Carta para uma Pessoa Especial
Por que Vivo –
Confesso que, às vezes,
é bastante revoltante pensar
que: não importa o que se faça
(de bom ou de ruim),
um dia
— e pode ser hoje mesmo —
sem mais, tudo acabará.
Seremos reduzidos,
fisicamente
a nada.
Sem chance para um novo abraço, uma nova conversa ou
um novo reencontro.
De certo modo,
ainda viveremos enquanto
alguém lembrar–nos.
Mas nada, nada mais será acrescentado de nossa
parte.
Mas sinto que se eu tivesse o amor dela (assim como
sinto que tenho de alguns
outros),
não teria motivos para pensar nisso.
Pois o peso da vida não é lembrar que irei (como todo mundo), morrer.
O peso da vida é esquecer
por que vivo.
Um Alívio –
O Velho Buk tinha razão.
Assim, vos digo:
Algum tipo de paz começa,
quando você começa a
diminuir certas coisas:
Primeiro,
a quantidade de pessoas com
as quis você tem algum tipo
de relação na vida;
Depois,
a importância dessas pessoas;
E por fim,
as expectativas sobre essas
pessoas.
Felicidade? Não, não acredito
em tanto.
Talvez uma espécie de alívio
— algo como um caminho
a algum tipo de paz.
Meu Pai –
Meu pai está sempre
exagerando nas
coisas:
Eu digo-lhe: "Pai,
quando for à rua
traga-me três sardinhas,
daquelas com molho."
Dez minutos depois chega ele
com cinco sardinhas. – e eram
uma e meia da tarde de um
sábado quente de verão.
Já perdi a conta de quantas vezes
eu acordei e percebi que ele já havia descarregado todo o carro,
subido, silenciosamente, as escadas trazendo minhas roupas
e os pães e o que mais havia.
Depois, cuidadosamente, preparado o café (que se não esfriasse, duraria três dias), enquanto, paralelamente, lavava
os pratos e copos e talheres do meu dia anterior ao dia anterior daquele dia.
Meu pai está sempre fazendo coisas a mais para poupar-nos
da coisa maior.
Exagerado, ele sempre diz:
"se não sobrar não deu".
Meu pai sempre foi muito calado
e discreto com as palavras,
mas sempre fez e faz o que pode
e um pouco mais por todos nós,
em gestos simples, nobres e
exagerados de amor.
Digo, MUUUUITO
AMOR!
Cruel –
Não estamos prontos para
a verdade.
Nunca estivemos, nunca
estaremos.
Sapos aparecem quando insetos
aparecem. — é a natureza
das coisas.
Embora o resultado disso (em que insetos são engolidos vivos), possa parecer, um tanto quanto, cruel, é apenas o fluxo natural
das coisas.
O SER HUMANO É CRUEL! — pois tem a consciência dos seus
atos — da dor do outro,
do sofrimento
do outro.
Mente conscientemente; maltrata conscientemente; mata
conscientemente.
Não estamos prontos para
a verdade:
Culpamos a sorte;
Culpamos o destino;
Culpamos a vida — nunca a
nós mesmos.
Culpamos deuses e diabos — nunca, nunca a nós mesmos.
Não estamos prontos para
a verdade.
Nunca estivemos, nunca
estaremos.
Circos Pobres -
As redes sociais são como
circos pobres — de essência.
Com palhaços infelizes, superficiais e sem
muito talento.
Mas quando as cortinas se abrem (ainda que as piadas sejam
repetidas, vãs e, muitas
vezes, levianas),
é preciso divertir a plateia
— também de palhaços —
tão infelizes, medíocres e
superficiais quanto
todos eles.
Traição –
Naquele dia eu morri.
Sim, eu morri.
Mas morri porque
mataram-me.
Eu não queria morrer. — em mim,
havia sonhos, havia desejos,
havia sentimentos.
Mas, naquele dia, mataram
tudo.
— Mataram os dias seguintes,
as semanas seguintes, os meses... aquele ano inteiro e todos os outros dias até este.
