Cartas e Prosa de Fernando Pessoa
Não tenhas nada nas mãos
Nem uma memória na alma,
Que quando te puserem
Nas mãos o óbolo último,
Ao abrirem-te as mãos
Nada te cairá.
Que trono te querem dar
Que Átropos to não tire?
Que louros que não fanem
Nos arbítrios de Minos?
Que horas que te não tornem
Da estatura da sombra
Que serás quando fores
Na noite e ao fim da estrada.
Colhe as flores mas larga-as,
Das mãos mal as olhaste.
Senta-te ao sol. Abdica
E sê rei de ti próprio.
O Amor pede Identidade com Diferença
O amor pede identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna seu e não é. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor maior é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia - os amores todos que são os absurdiandos do amor.
(...) O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.
O FADO E A ALMA PORTUGUESA
Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.
O fado, porém, não é alegre nem triste. É um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar.
As almas fortes atribuem tudo ao Destino; só os fracos confiam na vontade própria, porque ela não existe.
O fado é o cansaço da alma forte, o olhar de desprezo de Portugal ao Deus em que creu e também o abandonou.
No fado os Deuses regressam legítimos e longínquos. É esse o segredo sentido da figura de El-Rei D. Sebastião.
14-4-1929
Todo o homem de hoje, em quem a estatura moral e o relevo intelectual não sejam de pigmeu ou de charro, ama, quando ama, com o amor romântico. O amor romântico é um produto extremo de séculos sobre séculos de influência cristã; e, tanto quanto à sua substância, como quanto à sequência do seu desenvolvimento, pode ser dado a conhecer a quem não o perceba comparando-o com uma veste, ou traje, que a alma ou a imaginação fabriquem para com ele vestir as criaturas, que acaso apareçam, e o espírito ache que lhes cabe.
Mas todo o traje, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em quem o vestimos.
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
11. M de Mensagem
D. Dinis
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
o plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
XXXIX - O MISTÉRIO DAS COUSAS
O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
INTERVALO
Quem te disse ao ouvido esse segredo
Que raras deusas têm escutado -
Aquele amor cheio de crença e medo
Que é verdadeiro só se é segredado?...
Quem te disse tão cedo?
Não fui eu, que te não ousei dizê-lo.
Não foi um outro, porque não sabia.
Mas quem roçou da testa teu cabelo
E te disse ao ouvido o que sentia?
Seria alguém, seria?
Ou foi só que o sonhaste e eu te o sonhei?
Foi só qualquer ciúme meu de ti
Que o supôs dito, porque o não direi,
Que o supôs feito, porque o só fingi
Em sonhos que nem sei?
Seja o que for, quem foi que levemente,
A teu ouvido vagamente atento,
Te falou desse amor em mim presente
Mas que não passa do meu pensamento
Que anseia e que não sente?
Foi um desejo que, sem corpo ou boca,
A teus ouvidos de eu sonhar-te disse
A frase eterna, imerecida e louca -
A que as deusas esperam da ledice
Com que o Olimpo se apouca.
Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção — isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando.
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
'Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!
Aconteceu-me do Alto do Infinito
Aconteceu-me do alto do infinito
Esta vida. Através de nevoeiros,
Do meu próprio ermo ser fumos primeiros,
Vim ganhando, e través estranhos ritos
De sombra e luz ocasional, e gritos
Vagos ao longe, e assomos passageiros
De saudade incógnita, luzeiros
De divino, este ser fosco e proscrito...
Caiu chuva em passados que fui eu.
Houve planícies de céu baixo e neve
Nalguma cousa de alma do que é meu.
Narrei-me à sombra e não me achei sentido.
Hoje sei-me o deserto onde Deus teve
Outrora a sua capital de olvido...
Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.
Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.
Nota: Techo do poema "A Passagem das Horas"
Notas para uma Regra de Vida 1. Cada um de nós não tem de seu nem de real senão a sua própria individualidade.
