Cartas de Tristeza
Desesperança
Destemperança
Desassossego
Desaconchego
Mas eu me sinto bem.
A falta do meu pai
A bolsa de Xangai
O grito no sussurro
Ler Dom Casmurro
Eu me sinto bem.
A força do vento
O peso do tempo
As águas de março
A sobra de espaço
Mas me sinto bem.
O Furacão Milton
A Morte do Ilton
A cólera da vida
A cicatriz e a ferida
Me sinto bem.
A falta de certeza
Os ritos de beleza
O triângulo da tristeza
O fim da natureza
Me sinto bem.
Apesar dos pesares
Da fúrias dos mares
Da queda dos pilares
Do incidente em Antares
Ainda me sinto bem.
Oração aos céus
Deus seja louvado, e adorado
Ele é o Deus de Amor e da Verdade
Ele é o Caminho para os que estão perdido
E desencontrados da felicidade
Trazendo paz e calmaria
Para os corações vazios e feridos
O peça, acredite e lhe serás dado antes de houver pedido
Se arrependa verdadeiramente em seu íntimo
E encontre felicidade em agradecer cada milagre
Que está em nosso ver, nosso motivo pra sorrir,
O Poder de pensar, sonhar, ouvir, e apreciar
Cada vida, criação, átomo, brisa, chuva
Na transformação de cada mudança, da lagarta em uma linda borboleta, da grande árvore imponente e majestosa que já foi uma muda
Assim como Deus transforma e muda cada um de nós,
Do dia que éramos um esboço, uma casca vazia
De algo que antes jazia
Para se tornar algo novo que transborda a verdadeira beleza e vida
Da Fonte que floresce e semeia Esperança Amor e Alegria.
Louve ao teu Pai, que estás no infinito da vastidão dos céus
Diga em oração, sussurre e fale com sinceridade
Liberte-se de toda impureza e sentimentos que estão no véu do coração
Sinta o Espírito Santo te abraçar, O sol queimando em seus olhos fechados te irradiar
O conforto em teu interior te preencher
Para mais um dia vc bem viver, e ao seu Pai tu louvar e o honrar.
Que crueldade
Você vai me desculpar
Mas esse fogo amigo não tem perdão
Você se foi e me deixou no chão.
Não há reinícios, não há kit médico, não há desfibrilador
Que te cure e alivie a sua dor.
Estou no chão
E enquanto agonizo indefinidamente
O seu corpo esfria diante da gente...
Alfétena II - Ómma
"Os olhos, como janelas de um mistério profundo, desvelam a dança das estrelas perdidas, onde cada piscar é um sussurro do universo em sua forma mais íntima."
Eis a profunda tristeza que o tempo, sob sua forma melancólica, impõe a estes olhos envelhecidos e opacos: uma névoa opressiva e inexorável que encobre o caos primordial como uma cortina obscura. A cada instante, o vislumbre de outrora se desvanece, como um grito silenciado, perdido nas sombras abissais.
Diante de tal agonia, o silêncio é um testemunho desta calamidade que permeia os limites da existência, onde, por fim, também jaz, deixando muito pouco. Não restam vestígios, apenas a mera lembrança de um esplendor há muito extinto.
Assim, o tempo esvai-se, e o silêncio amarga seus segredos, como um abismo inerte.
Duvidaram da minha fé,
Depois que nela me encontrei,
Acreditam que moldo a palavra
Ao meu próprio bel prazer.
Duvidaram do que escuto,
Nas palavras que Deus me dá,
E isso me fere, me entristece,
Me faz chorar, enfraquecer.
Às vezes me vejo duvidar,
Se Deus realmente fala comigo,
Se no silêncio d'Ele há resposta
Ou se estou só no caminho.
Mas sigo seguindo, mesmo ferido,
Pois sei que Ele é por mim,
E na fé que me mantém de pé,
Encontro força até o fim.
FUGA DO LABIRINTO
As inumeras tentativas do homem de se reencontrar usando os métodos atuais de satisfação e felicidade, com todo gênero de paliativo, ou elemeno externo, frustou-o.
Não apenas o indivíduo pede socorro, mas, a sociedade inteira, geme.
Assim, nessa busca ávida, o mundo caminha para um declinio apressado, egoísta e inconsequente.
