Cartas de Despedida de Clarice Lispector
O camponês perguntou:
Que aconteceu,
irmão, por que estás chorando?
O Irmão respondeu:
Meu irmão,
o meu Senhor está na Cruz
e me perguntas por que choras?
Quisera ser neste momento
o maior oceano da terra,
para ter tudo isso de lágrimas.
Quisera que se abrissem
ao mesmo tempo todas
as comportas do mundo
e se soltassem
as cataratas
e os dilúvios
para me emprestarem
mais lágrimas.
Mas ainda que juntemos
todos os rios e mares,
não haverá lágrimas
suficientes para chorar
a dor e o amor
de meu Senhor crucificado.
Quisera ter as asas invencíveis
de uma águia para atravessar
as cordilheiras e gritar
sobre as cidades:
O Amor não é amado!
O Amor não é amado!
Como é que os homens podem amar
uns aos outros se não amam o Amor?
Egoísmo
Sinto falta de você.
Mas o que sinto falta é de tudo o que é seu e me falta.
Sinto falta de minhas faltas que em você não faltam.
Sinto falta do que eu gostaria de ser e que você já é.
Estranho jeito de carecer, de parecer amor.
Hoje, neste ímpeto de honestidade que me faz dizer,
Eu descobri minhas carências inconfessáveis que insisto em manter veladas.
Acessei o baú de minhas razões inconscientes
E descobri um motivo para não continuar mentindo.
Hoje eu quero lhe confessar o meu não amor, mesmo que pareça ser.
Eu não tenho o direito de adentrar o seu território
Com o objetivo de lhe roubar a escritura.
Amor só vale a pena se for para ampliar o que já temos.
Você era melhor antes de mim, e só agora posso ver.
Nessa vida de fachadas tão atraentes e fascinantes;
nestes tempos de retirados e retirantes, sequestrados e sequestradores,
A gente corre o risco de não saber exatamente quem somos.
Mas o tempo de saber já chegou.
Não quero mais conviver com meu lado obscuro,
E, por isso, ouso direcionar meus braços
Na direção da dose de honestidade que hoje me cabe.
Hoje quero lhe confessar meu egoísmo.
Quem sabe assim eu possa ainda que por um instante amar você de verdade.
Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais,
Se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.
É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino,
Meu segredo tão desconcertante:
Ao dizer que sinto falta de você
Eu sinto falta é de mim mesmo.
O rosto da mulher madura entrou na moldura de meus olhos.
De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs. Vezes outras a entrevejo no espelho de uma joalheria. A mulher madura, com seu rosto denso esculpido como o de uma atriz grega, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.
Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente. A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada. É como um nadador principiante, faz muito barulho, joga muita água para os lados. Enfim, desborda.
A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo do repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.
A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs.
A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia. Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a sutileza de um oboé sobre a campina do leito.
A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõem no seu corpo um aprendizado da macia paina de setembro e abril.
O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade. Ela conhece seus mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa.
Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender. A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza.
Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, complementarmente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.
Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago de juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.
A mulher madura está pronta para algo definitivo.
Merece, por exemplo, sentar-se naquela praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidades. Por isto, pode-se dizer que a mulher madura não ostenta jóias. As jóias brotaram de seu tronco, incorporaram-se naturalmente ao seu rosto, como se fossem prendas do tempo.
A mulher madura é um ser luminoso é repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.
Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.
SONETO DE CONTRIÇÃO
Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.
Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.
Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...
E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.
Soneto do Amor ao Próximo
Hoje eu olharei as pessoas simplesmente como pessoas
sem nenhum julgamento ou opinião
que me faça rotular
quem são as más, quem são as boas,
e me leve a agir com base nessa tola conclusão.
Hoje eu olharei as pessoas simplesmente
como espelhos onde eu vejo refletidas
minhas fraquezas e virtudes de tal forma
que as minhas críticas e conselhos sirvam
antes para que eu próprio mude minhas atitudes.
Hoje eu olharei as pessoas com aceitação total
sem formalismos solenes ou distância social
sem condenar seus defeitos
ou zombar de suas limitações;
mas respeitando seus direitos, crenças e aspirações
acolhendo o que cada um é,
do jeito que cada um for
hoje eu olharei as pessoas simplesmente com amor.
Cansei de esperar suas decisões, quero mais , preciso de mais. Migalhas? Não, obrigada, não as quero. Sou incrivelmente mais valiosa e exigente, você não pode me dar o que mais solicito: carinho, atenção, e respeito.
Não a nada mais para se fazer, a não ser partir...e deixá-lo decidir o que é melhor para você, simplesmente não posso continuar neste jogo perdido, em que você comprou o juiz ,e já decorou todas as minhas jogadas, cada passo que dou você já tem o que argumentar.
Não importa o que eu diga, você não se importa.Triste ? Não estou, estou presenciando um momento de analise da minha vida, e que é preciso tomar decisões certas, felizmente você não parte dela, pois não posso aceitar a permanência da pessoa que me escolheu para sofrer, e que insiste danadamente em fazer isso.Sofrer não mais.
