Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
Mais vale um minuto de vida franca e sincera do que cem anos de hipocrisia. Você não precisa provar os seus valores pra quem realmente ama você, afinal de contas, a melhor terapia para os sinceros é fazer dos hipócritas eternos ignorados !
Não tem idade para se apaixonar. Com doze, quinze, trinta ou cem anos. A paixão começa quando o coração está embriagado de alegria por desejar outro alguém.
Quando eu disse que existiam cem mil garotas iguais a você, não achei que seria tão difícil de encontrá-las.
Cem homens são realmente apenas uma partícula no panorama geral. Mas uma partícula tem o seu tipo de força!
(Xin)
O que está marcado em mim,cem mil homens juntos, não mudaria.
Cada vida à minha volta,não terá minha indiferença, mas o meu respeito,o qual deduzir é seu único engano.
O SOM DOS TAMBORES DE ALÊ ESPINOLA
Sem rotas,
sem mapas,
sem portas,
sem passes.
Cem passos
os gritos torpedos,
os sentimentos sem rumo,
as dores.
Com-passos,
o desespero,
os arranhões,
a vermelhidão.
os vergões nas frestas
das feridas abertas,
na alma rasgada.
Soluços de medo cortando a escuridão.
Anseios
Vertigens
Náuseas
Convulsões
Coragem em contrações parindo o urro
da mulher forte
gestados em interrogações
As vezes escolhemos cem vidas e não vivemos nem uma.
Viva intensamente como se fosse ultimo segundo...
A ultima batida de teu coração.
Pois não sabemos quando a vida que escolhemos terá um fim.
Quando disse que existiam cem
mil garotas iguais a você,
não achei que seria tão difícil de encontrá-las
Cem anos não bastariam
Para traduzir em traços tudo o que vi,
Provar todos os sabores do mundo
Ou me arrepender por tudo o que não fiz
Cem anos não bastariam
Para recuperar o tempo perdido
Reclamar direitos roubados
Nos tornarmos heróis a transformar o mundo por completo
Cem anos não bastariam
Para sentir todas as frutas, todos os pecados...
Reviver todas as minhas primeiras vezes
Para que todas elas me soubessem por inteiro
Cem anos não bastariam
Para eu transformar sete notas em obras
Dar sete voltas ao mundo
Repintar o sete
Cem anos não bastariam
Para reencontrar aqueles que passaram
Reerguer o que canhões derrubaram
Tampouco reaver o sangue derramado
Não, jamais bastariam cem anos,
E ainda que cem anos bastassem, não os desejaria.
A mim só me resta e me basta esta vida.
E estou certo: “É com você que quero gastá-la!”.
Almardente
Trinta cavalos a galopar,
quarenta colmeias a zumbinar.
Cem cães de caça a uivar,
cinquenta hienas a debochar.
“Como é o dia perfeito?”
Frívolo, furibundo, frio.
“Afinal, o que define algo bem-feito?”
Tudo aquilo que, em minh’alma, crio.
Duzentos violinos a orquestrar
este macambúzio imortal.
Ora, ora! Que abuso!
Tu só sairás quando eu mandar.
Tempestade, queime alegremente
tudo aquilo que era frio. Faça-o quente!
Dessa forma, em minha face surgirá sorriso demente
pois renascerá minh’almardente.
“Afinal, o que é uma alma?”
É tudo que compõe tua anticalma,
é sentimento alógico justaposto com adama.
Ensurdece-te com a frequência
alucinante que toca na minha cabeça.
Rasteje. Berre. Implore.
Trevo ser, suma! E, por mim, ore.
Não se faz necessário cem guerreiros para lhe proteger! Basta somente um único coração valente e determinado;
Literariamente busco-lhe as estrelas que mais te agrade para em tua formosa face se estampe um belo sorriso de gratidão;
E teus lábios têm o aroma de frutas frescas de uma corte real que tanto me faz súdito para seu bem querer;