Cartas de Amigo de Trabalho
O trabalho que (não) dá ser gente-metade
Tenho uma espécie de admiração e desprezo - tudo meio junto - por quem consegue ser "gente-metade".
Gente-metade põe o pé no mar na pontinha dos dedos, só para ver se água está fria. Se estiver, geralmente, prefere o chuveiro. Para essa gente, até o mar lhes causa aflição.
Tudo o que é grande lhes amedronta. Do mar à gente. Gente-metade não faz distinção.
Quando chove, muito insiste em acreditar que debaixo daquela parafernália pequena e inútil, nenhuma gota d'água lhe atingirá.
Brigam com os fatos como quem determina com poder os acontecimentos.
Gente-metade sente dor por etapas.
Primeiro sente pouquinho, depois diz o que sente aos pouquinhos e depois sente muito mais do que diz, aos pouquinhos.
Gente-metade tem um privilégio: já nasce pronta.
Gente inteira, não.
Gente inteira é sempre quase inteira. Quase pronta.
Gente inteira está sempre buscando se inteirar.
Gente inteira está sempre em construção.
Gente inteira precisa sempre de mais obras para se edificar.
O expurgo
Acrisolar das sementes.
Limpando as sujeiras dos alimentos.
Fruto do trabalho de um todo.
Mondar o que preciso for.
Porque o estomago não suporta mais.
Depurar e burilar tanto descortiçar.
Isentar, limpar para que venha nova safra.
Esburgar o que precisa ser imunizado.
Se não purgar. Acrisolando,
tudo o foi contaminado.
Burilando o caminho para a liberdade,
descortinando um novo tempo.
Não haverá um futuro lapidar.
Para quem segue crescendo,
nesse solo. Onde a todos
Pertence.
marcos fereS
MULHERES
Depois de todo trabalho
ela ainda reúne forças para,
debaixo de uma luz fraca,
para almoço do outro dia,
escolher o feijão...
Não muito longe,
numa boa casa de alvenaria,
a moça prepara a roupa que vestirá
para ficar discreta e elegante
no desempenho da profissão...
Ainda mais adiante,
numa bela mansão,
uma mulher veste fina lingerie,
perfuma-se e se mira ao espelho.
Percebe-se linda e espera...
São mulheres...
Cada qual com a sua história,
todas com suas alegrias e mazelas.
Hoje e todos os dias merecedoras
de flores, carinho e atenção...
Cika Parolin
A partir do momento que convidamos Deus a cuidar de nós, da nossa família e do nosso trabalho, tudo caminha muito bem.
A família vive unida e feliz, o trabalho prospera, as dificuldades e os obstáculos são superados com a força que Ele nos dá e somos protegidos pelo Seu amor. Que Deus abençoe o seu dia, e lhe dê sabedoria hoje e sempre. Amém!
ENTREVISTA DE EMPREGO: DESAFIO PARA UNS, PRIVILÉGIO PARA OUTROS
O mercado de trabalho cada vez mais busca candidatos preparados e habilitados para assumir cargos aos quais desenvolvam ganhos de produtividade e proporcionem uma maior rentabilidade para a empresa. Mas o que é necessário para atingir essa qualificação exigida pela sociedade comercial? Diversos são os fatores que influenciarão para o sucesso ou o fracasso de uma pessoa frente a uma entrevista de emprego.
Os recrutadores são pessoas especializadas (ou pelo menos espera-se que sejam) em identificar os candidatos mais aptos para um determinado cargo. Portanto, além de todas as questões básicas que estão sendo frequentemente abordadas em fontes informativas sobre as atitudes que podem aumentar as chances de conquista dos entrevistados, como chegar no horário, estar com roupa apropriada, evitar gírias, ter conhecimento técnico, e etc. há algo ainda mais significante, que se trata da inteligência intrapessoal e a inteligência interpessoal. A capacidade de saber lidar consigo mesmo e com as outras pessoas é de extrema importância para a qualidade de uma empresa, e os entrevistadores estão sempre alertas a isto.
Assim como em qualquer outra situação na vida, não é diferente na entrevista de emprego: existem pessoas que vão se sair bem nelas, e outras não. Não existe uma “receita de bolo” para alcançar um cargo, o que existe é um conjunto de elementos baseados em conhecimento, habilidade, compromisso, resiliência, eficácia, determinação, e muitos outros, que aumentam a probabilidade de um resultado positivo. Isso quando o recrutamento não consiste à base do “QI”, o famoso “Quem Indica” no jargão trivial. Onde muitas vezes os mais capacitados acabam perdendo a vaga para outra pessoa que a ganhou pela falta de ética do recrutador, ou simplesmente por causa da própria empresa que adota esse sistema.
