Carta de Saudades
"Às vezes, o homem tem vontade de nunca acordar.
Não pela morte em si, mas pela vida e alegria, que existe em sonhos, que mil anos de realidade, jamais trará.
Em meus sonhos, sei bem o que há.
É ela, ela que sempre está lá.
Com um sorriso de incendiar a alma, de lábios vermelhos e cabelo preto, a me esperar.
Por vezes, no meio da noite, desperto atônito, suando frio, sem ar.
Algumas vezes, busco-a em meio aos lençóis e ela não está lá.
Outras, desperto com os olhos inundados, à lacrimejar.
Meu pranto, minha mazela, é sempre pelo mesmo motivo, amaldiçoo o meu despertar.
Minha realidade é maldita, porquê ela não está lá.
Não consigo, ela, encontrar.
Então, deito de novo, rogando para retornar ao doce sonho, desejando, assim, jamais acordar..."
"Perdão, amor, o erro foi meu.
Errei, em ligar de novo, errei em implorar por você, a Deus.
Errei, em dizer adeus.
Sim, meu amor, perdão, erro meu.
Errei, em te amar demais, errei em amá-la, mais do que eu.
Errei, em não tolerar o desdém, a indiferença, o beijo frio, que me ofereceu.
Perdão, amor meu.
O erro não é nosso, o erro é só meu.
Assim, como nosso amor; pois quando do seu abandono, só o coração, desde que lhe escreve, sofreu.
Perdão, meu amor, o erro foi meu.
Falando em coração; há muito, abstive do meu.
Desde o momento do nosso primeiro olhar, este lhe pertenceu.
Hoje, percebo; não obtive o seu.
Mas, peço-lhe perdão, amor meu.
Perdoe-me, por desejar-lhe da primeira aurora, até da noite, o último breu.
Realmente; reflexivo na madrugada, percebo: o erro foi meu.
Errei, em fazer de ti, a minha religião, eu deveria ter morrido ateu.
Errei, em tentar matar o nosso amor, eu deveria ter matado o meu.
Ter matado eu.
Por te amar demais, assumo o fardo da culpa, vá em paz, deixe comigo, o inferno da culpa e o paraíso dos sonhos, que um dia me prometeu.
Perdão, meu amor, assumo: o erro, foi meu..."
"Eu, a partir de agora, deixei de ser o tolo.
Ser o parvo, bom moço.
Vou me tornar um Robin Hood de paixões, roubarei corações, que pertencem a outros.
Cansei de tentar acertar, vou esperar de alguém, um erro bobo.
Aguardarei pacientemente, o erro de um namorado, um marido, um noivo.
Roubarei de sua mãos, o seu maior tesouro.
E distribuirei as riquezas, ao meu pobre corpo.
Dói-me na alma, esse tipo de artimanha, mas abriram mão da honradez, então, o melhor dos jogadores, jogará o jogo.
Cansei de perder, eu hei de sagrar-me campeão, de novo.
Enquanto isso, vislumbro a estupidez do povo.
A ingenuidade do bom moço.
O massacre que a sociedade faz conosco.
E, por entre lágrimas e reflexões, decidi: a partir de agora, deixarei de ser o tolo..."
"Amor, não teve festa.
Não houve gingado, não houve seresta.
Não teve festa.
Houve mazela.
Saudade intrínseca, pensamento nela.
Mas, não teve festa.
Houve uma longínqua lembrança, de lágrimas nos olhos e um beijo na testa.
Teve tudo, menos festa.
Teve falsas juras de amor, ilusões de eternidade e de uma vida contigo, falsas promessas.
Sorrisos falsos, para mascarar a minha dor, um todo de infelicidade, de certo, houvera.
Mas, não houve festa.
Você ouviu os boatos, mas não lera a verdade em meus olhos, imperava em meu peito, o seu nome, mal sabia ela.
Vá, pode ir, amargarei em meu âmago, sua ida, a sua ausência.
Na tentativa de matar você em meu ser, me afogarei, aos prantos, faltará adega.
Logo amanhecerei, com um copo vazio, de coração ferido, entorpecido com uma boa bucela.
Mas, lhe garanto, meu amor; não houve, não há e nunca haverá, acerca do seu abandono, festa..."
"Graças a Deus, eu consegui te esquecer.
Já não me recordo mais, quando em nossas brincadeiras, você fazia aquele seu olhar, blasé.
Eu consegui te esquecer.
Já não me lembro mais do seu perfume, meu olfato olvida aquele creme, que presenteei você.