2. Aumentar é aumentar-se.
3. Invadir a individualidade alheia é, além de contrário ao princípio fundamental, contrário (por isso mesmo também) a nós mesmos, pois invadir é sair de si, e ficamos sempre onde ganhamos (Por isso o criminoso é um débil, e o chefe um escravo.) (O verdadeiro forte é um despertador, nos outros, de energias deles. O verdadeiro mestre é um mestre de o não acompanharem.)
4. Atrair os outros a si é, ainda assim, o sinal da individualidade.
Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...
As sociedades são conduzidas por agitadores de sentimentos, não por agitadores de ideias. Nenhum filósofo fez caminho senão porque serviu, em todo ou em parte, uma religião, uma política ou outro qualquer modo social do sentimento.
Se a obra de investigação, em matéria social, é portanto socialmente inútil, salvo como arte e no que contiver de arte, mais vale empregar o que em nós haja de esforço em fazer arte, do que em fazer meia arte.
Se alguém bater um dia à tua porta,
Dizendo que é um emissário meu,
Não acredites, nem que seja eu;
Que o meu vaidoso orgulho não comporta
Bater sequer à porta irreal do céu.
Mas se, naturalmente, e sem ouvir
Alguém bater, fores a porta abrir
E encontrares alguém como que à espera
De ousar bater, medita um pouco. Esse era
Meu emissário e eu e o que comporta
O meu orgulho do que desespera.
Abre a quem não bater à tua porta!
Guia-me a só a razão
Guia-me a só a razão.
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
<<Cego, fora eu bendito >> ?
Como olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão-
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
Prosa Patética
Nunca fui de ter inveja, mas de uns tempos pra cá tenho tido.
As mãos dadas dos amantes tem me tirado o sono.
Ontem, desejei com toda força ser a moça do supermercado.
Aquela que fala do namorado com tanta ternura.
Mesmo das brigas ando tendo inveja.
Meu vizinho gritando com a mulher, na casa cheia de crianças,
Sempre querendo, querendo.
Me disseram que solidão é sina e é pra sempre.
Confesso que gosto do espaço que é ser sozinho.
Essa extensão, largura, páramo, planura, planície, região.
No entanto, a soma das horas acorda sempre a lembrança
Do hálito quente do outro. A voz, o viço.
Hoje andei como louca, quis gritar com a solidão,
Expulsar de mim essa Nossa Senhora ciumenta.
Madona sedenta de versos. Mas tive medo.
Medo de que ao sair levasse a imensidão onde me deito.
Ausência de espelhos que dissolve a falta, a fraqueza, a preguiça.
E me faz vento, pedra, desembocadura, abotoadura e silêncio.
Tive medo de perder o estado de verso e vácuo,
Onde tudo é grave e único. E me mantive quieta e muda.
E mais do que nunca tive inveja.
Invejei quem tem vida reta, quem não é poeta
Nem pensa essas coisas. Quem simplesmente ama e é amado.
E lê jornal domingo. Come pudim de leite e doce de abóbora.
A mulher que engravida porque gosta de criança.
Pra mim tudo encerra a gravidade prolixa das palavras: madrugada, mãe, Ônibus, olhos, desabrocham em camadas de sentido,
E ressoam como gongos ou sinos de igreja em meus ouvidos.
Escorro entre palavras, como quem navega um barco sem remo.
Um fluxo de líquidos. Um côncavo silêncio.
Clarice diz que sua função é cuidar do mundo.
E eu, que não sou Clarice nem nada, fui mal forjada,
Não tenho bons modos nem berço.
Que escrevo num tempo onde tudo já foi falado, cantado, escrito.
O que o silêncio pode me dizer que já não tenha sido dito?
Eu, cuja única função é lavar palavra suja,
Neste fim de século sem certezas?
Eu quero que a solidão me esqueça.
Sou verde. amarelo, sou cor de rosa,
nao me venha com essa prosa.
Deixe as pessoas se amarem,
nao me venham com detalhes.
