Cartas de Saudade
A simples presença do outro
Parágrafo, vírgula, ponto, os sentimentos ainda confusos aqui dentro de mim. Não sei se devo colocá-los para fora, talvez se eu gritasse para todos ouvirem. Quem sabe? Talvez, não sei. Vivo a sufocar uma ponta de inveja das pessoas felizes com tão pouco, simplesmente a presença do outro, um sorriso, um olhar. Como a vida é simples e a entrega é tão difícil.
Certo dia, caminhava pela calçada no centro da cidade e deparei-me com ela, cabelos lisos e ralos, a pele branca que o tempo não soube perdoar, seus olhos de um azul tão intenso que me chamou atenção. Foi naquele momento que pude mergulhar na imensidão de seus olhos e perceber a saudade das coisas que havia vivido. Estava numa cadeira de rodas e olhava pelas grades do portão. De repente, poderia estar se perguntando sobre o porquê das grades se estava numa cadeira de rodas e isolada do mundo que já pertencera?
Mais um parágrafo, vírgula e ponto, quiçá quisesse caminhar, gritar, ser ouvida. Talvez... Talvez, sentisse um pouco de inveja das pessoas que estavam do lado de fora daquele asilo. Quem sabe, quisesse voltar a ser menina, moça e viver seu primeiro amor, de repente único amor. Aqueles olhos azuis poderiam estar lembrando-se do nascimento do primeiro filho ou do último, da primeira vez que esse filho lhe chamou de mãe, do abraço caloroso e repleto de amor ou ainda a primeira travessura.
Já é o último parágrafo entre vírgulas e pontos. Tento voltar à superfície daqueles tão cansados olhos azuis, salto de uma imensidão e de uma alma encarcerada, volto para o lado de fora das grades, agora em meu corpo posso sentir o gosto da saudade das lembranças daqueles olhos, da simplicidade de um sorriso, da simples presença do outro e daquele olhar que me chamou atenção.
ESPELHO DA LUA
Cabelos soltos, casa esquecida, perdida do monte
Árvore de folhas mortas em pés descalços
Corações partidos no espelho da lua
Nevoeiro esquecido na mente estragada
Rasteja nos corredores, nas escadas de ferro
Casa escura húmida desabitada ou talvez habitada
Medo do fumo das chaminés da nossa alma
Tempestades de um velho conhecido em cinzas
Casa vazia de sonhos, de pessoas, de palavras
Vento do leste, camas solitárias de ferro vazias
Ruminar no interior ou ainda a contar as sílabas
Sobreviver onde morre a carne, amolece o coração
Alimentam as sombras, sombras coalhadas
Que ferem e machucam o corpo tantas e tantas vezes
De joelhos em repouso reza o terço, num rosário velho
Objeto da sua alma confidente de cada dia, de cada noite.
LIBERDADE POÉTICA
A poesia não tem partido
Não é da esquerda, nem da direita
A poesia não tem cheiro, ela é perfumada
A poesia não tem cor, é multicultural
A poesia tem a liberdade escrita na mente
A poesia é amada falada e recitada
A poesia vive no presente, no passado, no futuro
A poesia está agarrada à carne ao corpo
A poesia corre no sangue, fervendo nas veias
............De quem escreve ou escreveu
De quem leu ou lê, de quem sofreu, de quem amou.
"Meu coração bate por você baby"
Você faz meu coração bater mais forte baby
Sinta ele quando penso em você
Se ele batesse assim todo tempo
Não saberia o que fazer
Terminei de ler um livro e ele falava de amor
Não aceito os conceitos dos livros
Comecei a fazer histórias sobre me sentir melhor
Toc toc
Foi o barulho que ouvi na porta
Esperei ter notícias suas
Mas era apenas o carteiro com correspondências de certas coisas da vida
Me liga ou me faz uma visita
Traga seu cheiro e desejos para essa tarde
Chega de saudades
Se você não vir
Vou dançar com a saudade
"Jasiel"
Que bobagem essa, a de gostar de alguém!
