Casulo
Em meio a esse processo de que a ordem é de dentro para fora, nesse momento envolta por um casulo, apelo para alguma lógica da natureza, convencendo-me de que cada estágio agrega beleza e libertação, de modo que é melhor acolher com gratidão, pela borboleta que existe em mim. Como bem escreveu Rubem Alves, “não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”
A borboleta
A lagarta
Fez o seu próprio casulo,
E eu aqui no escuro
Fui vendo ela se transformar.
Acompanhei cada momento
Prestei atenção a cada detalhe,
Do seu desenvolvimento.
Fui me apaixonando
E conforme o dia passava,
Esperava o grande momento.
Então aquele pequeno casulo
Foi aos pouco se desfazendo,
Ao mesmo tempo,
Em que as asas iam crescendo.
Tornou-se parte de mim,
E já não queria que tal
Desenvolvimento
Chegasse ao fim.
Quanta beleza!
De toda a criação,
Pra mim a mais bela
Na natureza.
Queria morar no ficar com ela
Pra mim!
A envolvi com uma sebe,
Pra protegê-la com todo
Meu ardor!
Ela estava crescendo
Aos poucos se desenvolvendo,
E eu aqui a apreciar, pasmo
Mas com muito amor!
Triste!
Ela cresceu, bateu asas
Saindo das minhas vistas
Indo direto...
Para as mãos Do caçador!
" Mas a borboleta é esperta
Por tantos cuidados que teve
Se desvencilhou do caçador
E por esses céus voou! "
Wsrjunior
Egle Bozza
A liberdade é sempre arriscada, mas quando há orientação, os riscos servem para a infindável aprendizagem.
Antes do amor se tornar amor, ele já existe, ele está lá, hibernando em seu casulo, ainda disfarçado de amizade, admiração, paixão. Mas o que é preciso para que esse sentimento se transforme em amor? Talvez um simples sorriso, uma conversa despretenciosa, um toque aguardado, um piscar de olhos, uma gentileza. Não importa o como, quando e onde. Importa que, naquela fração de segundo que não sabemos qual mas que existiu, a amizade, a admiração ou a paixão, se transformou em amor!
Quando a borboleta deixa de ser uma lagarta e está pronta, ela rompe o casulo e libera suas asas! Eis o amor que surge da mesma maneira, rompendo todas as nossas amarras e nos libertando para viver um universo inesgotável de sensações.
Ahhh o amor!
Aquele que não abandona o casulo permanece na zona de conforto e nunca desfrutará de uma transformação.
"Essa sua liberdade vem o transformando. Sua metamorfose vem sido feita pós casulo. Você vem ganhando forma a cada pouso que dá, a cada canto que passa, a cada semente que germina. Você renasce a cada ser que conhece."
Saia desse casulo
que tanto aprisiona sua alma .
Liberte suas dores e tristezas
E tudo que tanto faz
perderes o sono
Aquela vontade de amanhecer e
de alçar voos
Vai !!
Absorva pensamentos leves e
edificantes .
Ignore coisas e pessoas que
sugam sua alegria
Seja essência do puro e verdadeiro
E deixe sua alma transbordar
infinita paz em sua
realeza .
CASULO
Quero silêncio ...céu ... vento ... solidão ... meu mundo ...
As vezes sinto a vida passar muito depressa !
Quisera ver a cor do invisível
quase muda
vestindo minha alma
de azul .
Quisera esquecer de todo
o resto e aqui no
meu casulo ...
Não ouvir mais nenhum
barulho .
Quisera um voou bonito
no céu do meu
silêncio ...
Onde dormente e
na mente
a paz beijasse infindo
minha alma .
Quisera ser um nada ...um vento ... um sopro ... uma brisa ...
E no profundo do pensamento
Não sentir frio
Não sentir vazio
Não sentir mais nada
Só me encontrar extasiada .
As vezes penso que o anonimato
parou aqui dentro .
Tenho sede de sereno e
ânsia pelo que tarda .
Era eu uma lagarta na vida quando o evangelho me encontrou;
Me fechei para o mundo no casulo do evangelho e o mundo não entendeu, até que pelo invólucro dessa graça sofri a metamorfose de Deus em mim.
Agora, quem me viu me arrastando pelo chão do mundo comendo folhas amargas, podem me ver voando nas assas do espirito e me alimentando do doce néctar da palavra de Deus.
Não sou estranho, apenas morri para o mundo para que Cristo viva em mim!
“O processo da metamorfose acontece primeiro de dentro para fora. É no casulo do deserto e da fraqueza que nascem asas belas e fortes, que alçarão vôos mais altos, rumo a eternidade.”