Mataram-me e dançaram sobre
meus restos mortais.
Ainda estou no chão
— quase imóvel, fragmentado, esquecido —
mas há um sol nascendo de dentro para fora,
forte como uma criança que cresceu,
mas não desaprendeu sua
melhor brincadeira.
O Cão Triste –
Certa manhã, enquanto eu cruzava um terreno que fica atrás da
minha casa,
fui surpreendido por um cão
que está sempre preso
naquele local.
Ao passar perto do animal
e quase pisoteá-lo,
ele tentou, por duas vezes,
morder-me.
No susto eu o olhei e,
só então, vi:
Olhos de tristeza. — tristes olhos de mágoas e tristezas de um pobre cão preso.
E eu quase o pisei.
O pisoteei em todos os outros
dias quando o ignorei.
Então, ele olhou-me com seus olhos de remela e mágoas e tristezas e, como num
clamor, parecia dizer:
"Olha, a minha vida é isto — esse chão sujo, áspero, quente, de dias e noites de solidão, preso a uma corda velha e suja, já tatuada
em meu pescoço.
Eu não sou aquela pedra imóvel
e alheia a tudo que está
aí à sua frente.
Nem esses gravetos secos e ponteagudos próximos
aos seus pés.
Eu emito sons, eu pulo, eu corro, eu me alimento, eu sinto dor,
eu preciso de carinho e cuidados, e dizem até que sou o melhor amigo do homem.
Mas, e o homem?
Vivo neste mísero espaço de terra e entulho desde que cheguei
aqui, amigo.
Nem nome deram-me.
Vejo outros cães livres (com seus problemas), mas livres — sem uma corda presa ao seu pescoço — servindo para lembrar-lhes que há uma saída, uma última saída,
mas, para mim, nem essa."
Aquilo me cortou o peito,
e tudo que eu pude fazer foi ir até minha casa, juntar um pouco de comida e água e levar até aquele sofrido cão revoltado que, àquela altura, me recebera com alguma cordialidade (animal).
Deixei-o comendo — apressado, voraz — aqueles restos de restos,
e vim embora.
Mas aqueles olhos tristes,
aqueles olhos sofridos e magoados.
Aquele quase clamor uivado
e interno,
aquela revolta, aquela corda
no pescoço ainda... ainda
sufocam-me.
A ânsia
Se tu reparar um momento
Neste mundo que está mudando
Não vai ver o que vou dizer agora
Pois seus olhos estão te enganando
Mas aposto que já sentiu
O que o coração pressentiu
Desse assunto que seguirei contando.
Começo pelas pessoas
Que tomaram certa distância
Do tamanho de um abismo
A grandeza foi a intolerância
Cada um fechou em si
O motivo? Talvez a competição
Pela corrida da ascensão individual
Que deixou de ser só uma opção
E a estratégia é ser racional
Criar o melhor marketing pessoal
Pra se vender na próxima promoção.
Produto desta circunstância
Logo tornamos
E como em um hipermercado
Aguardamos quem nos compre, mas também compramos
Quem está no topo
É elegido para ser o espelho
Dos que estão bem atrás
Estes, acatam o conselho
Muitos não entendem o nexo
Porque é diferente o reflexo?
Depois de ralar tanto o joelho.
Mas é uma fábrica de desejos
Não há tempo de compreender
Mas sim de ajuntar riqueza
Pois é ela que garante o poder.
Assim com bastante correria
Esquecemos de nós no caminho
A mente tão cheia do saber
O coração frio e mesquinho
Na alma a vontade de encontrar
Um sentimento capaz de curar
O medo de estar sozinho
Começa daí um movimento
Reconstruindo uma ponte de união
Onde, de um lado, um grita pela causa
Que defende do outro, o seu irmão
A injustiça teve o seu papel
A sociedade acordou
E em um senso de empatia
Com as vítimas se solidarizou
Da tecnologia brotou um empurrão
Que ergueu a voz do chão
E ao mundo se espalhou.
