Cartas de Saudade para Irmã

Cerca de 9013 cartas de Saudade para Irmã

De par a singular

Depois do teu olhar
O meu corpo se calou
A saudade faz aumentar
O vazio que você deixou
Não era para ser, mas foi
Aquela música silenciou
Não mais terei o teu oi...
Nem sei mais onde estou
Perdido está o ansiado projeto
O coração não mais disparou
O pesar não sabe ser discreto
Quer o que nunca mais chegou
Sem você o amor não é completo
E os sonhos sonhados acabou
Ter você é de paixão estar repleto
Pois pensei um dia ser minha, ou
Que éramos par, não singular o afeto.

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

QUANDO VOCÊ VOLTAR

Nas asas da saudade você partiu
Na bagagem promessas de voltar
Acenando com o seu triste olhar
Com um sorriso você despediu

Eu sozinho, angustiado, calado
Num vazio enorme sem você
Meus pensamentos só a ti vê
Meu sentimento está enlutado

Amor cuide-se pela estrada
Por nós, nesta ausência delirante
Saiba o que sinto é forte e constante

E quando você voltar!
Traga consigo o nosso amor
Enquanto no meu canto, velador...

Inserida por LucianoSpagnol

Ser criança

Na magia de ser criança
Pouco foi o tempo
Calça curta na lembrança
Saudade ao vento...

(Traz à alma alento!)...

Pés no chão jogando biloca
Banho na chuva, diversão
Finca, guaraná com pipoca
Queimada, nas mãos o pião...

(Eita! Como é bão!)...

O simples da ingenuidade
O complexo da pureza
Faz da infância felicidade
E da recordação certeza...

(Que não volta mais!)...

Tempos nunca demais
Com gostinho de querer
Outros iguais
Acompanha o nosso viver...

(Ser criança nosso primeiro aprender!)...

Inserida por LucianoSpagnol

Semente

O tempo não para nos ponteiros
Fecho os olhos e sinto saudade
Ainda ontem eu via os carroceiros
Das ruas da minha capiau mocidade

Aqui inventando um pouco de ilusão
Tanto tenho e quero mais felicidade
Mas sinto falta de quimera no coração
Das madrugadas da vida de sonoridade
Tão inquietas e tão cheias de emoção
E tão bem fazem pra nossa mortalidade

Quero o mar para paliar a minha tristura
Palavras para escrever contentamento
De estes versos tirar esta toda amargura
Pois ainda moço vetusto sou para ter tal sentimento
E se o decesso ainda não veio, quero mais aventura...
Semente de paixão, ter a vida com mais acontecimento.

Inserida por LucianoSpagnol

Cordão da saudade

La vai um cordão puxado por confete e serpentina
La vai um cordão puxado por samba e marchinhas
La vai um cordão de índios, mascarados e colombinas
La vai um cordão de farra nos pés das cabrochinhas
Lá vai um cordão de ilusão de quatro dias de folia
La vai o cordão da minha saudade destes dias
Hoje sentado na janela vendo o que foi só alegria
Tornar-se sem inicio e sem final
No gosto de quero mais na nostalgia da quarta feira
Num emaranhado e desengraçado carnaval.

Inserida por LucianoSpagnol

Carta de amor

Amor, nestes rabiscos desenho só sentimento
Em cada linha a saudade nodoando o coração
Com seu cheiro, seu gosto, seu pensamento
Que me fazem nesta carta confessar paixão
Letra por letra, ponto por ponto, argumento
Que já não sei amar mais ninguém
Do que você! E neste meu firmamento
Está o meu rimar que me leva além
Dos sonhos sonhados, do chamamento
Nas noites solitárias, frias, porém,
O que mais importa neste momento
É saber que você também me ama
E que juntos estamos neste planejamento
De vida, de cumplicidade, afinidade, chama
Assim, assino com o meu poetar
Esta carta de afeição
Grifada com o seu doce olhar
E versada com a nossa paixão...

