Cartas de reflexão
ANIVERSÁRIO
Em cada celebração de nascimento, ascende a alma ao conhecimento, pelas experiências vividas, ganhando destaque na prateleira da biblioteca do universo do inconsciente.
Todo e qualquer presságio que nos incomode se contorna, quando nos permitimos compreender a lição. Quando dominamos o medo para entender o etéreo, elevamos a consciência e tornarmo-nos eternos.
Pela expansão dos átomos que se difundem, compondo as moléculas que iluminam a ação, dos movimentos gerados, a partir da reflexão.
Celebrarmos um aniversário faz sentido, se o sentido para a comemoração estiver de acordo com o que nos move no momento.
Ser criança é
Ser criança é ser feliz com pouco e acreditar que o mundo é um parque. É correr, brincar e explorar o universo em um único dia com a certeza de que nada pode atrapalhar os seus sonhos.
É ser um eterno sonhador, imaginando um futuro incrível e vivendo intensamente cada minuto do dia.
Ser criança é estar realmente vivo, sabendo que cada segundo é importante de ser aproveitado. É ser grato até mesmo pelas pequenas coisas da vida. É olhar para o menor dos insetos com a mesma curiosidade que olha para um leão.
É acreditar em um mundo onde a paz reina e que o maior sonho dos adultos é voltar a ser criança.
Ser como criança
Ser como criança é ser como um peixinho pequeno e curioso na imensidão de um oceano de possibilidades. É nadar livremente e explorar os detalhes fascinantes da vida.
É saber que os joelhos ralados vão sarar com um simples beijo e aprender que o amor é o remédio mais poderoso do mundo. É nunca parar de sonhar, pois peixinhos nunca fecham os olhos, nem mesmo para dormir.
Na imensidão azul que é o nosso planeta, lembrar que as crianças são verdadeiramente livres para sonhar é a inspiração que precisamos para continuarmos a nadar.
Há um lugar que não precisamos usar as melhores roupas;
Há um lugar que não precisamos usar máscaras;
Há um lugar que não precisamos ser bem-sucedidos;
Há um lugar que não precisamos ser avaliados;
Há um lugar que não precisamos utilizar utensílios de segurança;
Há um lugar que não precisamos de títulos;
Há um lugar e esse lugar é permanecer no Senhor.
O tempo, as circunstâncias da vida e seu Espírio me ensinaram que caminhando com Ele eu não encontro o que é efêmero, mas sim o que é eterno e valioso. Encontro o seu olhar de amor, e me acho entre as linhas da sua Palavra e aos poucos a transformação vai acontecendo.
Essa vivência é minha e não se encontra nas prateleiras dos mercados para venda. Ela é de graça, ela é o resultado da GRAÇA, essa graça que me alcançou.
Obrigada meu Abba por mais um ano de vida que completo hoje!
Era por volta das 22, eu , estava no carro com minha prima. Nós estávamos voltando de um passeio que havia sido muito bom e divertido. O celular dela começou a tocar, rapidamente ela apertou o botão vermelho, assim , rejeitando a ligação. Após isso um certo silêncio se instalou dentro do carro. Ouvi minha prima suspirar , um daqueles suspiros pesados.
E então ela disse : - sobre o que eu falei no bar, mais cedo. Não conte a ninguém.
Naquele momento quem suspirou foi eu. Sempre vi minha prima de um modo diferente. Em minha cabeça a mesma sempre foi uma pessoa madura, seria, fria de certo modo e um tanto impassível. Mas ao lembrar das coisas que ela havia dito no bar tive uma mudança em minha visão.
Mas não fora só isso. Percebi, que na realidade nos parecemos mais do que sabíamos. Percebi que nos entendíamos muito mais do que pensávamos.
E nisso que encontro a ironia. Nunca na vida eu iria imaginar que eu e ela passamos por uma situação extremamente parecida. Mas mais ainda, eu jamais seria capaz de imaginar que a maneira com a qual ela lida com a tal situação e a maneira com que ela se sente em relação a situação eram iguais às minhas.
Naquele carro, aprendi então uma grande lição: Nunca podemos julgar os outros. Pois nem sempre sabemos o que se passa com eles.
Quando você estiver sem vontade nenhuma de fazer algo que não agrada a Deus, não faça, é certo de que Ele que está querendo te livrar de alguma situação.
