Cartas de Amor para a Pessoa Amada
Presente
Doce mulher, querida e amada,
flor que a cada manhã se abre
toda perfumada.
Espalha o seu perfume por todos
que a cercam, os que a distância
te vêm o sentem também
Amor de mulher, que nos cerca de
carinhos e atenção, o coração em
aberto,não guarda nenhum segredo não.
Ser teu, é um presente que poucos teem,
ser teu é um presente que muitos querem.
Ser teu, é um presente que é só meu.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
Brasil Em Prantos
Tantas vozes silenciadas
sob os cuidados da pátria amada.
É o choro da mãe que abraça
o corpo do filho sem vida,
vítima de balas direcionadas e não perdidas.
E não importa se seu escudo
é da esquerda ou da direita.
O sangue derramado é vermelho
mas a dor, a dor é preta.
É o amor que agoniza.
É o ódio que mata.
Onde está a liberdade nesta pátria democrática?
Ser, amar, existir não é proibido
mas por que ainda há vidas sendo interrompidas por isso?
É uma floresta que queima, um povo que chora
vendo a sua história indo embora.
É uma ancestralidade humilhada,
cansada de ser atacada
por uma ganância cega que não acaba.
E ai daqueles que recusarem toda essa opressão.
Nesta terra onde quem fala,
onde quem luta é engolido pelo chão.
De Chico Mendes à Marielle Franco.
Quantos se foram?
Quantos ainda irão?
Mas que ecoe a certeza
de que nenhuma luta foi ou será em vão.
VERSOS A MAIS...
Como é cruel uma poesia sem ser amada
E tão vazia e tão cheia de nada, rarefeita
Com as rimas de dores e tão desfigurada
Com sua prosa mal traçada e insatisfeita
É sempre trágica e sem nem um sorriso
E teus versos são iluminados por círios
Da desilusão, mentido estar no paraíso
Se nas entrelinhas truculentos martírios
Ah! tudo tão desgastante está história
Quando não tem no amor a sua glória
E aquela paixão não há nos reais ideais
Na prosa os versos de poética adunca
Que sem o amor e de um amor nunca
Sentiram sensação, são só versos a mais!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Junho 20, 2022, 06’45” – Araguari, MG
Amada expectativa,
cá estou a te sustentar
em mais um querer
que confusas criamos
jurando durar.
Antes de tudo,
me comove esse mundo
de representações vibrando
outras vidas em nós,
pulsando sem compasso
a poética dessas pobres emoções.
Profundas e superficiais,
desse tempo ou não,
por mais arriscado
e louco que pareça
permaneço colecionando
os beijos (que não dei)
nas mulheres que amei
sem coração!
►Soada de Bar
Tomei uma cachaça
Para me aquecer nessa friagem
Esperando a minha amada
Para matar essa saudade.
Ela disse não gostar mais de mim
Que não tenho mais valor
Que minha vida é o botequim
Que sou um pobre pescador.
Falei para ela que eu eu presto
E que pago as minhas contas
Que eu sou um homem bem correto
Que só bebo no final de semana.
Ela vendeu a tv, não tenho mais o futebol
Ela é meu bem querer,
Me prendeu com seu anzol.
Irineópolis
Amada Irineópolis amada,
terra sagrada dos povos
Kaingang e Xokleng,
abriste o seio materno
para acolher povos imigrantes
nasceste radiosa e bem
ornada por Timbó e o Iguaçu,
e não há outra terra como tu.
Preciosa Irineópolis preciosa,
meu tesouro originário,
sublime e de família;
amor que não se explica,
a atitude é a marca escrita
do teu honrado povo:
quando falo em você
é como nascesse de novo.
Amorosa Irineópolis amorosa,
terra sagrada pela
Guerra do Contestado
que fascinava o Paraná,
e já era predestinada
a ser de Santa Catarina
e jóia poética brasileiríssima.
Avó Amada -
Avó, não fique assim prostrada,
cheia de medos a rezar por mim!
Aos pés-de-Deus, permaneça sim, ajoelhada,
apenas numa entrega d'Amor sem-fim ...
Sem fim e sem começo, pela fria-madrugada,
sempre a vi rezando assim ...
Tristemente murmurando, Nada,
ó Deus, nada mais existe em mim!
E que dizer ao ouvi-la tão magoada?!
