Cartas de reflexão
Não foi em vão...
Que aos seus dias piores
Dediquei os meus melhores
Desenhei poesias em teu coração
Lapidei flores em tua alma di-amante
Todo o tempo, em meu colo
Sobreviveste a ti
Dobramos soleiras
Cruzamos uma vida inteira
Não foi em vão...
Que chorei de dor e alegria
Ao ver que ferias a mim... não a si
Pois ali, todo ódio que navegava em ti
Naufragava no mar que havia em mim
Que rompi com a razão em mim
Ao impedir que abandonasse a si
Sei, condenei minha esperança
Mas salvei a menina, a criança...
Não foi em vão...
Pois te ver partir não me venceu
Não a estava perdendo...
Era um seu voo cego... só mais um
Detalhe de um plano do destino
Mas sei, se nada fiz por sua loucura
Foi porque ela só soube a ferir
Mas fiz pela minha
A ensinei perdoar... e a sorrir!
O amor...
Não foi feito para ser explicado
Analisado, estudado, questionado
O amor foi feito fundamentalmente
Para ser sentido... e vivido
A gente não precisa entender
Porque é amado... não mesmo!
Só é necessário aceitar que é... ou foi
Porque entendendo ou não, não o afeta
A gente não precisa se admirar
Com um carinho ou um beijo inesperado
Com um toque na mão, uma flor recebida
Nem tudo tem ou precisa ter uma razão de ser
A vida não se enfeita só de garantias
Às vezes, nos jardins de nosso próprio éden
Vingam plantas tão diferentes e coloridas
E por descuido nosso, morrem sofridas
É preciso guardar somente o que é importante
O amor é mesmo mais forte que a morte
Um abraço é sempre muito mais do que é
E nem tudo precisa ser compreendido
Passarin...
"Não me seria seguro viver em sua vida
Porque trazes em ti, atiradeira
E eu, passarin...
Não poderias viver em minha vida
Porque minha sina é ser alado, não atirado
Afinal, sou desses que, às vezes, até sangra
Não te acolheria em minha vida
Porque falamos línguas adversas
Assim, não saberia por qual amor viveria...
ou morreria!"
Peregrino...
Não me entendo bem com partidas
Não me dou com despedidas
Lenços brancos ao vento e à brisa
Mãos de crianças acenando em colos
Às vezes, só com chegadas
Por isso me invento e me reinvento
Sempre e sempre... só pra voltar
Porque se reinventar faz bem à alma
Invento sonhos, contos, canções
Luas azuis, anjos prateados
Palavras que só eu entendo
E só entendo na hora que as invento
Desenho povos cheios de pudor
Outros sem e sem temor também
Afogo o mar e queimo o fogo
Armo alçapões pra pegar estrelas
Mas, o que mais me atrai
É ser capaz de carinhos e paz... isso me atrai
Peço a um e a outro um verso que versa inocente
Reinvento em mim um recomeço e sigo em frente
Quando Faltam Heróis...
Minha meninice ficou guardada na infância
Não por desejo próprio, mas por necessidade
Não demorei a me empossar da adolescência
Vívida, alegre, sustentável, amiga e atenta
Adornada de encantos e ais que a sorte causou
Me vi em um destino já traçado, tornei-me forte
Passaram lentos e tão corridos esses dias e meses
Muitos deles sozinhos, outros alegres, vezes inglórios
E logo me peguei me embrenhando por caminhos
Que me levaram a ser adulto, um gigante em mim
Trilhando aprendizados, ensinando o que sabia
Imerso em minha pequinês, refletida no espelho
Tomado de espanto nas descobertas inevitáveis
Como a que de um lar não é feito somente
De paredes, portas, janelas e jardim
Como que se estar à margem de um desfile
É o mesmo que não ser o ator da própria vida
E que a vida não é feita de acasos nem descasos
Me vi vivo, decidido numa sinuosa trajetória
Que, de tão necessária era, que minha passada
Era um caminhar sem tino, meio sem destino
E se não tinha destino, sabia eu
Que qualquer lugar seria um bom lugar
Caminhava vivente, quiçá, sobrevivente
Atinei, numa curva qualquer desse caminho
De que muitos esforços foram nulos
Mas não me entreguei fácil e covardemente
E foi para ter justa compensação no por vir
Que aprendi a abrir mão das nulidades vis
E me permiti voar... e foi o que fiz
Meus heróis morreram de diferentes maneiras
Restou administrar mil e tantas incertezas
Porque meus heróis não foram muitos
Mas eram os que me haviam e, pelo sim pelo não
Tomei para mim as rédeas de minha vida
E me tornei meu próprio herói nessa construção
Reticência...