Homem com homem, mulher com mulher,
não se deve meter a colher.
O que importa é o coração,
não me venha com sermão.´
A única verdade é que eles
merecem a felicidade.
Já sofreram humilhações,
por muitas gerações.
Só querem ser amados
e por todos respeitados.
Apenas querem casar
e dos preconceitos se libertar!
Eu sei que por algum tempo vou seguir oscilante entre a razão e o desejo. Algumas decisões são tomadas com o coração inquieto e o pensamento tomado por muitas coisas que aconteceram e que acontecem, tudo misturado. Sei também que o tempo vai ser meu amigo para essas coisas da vida. Com coragem eu sigo, nessa velocidade que eu não temo, nem mesmo de ousar ser feliz.
Tudo na vida tem jeito
Você é uma pessoa que se repete muito? Vai sempre aos mesmos lugares, conversa sempre com as mesmas pessoas, até o seu problema é igual? Conta sempre a mesma história,ri da mesma piada? Tem gente que é assim. Será que esse não é?
É a pessoa videoteipe, que está sempre repetindo tudo igual. Parece uma fotografia, porque fica eternamente parada naquilo. Por que uma pessoa fica assim igual com tanta coisa curiosa na vida? Às vezes, é porque ela está aprendendo a ser segura, a ser organizada. Então, ela passa por um período de monotonia. Fica meio emperrada, meio engasgada consigo mesma por um período grande.
Que esquisito, pois com tanta coisa acontecendo nesse mundo moderno, tão dinâmico, a pessoa fica sempre igual. Está sempre com o mesmo cabelo. Mas o povo é assim. Tem aquela que troca de cor de cabelo toda semana. Ela também exagera. Toda hora está trocando de cara porque é mais fácil
trocar a cor do cabelo do que mudar de atitude.
Mas tudo tem a sua hora. Cada um está exercitando, de algum jeito, o seu modo de criar, de viver. Veja, por exemplo, a questão do destino, que toca a todos nós. Todo mundo quer forçar o destino a realizar o seu sonho, para que dê certo no amor,na carreira.
Acho que a gente pode mesmo fazer o destino e tem uma certa consciência disso. Nem sempre sabe como fazer, mas a gente quer forçar. Faz o possível para as coisas irem de um jeito e não de outro, embora a gente erre, porque não sabe bem como fazer o destino funcionar. E, às vezes, a pessoa tenta tanto que passa a ser autoritária e arrogante:
- Eu quero assim, porque tem que ser desse jeito.
Não aceita que seja diferente. Acho que isso é descontrole. Mas, no fundo, a pessoa está apenas querendo a felicidade. Você já pensou que tudo que você faz, de certo ou de errado, é porque pensa que isso vai levá-lo à felicidade? Aquele que rouba, que mente, que é sincero, tudo que o pessoal faz é pensando que vai trazer a felicidade.
Que força tem a busca da felicidade em nós! A gente quer viver, quer se realizar. Uns com dinheiro, outros com amor, com a esperança de que aquela pessoa vá fazê-la feliz. Quantos sonhos de felicidade todos nós temos. E quando a gente se decepciona, porque não consegue, então, não quer sonhar mais. Quer brigar, quer chorar. E quanto maior a revolta, mais mostra que o desejo da felicidade é grande, pois se o desejo fosse pequeno, a revolta seria pequena. E a gente vê que também o revoltado, o agressivo, o amargo quer a felicidade.
Sorte daquele que sabe parar para analisar e ficar só olhando tudo, sem emoção. Vai fundo e, daí é que descobre as coisas. Quando fica só contemplando, se liga na consciência cósmica, começa a entender as coisas.
- Quer dizer, então, que o conhecimento de tudo está dentro de nós?
- Está mesmo. Se a natureza nos põe para viver, tem que pôr também o conhecimento para termos condições de fazer as coisas. É que você é muito afobado, muito emocionado, muito indisciplinado e não pára para ir fundo. Então, as coisas ficam confusas. Feliz daquele que sabe parar e ficar calmo, só olhando a situação, abrindo a mente e o coração na boa vontade para entender: esse vai dominar a vida e vai ser feliz.