Edonismo é a religião obrigatória e os que se voltam contra, são tidos como fundamentalistas, reacionários ou caricatos.
Nesse sentido, faz-se necessário que um contraponto se manifeste destemidamente e, absolutamente consciente da responsabilidade de ser uma referência alternativa, diante de uma geração tão angustiada e de almas líquidas que se mostram no horizonte.
No entanto, há esperança para o mundo; o retorno à Deus, à espiritualidade e aos princípios que nos sustentavam, antes de entrarmos nesse labirinto humano, só para se mostrar independente do divino.
Admitamos, foi um erro.
Entre sombras, surgiu o amor,
Doce e breve como a flor,
Dois corações que se encontraram,
Em um mundo onde se perderam.
Ela, a luz que o guiava,
Ele, o silêncio que a guardava.
Mas o tempo, implacável dor,
Soprou ventos de pálido temor.
Promessas feitas, jamais cumpridas,
Vidas entrelaçadas, já divididas.
Em desespero, um passo ao fim,
Onde o amor sucumbe ao jardim.
Ela partiu, ele chorou,
No abismo, a alma se lançou.
E na queda, no último alento,
Morreu o sonho, calou-se o vento.
Triste é quem se mede pelo que tem,
como se o ser se escondesse atrás de títulos e bens.
Essas coisas são sombras, não são luz,
brilham por instantes, como a espuma do mar
que logo se dissolve, deixando a areia nua.
Lá em cima, os que se acham importantes,
cobrem-se de aplausos, como quem se agasalha
num manto de palavras vãs,
sem perceber que a grandeza
não está no brilho, mas na essência.
E os que rastejam, sem coluna vertebral,
fazem de tudo por um lugar ao sol,
venderiam a alma por um pouco de reconhecimento,
esquecendo-se de que a verdadeira luz
vem do interior, não do que se ostenta.
No final, o que importa?
Não é o que se tem, mas o que se é.
A vida é simples, feita de pequenos gestos,
de momentos de paz, onde a vaidade se dissolve,
e a dignidade se ergue, firme,
sem precisar de aplausos ou bajulações.
A grandeza é um estado de espírito,
uma forma de estar no mundo,
um caminho sem adornos,
onde o verdadeiro valor
é apenas ser, simplesmente ser,
no silêncio que nos rodeia.
Reconhecer a ignorância nos convida a olhar o mundo com curiosidade, em vez de indiferença ou preconceito. É como abrir uma janela que estava fechada e permitir que a luz de novas ideias e realidades entre em nossas vidas. Essa abertura pode ser desconfortável, mas também é libertadora, pois a ignorância, no fim, é uma escolha entre a estagnação e o movimento. Ao nos dispormos a aprender continuamente, podemos superar barreiras e, assim, contribuir para um mundo mais compreensivo e inclusivo."A dualidade da vida", vol.1.
#th_historiador
Sinto-me cansado de tudo, exausto de mim mesmo, desistindo aos poucos de quem sou. Estou deixando de lado a vontade de viver, a esperança de ter uma família, de acreditar nas pessoas. Sinto falta dos meus pais, do meu tio, do sorriso dele, de quando ele me chamava de "meu bebê," de quando me dizia que me amava, que cuidaria de mim. Era o jeito dele de me proteger, de mostrar seu amor incondicional. Sinto uma saudade imensa do meu tio. Por que você se foi? Por que me deixou sozinho? Por que não me levou junto? Eu não sei viver sem você, não sei como me guiar, não sei sentir emoções, não sei amar. Desde que você partiu, sinto-me vazio, insuficiente, sem amor ou compaixão, um lixo como ser humano.
Às vezes penso em desistir, em silenciarr essa dor insuportável que me toma cada vez que vejo uma foto sua ou me lembro de você. Lágrimas surgem sem que eu consiga evitar, e choro, sozinho, num canto, com essa tristeza que me assola mesmo após tantos anos. Eu me sinto desmoronando, como uma alma fragmentada. Só queria sentir um pouco de felicidade, ver seu rosto de novo, ouvir sua voz me chamando de "meu bebê" ao menos por um minuto.