Me desculpe por me sentir assim
Tão tanto seu, tão pouco meu
Nos braços de seu abraço
Me desculpe por não ter
O jeito que gostarias
Nem a idade que esperavas
Ah, me desculpe
Por somente saber amá-la
Com um amor que desconheces
Me desculpe por demorar
A perceber que não fui bastante
Nem útil e tampouco importante
Me desculpe por ser tão tolo
Por acreditar em mil bobagens
Por descrer das meias verdades
Me desculpe por ter mais que esperança
Por duvidar que nunca é tarde demais
Por meus olhos a verem melhor do que és
Me desculpe por teimar em sonhar
Por acordar mais vezes que adormecer
Por nomeá-la Princesinha em meu amar
Me desculpe pelos sonhos que sonhei
Por “obrigá-la” a dizer palavras difíceis
pelas frases tristes na hora da partida
Me desculpe pela quase heresia
De ter tido a pretensão de um dia tê-la
Pagarei com minha paz esse pecado
Me desculpe pelas cartas, poemas
Pelas lágrimas incontidas e fáceis
Mas somente pelas que não eram de alegria
Me desculpe a voz embargada
Pelo meu canto vadio e desafinado
Pelas falas que invadiram a madrugada
Me desculpe por não lembrar
Que não residia em ti o poder de aquiescência
E por fazer de seu silêncio, minha reticência
Só não vale desistir...
Solidão
Acatarei sua decisão
Seguirei só, em silêncio
Recolhido em sua prisão
Se o espaço for pouco
me encolho num canto
A pensar no impensável
A pagar o impagável
Mas logo aviso
Não sou de conformar
Em ficar distante do amor
Sem sentir terra e mar
Então, não se descuide de mim
Pois depois de refeito, cresço
Me agiganto, retomo-me em homem
E não há pena ou dor que me domem
Saio aos pulos de encontro a vida
Disparo sorrisos, tiro os lamentos
E se encontrar quem me queira bem
Estendo logo a mão e vou mais além
Velho Chico...
Disseram que nascia um rio
Logo acima, onde finda a vereda
Nascente de água límpida e frágil
Que aos poucos se agigantava
Vi brotar da terra a dita nascente
Observei as gotas incontidas
Fluindo, compassadas e servis
Pareciam saber o destino a cumprir
Iam, aos poucos formando córregos
Desviavam daqui e pra ali
Sempre e cada vez mais vivas
Água de minha sede, formando um rio
E do rio formado, correntes
Vieram lá da nascente, num repente
E com as águas fortes, crescidas
Brotaram lendas do rio de peixes viventes
Contada sobre boto e Iara, até boi Tatá
Deram ao rio nome de Santo
São Francisco, rio de lendas
Mas antes dos contos criados
Era ele o rio, uma estrada de água
E foi no leito acordado
Que adormeci embriagado
Pela beleza do rio que mar já era
Na sua largura, em minha ilusão
Criamos, eu e o rio, intimidades
Tamanha era que, mais idoso que eu
Tratei-o de Velho e Velho não era
Era criança, feita de águas, sonhos e lendas
Alforria e comunhão...
A mais bela descoberta acontecida
Emanou cegante no olhar que nela havia
Olhos castanhos, de brilho ingente, falantes
machadianos, diretos... quase salvadores
Seu corpo de mulher, alvo, perfeito
Enunciava mistérios a desvendar
Mas isso, nada importava
Não era corpo que ele buscava
Nas marcas ganhas, guardou os dias
Que nela conheceu, virtudes e valores
Contou cada pinta, tocou cicatrizes
Desnudou segredou, desejos e temores
Sabendo amar, sabia que entrega demoraria
E dando por certo ser tudo milagre e destino
Por bem querer aceitou a decisão irrompida
E a viu partindo para aprender melhor a vida
Perigoso mesmo, seria ser franco
Dizê-la, em verdade, a que veio
Mesmo distante, tinha em si a garantia:
“Dela, nem mesmo a morte o roubaria!”