Que bobagem essa... De sentir falta de alguém!
Quiçá pudera sentir novamente o gosto dos teus lábios e olhar a profunda cor dos teus olhos. Quisera eu passear meus dedos sobre teu ventre desnudo e sentir o suave aroma que percebi em tua pele outrora.
Ao me ver em justa reflexão, quis algo simples, não obstante, completo; sem esquecer do seu complexo.
Ficas, então, com a lembrança da saudade que um dia eu deixei... Que me deixas-te!
Casal Perfeito
Te chamo pra dizer
Que não sei viver sem você
E desde que você se foi
Já diz de tudo
maldades, bondades e besteiras
Mas a verdade é que
Quando as luzes se apagam
Tudo me dói
Seria estranho te pedir
pra voltar
E nos esquecermos
Que você preferiu partir?
Já fiz de tudo
bebi, trai, menti
por que?
antes você me proibia
mas veja bem
não sou um cara fácil de controlar
e se for você
até aceito tentar
Enquanto isso
quando me deito
sonho com os tempos
De casal perfeito
Um mau dia
Tem dias que não estou muito bem
Hoje, por exemplo, trago um nó aqui por dentro
Saudades dela, a quem não vejo há algum tempo
Hoje veio com tudo, trazida com a força do vento
É, realmente tem dias que não estou muito bem
Mas ainda assim escrevo, vai que ela lê e algum dia vem
Escrevo sempre pensando nela, cada letra e cada ponto também
É um jeito sofrido de lembrar, lembranças do além
Sim, ela já se foi e levou com ela o meu coração
Que hoje de nada me adianta, batendo neste meu corpo são
A não ser claro, para selar a nossa separação
Mas um dia ele há de parar
E junto dela novamente eu estarei
Mas hoje... é, hoje eu não estou muito bem
Soneto torto sobre flores e desespero
Nosso quarto sem você é um mar de solidão
Onde me afogo na cama vazia
As flores do jardim, uma a uma na escuridão
Também esperam o raiar do novo dia.
A aurora renova a esperança
Que o sol que nos move e ilumina
Porto feliz onde meu coração descansa
Presenteie-nos com sua silhueta divina.
O crepúsculo vespertino no horizonte que venero
Recolhe mais um dia de espera, de dor lenta que lacera
Ao meu suave modo me desespero.
As ondas da noite fria
Me carregam novamente para o mar de solidão
Onde me afogo na cama vazia na espera do novo dia.
Me pergunto se o que havia era amor...
Depois de tudo, vendo que era impossível, o nosso fim.
Te reencontrar, olhar com olhar e o inevitável sorrir.
O que fazer então, pra esquecer esse amor?
Será que ele ainda existia em você? Porque ele ainda estava em mim.
Me fiz acreditar que tudo não passou de ilusão. Assim, o coração evitava sofrer por um amor incerto.
Pra conseguir manter o coração aberto
a um novo amor que chegasse perto.
Um dia, do nada, alguém me encontra, me diz coisas que são diferentes de todas que já me disseram. Me fez sorrir sem motivos e eu gostei. Gostei de deitar na cama antes de dormir e pensar nele, imaginar nós dois. Me mudou por completo. Chegou sem pedir, foi destruindo as grandes, portões, certas elétricas, derrubando os cavaleiros armados e roubou, sem medo, meu coração.
Literalmente passei a confiar mais nele do que em mim mesma. Passei a pensar mais nele e esqueci de mim. Queria ficar só com ele, não deu certo. Afastei ele de mim como eu afastei os outros. Ele me queria de volta, mas meu medo de ser eu mesma e ele não gostar era tão grande que eu não aceitava voltar. Felizmente uma coisa foi maior que o medo. A saudade.
