Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
Anonimamente eu escrevo esse poema,
Anonimamente eu leio poemas anônimos,
Anonimamente eu encaro esse dilema,
E anonimamente o soluciono.
Em silêncio penso,
Em silêncio ajo,
Em silêncio escuto,
mas tanto barulho faço.
Escolhi acreditar que tudo posso ser,
Escolhi falar sobre como tudo deve ser,
Escolhi viajar, viajar com você,
Escolhi esperar que você iria ler...
Pois escolhi acreditar, acreditar em você.
Papéis rasgados
Quantos papéis rasgados
Pela insônia, em poemas inacabados...
Não importa quantos!
Se ao final de tantos...
Tenha escrito versos santos,
Que fale de um amor, entretanto.
Que dizer de alguns poemas ?
são efêmeros como bolhas de sabão,
brilham, encantam, emocionam,
depois de algum tempo
se desfazem, estouram, são frágeis,
restam apenas vestígios
pelo chão ...
Sistema Solar
Tu... é como flor citada em outros mil poemas meus
Inspiração na tua aura cor de Júpiter
Na tua pele como a lua
Branca ao nascer do sol e cinzenta ao pôr do astro rei
É que as vezes eu tô meio Plutão
Esperando minha vez pra chegar na tua Vênus
Existem tantos outros planetas no caminho
Que de tão grandiosos às vezes me sinto pequenino
O último da fila e o mais devagar a dar a volta na tua luz
Reflexos opostos
Fogo e gelo
Impossível de descrever como gostaria de ser um planeta terrestre só pra ficar perto de você
Mas somos completamentes contrários ao caminho
Nossos corpos emanam o que somos
Tu é o seco da terra onde os homens não podem pisar
Eu sou chuva de diamantes intensa de corpo frio pra se aguentar estar
Atrativos ao impossível, longe demais nesse sistema solar
E eu só queria ser Marte pra poder te amar
Quentes e feitos de calor como se fôssemos um só
De planeta nos transformamos em astros e brilhantes mais que o sol
No manto da via Láctea que se tornou o nosso lençol
Junto com as pequenas estrelas que de ti pulam no ar
Seria teu suor em poeira estelar
Mas isso é só sonho e como um planeta tão pequeno e distante jamais poderei te amar.
Eu amo Poemas,
Pelo motivo que através deles
Ainda consigo observar beleza
Na mente Humana...
Não só fumaça.
Regressou
Desfez seus poemas
Escureceu o cabelo
Sumiram as rugas
Livrou-se da experiência
Confundiu os sabores
Correu no campo
Pés descalços
Árvores
Rios
Um tantinho de colo de mãe
Finalmente
Nasceu.
Meus poemas
mal escritos
Você leu
interpretou
respondeu
retuitou
favoritou
Talvez não tenha observado:
Eles só falam de você....
Ladrão de poemas
Amante das flores
Coleciono amores
Sou fã de atores
Escuto som de cantores
Sofro minhas próprias dores
Vivo sem rancores
Pensando bem...
Se viver assim for pecado vou seguir pecando, essa é a vida que levo é a vida que AMO!
O sussurrar
dos seus poemas
bafejaram a pele
que cobre meu coração
Acordando
vulcões que estavam
dormindo há tanto tempo
já tinha esquecido que estavam lá
Agora em lavras
prestes a explodir
quer buscar seu toque
pra escorrer de mim
Com a liberdade de um passaro,
minha mente paira pelo ar,
entalhando poemas nas nuvens,
e fazendo-os refletir no mar.
PEDIDO AOS MEUS VERSOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se os meus poemas puderem,
não tiverem compromisso
com alguns plagiadores;
algumas cartas de amor;
um editor satisfeito
sem ter direito a pagar...
Ou se não for triste caso
de já cansados de si,
de mim, do meu coração
e da minha compulsão
de compô-los toda hora,
pularem fora das pautas...
