Carta de Saudade

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Lembro daquela vez que você piscou para mim. Eu, sem jeito, não soube piscar de volta. Então coloquei a mãe no olho abaixando a pálpebra com meus dedos miúdos, fazendo um piscado forçado. Algumas vezes depois eu aprendi. Não lembro se você chegou a ver o meu piscar, não lembro. Hoje, me olhando no espelho e vendo a pessoa que me tornei, sinto uma saudade enorme. Queria chegar correndo na sua casa e te gritar, compartilhar minhas conquistas e dores, te abraçar e sentir o teu cheiro de cigarro. Eu te amo. Eu não sei se eu disse isso alguma vez, mas de alguma forma, torço para você saber disso agora. Eu te amo.

Perder uma avó ou um avô é perder uma pessoa muito importante em nossas vidas, alguém que nos acompanhou com amor e dedicação incondicional, tudo o que vivemos em companhia dos avós é uma parte muito bonita em nossas vidas e um lindo e emocionante aprendizado. Nossa maior recompensa no outro lado da vida é reencontrá-los!

Como que as coisas são, quando estou com você, tudo é diferente. Tudo fica melhor. O papo flui, a conversa rola, aquele papo que não acaba nunca, conversamos sobre diversas coisas, até mesmo sobre nós. Mas quando estamos longe, parece que tudo muda, você fica mais frio, parece até mesmo que não se importa, dando a transparecer que não quer conversar. Confesso, não sei o que acontece, apesar de me deixar chateada, vou deixando rolar, pois o sentimento que tenho por você é tão grande, que persisto em continuar.

Triste fico quando estou longe de você, vem me abraçar, sorrir, esqueçer dos problemas diarios, tocar teu rosto é o meu desejo, olhar nos olhos e dizer: Te quero, sinto que essa chuva reflete meu sentimento, como as gotas caem no vidro da janela do quarto, na mente cria uma melodia insuportavel dizendo te amo, te amo e te amo, gotas caindo formando a melodia mais perfeita e sinistra, por me deixar feliz e triste por não ter voce aqui em meus braços, para poder te abraçar

Sozinha com meus pensamentos, com minhas musicas, com minha sombra, com minha solidão. As vezes é bom, outras me trazem dor. Ao meu redor eu tenho as rosas que você me deu, e arrancou-me sorrisos sinceros, tenho também escritas sobre você, sobre nós, tenho fotos, livros, tenho teu cheiro, canetas que o desenhariam sem nenhum esforço... Em mim, eu tenho saudade.

Acho que essa vida urbana acabou que matando um pouco da minha inocência poética, quase lírica, que eu tinha antes de vir para cá. São Paulo é uma cidade contagiante, traiçoeira e extremamente envolvente. Não tem como viver distante de sua realidade. Ou você acompanha o seu ritmo avassalador de megametrópole ou sistematicamente é esmagado, deixado para trás, sem nenhuma compaixão. Salve-se quem puder! O tempo por aqui anda mais depressa, não há espaço para um poeta sonhador, feito eu...

Tão difícil controlar meus pensamentos quando se trata de você. Enclausurada numa enorme amargura, questionando a minha sanidade quando eu já nem sei mais quem sou. Olhar pela janela e não conseguir ver nada já se tornou um habito da minha rotina de viver de memórias. Tantos dias fiquei a sua espera, sempre olhando por essa mesma janela, e você nunca mais voltou... Paralisada nesse inverno permanente, adormecida no silencio desse ex amor. O barulho da tv ao fundo, o tic-tac do relógio e a esperança morta de te ver chegar. O dia passa lentamente, e minha mente, mente, quando pelo meu nome escuto você chamar. Tem sido assim por todos esses dias, a casa sempre vazia, completamente abandonada nessa solidão. Então eu choro, perdida entre meus remorsos e essa minha paixão. Sinto sua falta o tempo inteiro, ouço seu riso, sinto seu cheiro, viajo nessa escuridão. Meu Deus, como minha alma é pequena, ligada a um simples teorema, abandonada em outra dimensão. E cai em mim outra vez a realidade, talvez seja culpa da claridade do sol dessa manha... E enquanto tomo meu café eu ouço o barulho dos seus passos, você me envolve em seus braços e eu caio em pleno adormecer. Perdida e meio viva, nos meus olhos volto a me esconder.