O nó na garganta foi superado
Dando lugar ao direito de opinião
Que vindo do calor da emoção
É muitas vezes usado errado
Com ódio e maldade escancarado
Fragmentos de uma ferida compartilhada
Do silêncio que por muitas foi habitada
Resta delegar ao tempo intermediar
Encontrar no diálogo o remédio de curar
Na pessoa, a ânsia de se sentir encontrada.
Ande -
Há um segredo em
meu peito, venha: ande.
Aqui
pode estar revelado em meio a sinônimos, desejos, afetos —
no contrário, no oposto,
no lado inverso:
do nome,
da escrita,
da intensão.
Observe mais: ande.
Não pare, continue:
ande.
A quero bem, longe.
A quero bem, triste.
Sem mim não, distante
não.
Então: ande.
Sem ti (aqui) não
há luz
nem cheiro
nem som.
Vamos, depressa: ande.
Conserte este
equívoco;
Conserte meus
dias;
Conserte meu
coração —minha vida:
ande.
Conserte-se desse
aveso,
que eu converto-me
(in)verso,
para ficarmo-nos
a um passo:
ande.
O Que Mais Dói -
O que mais dói é que a
gente sabe o quanto
é intenso,
cuidadoso, amoroso.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).
O que mais dói é que a gente
sabe que, neste momento,
somente a outra pessoa
pode recebê-lo assim,
desta forma,
com toda esta força,
com toda esta vontade
e devoção.
(E como é, talvez um
dia não mais
será).
E é essa forma
(bela, nobre,grandiosa),
de sentire se dar,
transformada num sentimento
qualquer: inútil e desperdiçado,
o que mais machuca, o que
mais maltrata — o que
mais dói.
Ó Deus do Tempo -
Ó Deus do Tempo,
por que tanta
maldade?
Por que puseste no Poeta
uma alma leve e melancólica
a carregar esse enorme peso da
angústia, do sofrimento?
Por que o fizeste assim:
tão intenso e lírico e
devoto — prisioneiro da inspiração,
dos sentimentos, da imaginação —
ó Senhor do Tempo?
Ora,
por que desnudaste
sua alma — que é seu canto,
seu caminho, seu universo inteiro?
É ela que o tem,
ó Senhor,
e sempre chega primeiro e,
ainda que guarde (acesos
ou em delírios ou em sono
profundo),
todos os mistérios da vida,
vive, quase sempre,
escancarada, entregue,
desprotegida.
Perdoe-me, ó Deus,
por tantos questionamentos,
tantos maldizeres, tantas lamentações,
mas por que fizeste,
insisto,
por que fizeste do Poeta
um desgraçado — mal-amado, ridicularizado, incompreendido?
Em que para alcançar a
poesia — sua vida — precisa,
mais que todos, sangrar,
rasgar... despedaçar-se
em versos.
Ó
meu Senhor,
por que o deixaste eternamente menino?
Sim, menino: ingênuo, tosco,
inseguro, contudo,
menino sonhador e nobre e
grande, mas menino.
Ainda que velho, menino;
ainda que sábio,
menino — ainda que vivido.
Sim,
Senhor do Tempo,
criaste também o céu, a lua,
as estrelas, o vento, a sorte,
o sangue, o fogo, o som,
o silêncio, o ar, as aves,
a água, a flor, o amor, a amizade,
a palavra, o agora, o olhar,
o pensamento...
Ó Deus do Tempo,
assim, intimamente baixinho,
como num segredo sussurrado, confessas-me:
Então,
serias tu (também)
Poeta?
Diga Não -
De vez em quando
é necessário que você decepcione
também:
diga não, falte, descumpra o combinado — frustre as expectativas egocêntricas de algumas pessoas.
Elas precisam entender
que para dar certo,
é necessário que elas também
queiram e façam por
onde dar.
E se nada mudar:
mude-se.
