Cego
GAVETABERTA
Bar
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Garçom que se preze
tem de ser meio cego
meio surdo às vezes
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Chope bem tirado
mas um fedor público
no reservado
Com ressaca
todo bife é sujo
Somos caramujos
com o bar nas costas
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A interrogação
em cada ponta
do macarrão:
quem paga a conta?
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
E nunca temos
muita saída:
sempre pagamos
com a vida
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
(O Bife Sujo é um bar de Curitiba, que o Leminski me apresentou... Passei décadas em bares toda noite, faz décadas que deixei de frequentar bares. Mas, conforme Drummond, de tudo fica um pouco: ficou esse poemeto...)
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
#DomingosPellegrini
#GAVETABERTA
#Escritor
#Poema
#poesia
O verdadeiro amor é cego
O verdadeiro amor não se mede distância
O tempo não é real para aqueles que amam
Na verdade ele não existe..
É isso que sinto quando estou perto de você, fisicamente ou em meus pensamentos..
Sujo é quem se diz limpo em pura hipocrisia; cego é quem vê o erro alheio e não enxerga à lama na própria roupa; tolo é quem finge saber o que nunca aprendeu; fraco é quem finge ter a força de quem nunca desistiu.
"Quando for pra <Amar> tranque a porta ao tempo. Conquanto ele seja cego e não saiba amar, pode aniquilar tudo”.
- Rosália Lopes
Se o pior cego é aquele que não quer encherga e o pior surdo é aquele que não quer ouvir, então o pior idiota é aquele que insiste em uma pessoa que não quer nada com você.
Minha Geração
Sou o cego que vê
O mudo que fala
O surdo que ouve,
Somos doutores analfabetos
Artistas sem arte
Governantes sem coração,
Sou o rico que vive na miséria
Refem na sua própria terra
Um escravo do sistema,
Sou um jovem sem identidade
Que busca as aparências e não virtudes
Marionete da mídia e da internete,
Sou a criança com futuro incerto
Vítima da ambição egoísta
Uma nação em desalento.
O pior cedo não é aquele que não quer enxergar.. O pior cego é aquele que vê mas, pra não passar vergonha, finge demência.
Há alguém dentro de mim pedindo socorro
mas eu não escuto
Me finjo de cego e surdo como todo mundo
Dentro de mim há alguém querendo chamar atenção
Não sei se faz meses ou anos que estou na mesma, em vão
Em vão pq nem eu mesma sei como calar a boca dessa pessoa que há em mim
Ela grita que nem eu consigo me ouvir.
Esse grito era tão forte,
mas de tanto de gritar sua voz já cessou.
Ela está rouca esperando que alguém lhe dê um pouco atenção
Ela mostra em gestos que não está bem e ninguém percebe que ela está sem chão.
Quando a voz dela volta
Nada a sua volta a solta
Tudo fica preso a ela
Todos se agarram a ela
Ela é uma boa menina
Mas ninguém é bom pra ela.
Por isso ela faz poema com pavor
Pq é isso que há dentro dela
E ela só quer trocar aquilo que ela mais despreza
Reza
Depressa
e mesmo assim não cessa
Não cessa essa vontade
do seu eu de verdade
Deixa-lá gritar um pouco mais
Já que ninguém deixa ela a vontade
A vontade pra dizer o que sente
Sem ninguém olhar com cara de quem mente.
Dizendo "Nossa! Sinto muito por tudo isso ter acontecido, nunca mais acontecerá contigo"
Pode ser que não
mas ainda acontece no meu coração.
Essa raiva me possui a cada dia
me transformando mais fria
Prima da minha loucura
que sem ternura
me assombra todos os dias.
O futuro é mudo como um sonho.
O presente é cego como somos.
O passado é surdo e não pode te escutar.
Para cego ver: Da esquerda para a direita: Eu, meu pai Sérgio, minha mãe Rita, minha irmã Ciça, meus sobrinhos Laura e Gustavo, meu cunhado Júlio. Estamos lado a lado na foto. Estamos todos sorrindo. Somos felizes e nos entendemos. Essa é a foto que levarei pra sempre em minhas memórias.
Assim como "em terra de cego caolho é rei", em terra de insensatos a estupidez é uma atitude de nobres.
VIVER
O que esperas da vida?
Perguntei ao cego
Não espero, respondeu
Vive em mim um jardim
e refloresço-me sempre
A primavera sou eu
"Do Brasil
Composição: Vander Lee
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...
Procurava a luz, até descobrir que até mesmo a luz pode me deixar cego! Agora procuro um meio termo, pois de fato não existe nada perfeito, ficamos tanto tempo procurando algo que não existi que acabamos deixando de lado algo que já era o bastante.