Entre penas, a chorar, aqui eu vim,
mostrar o quão foi por mim amada!
Pois sempre guardarei sem fim,
a imagem, junto à cruz, ajoelhada,
da Avó amada de oiro e de cetim ...
(À Avó Clarisse.
Esposa, mãe, amiga e Avó extremosa)
Minha Amada -
É densa a noite escura
mais escura a minha solidão,
solidão é falta de ternura
que trespassa o Coração ...
Minha fronte marmorizada
invadida de lamento,
uma Alma apaixonada,
um epitáfio, um tormento!
Minha Amada! Minha Amada!
Meu silêncio, meu quebranto,
de mim p'ra sempre separada ...
Meu segredo, minha ave, alada,
tão longe e tão perto, meu encanto ...
Minha Amada! Minha Amada!
Rodeio Adorada
Bem aqui na minha
Rodeio adorada
no Médio Vale do Itajaí
sou por ti amada;
No silêncio que não
cala e faz eco por
toda Santa Catarina
porque é poesia.
Nós dois sabemos
que não preciso
de outro amor
que não seja o teu,
E você não precisa
de outro amor
que não seja o meu.
O romance que
mora em nós não
há mais como disfarçar,
O teu coração não
consegue mais ocultar:
enlevando-me por todo o lugar.
IGACI
nos teus seios amada terra
as tuas águas e tua história
fazem de mim um brado forte
um grito amigo pela paz
um cidadão ativo e perspicaz
os teus caminhos e fortes
as tuas emblemáticas lutas
as tuas luzes de vitória
fazem de mim um vencedor
rico em humildade e memória
tuas estradas mostram um povo
uma gente sofredora
um coletivo de valor
trazem a tona um grande homem
João de Lima Acioli um português sonhador
sonhou uma Igaci para todos
trouxe o pouco para que o muito viesse
deu de si o suor
deixou em campo suas armas
partiu deixando sua gente muito melhor amparada
Situada no agreste
Uma boa terra alagoana
Filha do Nordeste
e cheia de gente bacana
Com suas poucas milhas
Sampaio, Torres e Santos Silva
São algumas das famílias
Que aqui iniciaram a vida
Vila e distrito ficaram na memória
tornou-se Igaci uma cidade majestosa
tendo em 1957 uma nova história
Sua emancipação como um brado de vitória
Seu nome é de origem indígena
Significa olho D'água
era seu nome anterior
Quando à vila foi elevada
As primeiras famílias que apareceram
Formaram o centro urbano
Logo chegou a linha férrea
Ajudando o ser humano
Quem mora em Igaci
Tem o gentílico Igaciense
Os primeiros daqui
Eram gente valente
Sua bandeira tem um brasão
Tem o amarelo dos minerais
Traz o verde da vegetação
E outras cores com belas histórias por trás
em Igaci temos outro nome que não podemos esquecer
o do grandioso Padre Luís Farias Torres
que nos ajudou até morrer
deixou um grande legado que hoje todos podem ver
Uma terra de garra e fé
Tem como padroeira Nossa Senhora da Saúde
tem ainda bons artistas
e estradas cheias de açude
A Serra do Cruzeiro e o rio Jacuípe
A festa da padroeira e a emancipação
São as grandes emoções
Que o nosso povo vive
Sua população
É de quase 26 mil
Igaci, virtuosa
pedaço desse imenso Brasil
§§§em edição§§§§
Soneto : Calor
Calor que agride esta terra amada
Que racha o solo em tamanho braseiro
Calor ardente em torrão brasileiro
Calor que ferve a pólvora armada
Calor que parte, obra natural da vida
Mas também calor que tanto produzimos
Calor das queimadas, do que consumimos
Calor da poluição, dos dejetos da lida
Calor do sulcro ao núcleo terrestre
Calor da terra, calor da fenda
Talvez um dia a humanidade aprenda
Que o calor que mata o campestre
Também pode matar a nossa gente
E talvez neste dia não seja mais quente
"Minha amada filha, hoje você completa 10 anos de vida, e é impossível expressar em palavras o quanto você ilumina a minha vida.
Ver você crescer, aprender e se tornar a pessoa incrível que é me enche de orgulho e alegria.
Que a vida lhe reserve muitas aventuras, aprendizados e momentos felizes. Saiba que estarei sempre aqui para apoiá-la em todas as fases da sua vida, neste dia especial, quero que saiba o quanto você é amada e o quanto me orgulho de ter uma filha como você.
Você chegou em minha vida para preencher o vazio do meu coração, você foi e será sempre o milagre que Deus me concedeu.
Que a vida lhe traga muitas alegrias, realizações e momentos inesquecíveis. Conte sempre com o meu amor e apoio incondicional. Feliz aniversário, minha princesa!
Parabéns pelo seu aniversário, meu amor!"
Meu Jardim
Num dia excessivamente nítido e claro ao raiar de uma manhã amada, dia em que dava a vontade de ter trabalhado muito para nele não trabalhar nada, e me entrevi, como uma estrada por entre as árvores, como por galhos de galhadas que nos tocam o rosto e ao meio de um arbusto perdido em meio ao tudo e no meio do jardim terrestre, no meio mundo do mato terreno, oque talvez seja o grande segredo, aquele grande mistério de que os poetas falsos falam. Mas que não há um todo a que isso pertença e que um conjunto real e verdadeiro é uma doença das nossas ideias.
Digo de mim, sou eu
E não digo mais nada.
Que mais há a dizer?
"Criança: uma criatura amada por todos"
Criança, tu és a cura da minha loucura, a razão do meu sorriso e a luz que me ilumina quando estou triste.
Criança, tu és o meu cajado que sustenta os meus passos, o alarme do meu levantar e o motivo da minha existência.
Criança, teus olhos resplandecem a luz que ilumina os meus passos. Tu és a criatura que todo humano quer ser e ter.
Criança, tu tens o amor verdadeiro, incondicional e incomparável.
Tu és tudo o que as palavras não conseguem dizer, és simplesmente tu, criança.
Adeus, adeus, adeus! E, suspirando,
Saí deixando morta a minha amada,
Vinha o luar iluminando a estrada
E eu vinha pela estrada soluçando.
Perto, um ribeiro claro murmurando
Muito baixinho como quem chorava,
Parecia o ribeiro estar chorando
As lágrimas que eu triste gotejava.
Súbito ecoou do sino o som profundo!
Adeus! — eu disse. Para mim no mundo
Tudo acabou-se, apenas restam mágoas.
Mas no mistério astral da noite bela
Pareceu-me inda ouvir o nome dela
No marulhar monótono das águas!
A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas.
Talvez sempre tenham sido e sempre serão.
Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos.
E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos.
Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá
Ah, sua boba. Eu sei que você está cansada de tudo, perdida nesse turbilhão de sentimentos que te paralisam. Ah, ninguém te entende, eu sei! Não queira tudo agora, queira apenas voar por cima dos seus próprios destroços e ver que, apesar de tudo, ninguém pode calar teus pensamentos, teus diálogos internos, tua recomposição!
Às vezes, quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade. A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. [...] O homem que se torna célebre fica sem vida íntima. Tornam-se de vidro as paredes da sua vida doméstica. [...] É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade. [...] Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. Deixar-se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo-instinto selvagem de querer dar nas vistas e nos ouvidos.
O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito, a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em acção.
E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa: uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância – irmãos siameses que não estão pegados.
Pessoas são intituladas criminosas quando roubam alguma coisa de alguém. Mas e quando roubam uma pessoa da própria pessoa? Eu digo quando rouba a parte racional, rouba o pensamento, a vontade e tudo mais que for derivado do coração. Porque depois disso, a pessoa roubada se torna despida. Despida da razão, de qualquer mascara que cubra quem ela realmente é. Torna-se uma pessoa, somente isso, sem farsas, decorações ou enfeites. É ela – e somente ela – dessa vez sem fingimentos, com todos os medos e desejos mais profundos a flor da pele, exalando de todos os poros, a vontade de viver. Ela se torna vulnerável. Vulnerável aos toques, palavras e gestos desse criminoso que roubou toda a sua proteção. E com isso faz dela o que quiser. Não que eu nunca tenha sido roubada, mas dessa – somente dessa – vez, eu queria que me roubasse. Roubasse e me levasse embora dessa rotina perturbadora que eu venho passando há tanto tempo, e que me levasse pra longe, nem que eu tivesse que passar por pontes de madeira por cima de altos abismos, porque mesmo se eu caísse, quem sabe com você – desse jeito tão leve, tão nu e cru que eu me encontro – eu aprenderia a voar.