Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
Eu poderia sempre ajudar com coleta de materiais ou pegando experiência. Ou esperá-la quando tem que trabalhar até mais tarde. Eu não a desapontaria ou a faria chorar. Nem te deixaria dizer que você “escolheu errado”.
(Hirotaka Nifuji)
Se eu escrevesse você escreveria Neruda, se eu falasse ao coração falaria Platão, se eu pintasse você pintaria Frida Kahlo, se eu estivesse junto a ti, nunca mais sairia do teu lado.
Este terno
Vê se você muda
Eu tô falando sério
Ler Pablo Neruda
É cheio de mistério
Vento de regresso
Vidas a conflitar
Outra gambiarra
Não irá me chocar
Uh... tira logo este terno
Você nunca avisa
É frio e impontual
Vejo no seu punho
Uma atração fatal
Estufa bem o peito
Antes da mancada
Ao menos você ri
Na hora marcada
Uh... eu já tirei este terno.
IMPRESSIONISTA
Quero um poema que diga
O quanto gosto de você
Grávido da poética de Neruda
Entorpecido da doçura de Monet.
Neruda dizia:
_ “Quando você explica a poesia se torna banal.
eu digo....
_Pois é...
o mundo mudou Poeta...
da mesma forma que falta poeta como tu...
falta gente que sabe sentir!
sú dutra
Pablo Neruda disse:
" A POESIA NÃO É DE QUEM ESCREVE MAIS DE QUEM A USA"
Faça das minhas as tuas eu deixo.
Torna-me imortal.
Como Neruda
Quisera eu fazer poesia como Neruda
no entanto, que bandeira ei de erguer
com a minha poesia ativista?
Nas Américas de hoje não há mais luta
nem disputa, nem suor nem sangue
nem cicuta. Sobretudo na América
onde vivo, se respira um ar putrefato
de hipocrisia ideológica, a América Latina de hoje é uma latrina de corrupção fisiológica.
Então farei poesia de protesto
contra a falta de honra dos poetas
dos homens públicos e privados
este é o meu último desejo
“Se vc fosse uma poesia... seria a obra completa do Neruda...
Se fosse uma canção... “Todo o sentimento”, do Chico...
Se fosse um filme... Chaplin assinaria a direção...
Se fosse um país... seria o Uruguay...
Fosse um vinho... um Barolo, safra 2013
Se fosse um cd, “Street Legal”, do Dylan...
Se fosse uma deusa... Aphrodite ficaria com ciúmes...
Se fosse um caminho... o de Santiago... e suas descobertas...
Se fosse uma praia... qualquer uma... de Bali...
Se fosse um Beatle...seria Harrison...
Se vc não fosse real... o mundo seria cinza”...
HOMENAGEM A PABLO NERUDA
Marcial Salaverry
PABLO NERUDA...
Um poeta... Um mito
Marcial Salaverry
Para de Neruda falar,
é preciso poetar...
é preciso conhecer do amor,
todas as maneiras,
todos os meandros...
Desde o amor desesperado.
até o louco amor apaixonado...
O amor não correspondido,
o amor só subentendido...
Neruda do amor não fala,
ele abre a mala,
e o desnuda...
assim é Neruda...
Conhece tudo do amor...
Desde o frio, até aquele cheio de calor...
Fala com simplicidade,
mostrando do amor a verdade...
É fácil seus poemas entender,
basta sabê-los ler...
Suas entrelinhas captar,
ensinando como amar...
Há que se ter sensibilidade,
há que se "ver" a saudade...
É preciso sentir na alma,
a vibração de seus versos...
É aí que está a grande beleza,
pois ele nos dá a certeza
de que um amor verdadeiro,
tem que ser vivido por inteiro...
E que o amor de um momento,
sempre deixará um lamento...
A obra de Pablo Neruda
destina-se às almas poetais...
Meio termo não existe,
esse é o sentir que persiste...
Neruda será amado
ou odiado...