Não custa nada os meus versos,
os meus poemas de tudo,
perversos, de amor, de vida,
sinceros, sonsos e tristes,
alegres, duros, sensíveis,
fazerem este favor...
Se os meus poemas puderem,
quiserem, lhes der vontade,
já peço desde o momento,
que me abandonem à sorte
segundos depois da morte,
mas vão ao sepultamento...
Meus textos,
Métrica jamais terá,
Meus poemas,
São rimas para pensar,
Não para prender,
Teus olhos de uma beleza
Falsa que jamais alcançará,
Pois chega de mariposas
Que atrás de uma luz incerta
Suas asas queima
Sem lamoriar,
Santa ignorância,
Que não cura,
Mas os erros oculta,
Só para lembrar
Deus te amo.
Ando pelos cemitérios
bebendo meus pesadelos
enter tantas magoas
desvendo meus poemas
em todas minhas lamentações
descubro que nem minhas vestia negras
compensam meu sofrimento,
mesmo que estrelas cai
sempre vou sofrer,
mesmo quando, dizem te amor
meus pedaços estão espalhados...
entre os mortos sinto solidão
que nunca me abandou...
mesmo olhando para o vazio
sinto tempo parar
na luz que deixou meu coração morrer...
não digas sou um anjo,
pois ate o demônio foi anjo...
nada me faz feliz...
nessa vida de escuridão,
não fale besteiras como amor cura tudo,
as feridas que carrego nunca se fecharam...
entre sorriso falso, meça belas palavras.
todas as coisas terminam mortas,
como esperança que carrego,
nessa que foi minhas lamentações.
dentro dos pensamentos...
lagrimas nunca caíram
no fato de serem parte do sangue
que derramei por te amar demais.
por celso roberto nadilo
Fiz milhares de poemas
acredito na boa intenção de quase todos
poucos são anômalos
Alguns são verbos divinos
outros são velhos
muitas mulheres
alguns meninos.
São filhos da inquietação com o ócio
anjos híbridos com demônios
Alguns são desesperos
outros silêncios
apenas um é renúncia.
Eu poderia por a tua foto no meu perfil do Whastapp ou no facebook, poderia escrever vários poemas de amor para ti, poderia ir ao teu trabalho fazer serenatas ou declarações de amor ao público.
Mas não!
Não preciso provar ao mundo que Te amo, preciso fazer isso apenas em ti DOLL.
Esses poemas nascentes do nada,
vindos do além, mal-me-quer
Só pode
Não me dão tempo para pegar papel
E lá se vai o poema,
memória tão bela quanto fel...
Esqueci os versos
os poemas,os rascunhos numa gaveta...
me abasteci de realidade,corre corre sem intervalo... mas não posso esquece-los minha é de artista, de escritora compulsiva.
Cesário Verde!
Autor de apenas 35 poemas, Cesário é tido e havido como um dos três mais importantes poetas portugueses do século XIX. Os outros dois são Antero de Quental e Camilo Pessanha.
Isso, que fique claro, segundo Fernando Pessoa, que dispensa comentários.
Meu contato com Cesário se deu, primeiro, no antigo 2º grau e, depois, no curso de letras. Mas o interesse, de fato, pela produção poética dele é mais recente e foi motivado por um livrinho, que me chegou de Portugal pelas mãos de Alessandra Lisboa. Tudo a ver.
A partir daí, não só li a obra dele – pequena, mas substancial – como também venho lhe dedicando alguma homenagem – pequena, mas sincera – na forma de crônica ou artigo, grato que sou à oportunidade de ter conhecido alguém tão caro à literatura portuguesa. À literatura brasileira, também, por que não?
Dele, estas "Manias" tão atuais que tenho o prazer de compartilhar com vocês:
O mundo é velha cena ensanguentada.
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, - hoje uma ossada -,
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância, quixotesca.
Aos domingos a deia, já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!