Obrigado Pai, pois consegui esquecer.
Já não lembro mais do nosso primeiro beijo, o primeiro cheiro, me esqueci dos detalhes, que me fez amar você.
Deus, consegui esquecer.
Já não te escrevo mais na madrugada, meu peito já não palpita, ao te ver.
Eu consegui te esquecer.
Ainda bem que já me esqueci, o enlace de nossos corpos, o aveludar da sua tez e o dela em minha boca, o derreter.
Consegui esquecer.
Se foi da minha mente, o negror de cada fio do cabelo, o castanho dos olhos, o sorriso sem jeito e o meu viver.
Arranquei meu próprio coração, pois, cada batida do meu algoz, me lembrava você.
Mas hoje, graças a Deus, cada face, cada farfalhar das folhas, cada brisa do vento, faz com que eu consiga, te esquecer..."
"Nosso beijo fervoroso e o corpo suado.
Nossas roupas espalhadas pela casa e suas lágrimas, se desfazendo, no chão daquele quarto.
Lágrimas de emoção, prazer, arrependimento? Não sei. O que sei? Sua indiferença, tem um gosto amargo.
Saudades, de lhe ter em meus braços.
Lembro-me, dos seus abraços.
Onde eu era Rei e escravo;
Pecador; perdoado;
Amante e odiado;
Deus e o próprio diabo;
Curador de lágrimas e motivo do pranto, derramado.
Levanto na madrugada, vislumbro o seu corpo nu e não entendo o motivo do chão encharcado.
Será o suor de nossos corpos? O prazer causado?
Ou as lágrimas, o seu pranto, derramado?"
O ranger da madeira das escadas ecoa na casa, e tudo fica silêncio. Adentro meu quarto, também silencioso, jogo a mochila no chão e me jogo na minha cama.
Um teto branco
Uma quatro paredes coloridas
E ainda assim, me sinto em um quarto de hospício.
E a solidão está bem ao meu lado, me fazendo companhia como todos os dias, sussurrando em meu ouvido. Só tenho eu, minha mente, e a solidão que permanece do meu lado diariamente. Parece que sempre fui solitária, que sempre estive no escuro, mesmo que a luz do sol estiver brilhando lá fora. Parece que sempre estive presa numa gaiola, sem companhia, sem amigos, sem ninguém para conversar, mesmo que esteja rodeada de pessoas todos os dias.
As vezes me pergunto como irá ser o dia seguinte, ou o próximo, os próximos três, uma semana, um mês, sete meses, quinze anos. Será que vou viver até lá?
Por que sinto essa angústia? Não há motivos. Eu tenho de tudo. Tenho amigos, tenho uma situação financeira boa, tenho tudo o que quero, tenho um pai para abraçar, uma madrasta para contar tudo, um irmão para conversar, uma melhor amiga para dizer sobre garotos, um melhor amigo para me maquiar junto, tenho notas excelentes e mesmo assim, sinto uma angústia enorme dentro de mim e não consigo distinguir de onde vem.
Tantas possibilidades, tantas dúvidas... Talvez nunca eu saia dessa angústia que sinto diariamente, talvez eu fique presa para sempre, talvez eu não consiga tirar essa angústia misteriosa. Talvez eu viva o suficiente para finalmente conseguir sair desse local....
Ou talvez eu não viva o suficiente, talvez eu não veja a luz do sol novamente.
Tenho a impressão que vou ficar aqui, que vou me desintegrar, ficar cada vez mais magra, meus cabelos caírem cada vez mais, me sinta mais desidratada, que meus órgãos comecem a se autocomerem, e por fim, morrer.
E se eu morrer, vou ter um funeral digno? Vou ter flores? Um caixão bonito? Ou vou ser cremada? Não quero ser cremada. Uma vez cremada, suas cinzas são jogadas em um lugar qualquer e não existe mais você. Não existe mais seu corpo, não existe mais a trajetória que seu corpo passou, a trajetória que você passou. Não existe suas marcas, não existe seus machucados, não existe seus cabelo e nem seus olhos. Sua história é simplesmente apagada, e ninguém vai lembrar do que passou, como se você fosse mais um qualquer no mundo.
