Cartas de Amor para Casados

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É que eu queria um amor novinho em folha. Que viesse de caminhos parecidos com os meus. Que conhecesse todos os lados da moeda do amor e desamor, de lágrimas e sorrisos, dos dias nublados e coloridos. Um amor que viesse de histórias bem resolvidas e terminadas. Vividos até a última gota. Assim como eu. Um amor novinho, inteiro, que viesse pra ficar enfim, para sempre; na minha história...

Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio.

E agora que eu mandava na minha vida, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta. Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pensar nele. Claro, eu fico em casa o dia todo, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus. […] achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. […] Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Norman Mailer certa vez escreveu: “As pessoas procuram o amor como solução para todos os seus problemas, quando na verdade o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas.” É isso aí. Primeiro aprenda a administrar seus conflitos e tristezas, aceite suas oscilações de humor, busque a serenidade, fortaleça sua auto-estima e ampare-se em si próprio, sem se valer de bengalas emocionais. Aí sim, feito o dever de casa, seu prêmio estará a caminho.

Eu só fui perceber que tinha amor quando fiquei longe dele. Assim mesmo, percebi isso vagamente, e voltei também vagamente por causa disso. Eu perdi, eu tenho consciência absoluta de que eu perdi a oportunidade de amor mais viva e profunda que me foi oferecida até hoje. E agora eu não posso fazer mais nada.

Só há amor quando nenhuma autoridade existe. Essa coisa "autoridade" é uma das coisas mais perigosas da vida. Eu não quero ser "autoridade". Nós temos e podemos criar um mundo novo. Ó gente! Eu estou perguntando a vocês, cabe a vocês achar essa resposta. Se aceitar a verdade de outrem não será a sua resposta. Há um imenso trabalho para fazermos juntos, isso nos acrescenta uma enorme responsabilidade. Devemos ser revolucionários; dentro em nós deve se operar uma profunda revolução psicológica.

Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz… Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, escrita em 19 outubro de 1948.

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Volto pra casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Japão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei. Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei. O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.

Dispenso uma vida rotulada, humores instáveis, amor de hora marcada. Nego reviver o passado e ter maturidade quando quero colo. Discordo viver sobre desculpas e amordaçar minha tolerância. Não esfolo meu valor com o descaso. Não podo minhas asas. Não oscilo de opinião. Adorno meus medos, dores são segredos; prefiro expor o que tenho de bom. Não sou de faces, mas tenho fases. Não invento personalidade, nem crio situações. Que me achem fria; que me julguem estranha. Que se afastem os que confundirem autenticidade com estupidez. Sou o que quebra e não cola; o que brota mas também desfolha. A intensidade de uma ocasião. Perfeita, ou não.

O amor é covarde, nos ilude até nos fazer acreditar que ele é verdadeiro. Depois, quando ele de repente se cansa, nos deixa sofrendo. E como recompensa, ele nos presenteia com um novo amor, que a princípio nos engana com uma felicidade temporária... até ele se cansar de novo. E assim vai nos levando, sempre com falsas esperanças de felicidade. Nos deixando cada vez mais frágeis, mais iludidas. Mas o coração da gente é bobo, hipócrita, cego, imaturo... e está sempre disposto a amar novamente, mesmo sabendo que corre o risco de sofrer, mais uma vez.

Sabe quando você acha que conhece alguém? Mais do que qualquer um no mundo? Você sabe que entende a pessoa, porque a enxerga de verdade. E então você tenta se aproximar, e ela... desaparece. Você achava que pertenciam uma à outra. Achava que ela era sua, mas não é. Você quer protegê-la, mas não pode.

O que falei sobre salvar as pessoas não é verdade. Você pode achar que quer salva por outra pessoa, ou que quer muito salvar alguém. Mas ninguém pode salvar ninguém, não de verdade. Não de si. Você pega no sono no pé da montanha, e o lobo desce. E você espera ser acordada por alguém. Ou espera que alguém o espante. Ou atire nele. Mas, quando você se dá conta de que o lobo está dentro de você, é quando entende. Não pode fugir dele. E ninguém que ama você consegue matar o lobo, porque ele faz parte de você. As pessoas veem seu rosto nele. E não vão atirar.

Descobri que, às vezes, momentos marcam nosso corpo. Eles estão ali, alojados sobre a pele como sementes pintadas de surpresa, tristeza ou medo. E se você virar para um lado ou cair, uma delas pode se soltar, pode se dissolver no sangue ou fizer surgir uma árvore inteira. Às vezes, quando uma se solta, todas começam a se soltar.

Dias tornaram-se semanas, semanas tornaram-se meses, e então em um dia nada especial, eu fui até minha máquina de escrever, me sentei e escrevi nossa história. Uma história sobre uma época, uma história sobre um lugar, uma história sobre as pessoas. Mas acima de todas as coisas uma história sobre amor. Um amor que viverá para sempre.

[...] fiquei parada diante do espelho, olhando meu rosto sem entender. Era só eu, pura e simples, e eu não sabia o que via. Continuei olhando, procurando alguma outra coisa que não consegui encontrar. Fiquei olhando, até que só restassem contornos que não formavam uma pessoa. Mas nenhuma outra forma surgiu.

37º Aniversário, de CASADOS!...

