Cartas Tristes de Amor
"O mundo está doente,e não estou só falando do Coronavírus, as pessoas andam tristes, vazias de sentimentos, os nervos em frangalhos, destilam agressividade e amargura em quem ousar discordar dela.
Todos temos nossas dores e problemas, não custa nada tentar ser gentil, ser a palavra que conforta, dar um abraço. .Ainda acredito no bem, não deixe ele ser extinto, se viu, sentiu compaixão,cuide como nos diz Lucas 10,33-34.
Às vezes acho que não sou daqui, pois não consigo passar indiferente a dor de alguém que sofre, não tenho muito, mas o pouco que eu tenho eu divido se você precisar.
E todos nós temos nas mãos o remédio que precisamos, que ele nos reumanize e possamos ver nosso próximo como um irmão, é o AMOR, use sem moderação, ele faz milagres, e transforma vidas. "
«Os tristes têm duas razões para o ser: ignoram ou esperam»
«O que é, com efeito, o homem absurdo? Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno»
«A verdadeira generosidade em relação ao futuro consiste em dar tudo no presente»
«Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto, que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida»
«Não há amor generoso senão aquele que se sabe ao mesmo tempo passageiro e singular»
«Na luz, o mundo continua a ser nosso primeiro e último amor»
«Nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer e que, de agora em diante, não recusamos a adiar para mais tarde. Na terra dolorosa, ela é o joio inesgotável, o amargo alimento, o vento forte que vem dos mares, a antiga e a nova aurora»
«A característica do homem absurdo é não acreditar no sentido profundo das coisas. Ele percorre, armazena e queima os rostos calorosos ou maravilhados. O tempo caminha com ele. O homem absurdo é aquele que não se separa do tempo»
«Um grande escritor sempre traz consigo seu mundo e sua prédica»
«A revolta nasce do espetáculo da desrazão diante de uma condição injusta e incompreensível»
«Chamo verdade a tudo o que continua...»
«Eu não creio em Deus, é verdade. Mas nem por isso sou ateu»
«Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe»
«Não existe pátria para quem desespera e, quanto a mim, sei que o mar me precede e me segue, e minha loucura está sempre pronta. Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é desespero: eles sabem que o amor existe. Eis porque sofro, de olhos secos, este exílio. Espero ainda. Um dia chega, enfim...»
«Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fútil. Quando a mim, não procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar»
«Igualmente enfermo, cúmplice e ruidoso, acaso não lancei meus gritos por entre as pedras? Também eu esforço-me por esquecer, caminho através de nossas cidades de ferro e fogo, sorrio corajosamente à tristeza, chamo ao longe as tempestades, serei fiel. Em verdade esqueci: sou ativo e surdo a partir desse momento. Mas um dia talvez, quando estivermos prestes a morrer de esgotarem e ignorância, eu possa renunciar aos nossos túmulos espalhafatosos para ir deitar-me no vale sob a mesma luz, e possa aprender pela última vez aquilo que sei
Se a vida não sorrir para você, sorria para ela mesmo assim!
Por toda parte há pessoas tristes a procura de um sorriso e não o encontram. Não encontram por não saber procurar ou porque ele não quer ser encontrado. Mas quem sabe o seu sorriso as encontrem e você possa trazer felicidade a elas e a si mesma.
A felicidade vem de onde menos se espera, e quando chega faz um bem... que você nem imagina o quanto.
" Em noites tristes, dias solitários
que vou caminhando pelas ruas em busca de um ser inexistente... Um ser que mora aqui dentro de meus pensamentos confusos.. quase sempre encontro esse ser inexistente, mas quando vejo ,logo ele não existe..
volto a caminhar tristemente e solitária em meu mundo imaginário cheio de seres inexistentes...
Olhando para o espelho, olhando para meus tristes olhos vermelhos.
Retoco a maquiagem que sumiu depois de algumas meras lágrimas derramadas.
Passo os dedos sobre as mechas de cabelos embaraçados e fico ali por um tempo me olhando e perguntando-me:
_ O que eu realmente estou sentindo?
E meu coração simplismente não sabe a resposta.
Sento-me na cama e acariciando levemente seu rosto.Peço desculpas por te amar tanto.
E vc singelamente vira para o outro lado sem saber o que está acontecendo.
Como gosto de olhar você dormindo, como queria saber o que se passa em teus sonhos.
