Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)

⁠Farto

Estou farto dos meus poemas, sim estou,
não me alegram mesmo nada estes temas.
De escrever os meus ocos versos de dilemas.
Não os quero, nem mesmo este me interessou.

Mas vós poetas do mundo, ouvi-me nisto que vos digo.
Perdoai-me, mas também dos vossos eu muito me enfado.
Poemas e histórias estou eu de ouvir muito e mesmo cansado.
A minha alma, não quer mesmo nada de letras, não minto.

A minha alma precisa de um poema mais e totalmente forte,
que esteja no universo escrito, e me livre sempre da morte.
Um poema mais sublime que os céus e que as estrelas.

Esse sim eu tanto tenho desejo, de o sempre ter,
escrito no meu espírito e no meu deblitado ser,
para que com isso eu vá a eternas terras!

Inserida por Helder-DUARTE

Não escrevo mais poemas
Esperei por esse dia
Que a dor dissiparia
E eu renuncio à pena.

Acabou a inspiração
Toda banhada em lágrimas
E agora o que restou?
Se não vejo teu sorriso...

Eu pensava, estava certa
De que a lágrima era o oposto do riso
Mas a lágrima que perdi abriu espaço,
espaço pra um buraco, e só.

Não escrevo mais poemas.
Como todo bom adulto,
me tornei eficiente.
Não rumino os sentimentos,
eu omito, eu abafo,
eu jogo pra longe de mim
um lugar bem longe de mim:
o fundo do peito.

Como todo bom adulto,
escrevo lembretes.
Em vez de poemas, tomo remédios
o ócio criativo virou tédio
dinheiro é tempo e tempo é dinheiro.
E a vida?
Esquece a vida, esquece a morte, esquece a poesia.

Inserida por Eu1695

⁠Os poemas surgem do nada
quando o nada é tudo.
E mesmo assim,
na incompreensão de ser é que
me sei perfeito e inteiro,
mais que o mundo, mais que a vida ...
A própria morte!

Inserida por Eliot

⁠De Ti -

De ti só quero as cores
das rosas que escolhestes
dos poemas que escreveste ...
De ti só quero as cores
das palavras que disseste
das esperanças que me deste ...

De ti só quero a vida
que nasceu da terra brava
e num impulso se fez lava ...
De ti só quero a vida
de uma aurora que me lavra
sem destino nem palavra ...

De ti só quero o infinito
que transcende a ilusão
e me leva a solidão ....
De ti só quero ter sido
o Amor que não é vão
nascido erva em pobre chão ...

De ti só quero ter
o impossivel que nós somos ....
De ti! Só de ti!

Inserida por Eliot

⁠Não se assuste com o vulgo
O Fuzzil aqui não mata
Quero paz, quero sossego
Mil poemas para a amada.

Inserida por poetafuzzil

NOSSA HISTÓRIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Temos tantas histórias, que somos um livro
de poemas, de contos e reflexões,
emoções controversas, partidas e voltas,
desencontros, encontros, reeternidades...
Conhecemos as senhas de quaisquer segredos
de viver e morrer e rebrotar pra nós,
o passado e o após nos mantêm no presente
onde os medos não podem com nossa esperança...
Foram tantos os voos e tombos do alto,
tanto sonho tecido e rasgado no ar
por algum sobressalto que a vida causou...
Mas o dom de sonhar se refez nos escombros,
corações, mentes, ombros e o mesmo destino
demarcados, curtidos, inalienáveis...

Inserida por demetriosena

PEDIDO AOS MEUS VERSOS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Se os meus poemas puderem,
não tiverem compromisso
com alguns plagiadores;
algumas cartas de amor;
um editor satisfeito
sem ter direito a pagar...
Ou se não for triste caso
de já cansados de si,
de mim, do meu coração
e da minha compulsão
de compô-los toda hora,
pularem fora das pautas...
Não custa nada os meus versos,
os meus poemas de tudo,
perversos, de amor, de vida,
sinceros, sonsos e tristes,
alegres, duros, sensíveis,
fazerem este favor...
Se os meus poemas puderem,
quiserem, lhes der vontade,
já peço desde o momento,
que me abandonem à sorte
segundos depois da morte,
mas vão ao sepultamento...

