Cartas de reflexão
Nestes anos que se passaram, aprendi muitas coisas boas, mas para isso precisei enfrentar situações muito difíceis, tanto na minha vida quanto na vida das pessoas que amo. Hoje, consigo enxergar parte da história de Jó, que nos ensina sobre como Deus, às vezes, permite que enfrentemos o mal para nos transformar.
Muitos acreditam que a esposa de Jó morreu, mas isso não é verdade. Quem morreu foram os filhos dele. Jó perdeu tudo o que lhe pertencia, tudo o que o mal conseguiu tirar. Ainda assim, ele perseverou e suportou o sofrimento. Esse mesmo tipo de mal, acredito, muitos de nós enfrentamos, tanto homens quanto mulheres, enquanto lutamos diariamente para buscar o melhor para nossas famílias, sem fazer distinções ou preferências.
Entro em mais um ano com essa reflexão: que possamos aprender com as adversidades e nos fortalecer nelas, sempre buscando o melhor para nós e para aqueles que amamos.
Ciclos que se repetem
Sempre começa com uma chama, algo tão doce e quente que parece que vai durar para sempre. Mas o sempre é um conceito frágil, feito de expectativas e promessas que ninguém sabe ao certo se pode cumprir.
Eu tento, com todo o coração que ainda carrego, acreditar. Mas o padrão se desenha outra vez — linhas que já vi, gestos que já senti. Palavras que ecoam como se tivessem sido ditas antes, em outra cena, outro rosto, mas o mesmo desfecho.
Será que sou eu? Minha necessidade de controle, ou meu medo de me perder? Ou é você? Sua distância, ou talvez o reflexo do que eu mesma escondo? Eu me pergunto isso enquanto assisto a história se desfazer, mais uma vez, pelos meus próprios dedos.
E quando digo adeus, não é com alívio, mas com uma dor que insiste em me acompanhar. A dor de saber que tentei, mas não o suficiente. Que lutei, mas talvez no campo errado. Ou será que amar é isso? Um eterno cair e levantar, um constante perder e reencontrar a si mesmo?
Defendo minhas escolhas, minhas falhas, mas cada despedida me lembra que ser forte não significa não sentir. E eu sinto.
Se eu pudesse pedir desculpas a todos os finais, pediria. Pediria desculpas por não ser o que esperavam, ou talvez por esperar demais. Mas desculpar-se não muda o ciclo.
E assim eu deixo ir, uma vez mais. Com amor, com dor, e com a estranha esperança de que, em algum lugar desse espiral, eu encontre o caminho para quebrá-lo.
Dia lindo dia bonito
Dia de abraçar o novo
Dia sombrio como todo
Dia iluminado em partes
Dia de viver? Eu anseio!
Afinal de contas, como?
O que é viver, nessa realidade?
Tô sem ânimo, sem amor próprio
Quer saber? to cansado de viver!
Mas não tanto quanto de sofrer!
O que sobra é lutar e lutar…
Um dia, dois, até o infinito e talvez além
Será que vale a pena lutar?
Talvez haja uma paz que não enxergo
Eu sinto que há, só não consigo alcançar.
Conectando o mundo, podemos pessoas ver.
Mas conectar... será mesmo?
Para ver, basta um passo, um chamado, uma troca.
Se conectar é mais do que enxergar,
é deixar que o mundo nos toque,
é atravessar os muros invisíveis entre nós.
E, no entanto, a verdadeira conexão nunca chega.
Não porque está longe, mas porque a deixamos desluir.
Ela se dissolve entre os rostos —
amigos ou estranhos, conhecidos ou esquecidos.
Tristonho, enfim, lhes digo:
esta poesia é de nada,
mas, talvez, seja de tudo.
Entre versos doces ou amargos,
há um eco do que perdemos.
Simples é conectar.
Difícil é perceber que, entre os delírios do tempo,
fomos nós que nos perdemos...
Quanto menos o ego fala, mais a alma pode cantar.