Ah! suas costas, seu corpo branco e perfeito.Como é lindo!
E assim mais uma vez me levanto e enquanto saio pela velha porta do motel as lágrimas ainda caem. E agora não sei se o que sinto é amor ou ódio.
Eu sei que vai ligar amanhã, mas sei que não é para saber por que sai sem avisar.
Será para dizer quando me verá novamente e eu apaixonada direi sem pensar:
- em breve.
E você com uma doce voz vai dizer:
- Desculpe preciso desligar agora, você sabe por que.
E na verdade com isso nãome sinto bem.
-
Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.
Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca teve flores!
Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh’alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.
Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!
Pense comigo...
Existem pessoas que andam tristes, presas na vida, que não se permitem sorrir, não se permitem se soltar, estão presas com seus fantasmas, pessoas que nem sequer conseguem dar-lhe um bom dia, um oi, ensaiar um sorriso pelo canto da boca e disfarçar a tristeza que lhes incomoda, pessoas que precisam brigar com a timidez todos os dias para viver, a vida assim vai passando despercebida, vai se esgotando a cada segundo, por isso, não se permita ser assim, diga para si mesmo que a vida é linda e que todos os dias você pode viver coisas grandiosas, não deixe que nada sufoque a alegria de dizer pra si mesmo que está vivo e que merece toda a felicidade, até a última gota.
Os dias tristes estão se tornando mais frequentes novamente.
Acho triste quando minha melhor companhia sou eu
e todos passam ser desinteressantes demais.
Só mesmo essas melodias melancólicas ou o silêncio
permito que entre em casa e fale comigo ou por mim.
Eu já não sei mais o que espera ou o que esperar.
Não quero ter que falar de tudo que não quero,
ou parar e andar lembrando do tudo que já disse ter esquecido
e sentir-me tão morto por permanecer meio vivo
vendo o futuro tão atrelado ao passado e perder o presente.
Vou dizer mais o que? O que tu gostarias de ouvir?!
Intenções não tão verdadeiras em mim não comovem mais.
Mãos entrelaçadas, corpos encaixados, olhos cansados.
Não digas saber algo de mim, pois nem eu mesmo sei.
Espero não precisar esperar muito por dias menos frequentes.
Nem anjo Nem demonio
Os dias se faziam tão calmos e ao mesmo tempo tão tristes
Eu sempre me sentia daquela forma e nem ao menos sabia o porque de tudo
A noite era mais triste e era onde eu me sentia mais solitária sem ninguém ao meu lado eu vaguei por entre ruas, parques ate o cemitério único lugar onde jamais pensei q estaria triste calmo e obscuro sentimentos se dissolviam entre o sereno q insistia em cair
Eu buscava apenas esquecer a dor jamais pensei sentir me fizera fraca e tudo por algo que eu pensei que nunca sentiria o Amor
Doce sentimento maldito
Eu amaldiçoei todos os seus dias
Eu chorei todas as madrugas
Eu ti amaldiçoei porque você fez isso a mim me tornou o que sou hoje
Uma criatura não tão pura parte anjo parte demônio
Anjo de luz demônio da terra
Sua sina vagar por todos os lugares obscuros sem poder obter o mínimo de afeto de qualquer ser
Sabes me lembrei que naquela manha de setembro eu senti tanta dor tanta dor
Eu cheguei a pensar que sagrava por dentro gotas de sangue misturam-se com minhas lagrimas e deságuavam em meu olhar
Eu tentei ser alguém melhor mas aquilo sempre me fazia sangrar
Meu coração apertado sempre sangrava e eu não sabia como parar aquilo por mais que tente por mais que eu fosse fugir aquilo nunca passava.. lagrimas escorrendo um coração doendo o que fazer?
Quando você jurou me amar não me disse nada que logo irias me abandonar e porque assim?
Noite fria deitada sobre um velho tumulo me fez pensar numa frase que la vi escrita
“Se o amor por ti foi tão eterno quanto palavras ditas por tu permanecera eterno onde quer q estejamos..”.
Me fez pensar me fez chorar me fez sangrar .
Por ali fiquei a madrugada toda ...um dia todo..uma tarde toda...uma noite toda
Ate que em tornei parte daquele lugar
Nem anjo nem demônio onde será meu lugar?
