Casa de Vó
Ontem desenhei teu rosto nas paredes da minha casa. Esbocei minuciosamente no espelho do meu quarto, teus traços e teu jeito de me fazer bem. Tudo que vi ficou demais exato por ter sido criado por mim, que mal sei desenhar os meus próprios caminhos. Usei meus sonhos como tintas coloridas e enchi de encanto a tela vazia da minha solidão.
Rabisquei teu sorriso olhando crianças brincando nas ruas de terra batida e fiquei feliz com o que vi. Imaginei teus cabelos como se fossem cachos de acácias amarelas balançando ao vento de um outono de cores gris. Teus braços são ramos que perfumam as minhas mãos frias e aflitas de tanto desejo. Busquei o brilho dos teus olhos na luz de um dia de sol constante, que nunca chegamos a viver. A cor da tua pele roubei de uma nuvem branca que passou ligeira pelo céu dos meus pensamentos e desapareceu no horizonte do tempo, onde tudo tem hora certa pra acabar.
Ah! Como você é linda e passageira! Mesmo assim, você me inspira a fazer até o que eu nem sei, inclusive amar com toda verdade! Tudo que desenhei em torno de mim ficou tão perfeito que eu jamais acreditei ser você ali, estampada nos meus braços, refletida nos meus gestos e se escondendo nas sombras do anoitecer. Mas uma ventania inesperada soprou forte e borrou meus olhos que transbordavam as lágrimas da minha vontade. Permutamos esperanças pelo medo escancarado de um futuro escrito sem nós.
Derramaram-se tintas nos meus planos perfeitos de ser feliz contigo. Cores vivas se espalharam pelo chão empoeirado da minha tristeza e escorreram até o final de mim. Naquela tela, antes branca e pura, agora pulsam velhas lembranças de tudo aquilo que jamais seremos outra vez.
Apesar de não ter tido a chance de amar com a medida e a urgência que eu tanto quis para nós dois, desenhei com inspiração e dor a tua vida no vazio da minha vida. Delineei teus traços na escuridão dos meus dias com primor, exatidão e formas das quais jamais ouviremos falar em outra ventania. A minha saudade é um retrato borrado pelas cores da desilusão.
Depois de ter dado sete voltas pela casa eu continuo achando que você é o melhor que tem aqui. Quer ir ou não?
- Assim?
- Você quer que eu diga que te amo?
Quando eu vi você chegar, você
Eu arrumei toda a casa, joguei fora as lembranças
Que não servem mais pra nada
(...) minha tese é de que tenho mais chances de ler um livro que esteja aqui em casa do que outro que ficou na livraria
Sempre Vai Existir Uma Mulher Mais
Bonita Que A Sua, Ou Um Homem Mais
Bonito Que O Seu.Quem Casa Com A
" Aparência ", Descasa Pelo Mesmo Motivo.
O Tempo Passa, A Ídade Chega, Envelhecem.
A Flor Mais Bela Também
Murcha Mas O Amor Permanece Pra Sempre.?
O homem tolo
A mulher sábia edifica a sua casa: a tola destrói. Porém, só é edificada a casa, a vida, a relação pessoal, casual, profissional e financeira, quando o homem não é um “tolo” e aceita ser auxiliado pela mulher "sábia" que tanto queres o seu bem, os dois crescem juntos em todos os sentidos...Contudo, o homem “tolo” não consegue enxergar os bons requisitos de uma mulher “sábia”, até que um dia, ele deixa a "sábia" ir, encontra uma "tola", e fará por esta, tudo que a “sábia” fez, e faria por ele.
Tenho pressa. Só consigo prometer o agora. Talvez, amanhã a casa esteja bagunçada. Talvez a cama não esteja arrumada. Talvez chova. Talvez molhe e a gente não suporte a friagem. Talvez amanhã as palavras estejam velhas. Talvez não dê tempo. Talvez não tenhamos sorte amanhã. Hoje não. Hoje, estou preparada. Hoje, tive tempo para organizar os sentimentos aqui dentro. Hoje, conservo as lembranças. Hoje, ainda existe a poesia. Hoje, conservo o frescor dos desejos.
Tem que ser hoje, pois ainda somos.
7 de abril
A casa cheirava a amor, os moveis transpiraram amor, o tempo parado amando, os lençóis que não cobriam mais nada suspirando. Tudo era amor, menos as palavras que pediam despedidas, coisa impossível quando se tem amor. Um nível infinitamente único, um grau dimensional e súbito. - De amor. Por que quando os corpos querem fazer amor, e o próprio amor os proíbe, mostrando a diferença das vidas antes e depois daquele amor, daquele dia. Vendo que tudo poderia ser vencido inclusive eles, mais aquele amor não, aquele 7 de abril, dia do casamento, dia em que dois seres sentiram mais amor, sentimento, virtude, cumplicidade, e ciúme, que bodas de ouro de muitos casais e em outras vidas em outros costumes. Aprendi que quem gasta no amor uma vida, menos amou na alegria do que quem ama um só dia como aquele jeito.
Minha mãe me ensinou a ter paciência. Ela sempre dizia: "espera teu pai chegar em casa e você vai ver só".
Fico de pé no estacionamento, me dando conta de que nunca estive tão longe de casa, e aqui está a menina que amo, mas que não posso seguir. Espero que seja esta a provação do herói, porque não ir atrás dela é a coisa mais difícil que já tive que fazer.
(Quentin Jacobsen - Cidades de Papel)
Vou fugir de casa e montar uma cabana qualquer. Vou levar umas mentiras na bolsa, porque estou fugindo de explicações.
Eu não sou líder. Vim porque não tive escolha. Eu vim para salvar minha casa e as pessoas que eu amo.
Riso de criança
Fico feliz com teu som
Correndo pela casa, me alcançando na varanda.
Riso de criança faz a gente perder o juízo...
Faz a gente gatinhar,
Gargalha à toa pro vento.
Riso de criança é tempo pra descansar.
Preciso.
Preciso achar o caminho de volta pra casa
se é que eu sei onde fica.
Preciso encontrar novos rumos.
Aprender a dizer coisas que devem ser ditas
e não pensar em como elas irão doer.
Preciso parar de machucar a mim mesma.
Preciso de ar e de respirar novos ares,
viver intensamente, fazer o que eu quero.
Preciso arrumar as malas e sair por ai.
É disso que eu preciso.
Eu reparto minha alegria, minha música, meus bons momentos, minha casa, minha mesa, meus versos de estimação. Não sei viver sozinho, nem quero - por isto mesmo não falta gente perto de mim. Não entro naquela do italiano que aconselha: "Se estiveres sozinho, serás todo teu". Pra quê? Prefiro me dividir.
Eu quero mesmo é ficar em casa
No aconchego das curvas de teu violão
Beijando essa boca fresca de hortelã
Quarando a madrugada pra te consumir.