Quando você deixa de lado a tagarelice constante do seu ego, você se conecta a algo mais profundo e significativo.
Seu ego está sempre tentando provar a si mesmo, estar certo, estar no controle...,
mas quando você silencia essa voz, você ouve os sussurros da sua alma.
E é aí que a mágica acontece!
Os humanos tem um incrível dom de disfarçar suas vidas angustiadas e sofridas com dinheiro. Seu papel não é receber nada em troca, humanos querem ser reconhecidos, quando queremos pagamentos pelo que fazemos, mostramos que somos tão comuns quanto aqueles que ajudamos. Temos que apenas ajudar a quem precisa, e tudo aquilo de bom que fazemos retorna para nós em resposta.
Manifesto de Uma Alma Livre
Sempre tão ansiosa a respeito do futuro,
Eu me antecipava, como se pudesse vencer o tempo.
Carreguei expectativas que não eram minhas,
Engoli silêncios,
Tolerei situações e palavras que me desgastavam,
Até perceber que me perder de mim mesma
Era a pior prisão que eu poderia aceitar.
Eu não nasci para competir por atenção,
Nem para provar nada a ninguém.
Minha única missão é superar a mim mesma,
Acordar a cada dia com a vontade urgente de ser mais.
Exploro tudo o que sinto
Porque negar minhas emoções seria negar minha própria natureza.
Sou intensidade, movimento e recomeço.
Se algo me magoa, eu não finjo que não doeu.
Eu sinto, permito queimar,
Mas transformo as cinzas em impulso.
Não guardo mágoas, mas não esqueço histórias.
Lembro-me de cada nome e cada olhar,
Não por rancor,
Mas porque não há aprendizado sem memória.
Eu aprendi a dar um sentido temporário a tudo,
Porque permanência é ilusão.
O que eu amo pode ser eterno dentro de mim,
Mas sei que o mundo está sempre em movimento.
E eu também estou.
Se há algo para melhorar,
Vou encarar sem medo.
Se há algo para deixar para trás,
Vou soltar sem arrependimentos.
Nada me congela, nem a dúvida, nem a razão.
Se tiver que cair, eu caio com coragem.
E se cair, volto com um propósito maior.
Porque viver é experimentar, é sentir, é arriscar.
É construir e destruir se for preciso,
Até encontrar aquilo que faz meu coração vibrar.
Eu sou intensa, sim.
Não fujo de mim mesma.
Exploro o mundo com a mesma coragem
Com que mergulho em meus sentimentos.
E, mesmo sabendo que nada é para sempre,
Continuo a escolher sem medo
Tudo o que me faz sentir viva.
Arriscar
Nascemos, e no primeiro instante desse feito passamos a correr todos os riscos; risco de vida, de morte, de ser feliz, de ser infeliz...
O fato é que a vida em toda sua dinâmica nos permite, além de arriscar, conhecer o desconhecido; avançar para emoções jamais vividas e sentidas.
As escolhas diárias nos conduzem ao epicentro de consequências boas e ruins. Existe um risco para ser feliz, é um fato.
Mas como saber que nossas escolhas serão as mais acertadas?
Não sabemos!
E isto é o que torna a vida extraordinária.
Já pensou se tivéssemos todas as certezas?
Que monotonia que seria!
Uma flor formosa
com a graciosidade de suas pétalas,
pois não se deixou ser influenciada
pela negatividadea sua volta
e assim, pôde florescer
sem perder a sua essencialidade,
então, deu destaque para a sua
própria existência.
Este fato de uma maneira singela
traz a reflexão de que é possível influenciar ou, quiçá, também renascer,
apesar de uma má condição,
desde que não se perca a fé
e nem determinação e assim, será,
se Deus quiser.
"Na aridez da vida, são os sonhos que alimentam nossa alma e dão refúgio às coisas findas, que inobstante essa condição, as acalentamos em nosso coração.
