Cartas de Declaração de Paixão
Dos gases às águas
Dos ares às algas
Da areia à praia
Da flor à mata
Dos peixes aos primatas
Da fome à caça
Do fogo à prata
Da fala à arte
Da roda à máquina
Do amor ao ódio
Da dor ao ópio
Sou
Transbordo a expressão do ser no tempo
Sou essa interação, esse senso
Sou essa liberdade, esse contato integrado
Eu sou o cordão rompido do umbigo
Estou na seiva do mandacaru
Sou a respiração de um povo sofrido
Eu sou a cena do assalto ao amor
Sou uma canção cantada por índios
Uma visão que teve um xamã
Eu sou a bera do abismo
A esquiva da dor
Eu sou a quebra do ismo
Um bicho solto eu sou
Sou a escuridão
A anti matéria
Um coração pulsando na selva
Sobrevivente vivendo na guerra
Alma vivente, o bruxo das ervas
Eu sou o fogo do mundo e as cinzas
Sou eu quem gira o mundo
Eu sou os prazeres da vida
Eu sou um tesouro perdido
Fui eu que me perdi
Sou eu a saída
Se o meu Eu se reflete em tudo que vejo
como pode ser tão difícil olhar para mim mesmo?!
Mas que paradoxo!!
Percepção que oxida quando não se cuida
e mesmo sabendo não é conclusa.
A forma como você trata os outros é a forma como você trata Deus.
Se existe um Deus ele é o Outro.
Aquele que por ora parece ser o Demônio,
por fora parece infortúnio e muitas vezes te decepciona.
Eu, tu e eles.
Nós somos Ele.
Alguém sempre se incomoda quando alguém expõem o que pensa,
por isso são poucos os alguéns que se arriscam.
Se tudo está sujeito a múltiplas interpretações e
nenhuma regra está imune a exceções então vemos como são
sutis as razões e fúteis as competições.
Nossas percepções são únicas, compostas por experiências diferentes,
Elas são como um tecido, uma camada sobre camadas formando noções,
expandimos conforme esse discernimento se desenvolve, mas
de nada valem as noções sem a humildade.
Enquanto não se respeita esse princípio não há como sair do princípio,
o crescimento será uma ilusão cheia de pretensões confundindo os conhecimentos.
Ler é visão
Ler é tão bom
Vale a pena
Mergulhar nas palavras de um poema
Ler é visão
Nos engrena
É o empenho a resolver algum dilema
Visão é um dom
Graça plena
Como ter asas pra voar por onde queiras
Liberta a noção
É centelha
Desenbaraça e engrandece ideias pequenas
No fogo da imaginação
Ler é lenha
Ideias assam e projetam-se em cena
Essa visualização
É a gema
É onde esboça, onde brota, onde drena
Ele é de humanas
Mas a sua poesia
É desumana
Um bicho estranho
Acusado de heresia
E fé profana
Em terra estranha
Em meio a tanta hipocrisia
Acende um plano
Projeto insano
Parece mais uma utopia
De suas façanhas
Seu próprio sonho
É o seu pão de cada dia
Em suas entranhas
Ao sol se banha
E nesse banho de alegria
Ascende o prana
Eu falo as mesmas coisas
Em diferentes formas
Falo de várias coisas
Usando as mesmas palavras
Fermento esses traços
Traço-me a cada forma
Degusto cada timbre
Descubro-me em cada nota
O compasso é requintado
Cada passo tem sua postura
Como o aço bem forjado
Há de ter uma boa cura
A alquimia das palavras
Nostalgia inquieta
Destilando seus deslumbros
Louca mania de poeta
FELICIDADE
Refletiu pelas paredes de dentro do peito
Vibrante e iradiante luz
Psicotrópica
Emanou por todo corpo com afeto intenso
Como brilho cintilante de Sírius
Hipnótica
Um espectro vagante que transpassa o tempo
E nem que por um instante indus
Aclarar a óptica
És amante do viver desde as visitas no berço
Velha amiga exuberante, me conduz
Deusa poética
O acordo era viver
O acordo era viver
Não importa o que ouvesse
O assombro foi esquecer
Como se missão não tivesse
Como se o acaso supusesse
Como se a canção falecesse
Em um submundo logo estavamos nós
Imersos no imundo espelho do algoz
No antro obscuro de uma selva feroz
Reflexos côncavos do lado tardoz
Mas lá no fundo algo ligava os nós
Como um fino fio alvo do seres sós
A chave mestra, a grande porta voz
Chuva maestra, fonte da grande foz
O lenhador
Um lenhadô derribava
as árve, sem percisão,
e sempe a vó li dizia:
meu fio: tem dó das árve,
que as árve tem coração.