Queria uma família completa, perfeita, queria vocês de volta. Apesar disso, tenho uma sobrinha, minhas duas avós e minha irmã. Não suportaria vê-los sofrer, mas ao mesmo tempo sinto uma vontade imensa de deixar tudo para trás, sem pensar em ninguém, mesmo sabendo o quanto isso machucaria a todos. Por favor, alguém, me ajude, só preciso de consolo, de algo que me traga conforto, que me faça sentir amado e feliz. Não aguento mais isso.
Amo minha família, mas nem todos estão aqui para ver a pessoa que talvez eu me torne, alguém com luz ou, quem sabe, interessante aos olhos de quem ficou. Eu preciso da minha família para me sentir completo. Por que a vida é tão injusta, tão cheia de dor e crueldade? Por que nada é perfeito? Daria tudo para vê-los novamente, por um instante que fosse.
Sinto sua falta, tio. Sinto sua falta, mãe. Sinto sua falta, pai. Quero vocês de volta. Deus, devolva-me eles. Não suporto esta vida vazia e cheia de dor, marcada por erros. Não fui feito para isso, não fui feito para viver sem eles, para suportar tanta dor. Por que você me trouxe para uma vida assim? Só queria paz, queria estar com eles. Mesmo que existam coisas boas, sempre haverá um vazio em mim que ninguém consegue preencher.
Quero ser feliz, quero vocês de volta. Posso escrever mil páginas sobre o quanto amo vocês e nunca desistirei disso, posso encher livros e poemas com o tamanho da minha saudade. Vocês são tudo para mim. Eu amo vocês. Me perdoem.
Solidão
Tudo some
Até a pobre alma
Do homem
Desvinculada
De dor e prantos.
Assim, o jovem
Que não, tão homem,
Chora,
Cai
De dor e angústia
A vontade do ser finito
Que se vai a cada dia
Ao insistir no além
Por todo escrito
Vai embora
Com aquele
Que em seus braços
Deleita e mora.
O velho
Que não tão cansado da vida
Que não clama tanto à morte
De noite se deita e respeita
A perda que teve
E lembra toda noite
Pede, implora, piedade eterna
E após o silêncio afago
O pequeno homem, se deleita e chora.
Lástima
Lastimo em ti
Cada suspiro não dado
Cada sorriso puxado
Vergonha alheia
Que deste mundo
já não veio
ah, derrota
por que não me leva?
injúrias
mentiras
negações
por que não me derrota?
não apenas
comova me mais
em teus seios jubilosos
onde sempre estive
desabando meus prantos
em teu ombro
que sempre
na ausência,
no grito
deixei ficar
plantados os medos
foram embora perdidos sonhos.
Cada desejo afago
todo pedido escasso
em outra vida
a solidão será companhia minha
ou sua
solidão boa
que outrora
fez de companhia
em nossos melhores silêncios
Ei garçom, me traga mais um gole de veneno,
Algo forte, que apague o pouco de paz que ainda tenho.
Ajude-me a morrer por dentro, aos poucos,
Pois viver assim tem sido um jogo louco.
Ei, espere... por que servi apenas de entretenimento?
Parece que meu sofrimento é apenas passatempo.
Todos olham, mas ninguém realmente vê
Que cada risada esconde o que um dia deixei de ser.
Traga outra dose, mais amarga que a última,
Quero apagar o que resta da minha luta.
Se essa vida é só palco para a dor,
Que o veneno me leve, sem cor, sem sabor.
Ei, garçom, não pergunte, apenas sirva o final,
Pois o que sinto já não é normal.
Mate-me por dentro, em silêncio e devagar,
Que essa seja a última vez que eu precise implorar.
No Lamento Da Sua Partida... Recolho-me Nas Lembranças Que Agasalham A Minha Saudade
Meu amor... Por que você partiu assim tão inesperadamente? A tempo de fazer-se ausente por todo meu presente... Queria tanto te contar alguns segredos de nós dois, segredos de um tempo que ainda tínhamos para viver. Em tudo que eu vivo, ainda sinto teu cheiro a me perfumar, as tuas mãos em sincronia a me contemplar, as tuas formas em movimento com amor a me trajar, sentidos a me envolver em carinhos e afagos que sempre estarão guardados na plenitude da imaginação...