O amor é uma torta de limão. Você me pergunta, como assim? E eu digo, calma, a explicação é mais simples do que parece. Quando você prova uma torta, ela tem um sabor, correto? E existem várias tortas de limão com sabores diferenciados. Quando você se envolve com alguém, você cria um tipo de situação, uma vivência. Com o tempo, você e seu parceiro criam sua rotina, suas manias, seus dia-a-dia, constroem tudo isso juntos. As vezes você se envolve com uma pessoa mais carinhosa, outras vezes com uma pessoa mais quieta. As vezes você prova uma torta mais doce, as vezes prova uma mais azeda. Uma hora você encontra sua torta de limão favorita e é isto que chama de amor. O sabor se encaixa na sua língua, assim como o amor se encaixa na sua vida, de forma perfeita, como se fossem peças de um quebra cabeça. Eu diria até que é uma questão de momento, o que te convém, uma hora talvez você precise de mais atenção, outra hora de ficar mais na sua, mas isso não signifique que você precise de outra pessoa para viver momentos diferentes, para o amor acontecer verdadeiramente, ele se adapta aos tempos, as suas fases, como diriam, nas alegrias e nas tristezas, sempre juntos. A receita da torta de limão, você descobre acertando e errando.
Eis que aqui pode surgir um problema que é comum caso o relacionamento acabe. Você começa a procurar aquela torta, aquele sabor especifico e acaba se perdendo. Você encontra tortas com sabores diferentes que não te satisfazem e fica pensando naquela torta favorita, ai entra a saudade, a dor, o sofrimento. Talvez você encontre uma torta parecida ou quem sabe, um dia, ache uma torta melhor. Não existe formula para a vida feliz, assim como não existe formula para o amor perfeito. Uns amam mais calorosamente, outros amam mais despreocupadamente, então o que nos cabe é procurar o amor que nós queremos. O amor é um conceito e tudo na vida é uma questão de decisão, comece a pensar, como é o sabor da torta de limão que você gosta, como é o amor que você quer. Por que você gosta daquilo? Como você se sente em relação aquilo? Em questão de passado, você sente falta daquela pessoa ou daquela situação? Torne consciente aquilo que é inconsciente. Você não gosta daquela pessoa porque gosta, você gosta por algum motivo, procure este motivo. Não perca tempo com o que te faz mal, não perca tempo com aquela torta que te deixa doente, a não ser que isso seja o que você gosta. O importante é achar a torta que faça você se sentir bem, que te faça sorrir espontaneamente. Uma explosão de sabores na sua boca e sensações no seu corpo.
Bom, eu não tenho muito mais a dizer, além de que eu gosto de tortas de limão.
E o amor... é o amor.
Me sentindo muito estranho com a minha vida ultimamente. Tudo está estranho, parece que perdi o rumo das coisas, das minhas vontades, das minhas convicções e nada volta para o seu devido lugar.
Tenho certeza que você está me achando um ridículo por estar envolvido numa situação sem saída, sem solução. Estou cada vez mais me afundando num meio caótico que eu mesmo procurei, que provoquei. Mas o vazio aqui dentro continua, não me sinto completo, nem feliz. Eu sei a resposta, é porque não tenho mais você. Foi embora e me deixou perdido.
Nem eu mesmo acredito que estou nesse meio, um lugar a que não pertenço, esse não sou eu. Onde está aquela felicidade que eu tinha antes, antes mesmo de te conhecer eu era mais feliz, depois que te conheci eu mudei completamente, a felicidade em minha vida era completa, meu sorriso, minha vontade de viver, de mudar por você. Eu mudei por você, você foi capaz de trazer a essência que eu guardava dentro de mim.
Não acredito que estou de volta à lama, sim à lama, me sinto que voltei à sujeira. Estou estranho de verdade. Até nervoso demais passei a me comportar, parece que envelheci uns 10 anos. E eu sei a causa, mas não estou tendo forças pra cortar isso, pra cortar esse mal que me assola à meses. Estou preso por uma pessoa que finge estar comigo, que finge se importar comigo, mas na primeira oportunidade me esnoba, me ridiculariza. Estou tão fraco a ponto de não tomar nenhuma atitude? Sim, estou. Preciso de uma pessoa, só uma, que era capaz de trazer luz às minhas manhãs e amor às minhas noites sombrias.