Almas tantas...
Não todas as minhas almas que conheço
Algumas, às vezes, me escapam ao peito
Outras, saem à brisa e voltam perfumadas
Tenho almas caseiras, que ficam em mim
Vivo em paz com minhas almas e elas entre si
Tenho alma de poeta... alma de cantor
Tenho alma que alegra e tem uma só de dor
Tenho alma até que rir-se da alma que é
As almas que me habitam, me socorrem
Cada uma com sua cautela, com suas quimeras
Tocam meus sonhos como se delas fossem
Atravessam mais luzes por minhas janelas
Minhas almas cantam salmos e mistérios
Me doam da noite, um pouco de orvalho
Das flores que namoram, cor e sabor
Se divertem almas... me tornam mais eu
Amor de vó...
Em minha meninice ouvia Vó Maria
Contar dos perigos que rondavam a estrada
Dizia que tinha lobo e até uma Fada Malvada
Em quase sussurro, afirmava que toda noite
Tinha festa do outro lado, onde nascia a floresta
Que tinha boto, saci, corrupião e até besta danada
Ouvia e via Vó Maria, atenta, quase heroína
Mas, quando a noite rondava meu dia
Corria eu, cego pro colo de minha covardia
Olho aqueles dias com o encanto de Lobato
Com um olho no Sítio e outro em mim
Mas ambos tomados de magia e alegria
Cresci e a estrada que passa ali já é outra
Não nego, os medos ficaram, só são outros
A covardia me corteja, mas não sou mais cego
Crescer é bom por isso
Os mistérios vão se desfazendo
E a realidade aproxima a razão
Penso que pra Vó Maria
A festa na floresta ainda aconteça
Mas já fia, não há lobo ou fada que me vença
Rompi a Lei do Silêncio
Eu rompi a lei do silêncio da ignorância, quero ver até onde eu posso ir ou até onde vão me deixar ir.
Rompi a lei do silêncio, quando cansei de ver e não enxergar, ler e não entender, ouvir e não escutar, de sentir e não demonstrar.
Rompi a lei do silêncio, quando decidi a pensar e a refletir, quando decidi interpretar o mundo e não aceitar mais calada.
Rompi a lei do silêncio, quando descobri que alguns comandam e decidem o que vamos fazer, quando percebi que posso fazer algo diferente do que me foi imposto.
Rompi a lei do silêncio, quando descobri que podemos nos unir e juntos mudar as coisas.
Rompi a lei do silêncio, quando descobri que não sou mais uma larva dentro do casulo e sim uma borboleta eu rompi a lei do silêncio pois descobri que o céu é o limite!!! ( autor desconhecido)
Uma manhã de sábado estava eu, caminhando tranquilamente, quando ao mim aproximar de um ponto de ônibus encontrei uma garota, uma garota simples, segurando um carro de mão, com uma blusa na metade da barriga por ser uma blusa de criança e ela com sua faixa de idade entre 19 à 23 anos, com um short pequeno também, e com o corpo com sinal de sujeira. Ao ver aquela cena eu mim senti comovido, mim senti triste ao mim colocar no lugar dela, não foi algo planejado, foi algo absoluto, pois quando eu parei e olhei nos olhos dela eu mim senti ali, triste como ela estava, sem ter nenhuma perspectiva de uma boa vida, sem condições de mim vestir bem, sem condição talvez de comer. Não sei se tiro uma lição desse acontecimento, por que o que eu vi, eu queria esquecer, não por ela ser oque ela é, mais por ver e não poder ajudar.
Se fosse para tirar uma lição, eu mudaria o que há em mim, com meu jeito de reclamar das coisas diariamente, com meu jeito de achar que tudo estar ruim, por reclamar em vestir uma roupa nova q não gostei, por reclamar em calçar um sapato q eu não gostei, ou até por reclamar em viajar para algum lugar que não gosto sendo que aquela garota só tem condição de estar em um ponto da cidade com aquela forma, olhar triste e talvez, a espera de algum milagre.
E você, vendo essa história real, se você estivesse no meu lugar, o que você pensaria e o que você mudaria em você mesmo?
Talvez essa simplicidade que você vive e reclama tanto, pode ser algo que muitas pessoas como essa garota, desejam para elas.