Quando você estiver sem vontade nenhuma de fazer algo de Deus, e um sinal que está no caminho certo, e que grandes coisas estão por vir.
O dia amanheceu diferente,
talvez mais contente,
mas um convite constante de uma lembrança distante,
colocou tudo a perder.
Lembrei dos momentos,
das fases e do tempo que pude viver,
também do meu avó que no Natal nos deixou,
não um presente,
mas nos corações as sementes de uma vida de amor.
Ao pensar na infância,
sem entender a distância
parece que só dois anos durou.
Mesmo assim com certeza,
mas também com tristeza
sei que muito mudou.
Porém, nem tudo é triste
e o meu Deus, que existe,
dos detalhes cuidou.
E ao despertar me convido,
a viver aos sorrisos,
socorrer os aflitos,
fazer tudo com amor.
►Em Um Luar
Em minhas andanças, te procurei sem saber
Caminhadas sobre pedras molhadas, meu viver
Pedi aos céus um sopro, pois estava cansado do sofrer
Meu bem, foi quando se apresentou, me entreguei
Criei, logo que em casa cheguei, um texto, que amei
A chuva batia em minha janela, como forma de convite
Estava, quem sabe, se oferecendo para refrescar meus pensamentos?
Não sei, meu bem, confesso que não sei.
.
Senti um conforto quando a vi pela primeira vez
Parecia até premeditado, como se outrora, eu fora teu freguês
Deixei-a naquele simples, e agradável banco de madeira,
E segui com minhas andanças, inspirado como nunca antes
Lá, bem do alto, a lua me observava, todo saltitante, pensando bobeiras
Indagando ao ar se tu me amarias do jeito que sou, tão imperfeito
Quando abri minha porta, velhinha que só, escrevi um texto, quando estava só.
.
Passei a noite toda orquestrando o sonho
Quando enfim fechei meus olhos, me senti refugiado em asas de um anjo
Aconchegante, meu bem, imaginei que fosse o teu abraço
Mas, como poderia? Nunca o sentira antes, que estranho
Talvez, lá no fundo, meu coração ressoava teu nome
Curioso, mas, escrevi um texto dizendo que a amo.
.
Sortudo seria se, em minhas andanças, nos esbarrássemos de novo
Bem que poderia escutar um anjo me chamando de moço
E todo bobo, eu sussurrasse à distância, tesouro
Queria retornar ao meu porto, e dedicar a ti, versos soltos.
[mar]
Omar é misterioso, intenso e cauteloso.
Falta o ar só de olhar. É como se o corpo começasse a inundar no seco. É um mergulho de fora pra dentro. São litros de mar percorrendo as veias do mais puro sangue. Os poros começam a expelir apenas sal. O que resta é nadar dentro do seu nada. Se afogar é opcional.
Agora se é o mais bravo dos marinheiros. Aquele que o desequilíbrio traz o equilibro; o erro traz o acerto; a tristeza traz a felicidade e a contradição traz a razão.
À beira mar se reza para os deuses. Seu Deus pode ser Poseidon ou Iemanjá. De joelhos, com os dedos fincados na areia, busca criar raízes de alma, e ter suas orações atendidas na mais pura calma.
Se deita na areia molhada, buscando se banhar com as espumas que o mar lhe dá. Coloca o coração em repouso, em posição de descanso, e sente que o mar é amar.
[bicho papão]
Nunca tive medo do Bicho Papão. Na verdade, nunca acreditei nele.
Me lembro do meu pai me fazendo dormir: me cobria com o cobertor, me deixando como se fosse um casulo, pronta para a transformação, e dizia:
— Não se levante! Se não o bicho papão que mora debaixo da sua cama, vem te pegar!
Por milhares de vezes me peguei correndo para olhar debaixo da cama e nunca o vi. Desde, então, comecei a pensar melhor sobre ele, e, após anos, talvez, eu tenha entendido um pouco mais sobre esse ser: ele não é cruel como meu pai dizia, nem aparece só a noite. Ele anda no meio dos civis: falando, ouvindo e sentindo; toma cerveja e rabo de galo em botecos de esquina; é moderno de pele e antiquado de coração; sente demais e entende de menos; não quer toda a riqueza do mundo, mas quer conquistar o mundo; não sabe muito bem começar coisas, mas é péssimo em terminar algo; não chora com facilidade — não ultimamente; é ansioso por essência; possui a empatia como pior defeito; acredita que diariamente se nasce e morre, já, que, não se é o mesmo que foi há 10 minutos; se acha sobrevivente do acaso e prisioneiro das opções; pensa constantemente que vive em um pequeno inferno, que, de tão pequeno, se limitou ao tamanho de sua cabeça — para o barulho não incomodar os outros; dá risada quando não pode e faz piadas inoportunas; come todas as manhãs tapioca com ovo e queijo — nem matar gente, ele mata.