Quero ser feliz, criar caminhos e seguir minha trilha.
Gostar de você até gosto, mas travo uma briga com meu coração todos os dias por escolher você, isto é cruel comigo, e enquanto mais ele continuar nesta fixação lutarei com toda força que sei que tenho. Desistir disso, não vou, porque na realidade o que mais preciso é desistir de você!
SAUDADES
Foi por ti que num sonho de ventura
A flor da mocidade consumi...
E às primaveras disse adeus tão cedo
E na idade do amor envelheci!
Vinte anos! derramei-os gota a gota
Num abismo de dor e esquecimento...
De fogosas visões nutri meu peito...
Vinte anos!... sem viver um só momento!
Contudo, no passado uma esperança
Tanto amor e ventura prometia...
E uma virgem tão doce, tão divina,
Nos sonhos junto a mim adormecia!
Quando eu lia com ela... e no romance
Suspirava melhor ardente nota...
E Jocelyn sonhava com Laurence
Ou Werther se morria por Carlota...
Eu sentia a tremer e a transluzir-lhe
Nos olhos negros a alma inocentinha...
E uma furtiva lágrima rolando
Da face dela umedecer a minha!
E quantas vezes o luar tardio
Não viu nossos amores inocentes?
Não embalou-se da morena virgem
No suspirar, nos cânticos ardentes?
E quantas vezes não dormi sonhando
Eterno amor, eternas as venturas...
E que o céu ia abrir-se... e entre os anjos
Eu ia despertar em noites puras?
Foi esse o amor primeiro! requeimou-me
As artérias febris de juventude,
Acordou-me dos sonhos da existência
Na harmonia primeira do alaúde.
Meu Deus! e quantas eu amei... Contudo
Das noites voluptuosas da existência
Só restam-me saudades dessas horas
Que iluminou tua alma d'inocência.
Foram três noites só... três noites belas
De lua e de verão, no val saudoso...
Que eu pensava existir... sentindo o peito
Sobre teu coração morrer de gozo.
E por três noites padeci três anos,
Na vida cheia de saudade infinda...
Três anos de esperança e de martírio...
Três anos de sofrer — e espero ainda!
A ti se ergueram meus doridos versos,
Reflexos sem calor de um sol intenso,
Votei-os à imagem dos amores
Pra velá-la nos sonhos como incenso.
Eu sonhei tanto amor, tantas venturas,
Tantas noites de febre e d'esperança...
Mas hoje o coração parado e frio,
Do meu peito no túmulo descansa.
Pálida sombra dos amores santos!
Passa quando eu morrer no meu jazigo,
Ajoelha ao luar e entoa um canto...
Que lá na morte eu sonharei contigo.
E, no meio de tantas mudanças, muitas rupturas. Algumas coisas foram encaminhadas pro novo destino, outras se perderam irremediavelmente. O que sobrou posso contar nos dedos, antes eu mal conseguia fechar as gavetas_ tão abarrotadas de coisas, pessoas, lembranças. Mas o que houve afinal, além de um processo íntimo, pessoal, intransferível? Uma mudança externa também, porque há sempre um desconforto em quem se acostuma com o nosso comportamento mais antigo. E além de lidar com o luto da morte do que éramos, ainda o estranhamento dos que não aceitam o que nos tornamos. Porque mudam os gostos, a disposição e os planos. E alguns reagem como se você os tivesse abandonado no meio de uma viagem a dois por outro continente, quando só você sabia falar a língua local mesmo que os impedisse de aprender o idioma .
E, no meio de tantas mudanças, algumas desavenças. Só porque aqueles mesmos não entendem, não entendem, não entendem, porque não querem aceitar, que tudo é tão dinâmico e que nem deve ter sido tão brusca essa mudança, mas que a coisa maturou durante um tempo em que só queriam que você se envolvesse numa história DELES, que se misturasse nas emoções DELES, que traduzisse o mais íntimo DELES. E, ao mesmo tempo, você estava amadurecendo uma mudança sua e a coisa toda doía, doía. Mas eles não perceberam. Porque a demanda sobre a vaidade deles era grande demais, importante demais, imprescindível demais pra sua poesia.
E, de repente, a minha poesia não queria falar mais sobre nada disso. Minha poesia queria ser uma carta anônima, um silêncio, uma brincadeira. Minha poesia não queria ser nada além de uma frase jogada do mais íntimo de uma iluminação sobre um determinado assunto.
Porque, no final das contas, o que escrevo nem é poesia... é prosa, é carta, é desabafo, é qualquer coisa. É um bilhete manuscrito pregado no espelho só pra desejar “Bom Dia!
Consolação
Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar
Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa do amor
Ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei
É que ninguém nunca teve mais
Mais do que eu
TALES DE MILETO
Um sofista se aproximou de Tales de Mileto, um dos Sete Sábios da Grécia Antiga, e intentou confundi-lo com as perguntas mais difíceis. Porém o Sábio de Mileto esteve à altura da prova porque respondeu a todas as perguntas sem a menor vacilação e assim mesmo com a maior exatidão.
1 - Qual é a coisa mais antiga?