Conheci uma pessoa em minha vida
Que deixou as flores perfumadas
Um jardim floresceu dentro de mim
Quando queria chorar me fez rir
Fazia tempo que não me sentia assim
Essa pessoa me estendeu a mão
Quando me encontrava sem saída
Era tristeza, solidão e não melancolia
Me fez ver a vida de outra forma
Mostrou que para viver não precisa
De alguma fórmula ou uma teoria
Quando o conheci foi bem assim
Uma amizade à primeira vista
Agora me sinto leve e tão feliz
Porque o tenho perto de mim
Sinto que agora sim vou conseguir
Escrever a história da minha vida
A alegria tomou conta do meu ser
Hoje o que eu mais quero é viver
E compartilhar momentos com você.
Escrever é mais cômodo do que rabiscar. Fato.
Racional ou Empírico??
"Farinha do mesmo saco."
Extrovertido ou Introvertido?
"Lados da mesma moeda ".
Casto ou Santo? .
"Antes só do que mal acompanhado ".
Sol ou Lua?
"Cada qual na sua".
Consciente ou Inconsciente???
Ente querido, prolongamento dos úmbigos.
Dificuldade em defender o meu sangue azul:
Édipo rei sangue que herdei.
Intui sua linhagem, sou seu defensor.
Defensor ferrenho do reino Inconsciente!
Sou defensor ferrenho do reino do Inconsciente.
Quer eu quer não.
Édipo com ou sem razão.
SABEDORIA -
(Sobre o 31 de Dezembro e 01 de Janeiro. Sobre Avós e Netos. Sobre a Tardezinha. Sobre os Palhaços. Sobre a Poesia.).
Observem as crianças:
elas já nascem
sábias.
Passam a infância inteira
tentando ensinar os adultos
que, por prepotência e
falta de tempo,
não lhes dão a atenção
necessária.
Na adolescência,
por inquietude, irresponsabilidade,
falta de tempo
(numa das aventuras
dessa fase),
deixam-na esquecida,
num canto qualquer do mundo.
Na fase adulta,
hora ou outra,
olham para ela, reconhecem-na,
mas, pelo excesso de compromissos,
severidade, falta de tempo,
não usam-na corretamente.
O Tempo — sábio, dono de tudo —
nos traz junto com a velhice,
a essência da infância.
Agora
carregada de histórias,
experiências e, para alguns
(de olhar atento),
a sabedoria necessária
para prestar atenção
nas crianças
(sábias).
O Tamanho das Coisas -
Bem,
eu me importo com todas
as pessoas.
Sim,
de alguma maneira
me importo.
Algumas mais, outras nem
tanto,
algumas outras bem
menos, enfim.
Mas as que mais me
interessam — que eu dedico
mais cuidados, mais atenção,
mais tempo — são aquelas
que têm a capacidadede
contemplar um grão de areia
com a mesma devoção com
que olham o céu.
E olham para o céu
com a humildade dos que
enxergam grandeza num
grão de areia.
Porque as coisas:
os sentimentos, os valores...
a vida,
são do tamanho que a gente
se dispõe a enxergá-las — senti-las.
Eu Mereço Tudo do Nada Que Sou -
"É só um momento,
vai passar!" — todos dizem.
E lá se vai mais um
dia, dois... três semanas,
um mês.
"Calma, calma,
vai passar!"
Então, três meses, sete...
dez anos.
"Quando terminar o
colégio, com certeza
passa.
Casando. Pronto:
casando passa, tenho
certeza."
A verdade é que ninguém mais,
além de mim, tem culpa.
Às vezes,
penso que dormi aos 16 anos
e só acordei aos 35.
(E o que se pode fazer quando
se está dormindo, além
de sonhar?).
Foi o que eu fiz: apenas
sonhei.
A minha vida inteira,
tudo que eu fiz foi sonhar,
no conforto da minha casa,
do meu quarto.
Fui o homem mais forte do mundo quando criança.
Quando adolescente,
o maior jogador de futebol
que já se ouvira falar.