O lenhadô, num muchocho,
e rindo, cumo um sarvage,
dizia que os seus conseio
não passava de bobage.
Às vez, meu branco, o marvado,
acordano munto cedo,
pegava nu seu machado,
e levava o dia intero,
iscangaiano o arvoredo.
E a vó, supricano im vão,
sempe, sempe li dizia:
meu fio: tem dó das árve,
que as árve tem coração.
Numa minhã, o mardito,
inda mais bruto que os bruto,
sem fazê caso dos grito
da sua vó, que já tinha
mais de setenta janero,
botô nu chão um ingazero,
carregadinho de fruto.
Doutra feita o arrenegado
inda fez munto pió:
disgaiô a laranjera
da pobrezinha da vó,
uma véia laranjera,
donde ela tirô as frô
prá levá no seu vistido,
quando, virge, si casô,
há mais de cincuenta ano,
cum o difunto, o falicido.
E a vó, supricano im vão,
sempe, sempe li dizia:
meu fio: tem dó das árve,
que as árve tem coração.
Do lado do capinzá,
adonde pastava o gado,
tava um grande e véio ipê,
que o avô tinha prantado.
Despois de levá na roça
cuma inxada a iscavacá,
debaxo daquela sombra,
nas hora quente do dia,
vinha o véio discansá.
Se era noite de luá,
ali, num banco de pedra,
cuma viola cunversano,
o véio, já caducano,
rasgava o peito a cantá.
Apois, meu branco, o tinhoso,
o bruto, o mau, o tirano,
a fera disnaturada,
um dia jogô no chão
aquela árve sagrada,
que tinha mais de cem ano.
Mas porém, quando o mardito
isgaiava o grande ipê,
viu uns burbuio de sangue
do tronco véio corrê!
Sacudiu fora o machado,
e deu de perna a valê!
E foi correno...correno!
Cada tronco que ia vendo
das árve, que ele torô,
era um braço alevantado
dum home, meio interrado,
a gritá: Vai-te, marvado!
Assassino! Matadô!
E foi correno! correno!
Cada vez curria mais!
Mas porém, quando já longe,
uma vez oiô para atrás,
vendo o ipê alevantado,
cumo um home insanguentado,
cum os braço todo torado...
cada vez curria mais!
Na barranca do caminho,
abandonado, um ranchinho,
entre os mato entonce viu!
Que vê si apara e discansa,
e o ranchinho por vingança,
im riba dele caiui!
E foi correno, e gritano!
e as árve, que ia topano,
o que má pudia vê,
cumo se fosse arrancada
cum toda a raiz da terra,
numa grande disparada
ia atrás dele a corrê!
Na boca da incruziada,
veno uma gruta fechada
de verde capuangá,
o home introu pulo mato,
que logo que viu o ingrato,
de mato manso e macio,
ficô sendo um ispinhá!
E foi outra vez correno,
cansado, pulos caminho!
Toda a pranta que incontrava,
o capim que ele pisava,
tava crivado de ispinho...
Curria e não aparava!
Ia correno sem tino,
cumo o marvado, o assassino,
que um inocente matô!
Mas porém, na sua frente,
o que ele viu, de repente,
que, de repente, impacô?
Era um rio que passava,
ali, naquele lugá!
O rio tinha uma ponte:
o home foi atravessá!
Pôs o pé.. Ia passano.
E a ponte rangeu quebrano,
e toca o bicho a nadá!
O bruto tava afogano,
mas porém, sempre gritano:
socorro, meu Deus, socorro
socorro, que eu vô morrê!