Destino
Um guerreiro de pés alados
galga as paredes mucosas da cripta
efêmero casulo de morte
trás na tez do seu rosto
a palidez dos homens aflitos
e na face do seu escudo
as cicatrizes dos discursos travados
seu carma foi seu triunfo
ouve-se o ressoar das trombetas
as moiras tecem a passagem
sensatas senhoras do destino
a luz invade a cavidade cavernosa
e vem banhar os seus lábios profanos
sente o rosto ruborescer
muito em breve
sua cabeça será coroada
pelo mérito de sua vitória
Muitos anseiam pela liberdade das borboletas, porém poucos escolhem tecer seu próprio casulo e permanecer firme até que a metamorfose acabe.
FÉRIAS EM MIM
Demétrio Sena
Volta e meia retomo este casulo
no qual volto a mexer nos meus segredos;
onde ovulo meus sonhos impossíveis
entre medos e algumas esperanças...
Neste fundo remexo em velhos dias,
fantasias guardadas na poeira,
em amores pendentes e marcados
destas nódoas eternas de presente...
Tiro férias, viajo para mim,
vou ao fim, ao começo de um afeto,
aos encantos erguidos e tombados...
Quando estou aqui dentro não me chamem;
apesar deste corpo, sou etéreo;
sou mistério fechado pra balanço...
"Ei! É lá fora que a vida acontece. Saia do casulo; ele chega a ser necessário, para transformações profundas! A liberdade te espera, busque mudanças, descubra a beleza, a leveza desse novo ciclo, abra as asas, abrace as oportunidades, contribua com o Criador, enquanto poliniza cada flor, absorva seu perfume e alimente do seu mel, espalhe felicidade, colorir o mundo é sua missão, novas flores te aguardam você nasceu para voar”. Gil Camargos
Renunciei a solidão e fui agraciada com uma amizade inesperada e verdadeira!
Renunciei o casulo e voei como uma borboleta em plena liberdade.
Renunciei o roteiro e encontrei o caminho a galgar sem mais delongas.
Renunciei o vazio existencial mundano e fui preenchida totalmente pela presença de Cristo; eternidade a me agraciar.
Renunciei ao sonho e vivi a realidade plenamente suportável.
Renunciei a chuva e apreciei o arco-íris esplendoroso surgindo.
Renunciei a fartura para compartilhar a escassez, o despojamento e o desprendimento mais uma vez.
Renunciei a cegueira e enxerguei, com muita mais clareza, a antevisão de mim mesma.
Renunciei a razão para conceder o perdão.
Renunciei ouvir outras vozes para ouvir somente a Tua Voz, Senhor...
Renunciei a emoção e imediatamente ajudei o meu próximo; pratiquei a compaixão não só em palavras, mas também em atitudes.
Renunciei ao medo e a coragem e a fé me cingiram de força pra seguir em frente.
Renunciei a bonança só pra que aprendesse com a tempestade-- o valor que tem uma presença amiga ao meu lado-- no momento, que se instalou o terrível caos!
A alma encarnada é como uma lagarta
encarcerada em seu próprio casulo...
E quando estiver pronta e transformada
usará todas suas forças para rompê-lo,
voar livre e conhecer o firmamento!
A escola é semelhante ao casulo. Quando a lagarta se torna borboleta e começa a sua luta para voar sobre tudo, todo aprendizado está em se livrar da casca. O ambiente molhado e apertado é o seu desafio. Momentos constrangedores para quem assiste, mas vida que renasce para quem um dia foi lagarta e hoje voa soberana com as suas lindas asas. A educação é um polo fundamental para o crescimento do ser humano e todos precisam passar por ali com qualidade, senão ficarão pelo caminho estático. Se você ajudar a borboleta a sair do casulo ela morre em seguida, assim como os pais que não ajudarem os seus filhos na educação escolar os verão morrer precocemente numa juventude sem aspiração alguma por falta de apoio paterno e materno. Quando se ama de verdade, ama os seus com todas as angústias que se possa ter. São sofrimentos emocionais que não passam de um sinal de que está na contramão da razoabilidade e da verdade que se espera de si mesmo. A criança precisa de uma boa educação, junto ao carinho dos seus pais e dentro de uma boa escola para dar os primeiros passos. No final, com certeza virá uma boa profissão para começar a vida adulta, assim conseguirá ir longe, mas sem esse apoio dificilmente alcançarão essas vitórias.
Dei um passo que jamais pensei
que conseguiria dar.
Me libertei do casulo que me envolvia.
Me dei carta de alforria.
Saí de minha alienação.
Isso é fantástico, é liberdade...
- diz você - até q enfim!
Não, não é tão fácil assim... - digo eu -
lembra que há duas em mim?
Uma... nada de medos...
nenhuma incerteza.
Não à insegurança...
vive ao sabor da correnteza.
A outra...pura confusão
sem chão, definitivamente
procura por direção...indefinidamente
quer desaparecer... está sempre a se esconder.
E agora?
Você, que não perde o foco,
mira sempre a solução...
Você, pra quem só há tempo bom...
Vai compreender?
Vai esperar?
Vai ajudar a fazer vencer
aquela que feliz quer ser?