Portanto os sonhos são feitos de luz para inspirar o caminho e colorir o palco das nossas existências.
Se por vezes estou limitado pela gravidade do existir, sonhando posso voar."
Riscamos uma chama ao vento e instigamos a dor.
Inventamos as armas na intenção da proteção, mas astiamos a bandeira do genocídio.
Criamos o pensamento das divisões e neste conflito existencial diseminamos a extinção.
Pensar, Sentir e Criar, não importa qual ordem esteja.
A ordem é cumprida.
O que torna o narrador, com sua imaginação a maior das forças.
A tomada de consciência e aceitação de sua individualidade como ser, te liberta da condição implantada pela sociedade, de que sua felicidade está vinculada a obrigação constante de querer se igualar ou possuir o mesmo que o seu "semelhante". Enquanto a mesma não acontece, existe um esforço constante e ineficaz que inconscientemente te carrega para longe de si mesmo, te roubando o prazer de cada momento, trazendo uma vida desconfortável e sem sentido.
Você esta nadando contra a maré do seu verdadeiro "Eu".
Provavelmente, é quando seu terapeuta entra em ação.
...
Me torne autoconsciente no momento que descortinei a consciência dos meus papéis. Aticei a reflexão ao me observar no espelho e ao enxergar o impacto da minha personalidade naqueles que me circundam.
Tive (e tenho) que trabalhar muito minha inteligência emocional, e isso só foi possível no momento que reconheci minha autoconsciência – o que faz sentido quando recorrermos à mitologia e constatamos que o Oráculo de Delfos aconselhou milhares de pessoas há milhares de anos atrás: “conhece-te a ti mesmo”.
Laconicamente, posso dizer que autoconsciência significa uma compreensão profunda das próprias emoções e impulsos. As pessoas com esta característica acentuada, não são nem críticas demais nem irrealisticamente esperançosas. Pelo contrário, praticam a honestidade holisticamente.
Se queremos saber para onde estamos indo - e o porquê desta caminhada - precisamos nos reconhecer antes de achar que conhecemos o caminho e as pessoas que estarão ao nosso lado direta ou indiretamente. Foi assim que evitei minha esquizofrenia, conhecendo todas as minhas loucuras antes de achar que os loucos estavam à minha volta.
A delicadeza e o perfume das pétalas de uma rosa trazem-me um certo encantamento, enquanto os espinhos de seu caule me fazem refletir: as adversidades da vida tem nos transformado em rosas ou espinhos?
Naturalmente, trazemos espinhos que são reflexos das dores enfrentadas, mas se permita florescer entre seus espinhos pois sempre é tempo de mudança, de reflexão e de autoconhecimento. Isso eu aprendi com a vida.
"Nos aborrecemos com as coisas simples da vida, muitas vezes nos cobramos um estado de inatingível perfeição, e antes de nos percebermos do quanto, somos afligidos pela angustiante inércia da frustração característica, senão dizê-lo, inerente, a esse modo de agir.
Embora não tenha nenhuma certeza, ou esteja de algum modo autorizado a expender sobre tanto, das pequenas coisas que aprendi e posso compartilhar com vocês é que, ao meu singelo sentir, indiferentes as circunstâncias ou nossos erros e acertos, precisamos nos permitir, perdoar e seguir, porque ao fim e ao cabo, você terá que aprender a viver consigo, do primeiro sopro ao último instante fatal de suor e brilho."
1. Seja sincero, em razão da situação que se encontra hoje e diante dessa quarentena obrigatória. Quero fazer uma antiga pergunta voltar ao cenário atual:
Quem você levaria para uma ilha deserta para ficar com você ao seu lado? Espero que desta vez faça sentido a resposta. Apenas para pensarmos. Maio/2021
2. Seja sincero, em razão da situação que se encontra hoje e tudo que viveu na quarentena obrigatória. Quero fazer novamente a mesma pergunta que fiz há um ano:
Quem você levaria para uma ilha deserta para ficar com você ao seu lado? Espero novamente que desta vez faça sentido a resposta. Maio/2022
Livre arbítrio?
