Carta de Saudade
Outro dia me disseram que a minha maior falha era ser intensa como um vulcão. Que eu não sei encontrar o equilíbrio nas coisas. Parei pra pensar e constatei que isso é algo que eu não devo mudar em mim, unicamente porque existe uma diferença relevante entre não saber nivelar as coisas e não saber dar entonação na vida, sobretudo no amor. Eu não sou falha, eu sou intensa. E nem todo mundo está preparado para um amor que te consome como fogo. Não nasci pra viver de meio-termo. E isso me lembrou você. Me lembrou a gente. Hoje eu vejo o quanto o nosso amor foi real, por mais que a nossa história não tenha seguido o roteiro que a gente planejou. Você era como eu, não sabia ser “mais ou menos”. Com você era tudo ou era nada. Era fogo ou era gelo. Você quem me apresentou o famoso amor desenfreado, dosado de uma paixão sem limites. Não conhecíamos o sabor do “mais ou menos”. Éramos intensos em tudo. Éramos fogo o tempo todo. Nas palavras duras, nas declarações, no ciúme, nas discussões, nas brigas extremamente dramáticas, mas principalmente nos beijos. Você não tinha medo de nada e isso fazia com que eu me sentisse segura contigo, afinal não havia nada que você não enfrentasse pra me guardar. Será que ainda lembra daquele alvorecer em que nos beijamos na rua, sob o brilho intenso daquela lua de setembro? Você segurou forte o meu cabelo e me prendeu no seu abraço, enquanto fazia-me sentir como uma criminosa por fugir de casa no meio da noite, só pra encontrar a tua boca. Sabe… Eu não me arrependo de ser assim. E também não tenho culpa se não encontrei alguém que soubesse amar tão intensamente como você me amou. Também duvido que você tenha encontrado. Agora eu entendo porquê os mais velhos dizem que amor na vida só existe um. Na minha só existiu você.
Como é gostoso quando sentimos saudades das coisas boas que se passaram em nossas vidas. Momentos que pra sempre vão ficar em nossas mentes. Amigos, amores, risos...E tudo o que realmente conseguimos demonstrar em nossos olhos. Não importa o tempo que passe, o que importa é que não existe nenhuma dúvida de que essa saudade é algo bom de se sentir!
Existe vários tipos de saudades, ainda mais quando ela vem na memória, as vezes a pessoa pensa vinte e quatro horas. As vezes a saudade nunca passa, as vezes a gente senti saudade antes de conhecer, ou as vezes a gente senti tanta saudade, que entra em depressão, a saudade é um sentimento terrível. A saudade deveria ser proibido sentir, saudade é para sempre, ela nunca acaba ela é eterna, saudade é para sempre.
Fico pensando, como posso sentir saudades de alguém que nem ao menos me conhece? Como posso sentir saudades dos seus beijos, seus abraços, sem ao menos ter sentido, te tocado? Isso se chama paixão furacão! Ela vem com tudo, te remexendo por dentro, te fazendo chorar a cada noite sem a pessoa amada, te fazendo ficar pra baixo com a ausência da mesma, ah paixaozinha desgraçada, está me matando aos poucos por dentro, por que toda a vez que te quero, menos eu te tenho, quanto mais te espero, mas tempo demora para você chegar.
Fazia tempo que não via o seu rosto estampado em algum lugar, fazia tempo que não ouvia falar do seu nome. Confesso que estava sentindo a sua falta, mas era uma saudade bem suave, estava prestes a te esquecer, mas o pior aconteceu! Ouvi falar o seu nome, que soou no meu ouvido, ah! Aquele nome tão poderoso que arrancava sorrisos fáceis de mim voltou a ser falado... Parece que a saudade começou a me perseguir, pessoas não paravam falar de você, toda a vez que abria o meu celular via uma foto sua, dessa vez eu senti a dolorida saudade, de te ver e não te ter, de te querer e você ao menos saber.
Nao há nenhum amor que de tão ferido mereça a ignorância, não há nenhuma distância que de tão distante separe o que um dia foi constante, não há nenhuma palavra a ser dita quando se já não se quer ouvir,Nao há coisas há diluir, não há formas Para sorrir, simplesmente nao há nada, você só soube me destruir. E se me destruir foi a meta, logo mais irei me reerguer, e me reerguendo, prometo por mim mesma que irei te esquecer.