Palavras de consolo já não mais me servem
E eu continuei ti amaldiçoando
Isso porque dói dói tanto
E apesar dos anos eu ainda sangro
Nem anjo nem demonio
Sua morte me faria parar de sangrar?
"É amor o que sinto quando
deito a cabeça no travesseiro e
fico imaginando nós dois juntos.
É amor quando eu acordo na
madrugada e me percebo
sorrindo para sua fotografia.
É amor quando o meu
pensamento te acompanha
durante todo o dia.
É amor...
tudo o que eu faço,
tudo o que eu vivo e
tudo o que eu respiro.
É por isso que eu gosto de
tomar meu cafezinho olhando
pela janela.
Pois só a imensidão do céu
explica a intensidade desse
amor.
Já se passaram tanto tempo e
você ainda tem o mesmo
efeito sobre mim..."
❤
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
A Falência do Prazer e do Amor
Terceiro Tema
I
Beber a vida num trago, e nesse trago
Todas as sensações que a vida dá
Em todas as suas formas [...]
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Dantes eu queria
Embeber-me nas árvores, nas flores,
Sonhar nas rochas, mares, solidões.
Hoje não, fujo dessa idéia louca:
Tudo o que me aproxima do mistério
Confrange-me de horror. Quero hoje apenas
Sensações, muitas, muitas sensações,
De tudo, de todos neste mundo — humanas,
Não outras de delírios panteístas
Mas sim perpétuos choques de prazer
Mudando sempre,
Guardando forte a personalidade
Para sintetizá-las num sentir.
Quero
Afogar em bulício, em luz, em vozes,
— Tumultuárias [cousas] usuais —
o sentimento da desolação
Que me enche e me avassala.
Folgaria
De encher num dia, [...] num trago,
A medida dos vícios, inda mesmo
Que fosse condenado eternamente —
Loucura! — ao tal inferno,
A um inferno real.
II
Alegres camponeses, raparigas alegres e ditosas,
Como me amarga n'alma essa alegria!
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Nem em criança, ser predestinado,
Alegre eu era assim; no meu brincar,
Nas minhas ilusões da infância, eu punha
O mal da minha predestinação.
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Acabemos com esta vida assim!
Acabemos! o modo pouco importa!
Sofrer mais já não posso. Pois verei —
Eu, Fausto — aqueles que não sentem bem
Toda a extensão da felicidade,
Gozá-la?
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Ferve a revolta em mim
Contra a causa da vida que me fez
Qual sou. E morrerei e deixarei
Neste inundo isto apenas: uma vida
Só prazer e só gozo, só amor,
Só inconsciência em estéril pensamento
E desprezo [...]
Mas eu como entrarei naquela vida?
Eu não nasci para ela.
III
Melodia vaga
Para ti se eleva
E, chorando, leva
O teu coração,
Já de dor exausto,
E sonhando o afaga.
Os teus olhos, Fausto,
Não mais chorarão.
IV
Já não tenho alma. Dei-a à luz e ao ruído,
Só sinto um vácuo imenso onde alma tive...
Sou qualquer cousa de exterior apenas,
Consciente apenas de já nada ser...
Pertenço à estúrdia e à crápula da noite
Sou só delas, encontro-me disperso
Por cada grito bêbedo, por cada
Tom da luz no amplo bojo das botelhas.
Participo da névoa luminosa
Da orgia e da mentira do prazer.
E uma febre e um vácuo que há em mim
Confessa-me já morto... Palpo, em torno
Da minha alma, os fragmentos do meu ser
Com o hábito imortal de perscrutar-me.
V
Perdido
No labirinto de mim mesmo, já
Não sei qual o caminho que me leva
Dele à realidade humana e clara
Cheia de luz [...] alegremente
Mas com profunda pesadez em mim
Esta alegria, esta felicidade,
Que odeio e que me fere [...]
.....................................................................
Sinto como um insulto esta alegria
— Toda a alegria. Quase que sinto
Que rir, é rir — não de mim, mas, talvez,
Do meu ser.
VI
Toda a alegria me gela, me faz ódio.
Toda a tristeza alheia me aborrece,
Absorto eu na minha, maior muito Que outras
[...]
.....................................................................
Sinto em mim que a minha alma não tolera
Que seja alguém do que ela mais feliz;
O riso insulta-me, por existir;
Que eu sinto que não quero que alguém ria
Enquanto eu não puder. Se acaso tento
Sentir, querer, só quero incoerências
De indefinida aspiração imensa,
Que mesmo no seu sonho é desmedida ...