No fundo, você nunca decidiu, apenas reagiu às ocasiões da vida de acordo com sua "bagagem"..
Seus pensamentos, personalidade e atitudes são resultados da soma de fatores experimentados pelo caminho, que foram decodificados e "arquivados": Estímulos, crenças, herança genética, condições ambientais, interações sociais, traumas, regulação hormonal, neurotransmissores, contexto de vida, etc.
E se essa tragetoria é exclusivamente sua,
quem pode te julgar?
"Em quantas oportunidades se perguntou se haveria um recurso capaz de tornar nosso mundo menos cinza e árido?
Sobretudo em momentos que somos premidos por contingências físicas ou naturais que se impõem sobre nossas vidas de tal modo, a não deixar outra opção exceto a dor de sorvê-las com seu gosto amargo de fel.
Pois bem, e se te dissesse que há sim esse instrumento?
E que está posto ao alcance de absolutamente todos que se disponham a fazer bom uso dele, como um grande e mágico lenitivo para todas as dores dessas tristes ocasiões, assim como inúmeras outras mais efêmeras ou até de maior gravidade.
E muito diferente do que se possa imaginar a primeira vista, não é algo que se resuma apenas a si, e na sua forma de encarar a vida - embora isso também seja importante.
Mas sim no que há de mais essencial deste grande jogo da convivência humana: no dar-se de si ao outro; e no quanto a reciprocidade do auxílio, a compreensão e apoio na dor, o carinho e aconchego nos instantes de falta, são capazes de não somente aplacar mas verdadeiramente transformar a realidade à nossa volta.
O mundo é difícil, mas generosidade e gratidão são os instrumentos universais de sua transformação, e porque não, de evolução da nossa própria condição humana."
"Invariavelmente atribuímos ao transcurso dos anos e a idade o atributo da experiência que nos traga o conhecimento para melhor compreendermos nossa jornada.
Mas não é verdade que essa seja uma relação necessária ou imutável, e podemos sim evoluir para desfrutar desse bem viver o quanto antes.
O segredo para tanto não está no tempo, nos acontecimentos externos que nos possam suceder ou em uma generosa iluminação divina para uns destacada e de outros segregada, antes disso, está lá guardado em um lugar muito bem reservado, verdadeiramente íntimo, e onde só você pode acessar, sua corajosa disposição de decidir."
O Desejo.
É interessante pensar no desejo humano.
Ele mesmo se contradiz em milhares de situações, e faz lembrar daquele método que a carne tem de sentir desejo onde o coração não esta, é pobre que queria ser rico e sobejar as delicias do dinheiro, é rico que concluiu que a felicidade esta nas simplicidade das coisas.
Quem esta feliz é aquele que serve a Deus, mesmo assim tem crente desejando o mundo, enquanto isso baladeiros noturnos arrebentando ate o ultimo gole, ate chegar aqueles segundos pós-balada para se desmontar e perceber o vazio na alma.
O desejo só serve pra nos empurrar em um precipício, o desejo nos coloca em situações que quando paramos pra pensar nem queríamos lá estar, fama e sucesso é se desgastar em falta de privacidade, drogas pra se manter ativo sempre sorrindo, ou deitar numa rede anseiando pela chegada do dia em que o sucesso batera a porta.
O humano se contradiz sempre, em inúmeras situações.
Somos reféns dos nossos desejos.
Coisas materiais realmente importam? nem vou perder meu tempo tentando cogitar essa duvida, porque desde que o mundo é mundo, a humanidade sempre vil o gramado do vizinho mais verde, e por mais que o tempo passe esse sistema nunca vai mudar.
Enquanto os desejos da carne nos fizerem de reféns, aquele que esta sujo suje-se mais, porque o que é nascido do espirito atenta para as coisas celestiais, não as desta terra. @luizsrmorais