Cego
"Se olharmos em algum ponto cego das nossas vidas, iremos notar, que somos abruptamente hipócritas quanto àqueles que julgamos por cometer erros, não muito diferente dos quais já cometemos algum dia."
"Os lúcidos são tachados de loucos e silenciados pela inércia de um 'mundo' cego pelo íngreme da sua arrogância."
O verdadeiro amor não é cego, mas sim perspicaz, enxergando além das aparências e reconhecendo a essência do outro.
(ver 1 Samuel 16:7, Provérbios 31:10-31 e João 1:47)
FANATISMO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quem se dá por feliz é porque se rendeu;
ficou cego pros fatos e ri de mesmo,
se vendeu pro cansaço das desilusões
quando viu que só via o que deixavam ver...
Ou se faz de rogado porque nada importa;
leva sua ilusão de privilégio e pódio;
tem um ódio de opostos às suas versões
e a porta fechada pra visão dos fatos...
Fanatismo injetado por um falso herói;
um amor doentio que já dói nos seus,
mas o seu sacrifício já não tem limite...
Só se dá por feliz ante a visão do caos,
com as perdas e os danos da própria nação,
quem é mau ou perdeu a noção de quem é...
O NÓ CEGO DE ALGUNS NÓS
Demétrio Sena - Magé
O segredo é saudável, se não for indigno... se não for infidelidade... ou se puder poupar o outro de mágoas desnecessárias e a nós mesmos de mal entendidos. Além do mais, nem tudo é conjugado, conjugável nem a dois... ou nunca teremos um momento para sermos nós; indivíduo; pessoa; unidade.
Embora gêmeas, as almas devem continuar divisíveis, para cada uma não perder a própria essência... e se duas carnes realmente são uma só, que ambas as metades desfrutem, vez e outra, de auto permissões e até permissividades pessoais que lhes façam felizes... entretanto, sem que signifique a infelicidade ao lado.
Queiramos isso tanto para nós mesmos quanto para quem amamos. Permutadamente, a ausência total da individualidade de um e de alguma inocência do outro pode ser bem nociva para o próprio par. É como se vivêssemos sob constante suspeita e aquela necessidade contínua de provar nossa índole.
A relação a dois em que os pares perdem completamente seus eus para o nó cego de um nós indivisível, concreto e radical não é uma relação de amor... é, na verdade, uma - talvez velada - relação de custódia.
... um cego pode guiar outro cego? Sim! Basta que ele não pare na própria cegueira e nem na cegueira do outro. Avancemo-nos! ...
OUSADIA (soneto)
Longe do poetar o amor, a alma nua
A solidão escreve! Um silêncio cego
Do claustro, em um vazio e no ofego
Insiste e teima, sofre e tudo continua
Mas o velho coração na dor entrego
Na esperança que o pesar construa
Prática. E não a uma desilusão crua
Largue o querer, em um aconchego
De tal modo, que o viver no suplico
Então chore, grite, e assim agrade
A ilusão. E então valha o sacrifício
Porque a pureza, barda da liberdade
Da arte casta, nunca usa de artifício
Pra amar com leveza e simplicidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Quando o cego começa a ver, a primeira coisa que ele solta é a bengala que guiou ele durante toda a vida .
Assim é a ingratidão pelo mundo! (cuidado)
A aparência do amor é aquela da pessoa amada. Mas de aparência mesmo o amor é cego. Não ama o que vê e sim o que sente. Registra sempre os atributos encontrados pelo seu coração, ignorando na maioria das vezes o apelo da razão.
Quão cego é querer só ver os iguais
pois o afeto é diverso por demais
quando o olhar do amor é mais...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Pobre, cego, nu e miserável é aquele que só tem a realidade material para suprir a sua carência. E que não consegue compreender a essência da vida, que é amar e sem amado, perdoar e ser perdoado, ter misericórdia e receber a misericórdia de Deus.
Pobre, cego, e miserável é aquele que olha o seu interior e não consegue ver nada de bom, e que ao longo do tempo não consegue fluir a vida de Deus e o seus princípios e valores, que transformariam o vale dos ossos secos do seu interior em um manancial da graça de Deus.
"A covardia gera o ressentimento; o ressentimento produz o ódio cego; o ódio cego induz à maldade; e a maldade tem como conseqüência a cegueira da mente, a qual desumaniza uma pessoa e a faz perder a natural capacidade de ver a realidade em suas evidências mais gritantes".