Cego
"BENGALA BRANCA"
Um cego vinha descendo a rua com sua bengala branca, pela sua deficiência até que caminhava rápido e conseguia desviar da maioria dos obstáculos, não levou nenhum tombo, não deu de frente com nenhum poste. E continuou caminhando rua abaixo apenas com a certeza que sua bengala branca o orientava.
Ele vivia na escuridão, não via, não enxergava, seus sentidos eram apenas o olfato e audição e a bengala branca. Com todos esses problemas sua face não esboçava tristeza, apenas a determinação de ir ao seu destino. Tomou certo cuidado para atravessar a rua, mas atravessou...Tinha Fé!!!
A Fúria é inimiga da alma,
te deixa cego e te desvia do foco.
O mestre era manso e sábio.
sejamos seus imitadores.
Eu provavelmente serei punido pela vida que levo
cego aos fatos
Bandidos condenados a prisão dos Deuses
com a mão nas pistolas
Rezando pra Deus, por favor, me perdoe
a polícia corre quando me vê
Eu sabia que não sabia o que era uma via ,mas não via pois estava cego pelo ego que cabia na via e assim via.
Te querer só pelo meu ego
Te faz ser meu tiro cego
Que não sabe onde vai acertar
E mesmo mirando no amar
Esse tiro pode nos machucar.
Pindamonhangaba, 21 de Março de 2023
CEGUEIRA
Cada cego vê o que sente.
Eu pouco vejo
Mesmo à minha frente,
E acabo por ser cego
De corpo e alma
Nesta cegueira que acalma
A esmorecer,
O pecado de ver...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-05-2023)
Você é uma pessoa frágil. Ela confunde sua cabeca com as mentiras certas… e você fica cego para a loucura bem diante dos seus olhos.
O ser humano pode passar a vida toda cego, surdo e completamente desprovido dos sentidos do olfato e do paladar, mas não poderá sobreviver de modo algum sem as funções desempenhadas pela pele.
O CEGO, E O OUTRO QUE VIA
Havia na estrada do mundo
um Cego, e um Outro
que via
O Cego tinha uma estrela
cujo brilho não sabia
A Noite não lhe era um mal
pois não via o que não devia
O Outro tinha três olhos
e pelo excesso sofria
pois via com o olho da sobra
tudo aquilo que não podia
Numa flor via seus átomos
e nessa profundidade desastrada
Toda beleza se perdia
No perfume sentia cheiros
(cada nota em separado)
pelo nariz lúcido e enfermo
que todo aroma dissolvia
E assim, pela estrada do mundo
Ia o Cego, e o Outro que via
O que via indagava a causa
e o Cego gozava o efeito
Sendo feliz porque não via
Contava-se nas estalagens
Por onde a estrada passava
Que Um era a sombra do Outro
E os Dois, partes de um mesmo ser
Cuja felicidade de ver
Somente estava onde não devia
[publicado em Recital, vol.3, nº1, 2021]