Virei adulto e pensei:
"para ser um grande
artista,
basta escrever algumas boas
canções ou alguns belos
poemas de amor."
Fiz tudo isso.
Às vezes,
de maneira genial,
mas tudo dentro da minha
zona de conforto.
Sempre à espera de um
milagre, sempre à espera
da sorte — sempre a esperar.
A grande coragem — essa —
usei-a para os amores
que tive ou que
pensara ter.
Foram alguns, e todos
se foram.
Mas saibam que,
ao menos por esses,
eu dediquei-me ao
máximo — fiz de
tudo, sabe?
Preocupava-me em dar
atenção,
estava sempre à disposição
para qualquer eventualidade,
cuidava da alimentação,
da saúde.
Caprichava nos detalhes,
imagina:
eu corrigia, com delicadeza,
erros de português.
Nem saberia dizer quantas canções, quantos poemas escrevi-lhes.
Fui totalmente dedicado, esforçado,
afetuoso, nem sei como mantinha
tanta disciplina, tanta devoção.
Sonhei, batalhei, fui até o limite,
mas foi tudo, tudo em vão:
Ninguém quis
ficar.
Hoje,
me sinto mais velho do que
realmente sou.
Hoje,
me sinto mais inseguro que
quando era uma criança
doente.
Hoje,
com uma sensação de rejeição crônica, necessitando, urgentemente
de reparos na alma,
qualquer boa intenção parece-me
amor verdadeiro.
(Ainda que, traumatizado,
desconfie que acabará
amanhã de manhã).
Hoje,
o que restou-me foi este enorme
medo de gente,
medo de ruas desconhecidas,
de multidão.
Hoje,
ainda dentro do meu quarto,
escrevo para mim mesmo,
falando da vida (sonhada),
do mundo (imaginado),
mirando as paredes — ora
quentes, ora frias — independentemente
do que sinto.
Hoje,
como sempre foi,
olho para o teto e ele
limita-me.
As paredes limitam-me.
Limito-me aos cômodos,
à vista da janela já conhecida,
aos rostos íntimos.
E,
certamente por tudo isso,
como um prêmio, indesejavelmente (merecido),
eu estou, exatamente onde estou,
como estou:
perdido, com uma enorme sensação
de inutilidade e aos prantos
no chão.
No chão do banheiro, encostado à privada — que está com a tampa aberta e a descarga quebrada.
O "X" do Problema -
O "X" do problema é que
sempre nos oferecem (primeiro),
o "melhor" de cada um.
E quando começamos,
com o tempo,
a conhecer, verdadeiramente
a essência, já é tarde.
Está ali o sentimento
impregnado — roubando verdades, camuflando defeitos, nos ridicularizando.
E isto,
nesses casos,
é desmoralizante,
traumático, revoltante.
Salvar o Homem -
Para manter-se,
literalmente, ainda vivo,
um poeta, um artista, precisa,
por muitas vezes,
ignorar sua arte.
Largar de mão da visão artística
na maneira como enxerga
as coisas — a vida — e encarar
coisas mais comuns (que, naturalmente, também fazem parte
do seu dia a dia),
de maneira mais crua, mais vazia,
mais real:
Uma conversa estúpida,
com pessoas
estúpidas;
Uma pia de pratos sujos;
Um bico para ganhar alguns
trocados ou um emprego
maçante;
A não compreensão, a não
valorização da sua
arte;
A rejeição, o vazio de algumas pessoas, de alguns sentimentos,
de alguns sonhos — da vida.
É nessa hora que ele precisa
entender que, às vezes,
é preciso matar o poeta, o artista
para salvar o homem.
Pequenino -
Ninguém encara a solidão
de um chão de banheiro
sujo e frio, e finge
chorar.
Já interrompi um banho
porque havia um pequenino inseto
se afogando naquela água
de lágrimas e sabão.
Só queria que os meus problemas ficassem do tamanho que eles realmente são.
E não do tamanho que eu os transformo e eles transformam-me.
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