Agora, ser enterrado deixa uma marca. Sua vida pode ter acabado, mas todos os momentos difíceis que você passou, vão estar ali, sete palmos abaixo da terra, mas ainda ali. As cicatrizes, os cabelos cortados, as estrias, os pulsos marcados, e o tiro ou facada que tomou ou se deu. Vai ter um lugar qual seu pai ou sua mãe podem ir para tirar a saudade, que seus amigos vão visitar, levar suas flores preferidas e relembrar dos melhores momentos em que passaram, seu namorado ou namorada vai poder desabafar e dizer o quão difícil os dias estão sendo e relembrar-se de todas as promessas e beijos. Óbvio, em algum momento vão deixar de existir, pois a natureza vai levar sua carne e seu sangue junto, mas foi um acontecimento natural, que vai se desfazendo lentamente, deixando o corpo se acostumar.
Olhos pretos, voz suave
Sorriso que me invade
Beijo pela metade
no meio da escada
no fim de uma tarde
Se ao menos por um instante fosse permitido
Tudo faria muito mais sentido
Se nesse momento o relógio marcasse mais lento
O tempo ficasse mais frio
E a nossa distância fosse por um fio
Eu iria matar toda essa vontade de ti
Que senti e não vivi
Mar, maresia,
vento, areia...
linda sereia!
a gaivota enche
o peito de ar
e voa
ela
sabe amar
― à beira-mar.
Mar tão
nobre
quanto
ardil
havia aqui
um barco
a maré
o levou
sentado na
areia
fico a me
perguntar
se ainda
navegarás.
ou estarás
ancorado
na ilusão
de um marinheiro.
Meu peito,
― feito ilha ―
aperta
de saudades!
Atestado poético
Tão longe,
Tão perto
Como te desperto?
Às vezes, me consome,
Noutras, esconde-se
Por que some?
Hoje, faz falta,
Amanhã, transborda
Por que meu peito ainda salta?
Somos dois,
Um.
Dias depois, nenhum?
Tão cedo, tão tarde,
Descubro que não é paixão,
Mas patologia: crise de saudades.
Saudade avassaladora, que me consome o coração,
amargurando o meu peito uma navalha perfurando, meus pulmões me deixando sem ar e aos poucos me matando.
O que fiz de tão errado para sofrer tanto assim, será que amar é pecado e tu vives longe de mim.
Será te amareis para sempre ou alguém vira preencher esse vazio.
No fundo eu sei
Eu nunca vou te superar
Apenas me acostumar
Com a vida sem você
Sei que vou sentir frio na barriga
Toda vez que te ver
Vou tremer sempre que alguém me falar de você
Sempre que chover eu sei que as lembranças vão doer
Já que sou incapaz de te esquecer
No fundo
Desde o inicio já sabiamos no que ia dar
Mais ainda sim queriamos tentar
Com a esperança de mudar uma história
Que já estava predestinada a acabar
O mais triste é que
Enquanto eu me agarrava a esperança
Você apenas aceitou o fato de acabar sem ao mesnos tentar.
Separados
Com a saudade gritando dentro do peito
Mesmo depois de tudo
Ainda nos amamos do mesmo jeito
Se é certo ou errado, eu não sei dizer
Só que o meu coração só sabe te querer
Mas então volto a realidade
Me pego recordando a pessoa que você era de verdade
E eu me pergunto
Será que vale a pena a saudade?
Poucas memórias boas
Mas apenas delas eu me recordo
Forço minha mente a lembrar
Que sempre quando a saudade apertar
Você nunca foi capaz de me amar
Toda vez que eu penso no que poderiamos fazer
Me lembro do quanto você me fez sofrer
E isso só me fez perceber
Que você não vale a saudade que eu sinto de você.
Risos bobos e espontâneos, partilhados ricamente por pessoas que se amam de verdade, possuem um vívido sabor incomparável, dão sentido, são repletos de simplicidade marcam certos momentos, deixam muitas saudades, certamente, não têm preço, assim sendo, tratam-se de grandes preciosidades.
Um dos gratos motivos que faz eu ter muita certeza de que te amo e notar a tua valiosa reciprocidade, pois quando estou rindo contigo, saboreio uma forte sensação maravilhosa, inconfundível, muito diferente daquela que sinto ao ri com outras pessoas, portanto, um amor raro e bem nítido.
Que o meu riso bobo possa sempre cativar o teu de um jeito muito espontâneo, nada forçado, pois ao teu lado pretendo continuar construindo amáveis recordações nos instantes engraçados da vida que trazem significados que renovam os nossos espíritos, então, de fato, amo-te até o infinito.
Lua rasa vida mansa
Céu de prata frio avança.