VII
tua inconsciência alegre é uma ofensa
para mim. O seu riso esbofeteia-me!
Tua alegria cospe-me na cara!
Oh, com que ódio carnal e espiritual
escarro sobre o que na alma humana
Fria festas e danças e cantigas...
....................................................................
Com que alegria minha, cairia
Um raio entre eles! Com que pronto
Criaria torturas para eles
Só por rirem a vida em minha cara
E atirarem à minha face pálida
O seu gozo em viver, a poeira — que arda
Em meus olhos — dos seus momentos ocos
De infância adulta e tudo na alegria!
.....................................................................
Ó ódio, alegra-me tu sequer!
Faze-me ver a Morte. roendo a todos,
Põe-me ria vista os vermes trabalhando
Aqueles corpos! [...]
VIII
Triste horror d'alma, não evoco já
Com grata saudade, tristemente,
Estas recordações da juventude!
Já não sinto saudades, como há pouco
Inda as sentia. Vai-se-me embotando,
Co'a força de pensar, contínuo e árido,
Toda a verdura e flor do pensamento.
Ao recordar agora, apenas sinto,
Como um cansaço só de ter vivido,
Desconsolado e mudo sentimento
De ter deixado atrás parte de mim,
E saudade de não ter saudade,
Saudades dos tempos em que as tinha.
Se a minha infância agora evoco, vejo
— Estranho! — como uma outra criatura
Que me era amiga, numa vaga
Objetivada subjetividade.
Ora a infância me lembra, como um sonho,
Ora a uma distância sem medida
No tempo, desfazendo-me em espanto;
E a sensação que sinto, ao perceber
Que vou passando, já tem mais de horror
Que tristeza [...]
E nada evoca, a não ser o mistério
Que o tempo tem fechado em sua mão.
Mas a dor é maior!
IX
Ó vestidas razões! Dor que é vergonha
E por vergonha de si-própria cala
A si-mesma o seu nexo! Ó vil e baixa
Porca animalidade do animal,
Que se diz metafísica por medo
A saber-se só baixa ...
.....................................................................
Ó horror metafísico de ti!
Sentido pelo instinto, não na mente!
Vil metafísica do horror da carne,
Medo do amor...
Entre o teu corpo e o meu desejo dele
'Stá o abismo de seres consciente;
Pudesse-te eu amar sem que existisses
E possuir-te sem que ali estivesses!
Ah, que hábito recluso de pensar
Tão desterra o animal que ousar não ouso
O que a [besta mais vil] do mundo vil
Obra por maquinismo.
Tanto fechei à chave, aos olhos de outros,
Quanto em mim é instinto, que não sei
Com que gestos ou modos revelar
Um só instinto meu a olhos que olhem ...
.....................................................................
Deus pessoal, deus gente, dos que crêem,
Existe, para que eu te possa odiar!
Quero alguém a quem possa a maldição
Lançar da minha vida que morri,
E não o vácuo só da noite muda
Que me não ouve.
X
O horror metafísico de Outrem!
O pavor de uma consciência alheia
Como um deus a espreitar-me!
Quem me dera
Ser a única [cousa ou] animal
Para não ter olhares sobre mim!
XI
Um corpo humano!
Às vezes eu, olhando o próprio corpo,
Estremecia de terror ao vê-lo
Assim na realidade, tão carnal.
XII
................................................. Sinto horror
À significação que olhos humanos
Contém...
.....................................................................
Sinto preciso
Ocultar o meu íntimo aos olhares
E aos perscrutamentos que olhares mostram;
Não quero que ninguém saiba o que sinto,
Além de que o não posso a alguém dizer...
XIII
Com que gesto de alma
Dou o passo de mim até à posse
Do corpo de outros, horrorosamente
Vivo, consciente, atento a mim, tão ele
Como eu sou eu.
XIV
Não me concebo amando, nem dizendo
A alguém "eu te amo" — sem que me conceba
Com uma outra alma que não é a minha
Toda a expansão e transfusão de vida
Me horroriza, como a avaro a idéia
De gastar e gastar inutilmente —
Inda que no gastar se [extraia] gozo.
XV
Quando se adoram, vividos,
Dois seres juvenis e naturais
Parece que harmonias se derramam
Como perfumes pela terra em flor.