Todos querem ser aprovados numa entrevista de emprego, mas nem todos estão devidamente capacitados e tão pouco se comprometem a desenvolver-se para atingir a meta almejada. Exceto quando se trata de um antiprofissionalíssimo do recrutador, ou do modelo sistemático da empresa, a diferença entre o candidato que é aprovado e o que é desaprovado reside naquilo que eles sabem e no que fazem com o que sabem.
(02/04/2016)
Boa noite.
Os meus dias não estão normais como os dias "normais", muita coisa trabalho, provas na facu alguma coisa no banco...mas vamos lá o q posso dizer do meu dia foi corrido, mas a cada vez que parava para refletir algo uma "pessoa" vinha a minha cabeça, simplesmente aquela pessoa que modificou meus dias e minhas noites, que tirou meu sono e transformou em insonia. aí sempre me vinha um ponto de ??? como maltrata estar distante...como dilacera o silêncio...e me veio a cabeça tenho me esforçado tanto para querer essa pessoa ao meu lado...me inscrevi até aqui nesse canal de tanto "amor"...mas só quero a chace q tanto mereço. Eu acho estranho escrever tanto sentimento quando eu poderia me doar de corpo e alma e sentimento.
Trabalho, Intuição, Etc.
“O grande desafio deste século: A construção do pensamento”.
“Da Grécia antiga só o pensamento sobreviveu intacto, os demais viraram ruínas”.
O que o século passado nos deu de presente foram as grandes conquistas na ciência e tecnologia, nunca em tão curto espaço de tempo se evoluiu tanto nestas áreas.
As ferramentas necessárias para que o planeta se adaptasse ao seu desenvolvimento foram se transformando da noite para o dia, e a cada instante, coisas novas e modelos novos se incorporaram à vida do ser humano.
O conforto se tornou prioridade, assim, a grande maioria da população teve oportunidades da comunicação fácil e rápida, do deslocamento, de avanços em quase todas as áreas.
O culto ao corpo se tornou algo quase que imprescindível na vida, seu fator estético e saudável virou moda que a cada dia se renova dando mais beleza a forma e a longevidade.
No campo profissional, tem-se desenvolvido os modelos mais avançados na geração de produtividade, e caminhando para substituição da força bruta para o refinamento tecnológico e moral.
Os desafios diários tem formado uma massa de: profissionais, artistas, cientistas e outros com características excepcionais.
Resumindo: o mundo nunca se exteriorizou tanto em todas as áreas do conhecimento humano.
Tudo isto é uma conquista fantástica, mas, com todas estas vitórias, a alma grita desesperadamente sufocada por coisas, e a sua essência fica em último plano.
Este século produziu mulheres e homens hábeis, porém, pobres de pensamento (com algumas exceções).
Uma prova contundente deste fato é a inversão dos valores reais da vida, o caminho natural foi desviado para os caminhos dos interesses individuais ou de castas, as verdades sofreram suas mutações pelos mesmos interesses.
O mundo se tornou avançado e rico na matéria, vaidade, egoísmo e orgulho, e deixando de lado aquilo que alimenta a alma, e que a mesma carrega para a eternidade; valores e virtudes.
A riqueza interior é imperecível, as demais se desmancham no tempo e seguem a lei do transformismo.
O universo tem leis justas e perfeitas na qual o ser humano “deve” se aprofundar e se colocar dentro destas. Estas leis foram criadas para a sua evolução e felicidade.
Fazer as próprias leis é se ancorar na imperfeição que trai o próprio criador.
Observem a natureza que aparentemente trabalha por si só, e aprendam com esta. A sua funcionalidade é perfeita, segue uma economia de energia e matéria-prima, não há desperdício, e tudo se transforma num eterno equilíbrio.
Por que nós os seres mais avançados deste globo como vida, não poderíamos seguir o mesmo sábio exemplo?
Aqui não vai crítica a nada e a ninguém, apenas um chamado para o interior individual.
O ser humano será e herdará sua construção íntima, as externas como foi falado, ficará onde é o seu lugar, na Terra ou na matéria transitória.