Tudo que consegui de bom na vida foi assim. Mas a gente fica doido, desesperado, emocionado e fica repetindo o que já fez. Uai, se já fez e não deu certo, por que repete? Tem que parar, contemplar, ir fundo, acreditar que tem jeito. Tudinho tem jeito. Pare de ficar desesperado que isso não leva a nada. Só dá dor de cabeça
.
Tudo tem jeito. Tem sim, tem muito jeito. Tudo é aprendizagem.
• Aquele que está aflito está aprendendo a movimentar sua energia de ação.
• Aquele que está encruado, parado na vida, está aprendendo a usar o breque.
• Aquele que está trabalhando, está aprendendo a usar as suas faculdades.
• Aquele que trabalha com a moleza, com a preguiça, está aprendendo o valor do tempo, a trabalhar sem estresse.
• Tem aquele que está trabalhando afobado, angustiado, preocupado, que também está aprendendo a assumir responsabilidade.
Tudo o que você chama de defeito, na verdade, é uma das suas virtudes que está aprendendo a usar.
• A raiva é a virtude da coragem, que você está aprendendo a usar.
• A crueldade é a força da transformação, que a gente também está aprendendo a usar.
• A mentira é a força do manuseio, da interpretação, da adequação à situação, que você está aprendendo a usar.
• A falsidade é a nossa capacidade de conter e suprimir elementos perigosos da nossa vida.
• A traição é porque a gente está aprendendo as questões do compromisso. Quem trai acaba tendo as suas reações e acaba aprendendo o que é se compromissar, quando deve se compromissar e de forma deve fazer os compromissos.
Quando há traição é porque a pessoa não tem coragem de encarar a verdade.
• Quem está fugindo está aprendendo a se afastar daquilo que o incomoda.
• Quem está confrontando está aprendendo a transformar aquilo que o incomoda. Todo mundo está em trabalho
• Quando a pessoa bebe muito, está aprendendo a dominar o seu orgulho. Claro que é de uma forma dramática e dolorosa, mas está aprendendo.
• A doença está ensinando você a se tratar melhor. Você, que não gosta de si mesmo, que se queixa que têm pernas finas, orelhas grandes, nariz torto, então, pega as doenças, empesteia o corpo para aprender a se gostar e a se tratar melhor.
Todo mundo, minha gente, está na lição. O povo diz:
- Quanta crueldade, quanto sofrimento nesse mundo, quanta gente ignorante, quanta violência...
Vocês falam que a sociedade hoje é muito violenta. Mentira! O homem sempre foi assim, em qualquer sociedade. E vai continuar a guerrear porque está aprendendo a usar os poderes de transformação, os poderes do direito humano, os poderes dos princípios de liberdade, dos princípios de individualidade. Tudo isso é feito da maneira que o homem sabe fazer, de acordo com o seu estado de evolução. Um dia melhora, como já melhorou em muitos aspectos porque a humanidade já aprendeu. Então, está tudo certo.
Está tudo certo, porque Deus não erra. Você é que vê erro, porque não entende. E o que não entende, você acha que é errado. Mas se você pudesse, de algum modo, sentir o pensamento de Deus, ia ver que está certo, que é isso mesmo o que Deus quer. Se não quisesse assim, já teria mudado.
Você gosta de se queixar da vida porque ela não é do jeito que você queria. Sinto muito dizer, mas está certo. É você que fica achando erro. Toda crueldade, tudo está certinho. É bom você parar de se queixar e tentar entender, se quer mesmo ser feliz. É preciso entender os porquês, mas você não procura, então por que diz que é difícil?
A vida não esconde nada. É você que não quer ver.
Vamos sair desse delírio de enganos e erros, de obstáculos e pessimismo? Vamos viajar juntos e descobrir isso tudo?