Independente de onde e quando com você eu puder estar, tão longe estarei de esquecer o mais perto o quanto um dia nós dois juntos podemos ficar, sempre juntos vivos em fotos não tiradas de momentos que no futuro emoldurei, em dizeres expressados que nunca um dia te falei, em beijos e abraços imaginados que eu nunca te dei, em lembranças a descolorissem-se no soluço que me traz o vazio no qual por vida mergulhei.
Meu amor, por que você partiu assim tão inesperadamente? Foi tudo assim tão de repente que tudo aconteceu, ficou tudo tão diferente depois que você se foi... Queria mais tempo com você do que foi um dia poder estar... Hoje, o que me resta é a companhia da tua falta por muito no tecer da vida me acompanhar...
Esperava calmaria em minha solidão
Frente aos mares mais severos
Perante ira de um grande furacão
E da seca de meus prantos austeros
Vi a sombra do meu desespero
Com os olhos que ardem de paixão
E a chuva mais tórrida de janeiro
Que leva minhas lágrimas em vão
Misturei-me ao soneto que lhes trago
Como forma de manter-me em ilusão
De que a vida nos concede seu afago
A fim de dar sossego à minha aflição
Escrevo estas palavras tão simples
Como versos vindos de meu coração.
Alfétena V - Nebulocognição
Cada tentativa de compreensão resvala em um silêncio denso, um mutismo que pulsa com um desconforto primordial, quase tangível, como se a essência própria da verdade se relacionasse naquilo que não pode ser dito, mas apenas sentido. Pois é no silêncio que a alma encontra sua voz mais verdadeira, e sem desconforto, a chama da consciência arde mais intensa. Cada palavra proferida é uma traição ao mistério, uma sombra do seu real significado, uma nebulocognição.
Você sabe que o relacionamento acabou quando é certeza que a pessoa vai fazer coisas que vão te magoar, mesmo você já tendo pedido pra que ela parasse com tais atitudes e mais ainda, é uma certeza que ela não vai fazer absolutamente nada do que você disse que te deixaria feliz.
Não existem boas expectativas.
"Por que foge da dor?"
O mundo acontecia! Eu chorava e sorria,
Por horas, em longos dias me escondia,
Das flores, das dores, dos horrores que eu não via.
Hoje, em solidão, sem jornal em corredores sem canções.
Pelas janelas, ouço sonhos e orações.
Pelas brechas de luzes que nunca se apagam vejo passos e murmúrios,
gemidos e sussurros.
Os corações estão em feridas,
que sonham em ser mais que uma só vida.
Meu lamento não é sobre despedida, nem sobre achar que não existe mais vida.
Meu lamento é um alento!
Meu alento é um momento!
Meu momento é um pensamento.
"Do mundo, das dores dos horrores eu não vi, hoje dessas dores dos horrores eu senti".
Já não consigo traduzir meus sentimentos
em belas palavras que tocam o coração.
Já não consigo mentir para mim mesmo,
fingindo que sou bom.
Meu sonhar foi corrompido pela frustração.
Tentei resistir, mas me vi como um fraco,
incapaz de realizar os próprios sonhos,
preso aos ecos dos meus erros.
Se eu pudesse escolher, seria astronauta,
explorador de um céu sem limites.
Ou piloto de avião,
navegando as alturas em busca de liberdade.
Se eu pudesse escolher, seria um grande poeta,
capaz de transformar palavras em emoção,
versos em esperança.
Se eu pudesse escolher...
Escolheria não ser eu.
Que saudades de mim mesmo.
O sorriso que antes me pertencia
agora é apenas uma visita breve,
e eu, já cansado, nem me dou ao trabalho
de arrumar a casa.
Perdoe a bagunça;
é que já não sei
se vale a pena continuar.
Quando criança, eu sonhava em crescer,
imaginava que o futuro guardava algo maior.
Mas, puxa...
se eu pudesse voltar no tempo,
talvez encontrasse ali, escondido,
um fio de alegria,
uma última chance de acreditar
que a vida não precisava ser assim.
Perdi-me no labirinto de quem sou,
um estranho em minha própria pele,
vagando por memórias desgastadas,
buscando vestígios de um eu
que, talvez, nunca tenha existido.
E se um dia a alegria resolver voltar,
que ela não se importe com o que está fora do lugar.
Porque, mesmo na bagunça,
talvez reste algo
um eco, um fragmento,
do que fui, do que amei,
do que ainda posso ser.