Mas eu, ao conceber-me amando, sinto
Como que um gargalhar hórrido e fundo
Da existência em mim, como ridículo
E desusado no que é natural.
Nunca, senão pensando no amor,
Me sinto tão longínquo e deslocado,
Tão cheio de ódios contra o meu destino. —
De raivas contra a essência do viver.
XVI
Vendo passar amantes
Nem propriamente inveja ou ódio sinto,
Mas um rancor e uma aversão imensos
Ao universo inteiro, por cobri-los.
XVII
O amor causa-me horror; é abandono,
Intimidade...
... Não sei ser inconsciente
E tenho para tudo [...]
A consciência, o pensamento aberto
Tornando-o impossível.
E eu tenho do alto orgulho a timidez
E sinto horror a abrir o ser a alguém,
A confiar n’alguém. Horror eu sinto
A que perscrute alguém, ou levemente
Ou não, quaisquer recantos do meu ser.
Abandonar-me em braços nus e belos
(Inda que deles o amor viesse)
No conceber do todo me horroriza;
Seria violar meu ser profundo,
Aproximar-me muito de outros homens.
Uma nudez qualquer — espírito ou corpo —
Horroriza-me: acostumei-me cedo
Nos despimentos do meu ser
A fixar olhos pudicos, conscientes.
Do mais. Pensar em dizer "amo-te"
E "amo-te" só — só isto, me angustia...
XVIII
[...] eu mesmo
Sinto esse frio coração em mim
Admirado de ser um coração
Tão frio está.
XIX
Seria doce amar, cingir a mim
Um corpo de mulher, mais frio e grave
e feito em tudo, transcendentalmente
O pensamento agrada-me, e confrange-me
Do terror de perto, e [junto]
Em sensação ao meu, um outro corpo.
Gelada mão misteriosa cai
Sobre a imaginação [...]
XX
É isto o amor? Só isto? [...]
.....................................................................
Sinto ânsias, desejos,
Mas não com meu ser todo. Alguma cousa
No íntimo meu, alguma cousa ali
— Fria, pesada, muda — permanece.
[P'ra] isto deixei eu a vida antiga
Que já bem não concebo, parecendo
Vaga já.
Já não sinto a agonia muda e funda
Mas uma, menos funda e dolorosa,
[Bem] mais terrível raiva [...]
De movimentos íntimos, desejos
Que são como rancores.
Um cansaço violento e desmedido
De existir e sentir-me aqui, e um ódio
Nascido disto, vago e horroroso,
A tudo e todos...
XXI
— Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
.....................................................................
Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.
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Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse todo com o coração.
Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
Se me faltas [...]
... Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas —
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.
.....................................................................
Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
.....................................................................
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.
.....................................................................
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...
.....................................................................
Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
— Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
.....................................................................
XXII
Pra que te falar? Ninguém me irmana
Os pensamentos na compreensão.
Sou só por ser supremo, e tudo em mim
É maior.
XXIII
Reza por mim! A mais não me enterneço.
Só por mim mesmo sei enternecer-me,
Soba a ilusão de amar e de sentir em que forçadamente me detive.
Reza por mim, por mim! Eis a que chega
A minha tentativa [em] querer amar.
O Amor de Dudu nas Águas
Estou virando uma menina
tornada mulherinha
com tanta coleirinha
de maturidade
ainda assim me sinto parida agora
tenra, maçã nova
nova Eva novo pecado.
Tudo gira e eu renasço menina
vestido curto na alma de dentro...
Deixo no mar os velhos adereços
a velha cristaleira, os velhos vícios
as caducas mágoas.
Nasce a mulher-menina de se amar
com água no ventre e no olhar.
Nasce a Doudou das Águas.
Virtudes Ociosas e Bolorentas
Mais que amor, dinheiro e fama, dai-me a verdade. Sentei-me a uma mesa onde a comida era fina, os vinhos abundantes e o serviço impecável, mas onde faltavam sinceridade e verdade, e com fome me fui embora do inóspito recinto. A hospitalidade era fria como os sorvetes. Pensei que nem havia necessidade de gelo para conservá-los. Gabaram-me a idade do vinho e a fama da safra, mas eu pensava num vinho muito mais velho, mais novo e mais puro, de uma safra mais gloriosa, que eles não tinham e nem sequer podiam comprar.