Talvez eu pensei em sempre estar com alguém um dia, talvez não, talvez eu tenha desejado ficar sozinho por um tempo, é, um tempo que demora de passar, um tempo que pode castigar, castigar com a solidão demorada, um amor inesquecível e uma saudade que não passa. Talvez eu seja assim, deseje ficar com alguém por estar sozinho ou deseje estar sozinho por estar com alguém. O TALVEZ não deixa uma coisa complicada ou confusa, o TALVEZ dar dois caminhos, talvez para esquerda ou talvez para direita. E para frente? Talvez para frente também e talvez também para trás.
Acredito que um dia algo vai acabar com o talvez que a vida mim dar. Ou não, talvez esse talvez nunca passe.
►O Sofrer Do Amar
Ao cair da chuva, sinto o cair da minha temperatura
Eu estava louco, incansável, a sua procura
Me pergunto se você não escutou minhas suplicas
Pelas ruas eu passava machucado
Me movia quase ajoelhada,
E em minhas costas estava o peso do passado.
Minha dor está me fazendo chorar
E ela me diz que há um jeito para acabar
Posso simplesmente te deixar
Posso pular bem alto de algum lugar,
Não querendo voltar jamais
Talvez ela termine se eu a matar
Mas me parece inviável me separar
Não sei se conseguirei me afastar
Provavelmente existe outra maneira,
Só preciso de um tempo para pensar.
Aquela sua alma exala um aroma que me faz relaxar
Se eu a perder de vista, em mim uma fera será construída
Como se não existisse cravo sem a rosa
Quando te dou um beijo, voou até a Lua
Quando estou triste, me vejo em uma galáxia obscura
Nada mais me fere quando estou junto a aquela musa
Não permitirei que a distância me destrua.
Cada segundo longe de você me parece injusto
Sem seu toque eu me sinto impuro
Consegue compreender sua falta em meu mundo?
Juro que digo a verdade, sinto muito
Tenho meus versos como testemunhos.
►A Esqueci
Já não sinto mais a falta dela
Não me encontro mais de cabeça baixa
Pensei que ela havia me deixado uma sequela
Eu me precipitei, eu só estava vivenciando uma etapa
Mas não me arrependo das diversas dedicatórias sinceras
Afinal uma relação como aquela não era exata
E também, quem não se apaixona pelo charme das mulheres?
Eu não fui uma vítima, já que era isso que parecia
Eu assumo minha parte
Me afundei em um amor que talvez não existia,
Que não era 100% de verdade
Os olhos dela foram a isca,
Atravessaram minha armadura, e fiquei na desvantagem
E ela acabou se tornando a única em minha vista.
Mas como sempre, o tempo passou
E meu coração ardeu de dor
Pensei que nunca iria passar
Por muitos dias eu acreditei que ia eternizar
Mas quando esqueci da voz dela, vi tudo mudar
Não digo que fiquei feliz,
Mas percebi que eu poderia sim melhorar
Pois pensava que terminaria no martírio,
Sofrendo por um romance que não passou do início
Meu cérebro estava focado nisso,
Que esqueceu que tudo passa, mesmo a época mais dolorosa
Então aqueles dias estão mortos,
Como as pétalas de uma antiga rosa.
Chorei quando ela me disse que ia me deixar
Eu não tinha forças para falar
Nem mesmo que a amava
Ela estava determinada
Aconteceu tudo de forma lenta, mas rápida
Estranho? Eu sei,
Mas os problemas começaram como simples farpas
Eu pensava que estava tudo bem, me enganei.
Depois eu pensei que era hora de tentar melhorar
Me transformar em um outro alguém,
Pois quem eu era não bastava
Por um tempo eu tentei, mas sem sucesso
Queria ser mais esperto, indiscreto, coração gélido
Não consegui nada disso, talvez era para eu ser assim
Pensei em cessar os textos, não parei, os continuei
Comecei a reparar que não posso ser outra pessoa
Devo me dar bem comigo mesmo, é minha melhor escolha.
Não me lembro dela, mas estou tranquilo
Agora só quero ter um final de ano pacífico
Antes, de Natal, eu queria um compromisso,
Hoje estou almejando paz ao meu frágil espírito
Mas sinto que estou longe de consegui-lo
Quero passar o Réveillon aqui, no meu abrigo
Então focarei minha atenção em minha recuperar prolongada
Já não me desmorono em lágrimas nos cantos de casa
Me fez bem essa dor, aprendi com ela
Eu esqueci daquela que amei, mas estou bem.