Como são os amores...
Sempre naquela tênue linha
o amor e o ódio separando...
Marcial Salaverry
Quintana, Bandeira e Neruda
escreviam suas dores, as cores
deixando as almas em paz
Alimentavam assim, outros seres
aos leitores apaziguar
Seus escritos fazem até hoje
nos dias atuais, nossos corações
simplesmente pulsarem
Nossos grandes mestres, escritores
vem para nos inspirar
Sonhei ser o Pablo Neruda
num sonho louco
aquele delírio sem fim
Ele poeta que fez história,
Chileno, latino com intensidade aflorada.
Fez de suas tristezas
As mais belas rimas, os versos
Deixando sonetos
E, poemas repletos de beleza
com muita loucura
Sonhei que sua alma
Simplesmente me chamava
Com triste de saudade
Ansiava escrever como outrora
Seus versos de dor
cheio de profundidade
Falando da tristeza
E de sua alma errante
Que continua sua viagem
Pela eternidade afora
E, eu respondi: Escreva comigo
Traduziremos juntos
Nossas mágoas inflamadas
enfim acalmar a alma
Mas Neruda, digo-lhe
Escrevo com todo fervor
Com a intensidade deste ser
Pensa comigo poeta,
é só falando de amor verdadeiro
conseguiremos curar essa dor
(24/06/2019)
NEM NERUDA SABERIA
Teus olhos são estrelas
de uma constelação
joia rara, equidistante
do apelo da razão.
Tão longínqua
quanto penso
sobre a vida
em outro canto,
longe do frescor
e do encanto
da brisa do teu sorriso
sobre a paz entre os humanos
sobre a eternidade tão sonhada,
de Adão no paraíso.
O teu corpo em movimento
impossível é a descrição
pobre Neruda tentou
com sonetos de amor
que dirá de um poeta
tão infértil como eu
que tenta juntar palavras
que nunca se apaixonou?
Mas sobre a cor dos seus olhos
ainda não sei dizer, se são de mel
se são doces e nocivos
se são de mar, azuis reflexivos
se são da terra, se são do céu.
Quero viver num mundo em que os seres sejam simplesmente humanos, sem mais títulos além desse, sem trazerem na cabeça uma regra, uma palavra rígida. Quero que a grande maioria, a única maioria, todos, possam falar, ler, ouvir, florescer. Nunca compreendi a luta senão como um meio de acabar com ela. Quero um caminho, porque creio que esse caminho nos leva a todos, a essa amabilidade duradoura. Quero uma bondade ubíqua, extensa, inexaurível. Resta-me no entanto uma fé absoluta no destino humano, uma convicção cada vez mais consciente de que nos aproximamos de uma grande ternura. Neste sobressalto de agonia, sabemos que entrará a luz definitiva pelos olhos entreabertos. Entender-nos-emos todos. Progrediremos juntos. E esta esperança é irrevogável...
Não Me Sinto Mudar
Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo.
O tempo passa lento sobre os meus entusiasmos
cada dia mais raros são os meus cepticismos,
nunca fui vítima sequer de um pequeno orgasmo
mental que derrubasse a canção dos meus dias
que rompesse as minhas dúvidas que apagasse o meu nome.
Não mudei. É um pouco mais de melancolia,
um pouco de tédio que me deram os homens.
Não mudei. Não mudo. O meu pai está muito velho.
As roseiras florescem, as mulheres partem
cada dia há mais meninas para cada conselho
para cada cansaço para cada bondade.
Por isso continuo o mesmo. Nas sepulturas antigas
os vermes raivosos desfazem a dor,
todos os homens pedem de mais para amanhã
eu não peço nada nem um pouco de mundo.
Mas num dia amargo, num dia distante
sentirei a raiva de não estender as mãos
de não erguer as asas da renovação.
Será talvez um pouco mais de melancolia
mas na certeza da crise tardia
farei uma primavera para o meu coração.