Tenho me visto em fotos que eu mesmo não me reconheço. Cabisbaixo, fugindo de algumas situações, já estive melhor, já fui melhor com você. Hoje só está me restando ficar fugindo do que realmente eu sinto. Mudei demais e não sei mais quem eu sou. Aquele homem que sorria expontaneamente, sem pressões, sem prisões está escondido.
Necessito de ajuda, de uma esperança, necessito de você pra me trazer aquela alegria verdadeira, aquele sentimento de amor verdadeiro, nada fingido ou mandado como tem sido meus dias ultimamente. Preciso de uma mão que me estenda e me ajude a me por de pé, que me ajude a andar novamente para o fim desse túnel onde eu possa avistar a luz de novo.
Curtir tanta coisa longe de você não tem sido a mesma coisa, me vejo numa situação em que minha cabeça não está de fato. Até fugir para outro lugar eu fiz, para respirar, para pensar, até mesmo para me divertir sozinho, sem ninguém para me pressionar, sugar minhas energias e minha momentânea felicidade. Mas por forças maiores, me vi voltando para a lama, me viram na lama, eu me vi fazendo coisas que não me pertence, porque nem ser eu mais, eu sou. Sou uma marionete na mão dessa pessoa que me manipula e brinca comigo. Estou perdido meu amor. Ninguém mais seria capaz de me tirar dessa, somente você.
Como me lembro de quando suas mãos tocaram meu rosto e me disse: “Eu acredito em você, eu juro.” Assim desejaria sentir suas mãos macias e carinhosas novamente em meu rosto e acreditando em mim, dando credibilidade para o que ando sentindo. Sentir seu beijo amoroso, me fortalecendo e me dando motivos para sorrir como antes.
Já fui outro, já fui uma pessoa melhor, hoje só me vejo pela metade. A minha outra metade ficou contigo meu amor. Como fazer agora pra pegar a parte que me pertence? Como posso tê-la de volta se você não está mais aqui. Você foi embora e me deixou, me deu um “gelo” pra eu me decidir e aqui estou, frio, sem motivação, nessa depressão. Finjo estar feliz, mas não estou, não sou mais aquele que sorria para todos, porque havia um motivo real para a minha felicidade. A minha metade você levou, meu coração está pela metade, vivo a andar com um só batimento, vivo precisando de dois corações, o meu e o seu. Batendo como se fosse um só. Em meu íntimo eu penso em ti, vejo o céu, a lua e as estrelas e imagino que um dia poderemos reparar essa metade que cada um carrega. Espero que um dia você me devolva o que contigo ficou, meu coração, meu amor.
Neste momento momento queria tornar-me um salteador
Para ter o teu amor comigo e furtar o seu coração
Quero perder-me em teu rosto lindo... Pintado de sorrisos...
Me sinto tão preenchido com teu amor
Mas tão vazio com tua falta
Olhando no espelho, meus olhos anuviados esperando te encontrar
Sugiro a mim mesmo que saia correndo para em teus braços me jogar
Sentir o gosto do beijo, voltar a sentir teu cheiro...
Fazer a estrela refletir no mar...
Queria sentir as pétalas de rosas dos seus beijos
Pois sem você, meus dias estão nublados
Esperando que em meus braços você venha se colocar
Queria contigo ser sublime
E me pego rindo quando percebo que estou pensando em nós
Minha mão curiosa a descobrir-te o corpo
A invadir-te, cúmplice!
Fico apaixonado, enamorado de ti
Tento defender-me da tua ausência em silencio velada
E entre suspiros, lembro da tua face
Meu coração eu dei p'ra ti
E daria novamente, quantas vezes fosse possível
Pois te amo tanto que é dificil mensurar
Por vezes miro o sol poente, imaginando você presente
Para minha vida alegrar
Ontem, queria mesmo era ficar quietinho, mas aninhado em teu colo, com tua mão a me afagar
E quando por fim fechei meus olhos, não consegui ver outra coisa
Senão teu rosto...
