Casa Velha
Medos
Na velha casa de madeira
O quarto ao lado do meu
Um mostro escolheu para morar.
À noite, destemido, ele subia no foro
E fazia a madeira estalar.
A lua espiava os meus medos pelas frestas
– Que vergonha!
Ao longe, uivava algum bicho noturno,
Desconfio que em meio as palhas do colchão
Morava outro, mais barulhento, mais enfadonho.
Hoje a casa é adulta
Do menino já nem sei,
Mas os medos?
Deles nunca me livrarei.
A velha casa do meu avô
(Devaneios de um jovem)
Ah, meus tempos de criança, dos momentos que vivi e hoje me recordo na casa grande do meu avô. Me lembro que à noite ficava na varanda da casa, no primeiro andar, me pendurava na grade pra ver a rua e o mais lindo era ver os navios ao longe, com suas lindas luzes amareladas e brilhantes no mar. Entre as imediações da praia do Janga e Olinda, lá eu via eles passarem, como uma simples coisa me deixava tão feliz e ainda me deixa, ah como aquilo era bom, e me maravilho porque isso ainda vive dentro de mim, bons tempos passei naquela casa, naquela rua D sete. Lembro também das vezes em que meu avô me pedia para tirar seus belos cabelos brancos, um a um, para parecer mais jovem, ó céus, como isso tudo era gostoso. E a minha vó, com o seu amor, como era mimosa e amorosa minha vó, sinto tantas saudades dela, nela eu acreditava que tudo era um mundo sereno de paz e tranquilidade. Bom sentir esses devaneios de pura intencidade da melhor época da vida de um ser humano. Como eu era feliz na velha casa do meu avô.
Lá na velha faculdade de direito da UFMG, a nossa querida vetusta casa de Afonso Penna, onde eu estudei e acabei até por ser presidente do caap e membro da congregação da própria escola e sinceramente até hoje eu não sei dizer como, mas o que interessa é que na cantina do CAAP, tínhamos na verdade um boteco com mesa de sinuca e muita cerveja e os alunos daquela época, pelo menos uma boa parte, não mediam esforços para uma cerveja entremeadas de tacadas e papo furado. Como já deve ser óbvio para os caros leitores, eu era um daqueles que sempre estava na sinuca ou pedindo a uma das meninas da cantina para trazer mais uma e por certo sempre chegando atrasado nas aulas. As meninas da cantina, tinham todas mais de 60 anos e haviam sido contratadas em 1964, pelo Nilson Naves, que era secretário geral do CAAP e depois se tornou Ministro do STJ, mas só as chamávamos de meninas, mas depois eu conto algumas histórias com elas como personagens principais.Tinha eu nas segundas e quartas o professor Manoel galdino, que vendo a turma sempre chegar atrasada, tanto na primeira aula ou na segunda, sempre nos presenteava com uma bala de hortelã, para vocês verem como eram as coisas, mas isto é outra história e divertidíssima, eis que o Galdino, era de uma ironia fina, rara nas pessoas hoje em dia. mas isto é mais uma outra história para um momento de públicos mais adultos, digamos assim. Entre estes alunos tinha o Eugênio, que era funcionário público e que por diversos motivos, só bem mais tarde escolheu direito, pois seu irmão era professor na casa e digo que um dos mais cultos e conceituados do direito civil, aquela época. Mas vamos lá: Íamos fazer uma prova de teoria geral do estado e a matéria do professor não tínhamos como criar e ou tergiversar sobre os temas, pois era decoreba pura. O Eugênio, com aquele seu jeitão de bad boy, foi logo dizendo: eu sei toda a matéria, por óbvio que não sabia nada como eu, mas uns dois ou três confiaram e se sentaram perto dele. Pois bem, eu não sabia nada e sentei-me perto do Gomes, pois ele tinha a feição de que sabia tudo e tal se confirmou, pois anos mais tarde se tornou Juiz e professor brilhante de nossa escola. Eu tinha resolvido o meu problema e pelo que vi, todos os outros "sinuqueiros" também.Mas no meio da prova o Professor, que pusemos o apelido de rolhinha e só para os íntimos eu explico o porquê, gritou desvairadamente: O que é isto? - Você está colando e eu não admito.
o nosso herói Eugênio, levanto-se e lhe disse fulminando seus olhos. - Eu não estou colando. - E o Professor furioso: - Como não Você está copiando direto do caderno para a prova e o Eugênio, entre a raiva, espanto e a ironia. - não estou colando! Como não? replicou o professor com um ar de incredulidade. - O Eugênio, com uma postura de liberal raivoso, respondeu: - Quer dizer então que você deu cola o semestre inteiro é por isto que esta faculdade tá atras da USP, os professores ao invés de darem aula, dão cola. Assim não dá. Foi uma gargalhada geral, teve mais prova e o Rolhinha saiu bufando em busca de salvação com o diretor da época. Ele não voltou para dar suas aulas horrorosas e todo mundo, pelo menos da sala d, passou com conceito máximo.
VELHA CASA
A velha casa na beira da estrada
hoje sem cor, parede derrubada
nada, sobrou do existir...
Mas ali, em época passada
vidas foram projetas
e suas passadas fizeram sorrir.
A velha casa, teve suas glorias
que hoje faz parte da historia
que ninguém pode destruir...
Ali, nasceu filhos e filhas
projetou-se pela vida seguida
e vivem lembranças por ai.
A velha casa na beira da estrada
ainda protege vidas desgarradas
que voam pelo seu existir...
Uma vez e outra, vida cansada
calada com poucas palavras
em repouso, passa a noite ali.
A velha casa na beira da estrada
hoje quieta sem burburinho
guarda momentos em seu existir...
A noite, te gela calada
o sol te aquece o abandono
só as estrelas, arriscam-lhe um sorrir.
Antonio Montes
Da cozinha da velha casa vinha um maravilhoso perfume de especiarias: cravo, canela, cardamomo, noz-moscada, coentro, anis... que invadia todos os cantos e enchia nossa alma de alegria.
Sim!!! Novamente o perfume do NATAL...
Mamãe novamente cumpria o ritual das bolachas
feitas de geração em geração, cuja receita
vem de um passado remoto. A nós crianças era permitido participar..desde que estivéssemos com as mãos rigorosamente limpas! Podíamos manusear a massa, cortá-la com formas de corações, botas, luas e estrelas... Depois de assadas
e decoradas, mamãe nos dava algumas para provar...
Ahhh, que sabor delicioso!!!
Assim que esfriassem e secassem ficávamos assistindo seu acondicionamento em latas hermeticamente fechadas para que
não perdessem a "crocância" e o perfume.
A partir daquele momento esperaríamos pelo café da manhã do
"Dia 25 de Dezembro", quando uma lata seria aberta
e as bolachas seriam a grande "Estrela do Natal"!
E assim seguiríamos, por quase um mês, comendo-as aos poucos, até que todas as latas estivessem vazias. Para os dias atuais isso pode parecer tão pouco mas, estejam certos... vivíamos o verdadeiro "Espírito do Natal" e éramos imensamente felizes.
REMINISCÊNCIA
Aquela casa velha no vale...
Os ventos ainda te sondam
o sol em suas manhãs, ainda lhe sorrir
mas hoje, abandonada...
Das promessas e esperanças
o que lhes resta, são...
Montanhas de saudades, por ali.
Hoje, suas paredes e seus espaços
são baús de um tempo passado
são marcas de um plano marcado.
Baús, cheios de sonhos
felicidades alegrias
choro, tempestade fantasia.
Florada de vida, idas e vindas
ate mesmo,
coisas que não parecia.
Nas paredes d'aquela, casa..
amores e medos, misturam-se,
com degredos, e segredos.
Noites acordadas,
noites maldormidas,
casa velha de tábuas corridas,
a cair aos pedaços, com história,
com alma, com sentimentos, com vida,
onde moram dois velhinhos queridos,
amorosos, que vivem em conjunto há mais
de cinquenta e quatro anos,
os meus queridos pais.
Antes de comprar uma casa velha com a intenção de reformá-la, lembre-se de que ela pertenceu um dia a alguém que desistiu de fazê-lo.
Já tinha fechado as janelas da minha velha casa
para não ver quem fosse por ela passar.
Mas ao ouvir o som dos teus passos tímidos
olhei pelas frestas
e vi os teus pés
espalhando pétalas pelo caminho.
(Então te escrevi aquela carta de amor
em que eu te dizia
que a minha letargia paralisara os ponteiros.)
Hoje, meio-dia de um dia inteiro:
tempo de deixar as portas destrancadas,
me debruçar na janela
e te esperar.
Casa velha;
Cheira poeira, mofo.
As árvores te dão as sombras;
As sombras te descansa no calor.
O sol ilumina sua imagem.
Casa velha tu és!
Nas noites és sombria;
Ninguém se aproxima;
O medo domina.
Casa velha;
Quem te quer, quem te deixou?
Continua no mesmo lugar;
Casa velha;
Que te renovas?
Paredes rachadas,
Telhado quebrado;
Quarto escuro;
Sala sem luz...
Mas ainda seduz.
Houve alguém,
A quem te planejou,
Nunca esquece...
Teu coração padece.
Mas ainda há forças,
Continua em pé.
Sobrevive o frio do inverno sozinha,
Mas casa velha...
Não de seu tempo...
Mas, de um passado.
Seus olhos molhados.
Sabe...
Há alguém do outro lado...
Que ainda te quer.
Passaram-se os dias...
A luz retornou.
A alegria bate a porta...
A porta se cai,
És tu que anseia,
Que adentre alguém...
E viva contente...
Em seu interior.
Paulo Sérgio Krajewski.
31 de Março de 1998.
Casa majestosa e velha...