Muito já se sabe, muito se ensina e muito se aprende. Ele sabe que essa é a regra do viver. Entende que pode machucar e sabe reconhecer; também entende que as cicatrizes são como as tatuagens que o tempo resolveu desenhar: bem mais doloridas que as tatuagens convencionais.
O Bicho Papão erra e se machuca por machucar o outro. E, com isso, entendi que meu pai estava errado sobre o monstro que dormia debaixo da minha cama. Na verdade, o Bicho Papão mora no meu espelho.
[inocência]
Me pego por diversas vezes pensando que você poderia ter me aproveitado melhor. Poderia ter aproveitado mais as minhas mãos quentes, o meu cabelo que enrola nas pontas e o meu jeito sem jeito de ser.
Eu tenho uma personalidade meio Rita, arredia, áspera, grossa, que não se dobra fácil. E que fique explícito que não é seu corpo a única coisa que quero explícita.
Gosto de sentir o contorno do rosto, o formato das unhas e as linhas das mãos. Quero entrar no seu universo, mesmo sendo o inverso e indo contra a razão.
Nos momentos noturnos penso se você pensa em mim. No entanto, vejo que você está cada vez mais fingida e rígida. E de tão rígida, parece quase quebrar. Talvez seja esse seu desejo: pedacinhos soltos pelo ar.
Me bagunço e bagunço as circunstâncias, as regras, os nomes e os fatos. Tenho o dom de tirar a coerência e permitir que tudo seja possível. Me aborrece notar que você tem medo de se afogar na sua própria profundidade. Mergulhar dentro é de tirar o ar, mas a vista é linda. Deveria tentar.
Você acha que pode me ler e entender, por que me lê sempre? Porra. Francamente. Não seja estúpida e egocêntrica. Eu sei que você é melhor do que isso.
Para me ter aberta, como um livro, é preciso mais do que só olhar. Me permito ler apenas em braile. Quanto ao resto, são só palavras que escrevo, com toda a minha hipocrisia e mediocridade, para meninas como você, que pensam que podem me compreender.
[diferenças]
Não consigo compreender as pessoas que levam ao pé da letra a história sobre "metades da laranja". Não me interpretem mal, longe de mim querer fazer o inferno na vida dos que se rotulam "românticos".
Noto um desleixo profundo em constatar que há seres que andam, respiram, e se dizem possuir um cérebro, supondo que "há uma metade sua perdida por aí que, talvez, um dia, a encontre para ser feliz, amada e inteira".
O amor está nas entrelinhas, nunca nas linhas escritas. Você não ama porque ela é um bom partido, trabalha 8 horas por dia, é registrada no regime CLT e tira férias após 12 meses.
Se ama pelos detalhes, pelas palavras que não disseram, mas que vocês, de forma mágica, sabem que estão lá no silêncio. É a mania que vocês encontraram de deixar tudo tão subentendido que passou-se a se entender.
O amor não está no bom berço, no intercâmbio para Dublin ou no ensino pré e pós; não está, nem mesmo, no sobrenome impronunciável ou naquela pulseirinha life com um pingente de gato pendurada no pulso - horrível por sinal.
Se ama pela loucura, pela falta de ar que ela te provoca só de lembrar. Nunca vi uma história de amor ser concebida no café com leite morno. O amor é um café quente: ele te queima, te acorda e vicia.
O amor não acontece pela perfeição. Tudo que se apresenta de forma muito perfeita, acredite, é falso.
Ela é uma baita arrogante. Gosta de restaurantes caros, roupas mais caras, ainda. E, cara! Você se arrisca no churrasquinho grego do centro, e só compra roupas em galerias ou promoções do shopping. E, aí?
E, aí o amor se fez; com dois, sendo cada um.
[câncer]
Acho que a principal característica de um escritor é ficar no "quase".