Eu juro a Deus, supricano,
nunca mais na minha vida
uma só árve ofendê!
Entonce, um verde ingazero
que tava im riba das agua,
isticou um braço verde,
dando ao home a sarvação!
O home garrô no gaio,
no gaio cum os dente aferra,
foi assubino, assubino...
e quando firmô im terra,
chorava cumo um jobão!
Bejano o gaio e chorano,
dizia: Munto obrigado!
Deus te faça abençoado,
todo ano tê verdô!
Vô rebentá meu machado!
Não serei mais lenhadô!
Depois desta jura santa,
pra tê de todas as pranta
a graça, o perdão intero
dos crime de home ruím,
foi se fazê jardinero,
e não fazia outra coisa
sinão tratá do jardim.
A vó, que já carregava
mais de setenta janero,
dizia que neste mundo
nunca viu um jardinero
que fosse tão bom assim!
Drumia todas as noite,
dexano a jinela aberta,
pra iscutá todo o rumô,
e às vez, inté artas hora,
ficava, ali, na jinela,
uvindo o sonho das frô!
De minhã, de minhã cedo,
lá ia sabê das rosa,
dos cravo, das sempreviva,
das maguinólia cherosa,
se tinha durmido bem!
Tinha cuidado cum as rosa
que munta vó carinhosa
cum os seus netinho não tem!
Dizia a uma frô: Bom dia!
Como tá hoje vremêia!
Dizia a outra: Coitda!
Perdeu seu mé! Foi robada!
Já sei quem foi! Foi a abêia!
Despois, cum pena das rosa,
que parece que chorava,
batia leve no gaio,
e as rosa disavexava
daqueles pingo de orvaio!
Ia panhano do chão
as frô que no chão cai!
Despois, cum as costa da mão,
alimpano os pingo dágua,
que vinha do coração,
batia im riba do peito,
cumo quem faz confissão.
Quando no sino da ingreja
tocava as Ave Maria,
no jardim, ajueiado,
pidia a Deus pulas arma
das frô, que naquele dia
no jardim tinha interrado!
E agora, quando passava
junto das árve, cantano,
chei dágua carregano
o seu véio regadô,
as árve, filiz, contente,
que o lenhadô perduava,
no jardinero atirava
as suas parma de frô!
Não trago verdades
Eu trago expressões
Defumo a coragem
Me trago em canções
Trago a minha viagem
Sou minhas visões
Se falo é pra 8 bi corações
Se calo é pra minhas próprias lições
Eu não sei a metade das suas intenções
Você não sabe e nem soube das minhas emoções
Tu escuta e não ouve
Tu corre e não move
Mas deixa que eu deixo
Nem pá, nem se envolve
Não importa o seu gosto
Não há quem me prove
É o paradigma de realidade da vida
A ilusão de achar que sabemos das coisas porque ouvimos sobre, ou lemos, vimos algo
Motivos que temos que nem ao menos degustamos, não comprovamos, não provamos a nós, nosso sabor
Motivos que compramos dos outros que pegaram de outros que vieram de mais outros
Deturpando a verdade enquanto o que temos
É só a visão da superfície
Pra mergulhar no profundo e não no raso julgo
Temos que passar a rebentação
A comunicação pela linguagem deveria ser muito mais aberta e solta
Tudo que se fala é um tabu
Até o sentimento foi capitalizado
Dirigimos máquinas de uma suprema nobreza
Mas não saímos nem da primeira marcha
Nunca cortamos o giro
Não queremos “disperdiçar” energia
Queremos “conservar” o mortor
Só que nunca conhecemos os limites
Pois não há limites, fomos nós que impomos eles
Queremos manipular um câmbio automático
Só que enquanto operamos essa máquina do tempo tudo nos está acessível
Colidimos porque queremos
Escolhemos não dar passagem
Escolhemos não freiar
A ideia não é acelerar e sim “ser um” com o trânsito
Nem tão pouco temer a alta velocidade
Na verdade essa “velocidade” é apenas sua percepção de tempo
Assim como “distância” é percepção de espaço
“Leiam o manual da pág.7 nas relações de sinônimos”
Vamos tentar amar
ainda que seja difícil,
já nadamos neste mar
mas apenas na superfície,
as vezes mergulhamos e logo temos que subir,
nos falta ar, nos enganamos e tememos sucumbir.