O estilo, a casa com o terreno em volta e o «entretenimento» não representam nada para mim. Visitei o rei, mas ele deixou-me à espera no vestíbulo, comportando-se como um homem incapaz de hospitalidade. Na minha vizinhança havia um homem que morava no oco de uma árvore e cujas maneiras eram régias. Teria feito bem melhor visitando-o a ele.
Até quando nos sentaremos nós nos nossos alpendres a praticar virtudes ociosas e bolorentas, que qualquer trabalho tornaria descabidas? É como se alguém começasse o dia com paciência, contratasse alguém para lhe sachar as batatas, e de tarde saísse para praticar a mansidão e a caridade cristãs com bondade premeditada!
Amor, Amor
Amor, amor
Quero um amor que não tenha fim
Amor, amor
Quero um amor pra mim
Amor, amor
Quero um amor que me queira bem
Amor, amor
Eu preciso amar alguém
Vivo a sonhar
Que estou a beijar
O meu grande amor
Sempre a esperar
Quem me queira amar
O meu peito agora diz
Eu preciso de um amor
Só assim serei feliz
Amor, amor
Quero um amor que não tenha fim
Amor ,amor
Quero um amor pra mim
"A PLENITUDE DO AMOR"
Todo mundo é capaz de se lembrar de um momento, que é universal, comum a todos, talvez da primeira infância, no qual desejou amar a tudo e a todos - seu pai, sua mãe, seus irmãos, os maus, os bons, um cão, um gato, a grama - , e quis que todo mundo se sentisse bem, que todo mundo se sentisse feliz; mais ainda quando quis fazer algo de especial para que todos se sentisse felizes, que mesmo com seu sacrifício pessoal, mesmo dando sua vida para que todos pudessem se sentir felizes e alegres. Este sentimento é o Sentimento do Amor, e é preciso voltar a ele, pois ele é a vida de cada um de nós.
[ "Tudo que Você Faz deve Estar Pleno de AMOR" ]
Em matéria de amor, eu tô sempre repetindo de ano.
Eu não gosto de ser grossa com as pessoas, mas tem gente que praticamente implora.
Atualmente, estou fazendo algumas mudanças em minha vida. Caso você não ouça mais falar de mim, você provavelmente é uma delas.
Passado só fica pra trás, quando a gente deixa ele lá... Porque passado teimoso, tem celular e sabe bem a horinha de lembrar dele.
Amor é um brado afeito
Que Deus no Mundo pôs e a Natureza
Para aumentar as coisas que criou.
De amor está sujeito
Tudo quanto possui a redondeza;
Nada sem este efeito se gerou.
Por ele conservou
A causa principal o Mundo amado
Donde o pai famulento foi deitado.
As coisas ele as ata e as conforma
Com O Mundo,e reforma
A matéria. Quem há que não o veja?
Quanto meu mal deseja, sempre forma.
O Amor e o Sábio Agricultor
O Amor é um sentimento caprichoso, por vezes impaciente e temperamental demais e, por ser assim, às vezes pode ser injusto com outros sentimentos que ainda não têm a mesma intensidade que ele possui.
Às vezes, num relacionamento, é comum que uma das pessoas acabe se ressentindo por perceber, em determinado momento, que o Amor que ela sente é semelhante a um Carvalho, belo, grande e forte, enquanto que o da outra pessoa mais parece uma muda de uma árvore pequena e frágil.
Nesta hora, um relacionamento pode entrar em crise, ou mesmo desmoronar, e isto faz pensar o quão imprudente, por vezes, pode ser o Amor.
Quem ama, algumas vezes precisa ter a sabedoria de um agricultor, que sabe que nenhuma planta cresce e dá frutos da noite para o dia. É preciso muitos cuidados, dedicação e a crença de que após determinado período, caso pragas e intempéries não assolem a plantação, será feita uma boa colheita.
Para isso, o agricultor entrega todas as suas energias à lavoura, e precisa estar preparado para combater até mesmo as pragas e as intempéries mais cruéis.
Agindo assim, o que acontece no final é motivo de festa e muita felicidade para o agricultor.
Isto mostra que não se deve abandonar um sentimento por ele parecer pequeno e frágil, mas dispensar-lhe melhores cuidados e preservando-o para que ele possa crescer e, um dia, tornar-se um Amor belo e forte.
A Fome e o Amor
A um monstro
Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríasis sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta,
Superexcitadíssimos, os dois
Representam, no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!