Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
Almardente
Trinta cavalos a galopar,
quarenta colmeias a zumbinar.
Cem cães de caça a uivar,
cinquenta hienas a debochar.
“Como é o dia perfeito?”
Frívolo, furibundo, frio.
“Afinal, o que define algo bem-feito?”
Tudo aquilo que, em minh’alma, crio.
Duzentos violinos a orquestrar
este macambúzio imortal.
Ora, ora! Que abuso!
Tu só sairás quando eu mandar.
Tempestade, queime alegremente
tudo aquilo que era frio. Faça-o quente!
Dessa forma, em minha face surgirá sorriso demente
pois renascerá minh’almardente.
“Afinal, o que é uma alma?”
É tudo que compõe tua anticalma,
é sentimento alógico justaposto com adama.
Ensurdece-te com a frequência
alucinante que toca na minha cabeça.
Rasteje. Berre. Implore.
Trevo ser, suma! E, por mim, ore.
SOLIDÃO EM METROS
Ela tenta contar contos em cem toques.
Logo ela...
Que rabisca a solidão em metros.
E em profundos cortes.
Não faria sentido e não haveria nenhuma história
se Ele tivesse cativado cem por cento das pessoas...
A vida não teria a mesma emoção se agradássemos à todos.
O tempo
Ainda que eu viva cem anos, não serão suficientes
Para eu aprender a razão do meu ser.
Mesmo que passe uma vida inteira em busca de um sonho
Mesmo assim, ficaria surpresa, que, ao chegar lá bem no final,
Nada fosse encontrado, nem sonhos, nem paredes
Nem uma flor sequer. Só um vazio constante
Daqueles que perfura a alma com tanta quietude
Que arremessa para longe qualquer possibilidade
De aceitação ou de recusa de si mesmo.
É como dor que não cessa, mas que dela precisamos
Para nos sentirmos vivos, inteiros, mesmo que no momento
Estejamos em cacos.
Dilacera esse maldito tempo, pois ele mesmo dá o tempo de criar e recriar
De nascer e de morrer, de ter e de perder, como uma efêmera estação
Que passa para dar lugar a outra que se inicia.
Ou ainda como a noite que termina e o sol nasce no horizonte, que este pode ser aqui
Ou acolá, depende das horas e do lugar.
Porém continuo sem tempo, de viver, de amar
Porque perco tempo em não estar em lugar algum pelo simples fato de não existir.
Alguns Versos Esparsos
No meu peito chocalham
Cem alfabetos completos.
São maiúsculas e minúsculas
Com os sinais de pontuação
E os marcantes diacríticos.
Todos numa mistura infernal.
Letras, símbolos, fonemas,
Grafemas e silabários;
Logogramas, palavras,
Signos, significantes,
Frases, períodos e parágrafos
Gritam por ordenamento
Mas como ejetá-las em ordem,
Se foge-me a inspiração,
Se falta-me o motivo?
Então socorre-me o coração
E da minha pena brotam
Alguns versos esparsos.
(Versos Livres de Luiz Vila Flor)
Se Você é um daqueles que projetam e não toma uma iniciativa, Você será mais um... AGRICULTOR de Cemitérios.
``SonharNãoBasta``
PenseNisso
MCA
Tudo sobre controlo... Será?
Autor:LCF
1
Tudo está cem por cento certo.
As análises são perfeitas.
Os cálculos nunca falham.
O conhecimento avança.
O conhecimento... Avança?
O mundo avança.
O mundo... Avança?
...
1º MIRAGEM
Sou sem por cento
Saudade,
Sou cem por cento
Miragem,
Sou cem por cento
Tristeza...
Duzentos por cento
Confuso,
Duzentos por cento
Intruso,
Duzentos por cento
Incerteza.
Trezentos por cento
Vazio,
Trezentos por cento
Sombrio,
Trezentos por cento
Aumento...
Sou cem por cento
Poeta,
E a vida pra ser
Completa
Precisa ser cem
Por cento.
vivemos na maioria menos que cem anos.
Não perco tempo com coisas que nada me acrescentam.
A minha felicidade tem pressa.