E um medo me invadiu, de não ter mais você comigo
estremeci em pensar, não ter mais teu corpo junto ao meu
É que sinto tanto sua falta...
É que sinto muito sua falta!
Havemos de estar juntos, meu amor!
E zombaremos da distância
E a saudade e a ausência já não fará mais parte de nós.
Se no meio dessa areia toda,
eu marcar um "x" bem grande do meu lado,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?
Se na hora de bater a foto,
eu resolver mostrar a lingua,
você vai sentir inveja o suficiente pra aproveitar o pôr-do-sol comigo?
Se eu te disser que o sol
aquece tudo menos meu coração,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?
De todas as as formas e maneiras de se convencer alguém,
será que alguma delas fará você vir aproveitar o pôr-do-sol comigo?
Será que com você algum dia do meu lado
Ainda vou precisar ver o pôr-do-sol ou o brilho de seus olhos será suficiente?
Limites
O tempo todo eu só queria sair daqui, sair sem precisar voltar, sair sem dar satisfações nenhuma depois.
É que aqui é minha prisão temporária, a prisão que aceitei.
Através da porta de vidro o dia parece zombar de mim, o sol invadindo meu campo de visão, meu corpo afunda na cadeira me fazendo aceitar o pesar de que agora ela é minha cela.
Sinto por dentro tudo queimar. Inquietude. Todas as minhas células procurando uma saída, meu pulmão lutando por oxigênio, o coração descompassado.
Depois a fuga, só pra recompor, só pra buscar no sol um pouco de recarga, um pouco de força.
De volta, os olhos encontram o mesmo plano de fundo, é tudo igual, meus movimentos já estão limitados. Limitados. Limitados. E eu estou no ápice do limite, por um triz de algo. Minha sanidade está por um fio e, meu maior temor é que esse fio rompa e interrompa de novo, tudo outra vez.
Assim como um livro, algumas pessoas na minha vida passaram e até hoje são capítulos importantes, ficarão na memória e são páginas gostosas de ler e reler. Já outras pessoas foram estrofes de momentos do livro... onde se viveu emoção, paixão, drama, trauma, ilusão, coleguismo, trabalho, momentos... tanto de prazer como de dor... exemplo: um médico que lhe receitou um tratamento, ou alguém desconhecido lhe ajudou em um momento de urgência e por aí vai! E nesse livro da vida que estamos vivendo e ainda iremos viver... onde capítulos de amor e dor são talvez aqueles lidos com mais atenção e interesse, o pior de ver escrito e marcado eternamente em páginas são as mudanças de sentimento e desconsideração por alguém... para mim, pior que perder alguém deste livro que se foi para sempre, alguém que foi importante, que nos amou e que verdadeiramente ajudou a inspirar esse livro honroso e rico da nossa própria vida... Pior que a própria morte é ver pessoas que VOCÊ amou, se dedicou, provou amizade, olhou nos olhos, colaborou, estendeu a mão... e até por vezes na inocência contou seus segredos, seus pensamentos e deixou transparecer a imagem da sua alma... ver esse alguém deixar de ser uma página bela. Ou um capítulo lindo do livro se transformar em uma simples e curta frase... deixar de ser o pleno para ser o nada! Portanto... ainda há páginas em branco, e resta muito para terminar seu livro... não que qualquer pessoa faça parte da sua história, não permita que falsos amores lhe incomodem e lhe tirem o tempo com falsas verdades e desejos, deixe de lado os falsos amigos, aqueles que apenas sorriem e te querem por perto nos momentos de descontração, pense e repense naquilo que vale a pena... procure sentir e olhar fundo para aquilo que você acredita que possa ser verdadeiro e te fazer feliz!
Muitos capítulos já escrevi... Muitas coisas já vivi... Já chorei, já ganhei... pessoas perdi... Outras se perderão de mim... muitas tenho ao meu lado e outras ainda irão aparecer... mas só depende de você e Deus pra fazer acontecer... Seja feliz e ponto final.
