Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
e de repente eu paro para pensar
e então não penso em mais nada
olho para o nada, sem pensar
resolvo nada falar
e nem nada sentir
não ouço mais nada
que eu não queira
do precipício dos meus pensamentos
fico à beira
não sei o que fazer
aliás, não sei de mais nada
nada de nada
e por mais que eu viva
nada saberei
e só de raiva nada quero saber
e minha lágrima nada
no mar de decepção
e o sangue escorre pelo meu coracao
o nada pode ser além da minha imaginação
posso ser nada se eu quiser
aposto que voce não está entendendo nada
ao me ler e interpretar
meu mundo está cheio de nada para fazer
e dentro do nada cabe meu mundo
mesmo sem eu querer
mas o que eu quero mesmo
é viver tudo o que para mim, Deus quiser
e no fim desta história
eu sei que vou morrer e não levar nada
principalmente o que não posso compreender
o vazio não me levou à nada
porque eu simplesmente, deixei de preencher
o nada pode ser tudo
só depende de mim!!!
a vida é sucumbida diariamente
e ainda sim, a maioria de nós
teimamos em vivê-la graças à Deus
porque nos é permitido renascermos à cada manhã
e então ressurgimos das cinzas
acordamos dos sonhos (ou pesadelos)
reafirmamos a nossa fé
alimentamos as esperanças
tentamos ganhar tempo, pra que?
se nascemos com os segundos contados
cada dia é uma eternidade para todos nós
é um momento para refletirmos
ajustarmos os ponteiros, as contas, a vida infinita
e bela, que temos pela frente
ou até somente, acabar o dia!!!
primavera para uns
outono para outros
pobreza (material) para muitos
riqueza (espiritual) para poucos
(in)sanidade para alguns
amorosidade para todos
à merda eu mando muitos
e foda-se eu falo para outros
(im)perfeição para uns e outros
a morte para nenhuns
a vida para os loucos!!!
sem merecimento
vamos ficando à merce
da vida e dos (f)atos
vamos colocando cimento
acima de tudo
e sobretudo
acima de nós
quando deitarmos em berço
(nada) esplêndido
vamos nos tornando
(in)diferentes
vamos fazendo a diferença
subtraindo as imperfeições
traindo as feições
que insistem em nos tornar
o que somos hoje
e daqui para eternidade
e podemos pela falta de merecimento
nos tornarmos desprezíveis
aos olhos de Deus!!!
Repousando a mente
Descansando a alma
Sobre berço esplêndido
Sob sol ardente
Sob o azul celestial
Sob as estrelas cadentes
Sob a luz do luar
Sobre a relva orvalhada
Sobre o leito mortal
Sobre o jazigo material
Sobre o fogo infernal
Sobre o nível do mar (de rosas)
Sob a terra cultivada
Preparada e semeada
Com as sementes do amor
E ao fim do meu descanso
Deito as pálpebras sobre meu pranto
E que pouco antes
Fixava o olhar no anjo da morte!!!
nada e nem ninguém
é da nossa conta
e ainda tem gente
que paga (para ver) o pato
e é o gato que morre!
Joguei fora
(no lixo reciclável)
a lata onde tudo eu falava
ao invés de dizer
para a pessoa...
Reciclei-me!
Adoto porco sem espírito
porque inclusão é tudo...
e porque seu espírito
deve estar em algum ser
(des)humano por aí!