Inserida por LucianoSpagnol

Chapéu de palha

Debaixo do chapéu de palha
Na aba da saudade, lembrança
Na copa rezas de acerto e falha
Da vida, nunca sem esperança

Este chapéu de palha, roceiro
Que não larga do caipira berço
Sempre riscando o fado roteiro
E na fé aduzindo trilha e terço

Chapéu de palha, cultor matuto
Do caboclo do cerrado, do chão
Do vento árido e do pó enxuto
Que traz o sal e feito ao coração

Tal chapéu de palha, tão original
Que compõe o poetar de emoção
Canta o sertão na sua arte capital
Trajando a alma capiau de tradição
(Chapéu de palha, remate vital!)

Inserida por LucianoSpagnol

Contrição do poeta do cerrado

De que vale ter saudade
Aqui no meio do cerrado
Se caminhasse hoje chegaria tarde
No ponto de partida,
bom é ficar calado
A vida não é covarde
Apanha-se o semeado
Não adianta ter alarde
No descuido que tenhas plantado
Nem remorso que na razão arde
Viva sua arte, encarnado...

Inserida por LucianoSpagnol

Das ruas que dão no mar

Que saudade das ruas que dão no mar
Do vento que sopra o aroma da maresia
Tão despercebidas no cotidiano do olhar
Tão carentes na distância desta energia

Ando nas calçadas nos meus devaneios
Em cada esquina, cada praça, cada bar
Num vai e vem da angústia e seus anseios
Da nostalgia das ruas que dão no mar

Na ausência das ruas que dão no mar
As pedras portuguesas são memória
Nos seus arabescos suspiro faz brotar
Se chorar são lágrimas de uma estória

E nesta quimera de sol, praia e areia
Que faz a melancolia aqui no poetar
É um luau a beira mar de lua cheia
Versando as ruas que dão no mar

Inserida por LucianoSpagnol

Amor com saudade

Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...

Inserida por LucianoSpagnol

Saudade
dor passageira
Que volta todo dia
de maneira costumeira
e nos invade insistente
Qual Palmeira ao vento
e faz chorar
A quem eu queria ver
e não vejo
Pois não mais existe
Saudade
dor Feiticeira
Porque é que foi
Que junto à tanta ausência
Tu também não sumiste?
Desiste de mim, saudade
Por que é que escolhes
Justamente eu?
Esquece de mim, saudade
Igualmente ao restante do mundo
Cuja lembrança
Mais mansa e menos profunda
Que a sua
Me esqueceu.

Inserida por edsonricardopaiva

O silêncio

Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Nas lembranças que a dor adelgaça
O amor, a angústia, a emoção
Onde o caçador torna-se caça
Desembocados no vazio
Da esperança, da ilusão
Engasgados no arrepio
Do abafado ruído da interiorização
E o silêncio se faz sombrio...

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO:
NAS ASAS DA SAUDADE

No sopé daquela serra passa um rio, riacho

Casinha de sapé na margem, um candeeiro, e um pavio

Apagado na escuridão,

Olhos de gato Incendeia à noite



E as estrelas também acendem,

Vento gelado, que me causa arrepio,

Nesta penumbra da noite,

Meu açoite,



É lembrar-me de nós dois,

Que, quão felizes fomos!

E por muitas vezes amamos!



Doce é meu delírio, que nutre esta solidão.

Das lembranças de meu bem, minha paixão!

Vejo-me sonhando acordado perante esta imensidão!





GRETA ELLEN

Inserida por BenisseEvangelista

A volta

Quando eu partir
quero ir com saudade
assim, poderei sentir
saudade e liberdade
juntas no meu existir
arrumadinhas
sem nada por vir
só lembrancinhas
que as carregarei
no meu poetar
e assim, estarei
lembrando, sem recuar
sem mala, sem passaporte
pois estou voltando...
me deseje sorte!