Mesmo que digam que eu preciso de alguém,
Eu estou com o sentimento de querer ninguém
Não quero ter aquele arrependimento, que sempre vem
A única coisa que desejo é um final de ano zen
Desde de 2011 eu me vejo preso na tristeza
A muito tempo está em ruínas minha fortaleza
Já perdi até a minha certeza, que proeza
Não estou me importando com os outros, não como antes
Agora quando penso em me importar, corto esse pensamento em instantes
Chega, quero terminar o ano sem lágrimas, sem espanto
Esqueci o rosto, o cheiro e o jeito dela, que termine meu pranto.
SEJA BOM PARA VOCÊ
Umberto Sussela Filho
Dê um passo após o outro
Comece com um simples bom dia
Olhe nos olhos, retribua com alegria
Se um bom dia lhe oferecerem
Ajude aos outros a fazerem
Quando sua ajuda for importante
Perdoa o ignorante
Pois a maldade não existe
É apenas uma alma triste
Que também deseja ir a diante
Não deixa seus dias em vão
Tenha sempre um objetivo
Se reinvente, seja criativo
Observa tuas fraquezas
Não enfrenta as correntezas
Se puder ir por outro caminho
Evita discussões, usa o carinho
Analisa quem te afronta
Procure somar, já que o que conta
São as flores e não os espinhos
Começa a selecionar
Aprecia as coisas boas
Evita algumas pessoas
Evita as que falam mal
Que fazem da fofoca um ritual
E que potencializam doenças
Abandona velhas crenças
Nunca esquecendo do amor
Ser positivo, supera a dor
Torna importante sua presença
Analisa os animais
Aprecia dos cães a felicidade
Alegrando-se com a simplicidade
Que esquecemos de dar valor
Se possuir um velho cobertor
Ou alguma roupa usada
Lembra do frio da calçada
E daqueles menos providos
E sinta-se agradecido
Por ter um lar, uma morada
Sempre olha aí a teu lado
Valoriza os que te amam
Considera os que reclamam
Vigia o que tu pensa
Analisa se compensa
Já que tudo é passageiro
Não seja escravo do dinheiro
Mas procure sempre trabalhar
Reserva um tempo para descansar
Porém, não descansa o dia inteiro
Não se torne prepotente
Procura sempre aprender
No mês, um livro procura ler
Seja receptivo a novas idéias
Não espere ter plateias
Para fazer o que é correto
Nem espere por decreto
Saiba ouvir seu coração
Não chame muita atenção
Quando fizer o que é certo
Valoriza as oportunidades
Não conte o passar do tempo
Aproveita cada momento
Para que não passem em vão
Sempre exercite o perdão
Porque o veneno é a mágoa
Seja um rio que deságue
E se inunde de esperança
Tenha o coração de criança
Deixa nele sempre uma vaga
Não faça mal algum aos outros
Acredite em um Deus que não pune
Que não separa, mas une
E nos permite o aprendizado
Se existe algum culpado
São falhas do comportamento
Tenhas esse entendimento
De que nossa felicidade
Resulta da liberdade
Presente em todo o momento
POR QUE CAEM AS LÁGRIMAS?
Umberto Sussela Filho
Na sabedoria infinita do tempo, nos rendemos a momentos onde o sentimento ultrapassa as barreiras e então perdemos o controle da aparência e a verdade procura a luz.
Nestes momentos ora tristes, ora alegres onde o ser humano tem a percepção de sua fragilidade e de sua força, se faz brotar um bálsamo renovador, vindo do íntimo, constituído da essência que se esconde e se perde pelas buscas errôneas e egoístas.
Os momentos alegres são poucos, mas merecedores de atenção, estes não nos tornam fortes, mas sensíveis.
Mas quando a saudade aparece, trazida pela ausência repentina de um filho amado, de um pai professor, de um amigo querido, de um avô estimado, ou até mesmo de um animal companheiro, de tudo que se foi, mas estava ali, tão perto, algo acontece.
Nestes momentos, vertentes se aguçam e rios transbordam dentro de nós.
Surgem momentos em que a emoção encontra a humanidade tão escassa, em que a solidariedade vinda sem explicações estende a mão a desconhecidos, porque se sabe o certo e o que é preciso fazer.