Quase amei, quase me apaixonei, quase deu certo, quase conquistei, quase perdoei, quase fui perdoada; quase, quase e quase.
O "quase" se transformou em um desassossego no peito daquele que transpõe o sentimento no papel; é um verdadeiro câncer. É a falta de expectativa no futuro e a tristeza em afirmar que "vive um dia de cada vez"; e diz isso só pra não cair no carrossel de ilusões das certezas.
Portanto, acho que o escritor sofre de câncer psicológico terminal: não vê nada concreto à frente, vive um dia de cada vez, valoriza o que ninguém vê, observa os detalhes, dá sorrisos dissimulados para não transparecer qualquer tristeza, sofre pelo que não viveu e só fica no "quase".
[flores]
Normalidade nunca foi meu forte.
A cafonice que carrego tem começo, meio e fim. Tento ser aquele tipo de cafona que não se permite cair no clichê. Acredito que as histórias — as boas — são feitas de marcas; algo infinito, uma tatuagem definitiva, uma cicatriz, talvez.
Nunca me permiti compreender como alguém se sente especial ganhando um buquê de coisas coloridas e mortas. Talvez para alguns eu seja uma escrota exigente, mas, meu camarada, amo tulipas. Quero ganhá-las? Jamais.
No mundo dos românticos que se acham fofos, especiais e super amantes, mas que não passam de pessoas sem a menor criatividade, senso estético e bom gosto, sou vista como aquele último lactobacilo vivo do Yakult, aquela que se faz impossível de agradar. Ao meu ver, de coração: um pacote de coxinha e uma coca cola gelada, me surpreenderia muito mais.
Para alguns é muito ousado esse conceito — e quem disse que não sou ousada? — de fugir dos clichês como o Diabo foge da cruz.
Sair das linhas retas e passar a caminhar pelas paralelas traz novas sensações e memórias. Às vezes saio de maluca, só porque não sei ser clichê — uma pena.
às pessoas se acostumaram a viver assim, por isso continuam nos mesmos erros, nas mesmas histórias vazias, nos mesmos sentimentos, na mesma vidinha rotineira, na mesma “apaixonite aguda”, sentindo tesão — e, olhe lá — só no sexo e não na vida. Elas não se lembram mais a última vez que foram surpreendidas ou quando morreram de dar risada com algo inusitado.
O medo de conhecer o diferente ainda vai matar os iguais.
[zero]
Nunca disseram que recomeçar do zero seria fácil. Nem que as ressignificações precisariam ser tão doloridas e incomodativas. É um incomodo que me lembra um joelho ralado em todas as suas características: dói pra andar, dói pra sentar, dói pra vestir, dói pra tomar banho, dói pra tratar, dói pra curar e ficamos com uma cicatriz pra lembrar.
Você tem todo o direito de recomeçar do zero quando a única coisa que sobrar for dezenas de memórias. Não se preocupe com as cobranças, elas não existem mais. Todas as suas dívidas já foram quitadas com o universo. E não ouse se sentir incapaz. A capacidade está em tentar e errar. Então, erre!
Você tem todo o direito de ressignificar aquela música; aquele cheiro; o seriado; o sabor da bebida quente; o vinho na varanda até o amanhecer; o percurso que fazia até o trabalho; as manias e os jeitos. Inclusive, seu jeito foi o "jeito" que você encontrou para aprender a lidar. Seja mais gentil com ele e façam as pazes, porque é o jeito!
Você pode ter tudo que quiser, na mesma proporção que precisa merecer aquilo que quer. Há oceanos de distância entre o querer e o merecer. Tente, se arrisque, coloque a cara a tapa, e se levar um tapa, olhe para frente e siga. Afinal, foi só um tapa.
Você tem todo o direito de mandar seu chefe ir à merda, mesmo que em pensamento. Vista seus calçados mais ousados e dance a dança da demissão, se for o caso. Nem o MSN aguentou viver só de status e o Pokémon ensinou que evolução ocorre em grande escala. Então, seja melhor que esses dois, por favor.
Você tem todo o direito de desacreditar de si mesma, das suas capacidades e objetivos. Só não é interessante fazer isso todos os dias. Então, sugiro que o faça uma vez por semana, se o fardo for muito pesado. Se permita comer quilos de carboidratos; a não tirar a roupa velha de dormir; a deixar o banho para amanhã, e a não se mexer durante todo o dia. Mas, no dia seguinte, levante. Dormir dias seguidos de conchinha com a ansiedade, não é legal. Ela é muito possessiva.
