Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)

É que o amor é como árvore. Rebenta por si próprio, penetra profundamente em todo o nosso ser e continua muitas vezes, a verdejar sobre um coração em ruínas.

O homem, guiado pelo amor-próprio, corrompe-se; passa a ter o desejo de ser superior aos outros, aliena-se.

‎Talvez, se você viesse depressa, o café não esfriaria. Porque café, assim como o amor, quando requentado dá embrulho no estômago.

Amor a gente não procura. É assim: você deixa a porta meio aberta, se distrai plantando girassóis e ele entra. Ele adora contrariar.

Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

Martha Medeiros

Nota: Trecho de crônica de Martha Medeiros.

Não é tão comum morrer de amor, mas, neste momento, em todas as partes do mundo, milhões morrem por falta dele.

O amor é um sentimento tão profundo que nos deixa cegos para tudo mais.É uma verdade absoluta: se a paixão é capaz de transformar o mais hábil dos homens em um louco, o amor é capaz de transformar a mais louca das criaturas em uma pessoa muito hábil. Hábil até demais!

No entanto como seria bom construir alguma coisa pura, liberta do falso amor sublimizado, liberta do medo de não amar...Medo de não amar, pior que o medo de não ser amado...

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Um professor que o ensine a transformar-se numa pessoa livre e plena de amor é, e sempre foi, por definição, um alquimista.

Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de furta mordida, nós na batida no embalo da rede, matando a sede na saliva.

Pois maior que tudo é o amor. E o tempo nem de longe consegue apagá-lo com a mesma rapidez com que apaga as lembranças.

O poder da vontade não transforma o homem. O tempo não transforma o homem. O amor transforma.

O Amor é uma árvore ampla e rica, de frutos de ouro, e de embriaguez; infelizmente frutifica apenas uma vez.

Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa, aquilo era ódio.

— E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso? (...)
— Amor não existe. É uma invenção capitalista.

É cedo demais pra desacreditar do amor. É cedo demais pra desistir. É cedo demais pra pensar que não tem final feliz.

No amor felizmente a riqueza está na doação mútua. O que não significa que não haja luta: é preciso se doar o direito de receber amor. Mas lutar é bom.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Doar a si próprio.

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O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre os atos realizados, ele se pergunta se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem nada a se lamentar dele, enfim, se ele fez a outrem tudo aquilo que queria que os outros lhe fizessem.

A redução do Universo a uma única criatura, a dilatação de um único ser até Deus, eis o amor...

Sem amor não poderíamos sobreviver. Os seres humanos são criaturas sociais, e sentir-se valorizado pelos outros é a própria base da vida em comunidade.