Somos individuais por natureza, mas componentes de algo maior, fagulhas de um todo, regidos pela liberdade dos atos, mas responsáveis pelas consequências vindouras.
Quando percebemos ou aprendemos o que realmente importa, nos momentos difíceis ou alegres, sem a percepção do querer, mas do acontecer e da verdade, nestes momentos, abrimos os olhos para o mundo.
Nestes momentos, onde tudo é verdade, desprovidos de aparências e superficialidades, o íntimo toma conta, a essência transborda e procura seu caminho, nestes momentos somos nós.
E quando tudo isso acontece, nestes momentos caem as lágrimas.
TORNE SEU DIA MELHOR
Umberto Sussela Filho
Quando acordar agradeça!
Se houver sol, aprecie as conversas dos pássaros, se houver chuva agradeça.
Se houver café, aprecie a oportunidade de alimentar-se, se houver apetite agradeça.
Se houver trabalho, aprecie a oportunidade de contribuir, se houver disposição agradeça.
Se houver almoço, aprecie a oportunidade de reunir-se, se houver família agradeça.
Se houver um tempo, aprecie o momento de descanso, se houver conversa, agradeça.
Se houver encontros, aprecie os amores, preserve-os, se houver conquistas agradeça.
Se houver abraços, aprecie as amizades sinceras, se houver amigos, agradeça.
Se houver o descanso, aprecie a retirada dos sapatos, se houver pés e sapatos agradeça.
Se houver banho, aprecie a renovação e o relaxamento, se houver água agradeça.
Se houver jantar, aprecie o lar que te recebes, sejas teu ou não, se houver um lar agradeça.
Se houver uma cama, aprecie a oportunidade de sonhar, se houver sonhos agradeça.
Se houver sono, aprecie a conversa com Deus, se houver Deus em sua vida agradeça.
Se acostumamos a pedir e não a agradecer, a desejar e não a conquistar, a se lamentar e não a preservar.
Tudo está a nosso alcance e também a nosso desprezo.
Identificar as dádivas da Vida é o segredo do conhecimento, conhecer-te é o segredo.
Agradeça a oportunidade de aprender, não julgue a forma, apenas aprenda.
Mudar é preciso, agradecer é fundamental.
SOBRE BARREIRAS E PONTES
Umberto Sussela Filho
Quase sempre não percebemos que somos todos construtores, em um mundo vazio que clama por estruturas sólidas alicerçadas no sentido de humanidade.
Apresentamos sem excessões habilidades para edificar, sempre para edificar, mas ainda pensemos para construções que tendem a nós afastar.
Todos os nossos esforços poderiam ser despendidos para as ligações afetivas e a aproximação sem interesse, deveríamos ser construtores de pontes que encurtam caminhos, ligam, aproximam e atravessam as correntezas mais fortes que as interperies do tempo nos apresentam.
Mas sem perceber, por Ignorância e não por maldade, ainda teimamos em construir barreiras, mesmo que invisíveis.
Estas barreiras invisíveis, se não percebidas, vai ganhando forma e força e separando muitos projetos de felicidade.
O orgulho e a vaidade são as argamassas mais utilizadas na construção destas barreiras e sem que haja uma mudança brusca de comportamento, a solidificação é inevitável.
Deus, sempre nos deu e nos dará a força vital para a construção e o livre arbítrio de separar ou unir, de afastar ou aproximar-se de nossos semelhantes, nos deu também a força da transformação que a maioria das vezes fica adormecida em nosso comodismo.
É preciso derrubar as barreiras e transformá-las em pontes.
É preciso unir e estender a mão.
Recuperar o sentido de humanidade que está perdido, resgata-lo com o guindaste do amor e da humildade.
Precisamos edificar pontes diariamente, algumas de projetos simples, outras mais audaciosas, mas todas realizáveis.
Se não procurarmos destruir as barreiras imaginárias, estas vão tornando-se indestrutíveis com o passar do tempo, concretizadas pelo orgulho e pela falta de compreensão.
Que nossas vidas sirvam de ligação.
O Rio das mágoas outrora alimentado e caudaloso é contínuo, mas a ponte da compreensão e da humildade, quando feita com boa vontade supera todos os desafios e sua estrutura fica reconhecida por toda a eternidade.