em seu canto tanto primor
Paixão, agrado e a sorte no coração
Sobre as asas de um poema maior
A poética tão enroupada de emoção
Prosa que leva seu cântico de amor
Desbotando a saudade e a solidão

Ah! fado pecador: - perdão na falha!
Aquele escasso que sonhei e secou
Tal a aridez do cerrado acinzentado
Fez-se craquelado, versos na palha
Quebráveis, dum pouco que sobrou
Agora, sonhos se foram. É passado!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 fevereiro, 2024, 19’51” – Araguari, MG

⁠EU VOU SER BREVE

Eu vou ser breve por estar saudoso
De tanto que a tua falta me é sofrer
De tanto que me fiz um aturado ser
Eu vou ser breve, neste ato fragoso
Nos meus versos fui um desejoso
Poetando afeto, mimo, podes crer!
E, na minha poética o doce querer
Dos beijos, aquele mais formoso

O olhar você já tem, é só me olhar
E a prosa é sedutora, vai sustentar
Uma poesia com amor é sentimento
Então, qual o porquê da provação?
Em nós o alvor é de tanta sensação
Te quero! ... mais a cada momento!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13 de maio, 2022, 19’19” – Araguari, MG

SONETO DE OUTONO 3

Quanto aperto em meu peito
Quanta agonia em versos presos,
Quanta lacuna entre meus desejos
Quantos sonhos fulgurados perfeitos.

Outrora saudade envelhecida
Em gotas de versos rabiscados,
Hoje tormento de outono malgrado
Entre doces primaveras entristecidas.

Lembranças de incensos amargos
Exalam sobre os versos
D’um soneto de perdição,

D’uma alma triste e abatida
Como pétalas doces feridas,
D’um amor que arde no coração.

Inserida por GABRIELSOUZAPOETA

NICOLLAS

És verso perfeito
Cântico de felicidade,
Do céu foste enviado
Doce anjo abençoado.

És perola de Deus
Diamante celestial,
Entrego-te em versos meus
Esse amor eternal.

És vida minha
Doce amor
És do céu a poesia,

Filho amado divinal
És anjo menino
Meu amor incondicional.

Inserida por GABRIELSOUZAPOETA

DE VOLTA, O MEU OLHAR

Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade

Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu

Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade

Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

Não quero muito, não quero pouco, quero somente o que não for rebolco...
E que seja menos porção, e naquilo que for, seja do coração.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO "à l'amour"

O céu do cerrado pode até desabar
O olhar se desviar para outro lado
O coração no silêncio estar calado
Pouco importa, a quem quer amar

Tudo pode, até pode ser denodado
E trilhar o infinito sem se encontrar
Sorrir pra vida ou até mesmo chorar
Se os dias forem só contigo, estado

Os problemas, ah! Não vão importar
Cada um por vez, na poesia poetado
Na solução, ânimo se tem para buscar

Amor, se me ama, me deixe amado
Pois Deus encontra cada um, seu par
Inundando de amor cada apaixonado

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ASSIM, O CERRADO

O cerrado, quando empoera
Ressequido o vento no ar
Chora seco folhas desespera
No azul do céu a bailar

O horizonte se põe a embaçar
Na miragem da atmosfera
Embaralhando o olhar
Na imensidão em quimera

Ah! Se o frescor assim espera
O tempo de chuva, pra se revelar
Retorcidos galhos esclera
Num cinza a cromatizar

Assim, o cerrado, se gera
Vida diversa, lato lugar
De exótica primavera
Quem te conhece, só amar...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE LUZ PÁLIDA

Pálida à luz da ofensiva tão sombria
Sobre a desfeita no peito reclinada
Como malícia na falta embalsamada
Grita lágrimas secas, ardidas e fria

No horizonte a luz poente desmaiada
Refletia o amor que na ilusão dormia
Era tal a ventura que ali se obstringia
Aflita, que pela afronta era embalada

Um desprezo que dia após outro dia
Me despia a alma, tão ferida e calada
Na dor se banhava e que nada alivia

Não gargalhe, ó cerrado, desta lufada
Se vim pela devoção, outras eu faria
Afeto, não tem distinção nem morada

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE SENTIDO

Andei sem direção, sem um caminho
Por muito tempo andei na contramão
Olhava os fatos, mas não via a razão
Até que mudei da água para o vinho.

Por muito tempo estive só, perdido
Não sabia o que, na vida, eu iria ser
Mas hoje eu sei: Ser tudo pra você
Pois no amor encontrei, enfim, o sentido.

O tempo que perdi não vai voltar
Foi se, ao sopro do vento, ver o mar
Na verdade, não sei se foi perder

Creio que é, a evolução, contrapartida
Mas tudo isso passou e volto a dizer
Que só o amor é o sentido desta vida.

Inserida por jeancarlobarusso

SONETO DO ENCONTRO

De repente ali, eu e tu, numa colisão
O coração disparado tal doce jornada
Os olhos então calados, a mão suada
E o peito sussurrando toda a emoção

Aí uma voz fez saber da tua chegada
E neste silêncio seco, uma explosão
De um olá! Então me vi num turbilhão
Pouco se fez o tempo, na veloz toada

Busquei descerrar minh'alma fechada
Para devorar-te numa franca devoção
Tal qual a paixão no cerne encarnada

E então neste soneto a minha canção
Pra celebrar a quimera aqui cantada
De amor, que é possível, que é razão...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA PAIXÃO

Há que bom seria, poder tocar-te
Enrolar as minhas mãos no carinho
Entrelaçar o meu olhar no teu linho
Das carícias, assim, então amar-te

Há se eu pudesse trilhar o caminho
Dos sonhos que te fazem à parte
Dos ardentes desejos, ó doce arte
Bebida no afago, em taça de vinho

Onde andas tu ó cálida paixão baluarte
Venha e da solidão arranque o espinho
No vitral do sentimento és estandarte

Te quero no peito, coração, no verde ninho
Te espero no tempo que a demora reparte
Qualquer hora, não seja tarde, aqui sozinho!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO CORAÇÃO

Ah, coração de sentimento involuntário
Pulsa avido quando quer e, bate forte
Se otário, apenas ingênuo num importe
És continuamente um aprendiz estagiário

Na saudade, aperta, da dor, faz reporte
Mas também alivia no correto itinerário
Porém, urgi quando o fluxo é o contrário
Porque é liberdade e do afeto transporte

Se apressado, pode ficar sem destinatário
Se incontrolado, o fado é sempre a morte
Assim caminha, assim atua no seu cenário

Sábio foi quem disse que o coração é sorte
Na desilusão, e suporte sempre necessário
No amor, pois vai além de ser só consorte

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TAL PROBLEMA (soneto)

Está paralela entre nós é tal problema
O silêncio do teu olhar é dor em mim
A falta do teu cheiro me tira do coxim
Sonhar-te solitário, não é esquema

Qualquer distância entre nós, é assim
Meu peito uiva em um estranho dilema
De ter-te numa canção ou num poema
Quando a saudade só escreve folhetim

Fico te esperando em um telefonema
E o minuto é mais que a hora, enfim,
Se mudas de quimera, vira pocema

Então venha para perto, saia do motim
Se tudo está incerto, o certo não é lema
E o nosso amor desconhece querer o fim

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol