Casa de Vó
A casa onde eu nasci, embora já não seja
minha, permanece intacta em mim como a
escultura de uma caravela em uma garrafa:
uma casa dentro da memória.
Nunca mais foi como aquele o cheiro dos
lençóis limpos nem o aroma das comidas,
a música das vozes amadas e o crepitar
das lareiras, nunca mais a mesma sensação
de acolhimento, nunca mais pertencer a
nada com tamanha certeza.
A fama é a melhor e a pior coisa que pode acontecer. Comprei uma casa bem bonita. Já que não posso sair dela, tenho a mais incrível prisão do mundo.
(...) minha tese é de que tenho mais chances de ler um livro que esteja aqui em casa do que outro que ficou na livraria
Sempre Vai Existir Uma Mulher Mais
Bonita Que A Sua, Ou Um Homem Mais
Bonito Que O Seu.Quem Casa Com A
" Aparência ", Descasa Pelo Mesmo Motivo.
O Tempo Passa, A Ídade Chega, Envelhecem.
A Flor Mais Bela Também
Murcha Mas O Amor Permanece Pra Sempre.?
Regresso devagar ao teu sorriso como quem volta a casa.
Faço de conta que não é nada comigo.
Distraído percorro o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro.
Devagar te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no amor como em casa.
Quando eu vi você chegar, você
Eu arrumei toda a casa, joguei fora as lembranças
Que não servem mais pra nada
"Vá para casa, tome conta do negócio de seu pai, cuide de seus pais na velhice deles. Case com a moça que está à sua espera, seja leal, seja simples, seja humilde. Esconda sua virtude, viva em silêncio."
Lá está ele, em uma casa solitária, com luzes acesas. Na estante, fotografias antigas, pessoas importantes, momentos que o fazem lembrar do que passou e se perguntando onde estão aquelas pessoas. Não há ninguém ao seu lado, com exceção de seu fiel animal que o olhava, deitado naquele chão, ele sempre ficava naquele canto da sala quando chegavam, ficava lá até o cair da noite, o qual acontecia minutos depois da chegada deles. Não vejo ninguém ir lá há tempos. Não consigo ver com nitidez o que ele está fazendo por conta da janela embaçada, devido aos pingos de chuva, a tarde estava escura, diferente de seus cabelos. Mas parece que estava sentado, na velha poltrona, de olhos fechados, com seu amigo, o qual recebia carinho. Com a outra mão segurava aquele retrato, como sempre fizera. Depois de alguns instantes, um barulho, seguido de um latido, semelhante a um uivo. -Finalmente as luzes foram apagadas. -
#ORIXÁS
Em uma casa branca...
De telhados cinzentos...
Grande portão de madeira...
Eu me vi ali dentro...
Uma bandeira alva...
Bem no alto tremulava...
Silêncio respeitoso...
De yawôs que ali estavam...
Sobre a esteira - eni...
Um ancião sentado ali...
Sagrados objetos de Opon-Ifá...
Pude bem observar...
O jogo estava pronto...
Era hora de Orumilá falar...
Tinha já hora marcada...
Muito queria saber...
Tantas perguntas...
Para o babalawô responder...
Abanou-se com o irum-kerê...
E os okins foram jogados...
E maravilhado...
Pude ver...
Ifá começou a falar...
Odu manifestou...
Traçado singelo escrito...
Cheios de significados...
Se revelou...
Agora já era sabido...
Qual destino era meu...
O que eu tinha a fazer...
Que atitudes a tomar...
Me banhei de ervas frescas..
Alecrim e mangericão...
Arruda, guiné...
Erva tostão...
Então comecei...
Com minha grande jornada...
Em grande encruzilhada aberta...
Com farofa e aguardente...
Exu invoquei...
Pedi licença e segui adiante...
Para trás não mais olhei...
Seguindo caminhada...
Pela longa estrada...
Ogum gritei...
Que me desse bons caminhos...
Em minha jornada...
Se eu tivesse inimigos...
Que a vitória me fosse dada...
Na beira da mata...
Odé estava lá...
Se eu quisesse a fartura...
Ele poderia me dar...
Me aconselhou a ter persistência...
"- Tudo tem que ter paciência...
- Um bom caçador - avisou...
- Tem que ter prudência..."
Moedas e fumo de rolo...
Com Aroni pude barganhar...
Somente assim...
Ossãe poderia me ajudar...
A fronte no chão bati...
Paó ecoou...
A terra tremeu...
Na rachadura...
Omulu apareceu...
Em meus braços e tornozelos...
Amarrou palha da costa...
Força me seria dada...
Eu venceria...
Não conheceria a dor da derrota...
Também eu teria...
Saúde e paz...
Me prometeu o senhor da terra...
Que não me abandonaria jamais...
Então ao meu encontro veio...
Um poderoso rei...
De cabelos trançados...
Todo garboso...
Do trovão o poder...
Tamanha foi a visão...
Diante de sua autoridade...
Me prostei...
Sua voz poderosa...
Grande e forte brado...
Empunhando dois oxês...
Dois machados...
Usando esplêndida coroa...
Tirou de sua cabeça...
Colocando em minha mão...
Justiça sendo feita...
Com toda precisão...
Era Xangô...
Que ordenou a Oiá...
A todos os maus eguns...
Afastar...
Forte vento soprou...
Levantando muita poeira...
O céu relampejou...
De imensa beleza...
Iansã os chifres de búfalo me deu...
Toda vez que eu precisasse...
Era só por ela chamar...
"- Filho...Agora você também é meu..."
Me levou na cachoeira...
Onde a mãe do ouro se banhava...
Tão linda me encantou...
Oxum também me presenteou...
Pequeno seixo branco...
Tirada de seu adê...
" -Leve contigo esse seixo...
- Em hora certa saberá o que fazer..."
Mãe me alimentou...
Com a caça de Logun Edé...
Matou minha sede...
Me deixando ali ficar...
"- Durante o tempo que você quiser..."
Porém, não era essa minha intenção...
Por mais assim quisesse eu...
Carinhosamente me indicou...
Segui o rio abaixo...
Que era seu...
Ondes as águas eram mais bravas...
Obá eu encontrei....
Valorosa guerreira...
Disposta a me guiar...
Me levou para a lagoa de Ewá...
Em lago plácido entrei...
Para a menina deusa encontrar...
Com Oxumarê a donzela brincava...
Junto às águas sagradas...
Da lagoa encantada...
Flores rosas eu ganhei...
E a grande dã ofereceu...
Comigo cruzar o firmamento...
Às águas de Iemanjá...
Poderia me guiar..
A grande mãe já me esperava...
Em seu palácio submerso...
Feito de corais...
Montanhas de ouro...
Navios naufragados...
Eram seu tesouro...
Me mostrou todo o okum...
Nosso berço ancestral...
Aonde ela aprisionava...
Todo e qualquer mal...
Em barco de espuma naveguei...
Ao encontro da nossa origem...
Junto a mim...
Levando os presentes que ganhei...
Seria bem recebido pela grande senhora...
Dona da fatídica hora...
Conheceria a grande Nanã Buruquê...
Anciã de grande respeito...
Morava em casa de barro e estuque...
Já estava assim tão perto...
De tudo esclarecer...
A mais idosa...
Senhora do mistério...
Carinhosamente me recebeu...
Me indicando o caminho...
Antes me aconselhou...
Às Iamins não ignorar...
Sem a precisão delas...
Ninguém poderia me auxiliar...
Oxumarê que ainda...
Junto a mim estava...
Me guiou pela terra...
Das grandes águas paradas...
Então chegando ao cume...
De uma grande montanha...
Estava ali quem eu tanto procurava...
Dando fim a minha campanha...
Ajalá...
O grande orixá...
Moldador de todo ori...
A quem eu deveria...
Que de Oxum ganhei...
Entregar o okutá...
Olodumare então sorriu...
Olorum ficou em festa...
Todo o mundo tremeu...
Tal qual palmeira ao vento...
Ergui minhas mãos aos céus...
Fazendo meu agradecimento...
Pela dádiva recebida...
Reforçando meu comprometimento...
Agradeci a Ifá...
Agradeci a Orumilá...
Pedi a benção a Oxoguiã...
Beijei a mão de Oxalufã...
Me deitei aos pés de meu senhor...
Ododuwá...
Meu odum estava completo...
Meu destino se cumpriu...
Meu coração em paz...
Minha alma floriu...
O homem tolo
A mulher sábia edifica a sua casa: a tola destrói. Porém, só é edificada a casa, a vida, a relação pessoal, casual, profissional e financeira, quando o homem não é um “tolo” e aceita ser auxiliado pela mulher "sábia" que tanto queres o seu bem, os dois crescem juntos em todos os sentidos...Contudo, o homem “tolo” não consegue enxergar os bons requisitos de uma mulher “sábia”, até que um dia, ele deixa a "sábia" ir, encontra uma "tola", e fará por esta, tudo que a “sábia” fez, e faria por ele.
Um dia acreditei que vencer na vida era ter uma boa casa, boas roupas, um carro e algum dinheiro.
O tempo não para, a gente amadurece, passa a ver tudo diferente.
Hoje sei que vencer na vida é, sobretudo, estar em paz onde quer que a gente esteja.
O que o chefe tem...
... que o subordinado não tem? Algumas pessoas acham que tempo de casa é o principal fator para um profissional ser promovido a chefe. Outros acreditam que os resultados, e não a idade, é que devem determinar a promoção. Mas o bom chefe tem (ou deveria ter) mais do que isso.
Tempo de casa e resultados são dois fatores importantes, sem dúvida. O tempo de casa porque o profissional já conhece bem a cultura da empresa e, portanto, sabe o que a empresa espera de um bom chefe. E resultados também são fundamentais. Quem já demonstrou que sabe como obter resultados estaria apto a liderar outros para que também o consigam. Porém, há duas características que o diferenciam dos subordinados. São elas:
1. A capacidade de liderar. Bons chefes sabem mandar. Ótimos chefes sabem convencer e estimular. Antes mesmo de ser promovido, o líder já era consultado pelos colegas. E suas opiniões sempre eram ouvidas e acatadas. Essa “liderança sem cargo” nunca é contestada quando o cargo é dado a alguém em quem todos já confiavam.
2. O entendimento do ponto de vista da empresa. Chefes são pagos para cumprir as normas e os objetivos determinados pela empresa. Mesmo que, eventualmente, o chefe não concorde com alguns desses objetivos, mesmo assim ele é capaz de fazer com que os seus subordinados os cumpram. Chefe não é alguém que briga com a empresa. É alguém que briga pela empresa.
Se você tem tempo de casa e consegue bons resultados, já está com meio caminho andado para ser chefe. Só falta, agora, mostrar a seus superiores que você é aquele líder natural em quem os subordinados poderão confiar, e a empresa também.
Depois de ter dado sete voltas pela casa eu continuo achando que você é o melhor que tem aqui. Quer ir ou não?
- Assim?
- Você quer que eu diga que te amo?
Ontem desenhei teu rosto nas paredes da minha casa. Esbocei minuciosamente no espelho do meu quarto, teus traços e teu jeito de me fazer bem. Tudo que vi ficou demais exato por ter sido criado por mim, que mal sei desenhar os meus próprios caminhos. Usei meus sonhos como tintas coloridas e enchi de encanto a tela vazia da minha solidão.
Rabisquei teu sorriso olhando crianças brincando nas ruas de terra batida e fiquei feliz com o que vi. Imaginei teus cabelos como se fossem cachos de acácias amarelas balançando ao vento de um outono de cores gris. Teus braços são ramos que perfumam as minhas mãos frias e aflitas de tanto desejo. Busquei o brilho dos teus olhos na luz de um dia de sol constante, que nunca chegamos a viver. A cor da tua pele roubei de uma nuvem branca que passou ligeira pelo céu dos meus pensamentos e desapareceu no horizonte do tempo, onde tudo tem hora certa pra acabar.
Ah! Como você é linda e passageira! Mesmo assim, você me inspira a fazer até o que eu nem sei, inclusive amar com toda verdade! Tudo que desenhei em torno de mim ficou tão perfeito que eu jamais acreditei ser você ali, estampada nos meus braços, refletida nos meus gestos e se escondendo nas sombras do anoitecer. Mas uma ventania inesperada soprou forte e borrou meus olhos que transbordavam as lágrimas da minha vontade. Permutamos esperanças pelo medo escancarado de um futuro escrito sem nós.
Derramaram-se tintas nos meus planos perfeitos de ser feliz contigo. Cores vivas se espalharam pelo chão empoeirado da minha tristeza e escorreram até o final de mim. Naquela tela, antes branca e pura, agora pulsam velhas lembranças de tudo aquilo que jamais seremos outra vez.
Apesar de não ter tido a chance de amar com a medida e a urgência que eu tanto quis para nós dois, desenhei com inspiração e dor a tua vida no vazio da minha vida. Delineei teus traços na escuridão dos meus dias com primor, exatidão e formas das quais jamais ouviremos falar em outra ventania. A minha saudade é um retrato borrado pelas cores da desilusão.
Bom dia!
Que o seu domingo seja aconchegante e tranquilo. Que a paz e o amor predominem em sua casa e em sua família. E que Deus cubra o seu dia de bençãos infinitas!
Algumas vezes, na rua, em casa, no bar, na vida comum, o golpe correto pode ser o não golpe, o silêncio, a humilde retirada do forte que não se dobra ao fraco, mas caminha livre pela senda da virtude.
Tenho pressa. Só consigo prometer o agora. Talvez, amanhã a casa esteja bagunçada. Talvez a cama não esteja arrumada. Talvez chova. Talvez molhe e a gente não suporte a friagem. Talvez amanhã as palavras estejam velhas. Talvez não dê tempo. Talvez não tenhamos sorte amanhã. Hoje não. Hoje, estou preparada. Hoje, tive tempo para organizar os sentimentos aqui dentro. Hoje, conservo as lembranças. Hoje, ainda existe a poesia. Hoje, conservo o frescor dos desejos.
Tem que ser hoje, pois ainda somos.
7 de abril
A casa cheirava a amor, os moveis transpiraram amor, o tempo parado amando, os lençóis que não cobriam mais nada suspirando. Tudo era amor, menos as palavras que pediam despedidas, coisa impossível quando se tem amor. Um nível infinitamente único, um grau dimensional e súbito. - De amor. Por que quando os corpos querem fazer amor, e o próprio amor os proíbe, mostrando a diferença das vidas antes e depois daquele amor, daquele dia. Vendo que tudo poderia ser vencido inclusive eles, mais aquele amor não, aquele 7 de abril, dia do casamento, dia em que dois seres sentiram mais amor, sentimento, virtude, cumplicidade, e ciúme, que bodas de ouro de muitos casais e em outras vidas em outros costumes. Aprendi que quem gasta no amor uma vida, menos amou na alegria do que quem ama um só dia como aquele jeito.
Fico de pé no estacionamento, me dando conta de que nunca estive tão longe de casa, e aqui está a menina que amo, mas que não posso seguir. Espero que seja esta a provação do herói, porque não ir atrás dela é a coisa mais difícil que já tive que fazer.
(Quentin Jacobsen - Cidades de Papel)