"Hoje cedo eu chorei acordei com você na cabeça
Não peça pra que eu te esqueça
Pois tudo no mundo me lembra você
Hoje cedo tocou a canção que você mais gostava
Parece que você estava comigo...
...Volta e vem dar um jeito nesse desacerto do meu coração
Eu não posso fingir nem tão pouco mentir pra mim mesmo
É caminhar sem rumo a esmo, pois você ainda é minha direção..."
Dizem que o tempo ajuda, que o tempo faz melhorar...E realmente, ele acalma o nosso coração. Mais nem o tempo, nem nada, tira este vazio aqui de dentro. Não há o que impeça a saudade de bater novamente, assim sem dia, sem data, em uma hora x da vida, sem explicação. Tem horas que faz muita falta, e que esta falta dói novamente, como no dia que você se foi. Hoje eu me peguei ouvindo todas as musicas que cantávamos juntos, enquanto você tocava seu violão. E enquanto as ouvia,eu senti sua presença. Eram momentos únicos, de paz e amor. Queria poder voltar no tempo uma vez que fosse, e viver novamente um destes momentos. Ouvir você. Sinto saudades. Te amo meu pai, meu ANJO.
Penúltimas palavras
Eu tive urgência em viver. Eu não sabia quantas bocas, quantas festas, quantos abraços e muito menos quantos "eu te amo" ainda me restavam. Tive muita, muita pressa em ser feliz. E sinceramente? Até hoje não sei se fui ou se fiz. O que é ser feliz? Passei a vida buscando algo que nunca soube o que era. Só sabia que deveria buscar, ir a luta, procurar. Por tantas vezes. Por incontáveis vezes, me senti com saudade de casa, de lá, do que eu não lembrava, mas sentia vibrar dentro de mim como se me chamasse. Uma estranha no ninho. Era assim que me via. Nada se encaixava, nada me supria, tudo me transbordava. Sensações que não sei explicar, certezas que povoaram minha vida. De uma coisa estive certa...Meu fruto, meu caminho, meu guia. Amor que dói por ser tão grande. Tive urgência em viver com ele. Quis aprender com ele. Passei a viver por ele. Tive urgência em viver, pois precisava um dia voltar. O que me prendia, sei que verei um dia... Tive urgência em viver! Tive urgência em voltar!
DIA CHUVOSO
Olhando a chuva, minh'alma é pura tristeza.
Uma cantilena que lembra antiga canção,
invade suave e devagarinho o meu coração.
A chuva tece na vidraça linda renda de Veneza.
Tua imagem se faz presente em mim, lentamente,
vejo além da janela teu sorriso lindo e tão amado.
As minhas mãos tristes tocam o vidro gelado,
nele buscando talvez o calor de tua mão ausente.
Mãos que tão suavemente me acariciavam.
Pernas que se entrelaçavam, me aprisionaram.
Olhos onde eu naufragava e me perdia em mim.
Relembro teus beijos que do chão me tiravam.
Teus braços que com sofreguidão me apertaram!
Saudade! Nunca houvera amor tão grande assim.
Verluci Almeida
P.S.
Com este soneto 'Dia Chuvoso', ganhei o primeiro lugar
no 3º Concurso de Poesias da Comunidade "Navegantes
das Estrelas", no ORKUT em março/2006
JABUTICABAS
Pomar de minha infância:
Laranjeiras, bananeiras, abacateiro,
Mangueiras, goiabeiras, uvas docinhas.
Um cajueiro e o pessegueiro em flor.
Mas o que eu mais curtia era a jabuticabeira.
Quando florida, prenuncio de doçura no ar,
Enchia de doce expectativa, meu paladar.
Como era bom chupar jabuticabas no pé!
O sabor só pode ser comparado
A esta doce e suave lembrança.
É na jabuticabeira de minha infância,
Que reencontro os meus sonhos...
- Saudade! -