Que sorte estamos a ter nesta vida;
Por mais um ano juntos, festejarmos!...
Por nela haver tanta gente perdida;
Deste sabor, que hoje comemoramos.

Oxalá, que muitos mais festejemos;
Neste morrer de rápido chegar;
Por ser bom, que ambos os dois gozaremos;
Por tão bem, nos termos sabido AMAR!

Porque os tais festejar, mas com traição;
Misturada, durante o tal passar;
Para ambos, traria nada de bom!...

Pois onde houve o mau trair, não há senão;
Que um mui triste fingir, para agradar;
Ao dos dois TRAIDOR; ser PARVALHÃO!

Hoje, dia 7 de Agosto de 2019, é o dia em que eu e a minha LINDA ESPOSA; Maria Rosa, festejamos o nosso 37º Aniversário de casamento. Por isso, DESEJAMOS desde já, a tod@s @s que ainda os tais não alcançaram, que os ALCANCEM, na Harmonia que em nós sentimos!!!!!!!
AMAI-VOS uns aos OUTROS, pois nada para nós há de MELHOR; neste tão breve passar.
Nota: Nestes 37 anos de casados, apesar de algumas desavenças, terem passado por nós; NUNCA passamos uma ÚNICA noite “zangados/embeiçados/chateados”, um com o outro!!!!!!
Quando um de nós, por capricho/BURRICE humana; não se rebaixa [sendo culpado] ao outro, faz isso; porque sabe bem que, [mesmo estando cheio de razão] o outro o fará!!!!!!... nome disto: por tanto AMOR/por tanto AMAR.
MUITO importante: EXCEPTUANDO [por para tal, não poder haver desculpar] a má TRAIÇÃO, não há NADA neste tão breve passar; que a minha METADE possa fazer-me, que me OFENDA [muito embora sendo MUITO mau agir, me possa deixar triste!].
GARANTO-VOS meus AMIGUINH@S, que nem a má morte, neste passar; nos há-de separar, PORQUE ficaremos a VIVER UM, dentro do VIVER do OUTRO ( lá no cantinho da saudade) sempre JUNTINHOS.
Para o ano, se o nosso CRIADOR; tal nos permitir, cá estaremos!!!!!... para aí, eu mais um humilde poema; VOS oferecer!... agora DESFRUTEM, AMEM-SE e façam o favor de SEREM FELIZES!!!!!!!... muito FELIZES.

Com Carinho;

É verdadeiro dizer que os melhores homens já estão casados. Precisamente, são melhores porque estão casados e um casamento seriamente vivido lapida um bom caráter. Também entra nessa conta o esforço de uma esposa que paciente, sofrida, e amorosamente se empenhou no projeto de melhorar a si e ao homem que está consigo.

Tentar roubar o marido de alguém não é apenas safadeza, é um esforço de extrema burrice para rapidamente destruir dentro de um homem o que se leva anos para edificar.

Mãe e pai, feliz aniversário de casamento

1 de junho de 2018. Aniversário de 22 anos de casados dos meus pais. Eu nasci exatamente 1 ano e dezoito dias depois, em 19 de junho de 1997. Eles casaram em 1996. Perguntei à minha mãe: “Você lembra como era a vida antes de eu nascer? Que coisa estranha”. Ela disse: “Sim, eu lembro. Não tinha graça”.

Como eu poderia achar estranho a vida que veio antes de mim? Logo eu? Quer dizer… como se eu fosse o dono do mundo? Antes de mim vieram meus pais, e antes deles meus avós, e antes deles veio Jesus, e antes dele a Cleópatra, antes dela os dinossauros e, antes deles, a explosão…. afinal eu sou o quê? Se eu vim e vou numa fração de segundo? A minha vida, de repente, perdeu o sentido. Estou me perdendo… estou esquecendo… quem sou eu? O que sou eu? Será que sou tão importante assim para o mundo?

Aí percebo:
sem eu aqui, não teria graça.

Eis o sentido da vida.

Fazemos hoje 11 anos de casados que, tradicionalmente, são chamadas as Bodas de Aço.
Se quisermos definir a palavra, o Aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono(com tantos pontos comuns e diferentes como vc e eu) que se distingue pela sua ductilidade. Um material dúctil é aquele que se deforma sob tensão. Tal como o ouro, o cobre e o alumínio, o Aço também é muito dúctil. O oposto de dúctil é um material frágil, com pouca capacidade de se dobrar/deformar, quebrando-se com muita facilidade.
Assim está perfeitamente explicada a denominação, pois ao fim de 10 anos dobramos, vergamos, esticamos, sofremos incríveis pressões e, no entanto, nunca quebramos pois somos tudo menos frágeis!!! Fazemos, sem dúvida uma grande.."liga"

Para o bem e para o mal cá estamos, ligados e firmes como uma barra da aço, rsrsr
Obrigada pelo bom e pelo mau, sem o qual nunca daríamos valor às coisas boas!
Obrigada pela cumplicidade, compreensão, carinho, pelos sonhos, loucura...
Obrigada por te "fundires" comigo!
Obrigada por existir! e por sempre me dar amor incondicional!
Tua, desde sempre e para sempre, sem que nem sequer a morte nos separe! ;))))
E que venham os próximos 11 Anos..