Não sou um zero à esquerda, nem à direita.
Sou um dos cem zeros do google.
Pertenço ao infinito.
Minha dimensão é o universo.
"Vivo de fugas e mentiras. Nem tudo que é bom me atrai, nem tudo que é ruim é cem por cento destrutivo"
Janaina Caetano
SEM REAIS
Com cem reais eu compro
Dúzia e meia de jumentos,
Cada jumento trabalha por dez homens
E tem apenas um centésimo dos seus gastos,
Com cem reais, por um mês
E quinzena eu os alimento,
Quem precisa de homens,
Se temos vastos pastos
E resistentes cascos;
Com cem reais compro
Não sei quantas rapaduras,
Farinha e centenas de avoantes,
E antes que chegue o inverno,
Viro poeta e aprendo
A sonhar com a invernada
E nada que se diga de seca
Atravessa aquela cerca,
Nada que se fale de estio
Secará meus lagos ou rios
Com tudo isso compro o olhar
E a gratidão de severina
Compro as fantasias
E tudo que ela imagina;
Suas aspirinas e novalgina pra suas febres,
Compro a eternidade e suas utopias;
Mesmo que a seca mate meus jumentos;
Que as rapaduras me tragam diabetes
E o IBAMA me processe pelas avoantes;
Antes de todas as doenças
E todas as sentenças
Serei romântico e farei dez filhos,
Que me darão setenta netos
Aos quais ensinarei que com cem reais
Sob o sol causticante
E ilusões de algum inverno
Compra-se amor e sentimentos ternos
Os prazeres dalguma severina
E a aridez da vida naufraga nessa luta,
Nos sonhos, na fé, nos carinhos divinos
Dessa brisa que Deus acaricia na pele mestiça
E postura valente do povo nordestino
... Ser assim...
Estava inteiro enfim.
Quando percebi, dividi.
Em cem pedaços e ofereci.
Entreguei para todos assim.
Pra entender um pouco de mim.
Observei a quem distribui.
Vou procurar até o fim
Se encontrar alguém afim.
Vai entender porque vim.
Conservarei! bem perto de mim...
... sivi...
Há cem anos
Ele fez aquilo
Que o consagraria
Mas não sabia o tamanho esplêndido
De seu sucesso
Hoje vive eternizado
Por um simples pronome
Que se faz nome
De um homem consagrado
para sempre lembrado
pela sua obra intitulada
Eu”
Olha 'cê' me faz tão bem
Só de olhar teus olhos, baby eu fico zen
Coração acelerado a mais de cem
Juro que eu não quero mais ninguém
Você me faz tão bem
Quando eu achar que um dia
sem te ver é muito
eu ainda estou te amando
quando eu achar que cem anos é pouco
eu ainda estou te amando e quando
meus olhos estiverem fechando para a morte
até a ultima claridade eu ainda estou te amando.
Seja lá qual for a raça que deu à nossa o gap tecnológico dos últimos cem anos, sabia muito bem o que fazia. Nosso corpo ainda é de 1700, precisa subir nas árvores as quais matamos a fim de criarmos novos equipamentos para estimular o corpo.
Nossa emoção e instinto é pouco mais do que quando éramos primatas. Ainda assim nos distanciamos da tribo disfarçando-nos em tecnologia que foi criada para tentar nos aproximar.
Seja lá quem for que nos deu este gap tecnológico creio que, se a intenção era acabar conosco, está conseguindo.
Poema com cem palavras.
"Babel em festa, ninguém se entende
Toda língua
O que sabe quer anunciar
Blasfemamos na brisa
Gritos, suspiros
A palavra "tempo" revela tudo que passa
E o que nunca há de se esperar.
Ora!
O que dizer
Se não sei o que dizem tantas linguagens?
Quantas palavras definirão a água
Ou o verbo amar, se vou morrer?
Nem sei ao menos combinar as rimas
Mas escalando em versos desastrados
Alcanço a torre incompreensível de todo meu ser.
Quero falar aos ouvidos do mundo
E, por detrás das portas
Ouvir conversas sussurradas.
Adormeço num colchão de letras
E amanheço cem palavras".