Cartas de reflexão
Como o conhecimento do alfabeto e suas permutações e combinações estão para a alfabetização tradicional, e como o conhecimento dos números e suas permutações e combinações estão para a matemática, também é necessário um conhecimento dos alfabetos biológicos e conceituais do cérebro e de suas permutações e combinações aparentemente infinitas: a alfabetização mental.
Como é fácil apontar o dedo para alguém e criticar, como é fácil colocar defeito em algum trabalho ou conquista alheia e apenas observar... É fácil demais diminuir o ideal de alguém ou mesmo de um grupo, é divertido semear a discórdia e pisar na ideia maravilhosa... Pois se ela se concretizar, o que farei agora? Estarei avulso, pois não era eu o autor da melhor proposta! É legal xingar aos gritos e ver a tristeza nos olhos de quem escuta, esmagar o ideal de alguém, somente porque não teve a minha ajuda... Este é o pensamento de um derrotado, o mesmo que não suporta, por uma ideia genial não ter criado, desta forma, tenta de todos os modos angariar mais semelhantes ao seu lado... Não, isso não é algo isolado, está em toda parte, são pessoas que não sabem fazer ou criar algo que seja verdadeira arte, são apenas copiadores de uma ideia que sempre existiu, desta forma, para que se note a sua presença, insistem em atacar, levantando a voz com frequência, eu poderia até ficar bravo, mas destes, eu somente tenho pena...
Quero que olhes para os lados e percebas teus privilégios para que tenhamos mais força para as lutas que temos pela frente. Quero que tu possas escutar uma mulher dizendo: ‘Eu não preciso do feminismo, eu odeio as feministas, eu não sou feminista’ e – afetuosa e generosamente – perguntar e ouvir os motivos, apresentar informações e convidar a refletir.
Há três razões pelas quais o amor é absolutamente indissociável da literatura amorosa. A primeira é que a gente aprende a amar e a declarar o amor pela literatura. A segunda é que o amor se tornou relevante em nossa vida à força de ser descrito e idealizado pela literatura. A terceira é que o amor, como sentimento, é um efeito das palavras que o expressam: a literatura nos instiga a amar tanto quanto nossas próprias declarações amorosas.
Eu não comprei o meu primeiro relógio ou carro de luxo até que meus negócios e investimentos estivessem produzindo múltiplas fontes de renda seguras. Eu ainda estava dirigindo um Toyota Camry quando me tornei milionário. Seja conhecido por sua ética de trabalho, não pelas bugigangas que você compra.
Se ninguém é insubstituível qual é a relevância de sermos únicos? Logo a sabedoria refaz: - Ninguém é substituível pois cada um é fundamentalmente a criação perfeita e únicos. Somente os tolos se desapegam facilmente da unicidade e os igualam à todos como meros fantoches de usufruto e proveito.
Acho necessário que a literatura seja poética. Pela formulação poética tento fazer com que o texto seja menos artificial, reflita a vida. Tento fazer com que as frases contenham mais do que as palavras que estão ali. É o que me motiva a escrever. O que quero contar sei de imediato. A questão é como contar.
Fé é certeza e crença é condicionamento imposto, posto ao propósito persuasivo de uma liderança, que se questionando perde a relevância, pois persuadir é fazer crer numa suposta verdade e não na verdade, pois é melhor cegar do que abrir - lhe os olhos, pois ao cegos podem conduzi-los e levá -los onde o quiseres, visto que quem vive na escuridão qualquer indicação de onde está a luz é uma indução a um lugar e não à um caminho de luz e não há verdadeira comprovação, pois não pode ver verdadeiramente com seus próprios olhos luz nenhuma, mas pela indução pode imaginá - la.
Em se tratando de crenças e religiões é tolo discutir qual é o certo ou o errado, pois o que importa é se é do bem e se faz bem verdadeiramente, mesmo porque em todas as religiões não há como provar sua legitimidade histórica, portanto tudo é questão de fé e cada um escolhe em qual líder religioso quer acreditar se em Jesus Cristo, se em Maomé, se é em Buda, ou outro pois todos proclamam a existência de um Deus maior do que eles e é neste Deus que eu acredito, o caminho para se chegar até Deus é opção de cada um, portanto é tolo discutir qual é o melhor ou pior, pois tudo é uma questão de fé e não de crenças ou conhecimento.