Você se foi, de um dia pro outro. Me deixou caminhar sem você, carregando sozinho nossa história. E tá tão pesado. Você soltou da minha mão, desistiu. E quando você se foi, eu passei a carregar as dores também. Cada passo parece infinito sem você aqui pra me ajudar. Ta difícil sem você, mas não vou voltar e começar como se tudo que passamos juntos não fosse nada. Eu vou continuar a caminhada, com dores, saudade, lágrimas no rosto e um montão de histórias na mochila e sentimento no coração. Talvez eu devesse deixar a mochila pra trás e seguir, como você fez. Mas ela está presa a mim, como eu estou preso á ela. Você fez parte da minha vida, e não consigo deixar pra trás, eu ainda te amo, só preciso superar. E de repente, o que tá na mochila vai ser só uma coisa que fez parte da minha vida, da minha caminhada. Preciso colocar histórias novas, mas não sem dar um ponto pra história desses ultimos meses. A verdade é que eu ainda não estou pronto, ainda espero que eu te encontre pelo caminho e ai isso pode ser só um parágrafo mal escrito da história, mas sem ponto final. Eu não quero, não estou pronto pra virar a página, e começar a escrever sobre outra coisa. Por que eu não faço ideia de como superar essa história. Você acabou com ela quando foi embora, mas ainda não acredito que acabou assim. Não queria que acabasse. E ainda não to pronto pra virar a página. É como terminar uma série de tv, ou um filme sem sequência. A gente não tá preparado pra finais de histórias. Ainda mais quando o final é tão decepcionante assim. Mas preciso ser forte, com ou sem você ainda tem muito tempo de caminhada, e sei que assim como as séries e filmes, vão ter muitos finais nas minhas histórias. Só estou triste agora, por que, sabe, queria que você fizesse parte de mais histórias. Mas você não quis, e a vida é assim, a caminhada é longa e a gente nunca sabe o que vai acontecer no meio do caminho. Mas, penso que, isso foi uma pedra no caminho, um ponto na história, e não o fim dela. Só preciso virar a página e continuar, e deixar a saudade no bolso de trás.
Talvez um dia lembre-se que chorei por você — mas queria te ver sorrir — nesse dia, a tarde irá embora logo e a noite fria vai chegar. E você vai perceber que frio e lágrimas não combinam. Vazio por dentro, sentirá o peso dos falsos sentimentos. Vai ver o quanto é duro não me ter ali para te abraçar ao sentir frio; para te beijar, quando se sentir só; para sussurrar baixinho em seu ouvido, dizendo que te amo; pra dormir abraçadinho; pra morder tuas bochechas, ou pra te acalmar nas noites que você sentir medo antes de dormir... No fim das contas, você vai tentar me procurar em qualquer alguém (como das outras vezes), e acabar percebendo que igual ao meu amor, que você desperdiçou, não encontrarás.
Não deixe sua vida nas mãos de alguém, pois elas foram concebidas para lhe roubar. Não espere respeito de quem lhe abandona quando você mais precisa. Esqueça a lealdade, porque até mesmo sua sombra lhe abandona durante a noite. Esqueça honestidade, porque tudo que você precisa fazer é amar primeiro a si mesmo.
As pessoas te iludem, você aceita. As pessoas mentem, você perdoa. As pessoas voltam a negligenciar seus sentimentos, você surta. E depois todos continuam dizendo que é apenas um drama seu. Não me venha com essa história de drama, pois eu conheço muito bem essa sua futilidade. E se assim for, vá procurar um drama maior do que a sua existência.
Plante um bosque na alma, decore a vida com inteligência, valorize o que você possui. É uma pena, certos pensamentos devem ser expostos à certas pessoas. Expressar-se não deve ser nenhuma poesia, mas apenas o que você sente. Temos tanto medo de julgamentos, que acabamos esquecendo dos sorrisos que plantamos por ai.
Não seja tão inocente. Também sei fingir que não sinto sua falta, iludir que possui belos olhos e que sempre amei mesmo sem isso possuir significado algum. Sei lançar pedras e desviar o assunto para algo nada a ver, consigo viver no vazio e do vácuo criar uma tempestade para te atormentar. Julgo, bato palmas por sarcasmo, porque aliás, eu não me importo, nunca me importei. Eu sou como a sua hipocrisia.
Nossa vida é como um arquivo, daqueles que possuem gavetas. Nele, possuímos espaços que representam muitas pessoas, algumas que pouco incomodam, outras que ocupam um prédio inteiro. Bagunçadas ou não, parecem ter um valor sentimental significativo. Consideramos isso também como coisas ou objetos, porque aliás, achamos que é nossa propriedade, mas não são. Sabemos que as pessoas vem e vão, e teimamos em pensar que estarão conosco amanhã. Muitos espaços sempre estiveram vazios com teias de aranha aprisionadas no vão da alma. Ah e isso chega a ser até belo, parece não haver maldade, mas chegam pessoas novas e elas passam a ser parte do arquivo e, em algum momento, elas também vão embora. Sentimos-nos tristes, meramente abatidos por isso. Esse lugar já estava vazio antes, por que agora dói tanto olhar para essa gaveta vazia? Pelo simples fato de, antes, não haver vestígio algum dessa presença. Enquanto ela não existia estava tudo bem. A verdade é que você precisa escolher entre permitir que aranhas construam teias na sua alma por causa da solidão, ou fazer uma faxina depois que os entulhos foram arremessados para todos os lados.