Quanto a sua vida, você é o condutor da mesma, suas conquistas evolutivas só cabem a você.
Quanto à sociedade, esta será feliz através da somatória da evolução de cada indivíduo que a compõe.
A própria ciência prova que o nada não produz nada, assim, tudo que existe terá sua transformação e nunca a sua anulação, desta forma seria ilógico imaginar que uma vida seria única e final, esta também será um eterno transformar-se.
Plante valores, pois pela Matemática, colheras valores, se plantar o erro, colheras dores.
Nunca tome o seu ponto existencial como referência da trajetória histórica, tudo segue um ritmo ascensional e nada e ninguém está livre de ser feliz um dia. A dor do momento é a mola que força o ser humano ao progresso, só assim, este pode demonstrar o seu potencial interno.
O trabalho é resultado do esforço individual e coletivo que plasma um mundo melhor, porém, este não é a finalidade, mas o meio em que o ser humano e a natureza se utilizam para seu crescimento.
A intuição será a próxima conquista na intimidade do ser humano, nesta nova fase a ser conquistada pelo esforço e lapidação íntima, o ser humano dará passos largos em sua evolução e no progresso do planeta.
É importante o ser humano se sutilizar como aparelho receptor do conhecimento, este que está dentro de seu próprio universo interior, esta será a grande conquista, pois, a felicidade não está fora, mas, mora dentro de cada um.
Repetindo:
“O grande desafio deste século: A construção do pensamento”.
“Da Grécia antiga só o pensamento sobreviveu intacto, os demais viraram ruínas”.
O externo já avançou, falta o equilíbrio do interno.
Sergio Antonio Meneghetti
Químico, Escritor, Poeta, Filósofo e Pesquisador da Intuição.
Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suíça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix
Desde que me dei conta da tua presença como mulher, não apenas como uma colega de trabalho, eu sempre penso no quão bela tu és.
Tenho isso por convicção, por constatação e sei bem o que estou afirmando.
Eu fiquei me perguntando se era certo guardar isso somente em pensamento.
"É..., não é certo!" - foi o que me dei conta, se quero que saiba o que penso não há outra forma senão dizendo e muitas vezes me falta coragem eu confesso.
Quando falo em beleza, falo de uma forma completa, me refiro não só a beleza física (e isso é notório), mas falo tbem do teu sorriso, da tranquilidade que seu olhar transmite sem malícia, da vontade que sinto de te ver de novo e de novo.
VIDAS AMARGAS
Quando Saúde, Trabalho
Segurança e Educação
Deixarem de ser promessa
A cada irmã, cada irmão;
Quando for reconhecido
O valor de quem trabalha,
Quando se tiver certeza
Que a Justiça nunca falha;
Quando o medo e a violência
Se transformarem em paz
E a relação entre os povos
Tornar-se mais eficaz;
Quando o amor vencer ao ódio
E o riso vencer ao pranto,
Quando a Fé e a Esperança
Já não nos faltarem tanto;
Quando já não mais houver
(Sem sonhos e sem escola)
Uma criança na rua
E alguém pedindo esmola;
Quando ninguém mais sentir,
Dos males do mundo, as cargas,
Quantas vidas, certamente,
Deixarão de ser amargas!...
Os dias tem sido de aprendizado, muito silêncio e reflexão. Muito trabalho e correria. Muitas respostas: - "pode ser depois?" Mas o que deixamos para "depois" perde-se a oportunidade de amar mais, de rirmos até a barriga doer, de reencontrar as pessoas que amamos... ah de tantas outras bonitezas da vida que deixamos para o "depois"! Mas busco agir de acordo com minha alma para seguir em paz e com o sentimento do dever cumprido. Tenho me dedicado mais à família e aos amigos, aos de perto, aos de longe... Jamais deixarei o ódio corromper meu ser, porque meu Mestre ensinou a amar e perdoar. Mas a vida é dura. Muito dura. Exige. Complica. Nos tira quem amamos. Ensina os filhos o fascínio do voo e os leva do ninho, ensinando-os a voar e cair, mas também a levantar... Como diria Marcelo D2, “a vida é um eterno perde e ganha. Um dia a gente perde. Num outro a gente apanha. Apanha e nem por isso a gente vai fugir da luta”.
Mas de uma certeza tenho: Somos mais fortes quando lutamos de joelhos. Obrigada DEUS, por mais um dia de VIDA junto aos meus!
A coragem e o discernimento para dizer não, estão ainda em trabalho de parto e quando se trata de ir à luta, não funcionam em muitas pessoas que são alienadas e atadas a um condicionamento autoritário, mas sempre proveitoso e isto, as tornam coniventes com a situação.
by/erotildes vittoria (2008)
E logo após do seu dia de trabalho ou de um prazer entre nós dois...
Observa-lo adormecer com carinho depois
Desfalecer no seu suspiro de sono profundo,ou um ronco exausto
Te encher de carinhos e beijos até despertar em meus braços
E me entregar p vc novamente até sentir fome ardente
Ao amanhecer levantar primeiro que vc e lhe servir café com prazer
E ouvir sua voz me dizer por puro prazer
AMO VOCÊ
"Não deixe que o entusiasmo seja o motivo de seu trabalho. Cultive o amor pelo que faz, pois o entusiasmo é da mente e o amor é do coração, do sentimento. O que é da mente, é passageiro, mas o amor é eterno. Procure envolver com amor tudo aquilo que fizer com entusiasmo.
O cultivo da harmonia e fraternidade é o antídoto dos nossos conflitos psíquicos e até de dores materiais, pois eles provêm dos conflitos psicológicos.
A felicidade verdadeira só existe quando estamos desapegados de qualquer interesse particular. Nossa personalidade tem a impressão de que nesse estado, isento de egoísmo, perdemos o interesse pela atividade; isto realmente acontece quando só temos como fim nossa satisfação ou nossos prazeres. Se procurarmos ver, amar e sentir Deus nas suas manifestações, somos inundados por um contentamento puro e de alegria não maculada pelo desejo de satisfação própria. Para mim, isto é a real felicidade.
Para a maioria dos encarnados, felicidade é sinônimo de poder, seja mental ou material, satisfação, ociosidade e prazer.
Entretanto todos esses estados são cultivos de futuras dores que não tardarão a florescer.
Observando tantos encantos que o Pai criou, vislumbrei, como que numa compreensão simultânea, um pouco das dificuldades da vida humana, até que o homem se volte para viver como parte integrante do Universo. Quando esta integração for realidade constante, o ser humano viverá o oposto de todo esse sofrimento."
AMBIENTE DE TRABALHO: COMPETIÇÃO OU DESTRUIÇÃO?
Sei que uma competição pode ser saudável, principalmente, quando bem estruturada e com metas definidas. No entanto, há disputas que levam à destruição de um trabalho.
Para mim, trabalho é sinônimo de equipe eficaz, de liderança equilibrada e motivada. Nesse ambiente, não devem existir fofoca, o vale-tudo, enfim, o antiético!
Em desordem...
(Nilo Ribeiro)
Estou afogado em livros,
mergulhado no trabalho,
tento achar o equilíbrio,
ser solidão, ser solitário
às vezes eu sou eu,
às vezes autenticidade,
às vezes um já morreu,
às vezes enfermidade
não encontro meu ponto,
sou menos, ou sou mais,
não me dou um desconto,
sou inferno, sou paz
linha do horizonte,
não existe para mim,
não bebo mais em tua fonte,
isto é todo o fim
vivendo desta forma,
sou envolvido pela ilusão,
quem um dia foi minha plataforma,
me deixou na solidão
como a vida é banal,
conclusão que eu repudio,
ser completo de bem material,
mas ter o coração vazio
minha vida ficou em desordem,
uma verdadeira anarquia,
somente as palavras me socorrem,
pois elas viram poesia
uma poesia de desalento,
mas uma poesia pura,
mesmo vivendo um mau momento,
não perdi a minha doçura
um poeta doce,
como se um anjo fosse,
um poeta sem sucesso,
pois não tem o teu regresso...
'NASCIMENTO'
Noite turva.
Frio na espinha.
À Pátria mãe clamava atalaias,
rondas.
Trabalho em círculo,
andar cansativo,
mas significante em épocas de chuvas...
Lembro-me o olhar de tubarão,
serras pontiagudas,
escorpião.
E as tantas palavras vãs.
Não eras soldado,
mas capitão,
metralhando hediondos adjetivos...
Ser eletrocutado no desprezível,
exímio de chorume,
fuligem nos olhos,
teve significâncias no tempo.
Acolhi o que dissestes para crescimento.
E cresci infindavelmente,
não sabes o bem que fizestes...
Sem asas,
mostrastes o infinito.
Sem forças,
nascera um gigante.
Houveram milhares de noites,
e inspirei-me apenas naquela...
Lembro quando verbalizavas 'desmerecimentos',
'fracassos'.
Não sabes o volume,
tampouco o tamanho da medida.
Mas me levantastes naquelas palavras bem arejadas,
tão bem colocadas...
Engraçado!
Teu nome de guerra era 'Nascimento'.
Mal sabias,
do renascimento a cada palavra mal adjetivada.
Eras grande no momento para que eu galgasse o meu mundo.
Obrigado pelo nascimento,
caro amigo 'Nascimento'...
Hoje,
vi tua imagem,
com mãos ainda em formato de 'descansar'.
Ainda há tempo no moinho.
A vida dá voltas,
e o tempo nos ensina maravilhas....
A MAIOR MISSÃO NA TERRA
Enquanto trabalho em minhas planilhas, lembro das suas pequenas unhas do pé que precisam ser cortadas.
Enquanto almoço rapidamente, penso se as professoras da escola integral insistem algumas vezes para você comer o brócolis, assim como eu faço lá em casa.
Na academia (que tento fazer no horário do meu almoço, entre uma reunião e outra), tento levantar um pouco mais de peso nos equipamentos. Meu corpo precisa estar inteiro e saudável para organizar a sua festa de 15 anos.
Olho o extrato bancário e vejo que já debitaram a parcela mensal do meu seguro de vida que fiz antes mesmo de você nascer. Mesmo em minha ausência, caso ocorra, quero lhe deixar algum conforto.
Sorrindo, engulo mais um sapo a seco e aguento agruras no trabalho pois preciso do salário ao final do mês para o seu nobre sustento.
Viajo para as minhas aulas do doutorado muitas vezes em lágrimas e com o coração apertado por uma noite a menos com você, mas com a certeza que será melhor para o seu futuro. E com a esperança de tê-la orgulhosa citando a mãe doutora.
Faço questão de percorrer algumas horas de trânsito por dia para levá-la e buscá-la do colégio, pois são horas em que me dedico só a você, mesmo desviando dos ciclistas e cachorros que cruzam o nosso caminho.
Aliás, no percurso até a sua escola, fico inventando uma nova brincadeira para interagirmos até chegarmos em nossa casa, na esperança que não pegue no sono e durma sem jantar.
Colei os seus desenhos ao lado da minha mesa do trabalho para eu lembrar que um dia duro faz todo sentido quando se tem um “pedacinho de gente” dizendo que te ama ao final da tarde.
Declaro com um sorriso escapando do rosto que aprendi a matar baratas, fazer omeletes, cantar no chuveiro, assistir desenhos animados e cuidar bem melhor da minha saúde depois que você nasceu.
Morri um pouquinho quando me pediu, pela primeira vez, para deixá-la no portão da escola e vê-la caminhar sozinha, e não deixá-la pessoalmente dentro da sua sala, aos cuidados da sua professora, como eu sempre fiz.
E falando de novo em morrer, quase morri de culpa quando vi uma cárie microscópica em seu dente do fundo. Eu me senti a pior mãe do mundo por isso. Fui derrotada, mesmo tentando cuidar dos seus dentinhos da melhor forma possível.
Revolto-me discordando das pesquisas que relacionam mães que trabalham muito com filhos com problemas psiquiátricos. Escolha cruel e injusta demais entre ser pobre ou ter sucesso, ter filhos saudáveis ou doentes.
E falando de doenças mentais, saí chutando a lixeira do consultório do meu psiquiatra quando ele me disse que a minha doença se chamava “sono” e que bastaria eu dormir oito horas por noite para eu sarar. Alguma mãe aí pode me dizer como faço isso?
Falando de perder sono, foram incontáveis as vezes que saí da minha cama e fui até a sua só para certificar se estava tudo bem, se você respirava, se a janela entreaberta te incomodava, se algum pernilongo te rondava, se sua “bexiguinha” suportaria até o amanhecer, se a manta que te cobria te protegia do frio ou te dava calor…
Chorei com a maior das paixões quando jogamos a primeira partida de xadrez juntas. E você só tinha 4 anos.
Chorei de novo quando soletrou “batata” e “boneca”. Quando pegou os meus dedos e contou-os até dez… Em inglês.
E falando em chorar, só “aprendi” a chorar mesmo, quando você contorceu de cólicas pela primeira vez, aos 20 dias de vida, e nós duas sozinhas em casa na madrugada. Antes eram só lágrimas de crocodilo ou derramadas sem um motivo tão nobre.
Depois que você nasceu, reconheci que fazê-la dormir segurando as suas mãozinhas pequenas é muito mais prazeroso (e saudável!) do que comprar uma garrafa de absinto e beber sozinha, andar em alta velocidade com um carro novo ou fumar um maço inteiro de um importado da Indonésia, sabor canela, pela madrugada…
O suor infantil exalado dos seus pezinhos após um dia todo de estripulias é muito mais perfumado do que uma “explosão de rosas”: o cheiro daquele meu perfume que você desde bem pequenina sempre pediu um “tiquim no pecôço”.
E quando fecho os olhos, naqueles dias que parecem não ter fim, eu lembro do nosso diálogo no dia da mais terrível tempestade que passamos juntas, sozinhas, você com apenas 4 anos de vida, salvando a minha:
– Filhinha, se tudo o que temos for perdido, tudo o que a mamãe precisa para recomeçarmos está aqui dentro, ó (e apontei para a minha cabeça).
– Mamãe, não se preocupe. Só não fique olhando para a chuva, nem para o vento, nem para as árvores (que se contorciam nessa hora). Me abrace, me dê as suas mãos (pegou as minhas mãos nas delas, tão miúdas), olhe aqui pra mim, para os meus olhinhos e repita comigo várias vezes: “eu não tenho medo, essa chuva vai passar, eu não tenho medo…”.
Obrigada meu amor por me fazer piloto dessa nave, na maior missão na Terra.
OS DENTES DE JOÃOZINHO
Joãozinho apareceu no primeiro dia de trabalho com um par de sapatos maior que o seu pé. As roupas, bem largas, dançavam em seu corpo delgado. Ainda não havia recebido o uniforme azul para a labuta, e por isso precisou improvisar. Todo mundo reparou o seu jeito meio desconjuntado, mas ninguém comentou patavina.
No outro dia, já de uniforme e sapatos luzentes do seu tamanho, veio de cabelos bem penteados e unhas cortadas. Apresentava-se sempre sorridente e cortês, assim como havia aprendido em seu treinamento para ser um jovem aprendiz, e assim também como, decerto, ditava a sua própria natureza.
Os dias foram passando e todo mundo se afeiçoou ao Joãozinho. Um garoto de costumes simples e jeito humilde, mostrava-se sempre prestativo, educado, gentil e bem humorado.
Pele negra, estatura pequena, bastante magro, cabeça ovalada enfeitada de madeixas negras encaracoladas, mãos, pés e orelhas desproporcionais, Joãozinho no auge de sua adolescência, tinha os dentes grandes e brancos sempre ostentados em um sorriso.
– Joãozinho, você cuida muito bem desses seus dentes, hein? – Disse como forma de encômio, no intervalo do café.
– Sim, senhora, cuido sim. Na verdade a mamãe faz uma fileira conosco todas as manhãs e no fim do dia. Ela mesma escova nossos dentes.
Sem entender muito bem aquela resposta, continuei meus questionamentos:
– Como assim João? Você já tem 15 anos de idade, já sabe escovar seus dentes sozinho. Sua mãe não precisa mais te ajudar.
– Sabe, dona, lá em casa a água é difícil. E não temos escova de dente. Mamãe pegou alguns sabugos de milho, cortou assim ó (mostrou com as mãos vários longos cortes na vertical) e cada um de nós tem uma “lasca”. Somos doze, né…
Eu continuei ouvindo estarrecida, não imaginava que era aquela a realidade de Joãozinho.
– Dos doze, dona, dez já tem dentes, dois são muito bebês ainda. Daí mamãe guarda nossas “escovas” bem organizadas na beira da prateleira e cobre com um paninho bem limpo. De manhã e à noitinha ela nos coloca enfileirados por ordem de tamanho, e começa o trabalho do menor para o maior. Os pequenos, que não tem dentes, ela limpa direitinho a boca e as gengivas com um rasgo de fralda umedecida na água. Na sequência, ela vai pegando as nossas “escovas”, passando um pouco de sabão de coco na ponta e esperamos todos de boca bem aberta. Mamãe é muito inteligente, dona, ela nunca confunde nossas “escovas” para não correr o risco de pegarmos bactérias da boca um do outro.
Joãozinho descrevia aquele rito com uma absurda riqueza de detalhes, e com os olhos tremeluzindo de orgulho da sua tutora esmerada. E ainda teve mais:
– Ela escova nossos dentes, dona, pois pela manhã, por exemplo, só temos um balde grande de água para tudo. E mamãe, para não desperdiçar, faz o trabalho ela mesma, evitando que entornemos ou que um de nós use mais água que o outro. Ela pega o copo de ferver a água do café, enche, e faz com que aquela porção dê conta de todos os nossos dentes. Sabe, dona, sabão de coco não é muito gostoso não, mas olha o resultado (e arreganhou os dentões todo soberbo). Como sou o maior e mais velho, sempre fico por último, e às vezes saio de casa com gosto de sabão na boca, pois o que sobra de água para mim para retirá-lo às vezes é bem pouquinho.
Joãozinho relatou sua higiene bucal e a de seus irmãos com muito empolgamento e a mesma alegria estampada na cara, do começo ao fim. Pelo que se podia perceber, era um momento ímpar de união familiar e partilha, promovido pela mãe daquela trupe.
Após o seu relato, engasgada, não consegui falar muita coisa. Terminei o meu café, já frio, agradeci pela história em murmurejo e saí dali de volta para o meu gabinete de trabalho. Mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Peguei a minha bolsa e avisei a minha secretaria que iria rapidamente a um supermercado nas redondezas.
No final do expediente, como era de costume, Joãozinho foi até a minha sala perguntar se existia mais alguma demanda para aquele dia, e, em caso de minha negativa, sempre se despedia com o mesmo mantra “deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona”.
Estendi a mão com uma sacola plástica com as compras recém-adquiridas e entreguei ao Joãozinho. Lá dentro quinze escovas de dente de tamanhos e cores variados, alguns pacotes de algodão, dois pacotes grandes de lenços umedecidos, cinco tubos de pasta de dente com sabores diversos, um vidro grande de enxaguante bucal e duas embalagens de fita dental.
– Toma João, coloca na prateleira da sua mãe.
João recebeu a sacola com uma interrogação na fronte. Abriu e espiou, matreiro. João não sabia o que fazer de tanta satisfação. Abriu, vislumbrou e fechou aquela sacola plástica um milhão de vezes, como se ali escondesse uma grande e reluzente barra de ouro. Ele não acreditava no que via. Não sabia se agradecia, se me abraçava ou se saía correndo dali para encontrar logo a mãe.
– Dona, isso é pra nós mesmo? É sério? – Perguntou, com os olhos marejados.
– Corre, João, sua mãe precisa se organizar para o ritual da tarde. – Respondi.
Joãozinho, se não bastasse, deixou a sacola sobre a mesa, e subitamente, ajoelhou aos meus pés principiando um Pai Nosso bem alto, com as mãos para cima. Tentei retirá-lo dali puxando-o pelo braço, constrangida, mas foi em vão levantá-lo. Deixei-o terminar a sua oração. Era o seu jeito de agradecer por aquele gesto tão ínfimo da minha parte.
– Deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona.
E aconteceu. Naquela mesma noite eu sonhei que estava no Céu. Doze anjos negros e lindos, cabelos pretos encaracolados, vestidos de branco, asas enormes, suspensos do chão, cantando divinamente em uníssono, alinhados, mostrando os seus sorrisos com dentes tão brilhantes que ofuscavam o meu olhar…
O dinheiro não é a coisa mais importante do mundo, se o seu trabalho não te sustenta na vida ele não pode ser considerado um trabalho. É melhor morar na rua feliz do que em uma mansão sozinho ouvindo os ruídos da sua televisão.
Se for pra se sustentar que seja apenas o necessário e, o necessário você pode conseguir com muito pouco.
Mas qual o pilar da sua vida?
O que te sustenta?
Não troque amor por dinheiro.
CORRIGE A CRIANÇA!....
A criança, como o animal de trabalho, deveria ser amansada no tempo certo: depois de ter andado sob cuidados, olhares e o cabresto do dono.
Uma vez mansa seguirá sua trajetória sem problemas; como cidadão sabedor de seus diretos e cumpridor de seus deveres; carregando a carga que lhe for imposta (27.2.17).
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