Sinto falta de chamego
De um abraço, do aconchego;
Da magia do momento
Do calor do sentimento…
Meu peito está apertado
Sozinho, desamparado;
Saudades, tristeza e dor
Tortura e ausência de amor;
Meu alento a lembrança dos idos
Momentos vividos, jamais esquecidos
Uma lágrima rola no rosto
Noite vazia, dor e desgosto!
SAUDADE SEM FIM
Essa Saudade que meu peito invade,
mata-me aos poucos sem bondade,
e tudo Parece uma grande loucura,
de um amor que parece não ter cura,
No brilho da graça da lua me abrigo,
Eu queria que estivesse ali comigo,
Desviar a tristeza do meu coração ,
Que em silêncio chora essa paixão ,
Essa saudade me fere; saudades sem fim.
Mas me abandonastes, enfim ,
Sei que em teu coração, não há lugar para mim .
Nas noites te busco ,no fascínio do luar
Pra sempre irei te amar; choro; não vou mentir
Queria que o brilho da lua trouxesse você aqui
Direitos Autorais Reservados Sob a Lei -9.610/98
Hoje, eu senti um lampejo de saudade.
Uma saudade indescritível e imensurável de você.
Não do seu corpo, sua boca, seus olhos, ou até mesmo suas manias.
Senti saudade da sua alma.
Das conversas inacabáveis.
Da sua voz ao proclamar que me ama.
Sinto saudade de ser amada.
Se bem que não mereço o amor.
Não sou merecedora de nada.
Vivo embasada em desejos súbitos e insaciáveis.
Te desejo.
Te desejo na mesma intensidade que te amo.
E esse sentimento é incapaz de ser descrito no papel.
Sinto muito, – por mim.
Sinto muito pelo meu caos.
Mediterrâneo
Nas ondas do seu mediterrâneo sem fim,
Sou ilha, a sua saudade é salgada, me cerca, envolve a mim,
Dela não posso saciar-me sem morrer, meu fim,
A corrente marítima da saudade nos mantém assim,
Um sobe e desce de saudades, como ressaca de maré, um vai e vem, sem fim,
Mas um dia, pelo vento, juntos estaremos, unidos, um só, enfim.
Aqueles que cativamos, pelos quais, também somos cativados, fazem morada nas nossas melhores lembranças por meio de momentos vivenciados com a vitalidade de uma criança, corações imensamente gratos, sem cobranças insensatas de sentimentos, assim, um amor constantemente compartilhado que se mostra cada vez mais verdadeiro.
Quando estão longe ou simplesmente ausentes, deixam saudades calorosas que os trazem para perto, o peso da distância é atenuado para não sofrermos tanto pelo impacto do distanciamento, a felicidade do reencontro decerto será demasiada, mas, por enquanto, a vontade de estarmos juntos vai só aumentando até chegar a ocasião tão esperada.
Tipo de laço que é muito forte e amável, daqueles que o tempo não desata, desde que seja sempre abençoado e conduzido por Deus, permitindo que haja uma reciprocidade sincera e ativa, consequentemente, nossas vidas permanecerão conectadas pela indispensável providência divina, conexão valiosa que não será abalada mesmo entre chegadas e despedidas.
Em um efêmero instante, se me fossem concedidos meros 10 segundos para articular as profundezas do afeto que albergo em relação a ti, e, por um lapso mais prolongado de 10 minutos, a oportunidade de persuadir-te a permanecer ao meu lado, eu proclamaria que uma década de existência é manifestamente insuficiente para abarcar a plenitude da minha ânsia de tua presença. Com ânsia, ansiaria por possuir uma dezena de vidas, a fim de repetidamente experimentar a intensidade de meu amor por ti em um ciclo ininterrupto.
Numa fugaz e efêmera fração temporal de mero decênio, a tentativa de condensar a essência de minha devoção para contigo revela-se uma empresa hercúlea. Tais segundos, contados em escassos dedos, são ínfimos diante da vastidão do sentimento que me devora, como se, em seu íntimo fulgor, ousasse desafiar a própria natureza efêmera do tempo.
Nos protraídos minutos que se estendem como fios da meada, desejo persuadir-te a compartilhar deste mesmo anseio que me consume. Dez anos, quebrados em seus ciclos perpétuos, apresentam-se como um escasso tributo à voracidade de minha paixão. Seriam apenas o início, quando meu desejo, voraz e insaciável, almeja, na verdade, dez vidas, dez oportunidades para, de forma ininterrupta, celebrar nosso amor em uma dança cíclica e eterna. Afinal, o amor que professo transcende os limites do efêmero e busca a imortalidade nos anais de nossas existências entrelaçadas.