Inserida por demetriosena

VERSOS ANTI-DIDÁTICOS

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Não corrija meus poemas,
pois não dou consentimento...
Não existe professor
de alegria; sonho; dor;
saudade; amor; pensamento (...).

Inserida por demetriosena

⁠Escrevendo poemas,
Morrendo dia após dia
Minha vida é uma peça de teatro
Onde eu sou o protagonista

Inserida por RafaelEditoraFilartt

SONETO DAS ROSAS

Rosas, poemas da natureza, poetadas
Por mãos, que também oferecem rosas
Cativantes, ao amor tornam suspirosas
E ao desafeto são tristes e desfolhadas

Já as vermelhas para paixão, afanadas
Ornando o olhar, se dando primorosas
Cheias de significado, e tão formosas
Também, bem às emoções esfalfadas

És cheiro nas lembranças silenciosas
Lágrima infeliz nas perdas passadas
Sois trovas alfombradas às amorosas

Ah! Belas damas várias e tão encantadas
As primeiras, as derradeiras, carinhosas
Só tu rosas, para coroar nossas estradas

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Cerrado
...do seu sol poete, poemas declama
ipês florescentes e avoengos carvalhos
que encenam vida, e a vida proclama...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POEMAS (soneto)

Navego os poemas, linha a linha
Ergo mastros, porta e tal janela
Por ela, os devaneios donzela
Em nudez, trespassam, asinha

Nesse instante imaculado, vela
O verbo e, que no senso avinha
Onde velejo com a alma sozinha
Que esmoe olhar e dor em tutela

Nesta maré anino, e gavinha
A solidão na ilusão que fivela
Cada estória na história minha

Então, faço versos tal caravela
Navegante e, tal qual grainha
Na vinha, germino em aquarela

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março, 2017, 05'02"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Cada azulejo do azul do céu do cerrado
Colorem em poemas de Athus Bulcão
As paredes da Igrejinha, num agrado
Encantando e musicando a emoção...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

poemas

certos poemas
entram pela imaginação
e são como as emas
no cerrado. ciscam... ciscam
espalhando alguns temas...
e tão cheios de ilusão!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Os poemas

Os poemas são cantigas que soam
As sinapses da inspiração
Que vem como pássaros que voam
Em busca de alimentação.
Eles são filhos do espírito
Que quando no livro grifados
Pousam a alma no infinito
E as mãos nos estros alados.
Saibas que ao leres um...
No encantado mundo da poesia
Dar-se-a nele tudo, real e fantasia.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

requinte

as rosas, com certeza...
são poemas lindos da natureza
sua poética, elegância e beleza
poetam o olhar com odor da pureza

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

legado

os poemas sempre ficam
são guardamos na emoção
quem escreve os ratificam
na imaginação da inspiração
quem os lê se transformam
e viram parte da narração...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

poemas são ofertamentos

poemas são como relacionamentos
não acontece sem ter sensação
pois são misturas de sentimentos
união e estro na sua composição...
Poemas são feitiços em ofertamentos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO INDIGENTE

Na entranha dos poemas tenebrosos
O silêncio parece ter palpitante vida
E a solidão, sobre a poética refletida
Traz ocos e sentimentos impetuosos
Pela sofrência, em salmos lamuriosos
Sussurra a prosa em uma rima sentida
E a versificação senti tão enternecida
Os cânticos rumorejantes e vultuosos

Em odes sombrias, a privação, o pesar
Ah! soneto indigente, deixai-me livrar
Da situação importuna que tempestua
Priva-me do verso esfolado, crucificado
A aflição, as matinadas, de um passado
Que suspiram na poesia sibilante e nua!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Maio, 16/2022, 18’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠POEMAS TRISTES

Poemas tristes, são gemidos da alma, presente
Cansados de poetar pesar, cansados de chorar
Poemas que cantam o canto tão sofregamente
E para depois no verso, então, a dor lacrimejar
Vagam neles o desencontro, o engano somente
Como a solidão no sentimento a desconchegar
Que parte a emoção no perdido sonho da gente
Poemas tristes... vós sois a frustração a poetar

Versam, com o olhar comovente, sem vontade
Traçando com sensação aquela dura saudade
Num refrão de apatia e de infinita insatisfação
Ah! poemas tristes, quanta narração sombria
Quanto sussurro e nostalgia, na infeliz arrelia
Arrancando suspiros e prantos da inspiração

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 junho, 2023, 15'20" – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol