Carta para uma Pessoa Especial
Se o pensamento cria a realidade como você ainda não se materializou?
Na ausência do material o imaterial tomou lugar. Meu pensamento criou asas e foi te visitar.
Pensamentos felizes esse é nosso segredo.
O papel é o meu passaporte para o nosso lugar.
No lá... já existimos e o somos o que quisermos. A poesia é o nosso ventre.
Como árvore permaneço no mesmo lugar
resistindo as intempéries das estações.
Resoluto e ao mesmo tempo submisso às
novidades de cada novo amanhecer.
As pragas até queimaram minhas folhas,
mas não deixei atingirem meus frutos.
Minhas raízes estão ainda mais fincadas
minha copa a cada dia menos utópica.
Após me restabelecer decidi que vou morrer
de finitude, não de fatalidade.
Minha esperança é que o vento leve
partes saudáveis de mim e polinize um
futuro que não verei.
Ao olhar do vidro avanço
o tempo nesse receptáculo.
Escoa uma areia fina
de seu corpo esguio.
A chuva cor de palha
vem de céus afunilados.
A miséria a conta gota nunca cessa,
caí de grão a grão.
Na cabeça os grânulos da areia
do tempo desgastam a fé e os fios.
Aqui não há futuro
tudo é agora ou tudo já se foi.
Mente livre, ventre livre
Não era liberdade completa, é certo
a lei mantém a condição de objeto.
A liberdade não veio das mãos de quem
escravizou. Nem escravo, nem livre foi
o que o negro se tornou. Mas a liberdade
caçou seu jeito de acontecer. Quando o
ingênuo viu que a verdadeira alforriaera oacesso ao saber.
A sacralidade nas refeições.
Há certa equidade no rito das refeições. Sob a toalha, já não se vê quem é maior. A mesa esconde nossas deficiências.
Sentados, a única urgência é pela comunhão, que é repartida juntamente com o pão e a manteiga. O sagrado tem sabor de café.
Quando nestes encontros falamos, rimos e recordamos, as horas voam diante da saudade acumulada, e notamos que, pelo menos por alguns instantes, conseguimos arranhar a eternidade.
Algum aparelho sempre toca e, espantados com o horário, sabemos que é o momento de partir.
Na porta, ao nos despedirmos, alguém intencionalmente sacode a toalha do café, assim as aves também poderão se alimentar com as migalhas dos nossos momentos.
Sou um amontoado de pedaços, onde moram partes que não nasceram em mim e hoje florescem em um corpo que é, de algum modo, meu. Tenho um pouco de todos e todos têm um pouco de mim, vejo-me espalhado.
Esse eu sem nome, essa parte que nasceu em mim e agora habita em outro corpo, ainda sou eu. Desgasto-me com velocidade absurda, meus fragmentos se espalham por toda parte. Sinto-me completo somente quando estou disperso.
Como um galho arrancado da árvore e plantado em nova terra. Como a árvore que viaja através de suas sementes, eu vivo nas entranhas alheias.
Assim, quem busca a perfeição humana se perderá, pois não há encaixes perfeitos em pedaços distintos.
Viver por vezes parece ser apenas adiantar o trabalho do dia seguinte. No domingo, já estamos pensando na segunda-feira, na terça-feira, já estamos de olho na quarta-feira, e assim por diante, sempre um passo à frente do dia presente. Com tanta antecipação, acabaremos vivendo um mês a menos.
Nossa mente, assim como a vida, é uma tecelã desatenta que não distingue entre fios de ouro e fios de sombra. Ela não seleciona memórias como boas ou más; simplesmente as deixa dançar ao sabor do vento da lembrança. Daí o perigo de se viver de amanhã.
O tempo, esse trapaceiro imprevisível, teima em desafiar nossas noções de permanência, sempre nos lembrando de sua natureza efêmera. No entanto, no meio desse emaranhado de efemeridades, o amor emerge como um oásis de eternidade. É nele que residem todas as histórias que o tempo já arrastou consigo, como conchas preciosas depositadas na praia do coração.
Sempre que puder desperdice simpatia, pois é o amor que empregamos no cotidiano dos nossos dias que nos fará celebrar não apenas o tempo que já vivemos, mas também o tempo que ainda teremos para tecer novas memórias e se encantar com suas infinitas possibilidades.
Um passarinho na janela
Era uma manhã como tantas outras, quando minha atenção foi capturada por um pequeno pássaro que, com graça e leveza, pousou na janela de minha casa. O passarinho, em sua serena vivacidade, parecia trazer consigo um mundo de reflexões.
Suas asas delicadas tocavam o vidro com a leveza de quem afaga o próprio destino, e seus olhos, dois pontos brilhantes, refletiam a quietude de um espírito livre, como quem tem um céu inteiro dentro de si. A presença daquele pássaro revelou-se como um oráculo silencioso, sugerindo-me que a vida, em sua essência, é uma eterna contemplação do invisível.
Enquanto o passarinho perscrutava o horizonte, pensei nas vezes em que nós, humanos, presos em nossas angústias, deixamos de perceber as belezas simples que nos cercam. Ignorância é acharmos que pássaros, só porque têm asas, não caem ou que nunca descansam nos tapetes de Deus durante o seu percurso. Essa liberdade não tem nada a ver com invencibilidade.
O pássaro, em sua graciosa indiferença, ensinava-me a arte da quietude, a contemplação do instante presente, a sabedoria de viver sem pressa.
E assim, naquele encontro fortuito, compreendi que a janela não era apenas uma barreira física, mas uma metáfora da alma, uma passagem para a introspecção e para o entendimento do nosso lugar no mundo. O passarinho, ao pousar na janela, não apenas a tocava, mas convidava-me a abrir as portas do meu próprio coração para as sutilezas da vida.
À margem, aguardo o repouso do rio.
Ao ouvir o murmúrio de suas águas, aquieto-me.
Sinto um amalgama de esperanças futuras
e temores imediatos.
Transbordo.
Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou exausto!
Reprimo-me.
Sustento um pequeno universo.
Será que algum dia alcançarei minha margem?
E, ao lá chegar, poderei finalmente descansar?
E, nesse merecido repouso, encontrarei
ouvidos ávidos por meus murmúrios, com o intuito de descobrir neles a sua própria serenidade?
À margem, aguardo o repouso do rio...
Entre águas e encantos
O Boto
Deslizando
Entre águas e encantos
Sigo navegando pelo Solimões
Não estou bicho nem homem
Estou
À tua espera
Num tempo
Suspenso na correnteza
Remos parados no momento
De tua ausência
Não preciso de rede
A me prender
Tua falta é corrente mais eficaz
A me segurar
Sou soma de encantos
Amontoado de lendas
Esperanças e sombras
Tudo o que me resta
Pesado numa balança
De um só prato
Seguindo
O curso de um rio de histórias
Não desisto
De te buscar entre as águas
Teu amor
É o que me leva a existir
A Virgem
Meus passos ecoam as margens do Rio Negro
Minha voz já é parte da floresta
Meu coração habita entre vitórias-régias
Busca-me
Perco-me em ti
Para me tornar inteira
O espetáculo
Na junção de nossas águas
Lenda viva
Amazonas
Existiremos
Como o encanto perfeito
Horizontal
Assim como o rio que rasga a floresta
Nossa fertilidade
Garantida
Na umidade dos dias
Ecos de canções
Rios, igarapés e os guardiões da flora serão testemunhas
Os peixes e as feras verão
Nosso mistério
Existo, existiremos
Apressa-te,
Leva-me
Para dentro da lenda
Santos
Quem ama a Deus não é santo.
Não há dificuldade em amar o que é perfeito.
O amor é sacro.
Por essa razão, vive de impossibilidades.
Sua manifestação é, em si, o milagre.
Se o amor é o milagre,
amar aqui é o ensaio da eternidade.
Que sejamos santos,
não por amarmos a perfeição,
mas por aprendermos a amar a humanidade.
Amar é se despir de si,
é vestir-se do outro,
é encontrar, nas imperfeições,
a oportunidade de criar asas.
Santos são aqueles que amam intensamente.
Que sejam canonizadas as pessoas que amam pessoas!
Que os atos sejam as palavras que nos faltaram.
Amar ao próximo
é a forma mais corajosa
de antecipar a utopia da eternidade.
Infelizmente vai aparecer uma pessoa desleixada na sua vida; daquelas que entram sem pedir licença, bagunçam, deixam seus sentimentos jogados e põem tudo fora do lugar. Mas, cedo ou tarde, a vida te recompensa com uma pessoa especial e caprichosa, que, com muito amor, te reorganiza todo por dentro. 💏💕🍂
Pai ,palavrinha especial como se fosse rei que deveria amar respeitar e proteger. Pequena palavra que representa tudo em uma família,mais são poucos que merecem ser chamado, a maioria não dá valor e não tem amor pelos seus filhos agora imagina se um homem desses vai amar sua própria mulher?!
Você não é a primeira pessoa a me beijar, nem a primeira pessoa a me abraçar e nem a primeira pessoa que disse que me amava, mas você é a pessoa que faz eu me sentir bem. É a pessoa que me tirou da tempestade, um lugar calmo onde eu sei que sempre posso voltar. Você é a pessoa pela qual me apaixonei. Você, minha grande pessoa especial. É você! Meu lugar calmo, o lugar que eu sempre sonhei encontrar.
Quando te vi pela primeira vez percebi que você era uma pessoa especial. Quando segurei sua mão, senti aquela conexão, mas o destino mostrou que não era para ficarmos juntos. Não pensar em você é quase impossível! Mas, para ser feliz e precisar seguir em frente para que eu possa ser feliz, ter que te esquecer se torna necessário!
Swing é sobre amor.
É sobre amar tanto uma pessoa até entender que ela não é uma propriedade sua.
É amá-la a ponto de colocar os desejos sexuais dela em primeiro lugar.
É ser feliz porque a pessoa amada está feliz, é curtir os momentos junto com ela, é ter prazer no prazer dela.
Swing, ao contrário do que muitos pensam, é amor. Muito amor.
O amor
“Ainda estou aprendendo sobre o amor.
Ouço as pessoas falarem;
- Eu te amo!
Mas tenho dificuldades para dizer.
Será que é um sentimento, será que é uma ação?
A professora diz que é verbo. Mas como verbo se o agir é com o coração?
Acho que o amor nasce dos olhos!
Sei, pois já os vi nos do meu pai, mãe, avós, tios e primos que mais parecem irmãos.
Não precisam me dizem uma palavra. Foram pelos olhos que senti seu coração.”
- Ele diz que me ama -
Às vezes ele fica impaciente quando tento expressar a minha intensidade ou contar como meu dia tem sido chato, é claro que eu tento relevar, ele tem tantas coisas à fazer e a minha rotina não é tão interessante.
Ele diz que me ama.
Diz que sou a melhor coisa que já aconteceu em sua vida e que tem medo de me perder.
Nunca me questionei o que acontecia, mas fazer parte dela me deixava completamente cego.
Ele diz que me ama.
Ele ama quando ofereço colo e afago seus cabelos, disse que sou a única pessoa que consegue entendê-lo.
Ele diz que me ama.
Quando dobro meu sorriso e acendo o brilho em meus olhos.
A verdade é que ele não me ama, dói admitir, mas ele não ama os meus defeitos.
Ele jurou amor e foi embora sem me conhecer.
Meu sorriso não tem mais curvas e meus olhos não brilham mais.
Ele diz que me ama, mas nunca foi capaz.
A pessoa certa no momento errado, isso existe?
A maioria das pessoas talvez diria sim, mas eu discordo.Ou existe a pessoa certa ou a pessoa errada.
Mas qual o seu pretexto sobre isso então?
É o seguinte, tenho plena convicção que qualquer um de nós em momentos que chamamos "propício" ( a tal da hora certa ), apostariamos em alguém - mesmo se essa alguém fosse a pessoa que supostamente chamemos de "errada". Partindo desse pressuposto, pergunto-me: Se alguém aposta na "pessoa errada" na "hora certa", o impede de se apostar na suposta pessoa certa, mesmo sabendo que o momento não é "propício" (a tal da hora errada)?
Dessa forma concluo: Não existe essa de pessoa certa na hora errada, se é a hora errada então não é a pessoa certa, e a pessoa certa é aquela errada que foi conquistada na hora certa.
Digo, ou é a pessoa certa ou não é, ou é 8 ou 80.
"Errava tanto e errava feio.
Queria tanto fazer o certo, queria tanto não errar, não, dessa vez não, mas errava em querer acertar.
Errava em querer ser certa, errava em querer não errar, errava com as pessoas e consigo mesma.
Afinal, quem é esse ser tão certo que falava que ela estava errada?
Talvez o erro dela pode ser o acerto de outro alguém. Talvez o acerto dela possa ser o erro desse alguém.
Quem pode dizer que os erros não virem a ser acertos?
Quem pode dizer que esses mesmos erros não sejam acertos para não errar mais no futuro?
Se errar é humano, seus erros viraram desumanos.
De tanto errar, ela perdeu a pose, e simplesmente ficou com medo de errar mais.
Perdeu a pose, a vontade de acertar, perdeu a referência do que era certo e errado.
E no meio dessa confusão mental de querer ser certa, mas sempre errando, ela acertou.
Acertou em decidir não mais querer acertar com pessoas erradas, acertou em querer ser a pessoa certa para ela mesma, a pessoa errada.
Aceitou simplesmente ser a pessoa errada na pessoa certa, que busca outra que erre e acerte como ela, afinal, se é errando que se aprende, ela ainda está em plena evolução."