Você ama, começa a amar uma pessoa como se não houvesse amanhã. De certa forma como um refém, um pássaro preso numa gaiola. Passa a depender de alguém, um sorriso, um bom dia, a música agradável que chega até si. Passa a ver o mundo de outra forma como se seu pequeno mundinho agora significasse muito. O Sol parece belo, o vento traz vida e os olhos enxergam o que não deveriam ver. Mas em algum momento a pessoa some, e você na inocência, acha que aquilo é passageiro e que a nuvem sairá da frente do Sol, mas não. Tudo continua sombrio, as nuvens são densas e indiferentes. Ótimo. Acabou. Só é preciso de um pouco de tempo, pois você acredita que o Sol irá brilhar novamente. E então o Sol reaparece, talvez depois de alguns dias, semanas, meses ou anos. Os raios são belos e você sabe que ainda está vivo, mas dai olha para si, olha para si mesmo e aprende, aprende que agora você é apenas um pássaro aprisionado que possui suas penas queimadas. Uma dor que não irá passar, nem com o tempo, nem com nada, pois uma cicatriz nunca desaparece, sempre estará ali para relembrá-lo da dor que um dia alguém semeou no seu coração.
À cada curva da vida possuímos medo, medo não sei do que, do desconhecido talvez. E isso é o mais impressionante, temos pavor de coisas que não existem e nunca aconteceram. Duvidamos da nossa sanidade e nos encolhemos num cantinho esperando que tudo fique bem. Um bem que não faria mal, um mal que não faria bem. Um pôr do Sol que você perdeu, um abraço que se foi, aquele eu te amo que tanto esperou. Mas é assim, nessas curvas da vida, cada um encontra seu meio de se perder e ser perdido.
Estar com a pessoa que nunca briga, que nunca sente ciúmes, que concorda com tudo é estranho, pode até existir, mas duvido muito que alguém seja perfeito à nível de ser idêntico em pensamentos e ambições. Continuo acreditando naquela velha história onde dois corpos não ocupam o mesmo espaço no mesmo momento. Existe uma diferença entre amar e gostar, concordar e respeitar, ser o que você deve ser ou aquilo que mais esperam de suas atitudes.
Olhei para o teto, estagnei a esperança, meus desejos, fiz vários nadas. Pensei no medo, no remorso, na perda, em pessoas que achei significar a minha vida e momentos inesquecíveis que nunca existiram. Mas assim é, plantamos sementes, colhemos frutos de ilusões às vezes. Escolhemos parcerias, as certas, as erradas, daquelas que dão dó de tantos erros que embolam e enrolam por ai. Fui enrolado, por uma vida, por cauda de serpentes, abastado pelas minhas críticas, críticas que também pareciam inocentes. Críticas que outros faziam de mim, rumores da minha imaginação, ingratidão, dor, sarcasmo. Acreditar que sabia de tudo, em como amar, amar os outros, à si mesmo, à ninguém. E no fim, tudo que me ensinavam era aplicado com uma boa dose de má vontade. O teto me encarava, me consolava, parecia dizer para eu acordar. Mas ainda assim, não o ouvia, deixava ele no silêncio e por esta razão, perdi pessoas, perdi sonhos, embora acabei percebendo o que era certo ou errado. Ficar calado é bom, é uma virtude da alma, mas não faça isso, não sempre. Negligenciar palavras com pessoas é péssimo, perdê-las é fácil. Palavras ferem, e palavras não ditas ferem muito mais.
Temos aqueles dias onde nossos olhos sentem dificuldade para ver e nossos pensamentos já acordam questionando-nos sobre a existência, e por incrível que pareça, esses são os melhores momentos para se viver. Aquele segundo épico onde seus pés tocam o chão à beirada da sua cama e o mundo parece afirmar: fiquem atentos, pois ele acabou de acordar.
Já deixei pessoas partirem e a cada despedida não dita, fui me sentindo mais leve como se pedras fossem removidas dos meus ombros. Pensei que isso era algo bom, mas descobri que de coração em coração lançados para longe, as pedras que eu tanto presumia como pesos foram me deixando mais leve, até que eu me senti sem chão. O vazio me embalava em seus braços.
Pobres de vocês, artistas que são reconhecidos por suas almas de dinheiro, por suas peças teatrais chamadas de futilidade moderna e seu sensacionalismo barato, que de aparência possuem apenas suas máscaras de falsidade e apresentam-se num teatro que se passa a céu aberto, ao blefe de medíocres que os adoram.