As vezes você só precisa esta no meio da natureza para se sentir bem; sentir o vento bater em seu rosto; apreciar os canto dos pássaros pela manhã, apreciar as árvores em seu balançeio e até mesmo contemplar o barulho do pingo de chuva se chocando na superfície da terra. Energias positivas, faz bem à alma ferida.
Como diz o velho provérbio, o orvalho é a água que sobrevive ao oceano. Esse grupo de pessoas suportou as misérias do inferno, lutando contra os demônios, escapando e sobrevivendo a tantos desastres. E, no entanto, no fundo de seus corações, eles são felizes. Eles merecem o prazer de uma vida feliz todos os dias.
Eu não quero me confundir com essa sociedade. Eu quero ajudar a criar um novo modelo de sociedade, que parta da fissura, do quebrado. É interessante notar que, na arte japonesa, a fissura valoriza o objeto que se quebrou. Depois de ser restaurado com pó de ouro, o objeto é mais valioso. Nossas vozes e nossas ideias são pó de ouro.
Precisamos trazer nossas vozes para reconstruir. Eu falo que me interessa a fissura. E acho que estamos nesse momento de fissura. Kintsugi, a arte japonesa, é uma metáfora de onde eu quero trabalhar, sobre o que eu quero falar. Quando a cerâmica quebra, eles fazem uma mistura de laca com pó de outro e colam aquilo, deixando muito visível que a colagem aconteceu. Esse, para mim, é o papel do artista contemporâneo. É aquele que cola, liga, mas não faz desaparecer. Permanece ali como incômodo, com trauma, como relevo. Ele não se incorpora ao tecido mais. Na verdade ele é a marca de que aquelas rupturas aconteceram.
As coisas que percebemos como belas podem ser diferentes, mas as características verdadeiras que atribuímos aos objetos belos são semelhantes. Pense nisso. Quando alguma coisa nos parece bela, tem mais presença, nitidez de forma e vividez de cor, não? Salta aos olhos. Brilha. Parece quase iridescente em comparação com o tom mortiço de outro objeto menos atraente.
As vezes nem tudo o que queremos dizer é suficiente para se expressar em palavras. Uma rosa não se descreve só pela beleza mas, pelo perfume, delicadeza, por ser formosa e até pelos espinhos, esses representam o cuidado e zelo que devemos ter, os espinhos podem até ferir, mas vale a pena para cuidar de uma linda rosa.
Dizem que um homem vendado, se lhe pedirem para caminhar em linha reta, anda em círculos. Porque é que o homem anda em círculos quando fecha os olhos? É um mistério, dizem, mas o homem de olhos fechados caminha para dentro. E o tempo também se dobra, também não anda a direito. O tempo é como um homem de olhos fechados. No fundo anda tudo aos círculos, desde as recordações às histórias. Tudo acaba por se dobrar, um dia.
Não me quero sobressaltar como quando era jovem. Uma pessoa só pode ter paz quando está ao pé das mesmas coisas, quando nem repara nelas, porque elas já fazem parte de si, como se as tivesse comido e mastigado e engolido e agora fossem carne da sua carne e sangue do seu sangue. Só somos felizes quando já não sentimos os sapatos nos pés.
As florestas não são como os outros espaços. Para começar são tridimensionais. As suas árvores rodeiam-nos, abafam-nos, comprimem-nos de todos os lados, obstruem a vista, deixam-nos baralhados e sem referências. Fazem-nos sentir pequenos, confundidos e vulneráveis, como se fôssemos uma criança pequena perdida numa multidão de pernas estranhas. Num deserto ou pradaria sabemos que estamos num grande espaço. Numa floresta apenas podemos pressenti-lo.
A paixão, e o amor, não entram no jogo da facilidade nem dos lugares-comuns. Ou seja, é preciso mais imaginação, mais investimento, mais criatividade, mais vontade de não ficar quieto e parado no mesmo sítio para sentir de novo borboletas na barriga e as pernas tremer. É preciso espantar-se a si mesmo, ao outro e aos respectivos cérebros.
Às vezes, na vida, pensamos que não fizemos a diferença em qualquer situação, ela grande ou pequena. Pequena atitude faz a grande diferença. Veja o navio enorme, só uma única peça na mão do capitão: o mastro. Um pequeno objeto comparado com o navio é o que movimenta e muda para qualquer direção. Não importa o tamanho da dificuldade, tenha determinação.