Amar é um mar e não um lago,
amar é profundo e largo.
Nessa nossa pequenez nós julgamos conhecê-lo por inteiro,
mas essa não é a primeira vez que fazemos este apelo
Humanos, Amemo-nos !
Manifesto meu verso afim que contestes
Te peço que faça testes
Pois o contexto reflete
Um ego que sempre veste
Armadura resistente
É a amargura do descrente
Que em nada crê, sempre ausente
Parece que nada sente
Nadando no inconciente
Perece no presente
Mentindo pra própria mente
E assim sempre descontente.
Se o conceito de "pobreza" e "riqueza" fosse julgado unicamente pelo grau de conhecimento intelectual,moral, e espiritual,não existiria pessoas pobres,pois não existiria desculpas para se acomodar na posição social,e todos buscariam,independentemente de qualquer dificuldade.
E claro,as bibliotecas seriam muito mais frequentadas também.
Procurar ter inimigos,e exatamente identico a planta de construção leva tempo para concretiza-los,quanto maior são os inimigos,menor fica o senco de realização.
O melhor a se fazer é:Não se preocupes em ouvir o que eles têm a dizer,seja flexivel,e faça ajuste conforme for progredindo para alcançar o seu desejo.
Eram quase meia-noite quando meu telefone tocou, não me importei ja era tarde, quem iria realmente precisar falar comigo aquele horario. Telefone tocou insistentemente, e eu resistia a me levantar pra saber ao menos quem era, quando resolvi olhar, era você, fui atender, já era tarde demais, desistiu de falar. Momento aquele que tenho dividas até hoje, se deveria ou não ter atendido aquela ligação, se seria ou não diferente, ou se acabaria sofrente mais com as consequencias disso depois.
Mais a duvida, a duvida está ali no fundo do coração, de como poderia ser tudo diferente, de como poderiamos ter sido felizes juntos, mais não, o destino quis assim. Quis nos separar naquele instante. Mia é melhor se ter saudade das coisas boas, do que sofrer pelas marcas deixadas, por um telefonema atendido.
DETERMINAÇÃO AO
ALCANCE.
Tem se Determinado
Descriçoes no poder de
Qualquem um em
Manejar,dizer, que Sou
Inteligente.
Outros Mesmo pela
maneira de
Expressão,outros pela
Idiologia de Que-se
distacou bem em uma
Debate,outro pela causa
de se Interagirem bem
com a pergunta..
Mas para um Verdadeiro
Inteligente,Isto e uma
Ficção.
E Ignorancia do saber.
E manter firme o Nome,o
Certo É!
Enfrentarem a realidade
Dentro deles,e pararem
de satisfazer os outros
para serem chamados
Inteligente.
A Inteligencia vive em
Ti,não vive na força da sua
personalidade em
Demostrar Descriçoes
satisfatoria,e voce Não
tirar proveito delas..
A Expressão correta esta
na determinação das
Palavras,firmeza,sustentabli
Não em usar descriçoes
para por em uma tabela
de pontos o seu
adversario,que na
verdade,não passam de
libertação do medo de um
Adversario,enquanto há
um uma Discução em
Diferenciar a Inteligencia.
O INTELIGENTE,esta
ligado com a chave da
percaução,que e ela que
abri um Cadiado para se
Determinar,e Descrever o
Conhecimento.
A base de tudo,e
Escondermos as
fontes,para não sejamos
Dominados.
18 de abril · Curti
O dias passam rápido, a não ser quando penso em ti. Porém quando estou ao seu lado o relógio pula os minutos direto para horas. O que o universo quer me dizer ao fazer isso ?
Com certeza é: Apenas aproveite tempo que tem com ela, somente com ela. Afinal, a física não valerá e cada hora, que parece minuto pode se tornar, mesmo contra minha vontade apenas alguns segundos.