Inserida por LucianoSpagnol

Melania Ludwig
23 de junho de 2012 · Editado ·

Recordando

Sinto uma saudade serena
das brincadeiras de pequena
pular corda com a criançada
amarelinha na calçada
brincar de passar anel
se lambuzar com favo de mel
contar vagalume no escuro
roubar goiaba pelo muro
andar pela enxurrada
voltar pra casa molhada
tomar banho no corguinho
passar na pinguela devagarinho
soltar bolhas de sabão
com canudinho de mamão
andar livre a cantarolar
sem tão pouco imaginar
que isso um dia ia se acabar...

mel - ((*_*))

Inserida por MelaniaLudwig

Quem era Maria

Maria cheia da saudade
Caminhava descalça pelo parque
Esperando um amor.

Era bela feito o céu ao entardecer.
A julgavam pelos seus inúmeros amores
A coitada não era a culpada.
Se gostava de namorar, o que importava?
O que valia pra ela era os prazeres que eles a proporcionavam
Os sentimentos inusitados, as alegrias...

E as dores?
Essa parte ela não fazia questão de expor
Guardava pra si.
Sorrateira consquistava os corações dos rapazes.
Se fazia feliz.

Desperdiçava,
Diziam as más línguas
O seu tempo com esse "tar de armô".

Ah, mas não era Amélia não
Parecia com a Capitu do Machado.
"Com olhos de cigana obliqua e dissimulada".

Maria era mulher,
feita de poesia cantada.
Mas poesia do que mulher.

Inserida por poesiademaria

LIVRE DA SAUDADE

Dei um sumiço num sentimento
que me consumia por dentro
era uma tal de saudade
que mesmo sem maldade
dentro de meu coração
fazia baldeação

Deixava vestígios evidentes
com marcas muito carentes
em seguida ia embora
e pra voltar não tinha hora.

Até que percebi enfim
o que ela queria de mim
era me prender a um passado
que eu já havia abandonado
deixou uma pequena cicatriza
pelo menos agora eu sou feliz...

mel - ((*_*))

Inserida por MelaniaLudwig

UMA SAUDADE



Hoje a saudade que senti
Dilacerou, rasgou meu coração...
Não imaginava-te ainda aqui
A dominar minha emoção...

A dor, tomou-me por completo
De assalto, imensa, densa
Percebi que este amor é complexo
E a vontade de rever, imensa...

Tento esquecer-te a cada dia
Amor solitário, não compensa
Faz sofrer em simples melodia

Peço a Deus em lágrimas, clemência
"Arranque-o do meu peito, desfaça a sintonia"
Preciso esquecer e enterrar a tua ausência!

Inserida por siomarareisteixeira

BLEFES


Mas se destes bem mais do que supunhas dar
Destes também a saudade em equivalência
Fez da dor, avalanche gélida p’ra inundar
Os negros buracos da existência

Triste e bela, se imaginava em teu olhar
Tola e sem par, sob o toque da carência
Dominada por um barato conquistar
Girou, indo ao encontro da fluência

Hoje, só, tem mil sonhos p’ra sonhar
Mas, não sonha, rechaça a inconsciência
Ilusões do ego que só vem p’ra maltratar

Novamente, recorre à luz da consciência
Recua mil passos, no cansaço de observar
Que amar é blefe sórdido, aliado à inconsistência

Inserida por siomarareisteixeira

Tudo é partida, partícula complexa é a vida, até a não vivida, tudo é despedida, e a saudade é sem definição.
Porém, a vida é presente, e quem por ela passa contente alcançou sua “floração”.
Tudo é morte, mas nem tudo morre, e é preciso conceber a separação!

Cada luto tem seu tempo, seu sofrer, sua “obsessão”.
Todo fim é um começo, e apela o despertar da solidão.
Recomeçar é morte, é vida, é água, é fogo e não há sorte, que preserve a emoção.

Deveras ciclo suave, estamos de passagem, tudo é uma enorme paisagem, no mar afora das ilusões, e como vislumbra nossas percepções…

E a vida pede passagem, ela é carruagem, que de aluguel vai morando nos corações!
Katiana Santiago

Inserida por KatianaSantiago