Você tem todo o direito de recomeçar do zero, só não tem o direito de deixar que alguém suponha seu valor. Entenda que, de zero em zero, se faz um milhão.
Eu senti o frio na barriga.
Eu senti a pontada no peito.
Quem diria que aquela palavra estranha descreveria todo esse sentimento?
Foi preparado? Está sendo moldado?
Como posso sentir que é pra vida se a vida demonstra o contrário?
Atemporal, empírico e inocente.
Não precisou de muito, foi repentino e de certa forma, curto.
Idealizei a perfeição, tentei molda-lá e encontrei em você o produto de tudo isso.
As vezes precisamos aceitar que será recursivo todos esses acontecimentos ruins e injustos.
Aceitar que talvez você não seja perfeito para a pessoa que é perfeita para você.
Não creio que haja um novo ciclo.
Mas posso lhe dizer no que acredito...
Recomeçar todos os dias, até que tudo aquilo que nos pareça infinito, encontre seu fim.
Viver, respeitar, amar, compreender...
E todas as manhãs ao acordar possamos nos deparar com o reflexo de nós mesmo e todos esses bons atributos sejam translúcidos e envolventes, onde essa energia faça de qualquer ambiente o melhor lugar para se estar.
Eu queria escrever uma coisa bonita,
Mas queria que essa coisa não fosse clichê nem cafona,
Queria que fosse inspirador e forte,
E não palavras vazias como as promessas de um estadista,
Tem que ser profundo e não raso como uma poça,
Se raso for, que seja claro e simples para que todos entendam.
Mas ainda não decidi se falo sobre os conflitos do passado, presente ou futuro,
Ora, ainda são e serão os mesmos conflitos, não?
E não me prendo somente ao que acontece em nosso mundo externo,
Na realidade o objetivo sempre foi falar dos nossos conflitos internos,
Pois resolvendo estes, resolvemos o mundo e a sua destruição pode ser adiada um pouco mais,
Pelo menos até eu conseguir ter um neto e vê-lo crescer.
A melhor maneira de sanar um problema está em sua origem,
Então eu queria escrever uma coisa bonita à respeito,
Mas queria que não fosse clichê nem cafona,
Precisa ser inspirador e bem forte,
Nada vazio,
Precisa ser claro e leve.
Bem desafiador seria escrever de uma forma bonita,
Que o grande câncer que nos matou, mata e matará,
Nada mais é que nós mesmos, e nossas pulsões egoístas,
Mas você já sabia disso, não é?
Cada ato de destruição cometido pelo homem,
Guarda um universo problemático no coração do ser.
Ainda vou escrever algo bonito à respeito,
Que não seja clichê nem cafona...
HOSPEDAGEM.
Uma vez, um passarinho pousou em um galho e passou a noite toda hospedado naquela árvore.
Ao amanhecer, ele partiu e passou o dia longe do velho galho. No entardecer, quando retornou à árvore, o velho galho já não estava mais lá.
O passarinho ficou muito triste, pois não poderia mais se sentar naquele galho, mesmo que a árvore fosse a mesma.
A vida não é diferente do velho galho, nós também não somos diferentes do passarinho.
Às vezes, passamos o dia ao lado de alguém que amamos, mas chegará o dia em que voltaremos ao mesmo lugar e não encontraremos as mesmas coisas, as mesmas pessoas.
Talvez elas já tenham partido e, mesmo que o lugar seja o mesmo, os hóspedes serão diferentes.
Aproveite as pessoas que estão ao seu lado aproveite cada momento, demonstre o quanto ama, pois chegará o dia em que voltaremos e não encontraremos as pessoas, apenas o lugar vazio.
E nesse dia restarão apenas as boas lembranças daqueles antigos hóspedes.
As alegrias extravagantes fazem com que nos percamos no caminho.
Estar perdido nos leva a cometer erros que causam arrependimento e tristeza.
A melancolia, imponente, nos conduz à reflexão e só então nos reencontramos.
Conclusão: São os conflitos da vida que nos ajudam a amadurecer e adquirir a sabedoria necessária para tomar as decisões coerentes que guiarão o nosso existir.