Melodia em silêncio provocada pelo vento
Folhas de todas as cores espalhadas pelo chão
Despertam qualquer lamento naquela casa velha
Escura e mal-acabada, outrora fora uma casa charmosa
Agora não tem cor, paredes gastas, descascadas
Apagadas pelo tempo, distante, sozinha, vazia
Já sem dono ou talvez tenha sombra de quem
Foi bela e amada, agora é escura, triste nesta noite
Chuvosa, sem meio, sem fim, destruída sem ilusões!
Antes de cerrar os olhos lembro a inquietude que acalma a alma: buscar a velha casa sem nem saber onde ela está.
Mulher que não casa até os 40 é vista pela sociedade como velha, encalhada e mal amada, o homem que não casa até os 40 é resumido em duas palavras, “sem futuro”.
Deposito das almas
Um belo dia um sábio homem se prostou a sentar no banco de sua velha casa então a filha de seu vizinho veio correndo lhe pedir conselhos:
Sábio:-Olá Eva! (Cumprimenta a moça)
Eva:-Sábio, Estou com dificuldades em meu relacionamento.(Diz olhando para as rosas que estava murchando)
Sábio:-Diga me do que se trata (Diz curioso)
Eva:-Além de meu noivo gosto de outra pessoa (Diz com a voz trêmula e com as mãos suando)
Sábio:-Eu perdi meu grande amor na mesma situação(Diz relembrando de seu passado)
Eva:-O que houve?
Sábio:-Eu era um homem que dormia com muitas mulheres mas quando conheci minha amada e falecida esposa eu me apaixonei mas demorei dez anos para conquistar a confiança dela.
Eva:-Isso tudo?
Sábio:-Sim.Mas durante os trinta e cinco anos de casados eu a traía com a mulher que ela mais odiava.
Eva:-O que?
Sábio:-O amor da minha vida morreu de desgosto, Ela era a mais bela que já vi e a perdi quando ela me viu com a minha amante na cama ela correu e foi para a rua e o carro a atropelou. Depois a levamos ao hospital e ela ficou paralítica, eu a trouxe para nossa casa mas como eu não podia ter relações íntimas com ela minhas necessidades masculinas eram muito grandes, Até que eu trouxe a minha amante e dormi com ela na frente de minha esposa que não falava, não andava e nem respirava sozinha as lágrimas saiam dos olhos dela, Até que no outro dia ela morreu de desgosto.
Eva:-Como pode fazer isso?(Se levanta totalmente indignada e chorando)
Sábio:-Eu fui ferido no passado antes de conhecer lá e não acreditei no amor dela até sua morte as últimas palavras dela foi um simples e singelo "Eu te amo". (Diz com a voz trêmula e limpando as lágrimas de seus olhos)
Moral da História:
Se está ferido jamais quebre o coração de alguém.
Livro:O Amor
Texto:Depósito das almas
A casa das memórias
(Victor Bhering Drummond)
A velha casa ainda estava lá.
Preservando memórias, mistérios
E provocando medos.
Eram só retratos na parede
Pinturas e rabiscos na alma
Incapazes de fazer mal a nenhuma
Criatura sequer.
Abri a porta, senti o cheiro das coisas guardadas.
Sentei no sofá; voltei nos anos
E encontrei a festa do dia do batizado
Sendo celebrada novamente
Nas sala do meu coração.
(Outono no Sul - Registros de uma Casa Velha, 2017)
Somos histórias
Me sinto como esta casa grande
de janelas pequenas, pintada com
tinta velha e sem muita beleza
onde só o próprio dono de bom
coração se agrada.
Mas o que isso importa?
Se todos os dias pessoas veem e
pessoas vão; Sou invisível para os novos,
esquecido na memória dos velhos
sou história contada quando lembrada
Não é apenas uma casa velha.
É uma história construída no tempo.
Um pouco de tudo.
Um pouco de muitos.
Assim vejo nas antigas moradas,
Um livro sem letras
Que a vida escreveu.
Me sinto como uma casa velha de madeira, fazendo barulho a noite;
assustando quem eu queria que ficasse mais perto.
Fragilidade familiar
Uma casa de barro velha que vai se degradando com o tempo
Ela que foi um abrigo ,hoje é ultrapassada ,apenas uma lembrança
Que como tudo,com o tempo vai se acabar e dar lugar uma coisa melhor
Hoje serve como inspiração a uma pessoa inexperiente,fraca
47 anos junto uma pessoa totalmente diferente a você , fácil?
Atualmente não suportamos a verdade, e não aguentamos nem a si mesmos
Fugir de casa de seus pais com apenas seu amor e esperança e duas vacas
Loucura?coragem?a linha entre esses duas características,é bem pequena
Extinguir o seu próprio eu,para a felicidade do outro ,você teria essa insanidade e coragem?
Frágil como folha seca nosso ego está,os juramentos de casamento está sendo realmente coagidos francamente?
Antes de você pensar em unir-se a um alguém,saiba que vc tá certo de todos os termos e condições
Esteja bem com seu próprio eu antes.