Caveira
O curso de seleção
O programa de especialização precisa carregar a lucidez sobre a importância de submeter o aspirante a situações de estresse extremo. Assim buscamos identificar, expor e exacerbar as fobias do candidato, visando a reconstrução de perfil adequado para a atividade fim.
Historicamente o processo seletivo sempre foi projetado para identificar as pessoas mais resilientes, tanto física quanto psicologicamente, treiná-las para buscarem a excelência operacional. Nesse processo fazemos essas pessoas passarem por aquilo que nunca passaram para que tenham uma perspectiva sobre quais são os seus limites. Adicionamos estresse, pressão, frio, fadiga, sono, etc...
Subtraímos a identidade deles, a comida, jogamos fumaça branca neles, etc...
Muitos perguntam, para que tudo isso? Ciclo leigo. Não compreendem os fundamentos por trás do treinamento relacionado a Inoculação de Estresse. Ou seja, levá-los o mais próximo possível da realidade, que são as fricções de ocorrências.
Operações policiais especiais: é o conjunto doutrinário que compreende o processo de seleção de pessoal, treinamento, emprego
e missões que exigem uma resposta especializada a graves perturbações da ordem pública, com intuito de salvar vidas e aplicar a lei em observância às premissas de um Estado Democrático de Direito.
No BOPE nunca se diz “eu fiz isso, fiz aquilo”, jamais! Tudo o que realizamos é fruto de um trabalho de equipe. O Caveira confia ao seu
grupo e ao guerreiro que está ao seu lado aquilo que é o seu bem maisvalioso: a própria vida. Isso nos torna fraternos e fortes, prontos para cumprir qualquer missão.
Todas as Unidades de operações
especiais fundadas em “base comandos” têm rigoroso processo de
recrutamento, no qual os candidatos treinam até a exaustão e são levados aos limites de suas mentes e corpos. Do total de ingressantes, o percentual de aprovação varia de 10% a 30%, dependendo da “safra”
dos voluntários. O objetivo é nobre: selecionar os mais aptos para o
cumprimento de missões de alto risco.
Já ouvi colegas dizendo que há policiais que são bons em ocorrências críticas sem serem Caveiras - formados em curso de operações especiais, isso é possível? Sim, mas é muito provável também que tais missões transcor-
reram conforme planejamento. Que bastou o emprego de superioridade numérica, valendo-se de antecipação, efeito surpresa, armas e equipamentos de poderio superior. Não acredito, sinceramente, que
tais casos necessitaram de extrema coragem ou de resistência para
alta performance em algo que tenha fugido do controle. Se o processo seletivo não fosse necessário, bastando escolher os “bons”, Green Berets, Rangers, SAS e o mundo inteiro estaria errado.
Mentiras são como covas rasas. Com o tempo o cheiro de carne podre se espalhará, se tornando insuportável. E cedo ou tarde, encontrarão o cadáver.
Exú Caveira.