-- Deus, porque sempre tem existido.
2 - Qual é a coisa mais formosa?
-- O Universo, porque é obra de Deus.
3 - Qual é a maior de todas as coisas?
-- O Espaço, porque contém todo o Criador.
4 - Qual é a coisa mais constante?
-- A esperança, porque permanece no homem depois que haja perdido todo o mais.
5 - Qual é a melhor de todas as coisas?
-- A Virtude, porque sem ela não existe nada de bom.
6 - Qual é a mais rápida de todas as coisas?
-- O Pensamento, porque em menos de um minuto pode voar até o final do Universo.
7 - Qual é a mais forte de todas as coisas?
-- A Necessidade, porque faz com que o homem enfrente todos os perigos da vida.
8 - Qual é a mais fácil de todas as coisas?
-- Dar conselhos.
Porém, quando chegou à nona pergunta, nosso Sábio disse um paradoxo. Deu uma resposta que, estou seguro, não foi jamais entendida pelo mundano interlocutor, e que, para a maioria das pessoas terá um sentido superficial. A pergunta foi esta:
9 - Qual é a mais difícil de todas as coisas?
E o Sábio de Mileto replicou:
-- Conhecer a si mesmo.
Saudades
Muito tempo sem você ao meu lado.
Às Vezes, vejo seu sorriso, seu olhar em outros rostos.
Toco seu rosto, acordo do sonho e encontro apenas o vazio.
Hoje percebo o quanto a vida é curta para deixá-la passar em branco.
Eternamente amigos, eternamente no coração daqueles que amam.
Um dia nos reencontraremos, não paro de sonhar com você.
Só quero abraçá-lo mais uma vez, sentir sua alma presente, seu olhar e suas mãos quentes.
Aniversário
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Nota: Trecho do poema "Aniversário" de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa
Exaltação ao Nordeste
Eita, Nordeste da peste,
Mesmo com toda sêca
Abandono e solidão,
Talvez pouca gente perceba
Que teu mapa aproximado
Tem forma de coração.
E se dizem que temos pobreza
E atribuem à natureza,
Contra isso, eu digo não.
Na verdade temos fartura
Do petróleo ao algodão.
Isso prova que temos riqueza
Embaixo e em cima do chão.
Procure por aí afora
"Cabra" que acorda antes da aurora
E da enxada lança mão.
Procure mulher com dez filhos
Que quando a palma não alimenta
Bebem leite de jumenta
E nenhum dá pra ladrão
Procure por aí afora
Quem melhor que a gente canta,
Quem melhor que a gente dança
Xote, xaxado e baião.
Procure no mundo uma cidade
Com a beleza e a claridade
Do luar do meu sertão.
O Menino Que Carregava Água Na Peneira
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.
Amiga linda, hoje é o seu dia, um dia mais que especial e feliz na vida de todo mundo que tem o prazer de conviver com você. Eu nem precisaria lhe desejar um feliz aniversário, porque para pessoas como você o dia em que se completa anos não poderia ser diferente, é sempre um dia de festa!
Sua amizade é muito especial para mim. Cada segredo confessado, cada abraço apertado e cada conselho ofertado foram essenciais para a construção da nossa amizade. Todos os momentos que vivi na sua companhia foram extremamente válidos, você é uma pessoa fantástica, que espero que esteja sempre ao meu lado! Te amo muito. ❤️
O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
A rua, a saia, amar...
Um doce, uma dança, um beijo,
Ou é a goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde,
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Um filme, um dia, uma semana
Um bem, um biquíni, a grama...
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance? O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir à toa,
Um pássaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A causa, a pausa, o sorvete,
Sentir o vento, esquecer o tempo,
O sal, o sol, um som
O ar, a pessoa ou o lugar?
Agora me diz,
O que faz você feliz?
Olhe, digo e repito:
Não me venha com falsas promessas, não tente me ludribriar, não se faça de santinho pra se chegar....estou tão cansada dessa "espécie de gente".
Não há espaço pra falsidade na minha vida.
Definitivamente eu tenho escudo contra vacilão, porque de todos q vacilaram comigo, não me deixaram mais do que arranhões.
E aos que me apunhalaram pelas costas, só tenho a dizer..."faça melhor, pq ainda estou de pé".
Não, não me canso de tentar por aqueles que erraram comigo mas que sei que são de bom coração. O perdão é um dom divino e só engrandece minha alma!
E que fique claro, não é uma praga, é apenas um fato...
Não terás nada além daquilo que me desejares! É uma lei, vivo nessa lei... independente do que me desejar, vai te voltar, e em triplo!
Faça o seu, que faço o meu. E se pensar em algum momento em que poderiamos fazer juntos... que ao menos faça direito!
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios
Pra Que Chorar
Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
Se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
É só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor
Quem não chorou
Quem não se lastimou
Não pode numa mais dizer
Pra que chorar
Pra que sofrer
Se há sempre um novo amor
Em cada novo amanhecer
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,
Seja uma flor ou uma idéia abstrata,
Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.
E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.
Nota: Trecho de "A Passagem das Horas"
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