Cego
Dizem que o amor é cego. É nada! Cego mesmo é a paixão, que deixa a gente sem chão, faz doer, descontrola e ainda domina tudo quanto é sentido. Perto disso, o amor sabe o que faz.
O verdadeiro *cego*, não é aquele que não pode *ver* com os olhos da carne, pois ele é capaz de enxergar pelos olhos da alma; cego verdadeiro é aquele que *vê* apenas com os *olhos do próprio ego*, mas, nunca será capaz de enxergar com os *olhos do espírito*!
Dizem por aí que o amor é cego, mas, se ele fosse cego, não enxergaríamos no outro aquilo que as demais pessoas não percebem.
(Livro Um amor, Cem Intenções)
Ela e ele foram encontros e desencontros.
Um nó cego envolviam e não os prenderam.
Apaixonados ambos seguiram separados.
Ocorreram mudanças em todos os sentidos.
Estava escrito um encontro certo do destino.
O passado que virou presente pelo caminho.
Marcados na história que revivem na lembrança.
O primeiro contato foi o encontro mais certo.
Idênticos no modo de agir, pensar e de falar.
Entre idas e vindas a saudade se rendiam.
Foram cercados pelo desejo que os atraíam.
Entre ela e ele tinha algo que não acreditavam.
Agosto da teimosia e separados pelo costume.
Sob o efeito da adrenalina e entregues ao risco.
Os momentos incertos foram conscientes.
Feitos pelo querer e cobertos de prazer.
Basta apenas uma fagulha para o fogo acender.
Se você for à casa de outra pessoa entre cego e saia de lá mudo. Não procure falhas, respeite quem confiou e lhe mostrou sua intimidade.
Siga a luz mais não fique cego
Passe pela escuridão mais não se perca
Ache a a felicidade mais não se acomode
Esqueci de lembrar:
Das dores que ja senti
Para antes me entregar
O amor é cego
A lembrança arrepia
Lembro do que havia lido
História digna de livro
Do tipo perdido
De prateleira antiga
Em que só o tempo lia
Cuida do que for verdadeiro
Leve o que for passageiro
Não soube amar
É tudo por dar
Acreditei nas brincadeiras
Daquela carta
Daquele sentimento
Do desejo
Até no beijo
Meus pêsames
Para aquela grande paixão
Que de tudo vi
Futuro, brilho e o riso
Abracei as dores
Só pra confortar
E assim escutei o silêncio
Depois vi a Ilusão
Naquele fica comigo
No beijo com desejo
No olhar
No abraço
E até no papo
Regado de felicidade e gratidão
Quem grande vi miúda és
Pelo fato de não saber quem és
Então vou esquecer de lembrar
Daquela que mais me fez amar
E assim enterrar
Aquela que mais me fez sonhar.
Fiz-me de cego
Até que o inevitavel aconteceu:
Vi de perto.
Vi que a ilusão
Era a mais pura realidade,
Que meu ser
Viciava na dor.
Vi a verdade dolorosamente
Cortando onde
Eu já havia desenhado:
"Bem aqui, pode cortar".
Vi o que eu já sabia
E não queria saber.
Que fosse mentira,
Mas a mentira foi
Eu me enganar
Um tempo a mais.
Fiz-me de cego,
Mesmo agora enxergando
E ciente de tudo,
Permaneço de olhos fechados
pensando em você.
Foi um amor
Tão intenso
Que ainda estou
Degustando de
Olhos fechados.
"Não precisa deixar cego quem já está cego de paixão. A paixão conduz o homem ao erro e o faz persistir no engano."
"Reflexões". Resende, 03 de Fevereiro de 2016.