E dói toda vez que me lembro dele, é como se fosse uma ferida ainda aberta, um hematoma permanente. E mesmo que seja uma dor quase mortal, não consigo evitar minha mente de sempre remoer o passado. E me pego pensando em todo esse tempo longe dele, que me fez morrer aos poucos, perdendo o meu sentido, dia após dia. Pego aquela velha caixa de recordações e abro sobre a mesa, as fotos já perderam o brilho, e algumas coisas não fazem mais sentido. E diante disso, a dor me corrói novamente, em pensar que as memórias são tão vivas só para mim. Quando a vida faz suas surpresas, e leva as pessoas que amamos, o mundo fica sem cor, e não há substitutos ou tintas coloridas que possam resolver o problema. É quase como se a sua alma tivesse partido junto, levando a leveza do ritmo das batidas do seu coração. Algumas pessoas não entendem e nunca vão entender. Mas prefiro que seja assim, não me importo, é complexo demais para ser explicado. Mas, posso garantir, que nem tudo se refere ao passado, as vezes é só o meu jeito exagerado de usar as palavras.

Quando anoitecer e você for dormir e o frio te tocar e você pensar em nós, puxe o cobertor e ao se aquecer, lembre-se do meu calor ao amar você, e de madrugada quando o frio te acordar, aquece-te na saudade e na vontade de me amar, e ao amanhecer e o frio te incomodar, aquece-te no calor do sol e aprenda esta lição, dar valor a quem te ama, para nunca ficar na solidão

A perda de um ente amado, no primeiro momento, é uma dor que acreditamos não suportar, é como ver tudo desabar sobre nós; no segundo momento, é uma dor latente como um espinho na carne, é uma dor da saudade; num terceiro momento é uma dor da saudade, mas que é atenuada pela certeza da presença constante deste ente amado em nossos sentimentos com determinados sinais que provocam paz em nossos corações.

É verdade... Por mais que o tempo passe, é sempre bom lembrar de lindos momentos. Momentos que de certa forma nos marcam como uma escolha, como uma promessa, ou até mesmo como um carinho. Momentos são para ser vividos, e com bastante alegria, pra que no dia em que eles vierem a tona, você possa dizer a Si mesmo... "É valeu a pena" - E sair um leve sorriso de sua boca. :)

Hoje quando acordei fiquei pensando. Depois de você ter me deixado tive uma epifania desse negócio chamado amor. O amor é uma droga, no qual te vicia, e você fica totalmente dependente dela. E quando você perde sente falta, chora, sente saudade. Dá vontade de gritar, de correr atrás pra se drogar mais e coisas assim. Mas como toda droga o amor não é diferente. Um dia você vai se acostumar, seu corpo vai se acostumar viver sem aquela dependência, as vezes você vai ter uma recaída, vai ficar feito boba pensando naquela pessoa, mas você precisa ser forte e aguentar viver sem essa droga que te fazia bem, mas que talvez não fosse pra ser. Você vai aprender também que o amor é inevitável, quando você menos espera ele te pega. Essa droga é diferente de todas as outras, porque você não escolhe usar ela, mas ela escolhe usar você.

Qual o valor que você está dando para os seus entes queridos? Qual a importância que está destinada para os seus melhores amigos? Aqueles que são o abraço forte nos momentos difíceis e os doces sorrisos nos momentos alegres. Descalçar-nos das coisas sem importância, daquilo que pode ficar para depois, ou para outro dia e apreciar uma suave conversa olho no olho também é necessário se desejamos colher aquilo que plantamos. Existe um ditado que diz não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje, mas isso só deve ser seguido se aquilo que for para se fazer no hoje seja uma declaração de amor, um abraço demorado, um sorriso para um desconhecido, um banho de chuva com alguém especial, um bilhetinho escrito “eu te amo” colado na geladeira antes de sair para o trabalho, uma mensagem de admiração pelo celular antes de uma visita ao médico, uma ligação para alguém querido que mora longe. O que importa fazer hoje é aquilo que não nos arrependeremos de ter se deixado para fazer amanhã. Sim... um dia o amanhã poderá ser tarde demais.

Sim, “irmã morte”. Irmã difícil de ser compreendida e integrada ao convívio humano. Ela está sempre nos recordando que podemos tanto, mas não podemos tudo! Do tanto que é nos dado na origem, a morte vai recolhendo, pouco a pouco, tudo. Uma coisa, porém, ela não nos tira: a saudade. Saudade diz de uma dor que fica entalada na garganta. Uma dor que faz o peito doer. A saudade é coisa bonita, mas dói. É a expressão de um querer bem, de amor... Nós sabemos: o amor é mais forte que a morte!

Sinto falta dos belos momentos entre nós dois, das longas conversas sem sentido no chão da praça ao amanhecer de um novo dia. Sinto falta do que eu era antes sem você, da minha paz e calmaria. Sinto falta da época em que não te conhecia, da época que tudo era maravilha. Sinto falta do seu olhar certeiro que acertou meu coração em cheio, da sua voz, do seu cheiro. Sinto falta do seu jeito grosseiro e estupido de me fazer feliz. Sinto falta do que eu era sem você, mas acima de tudo, sinto falta de você. E hoje, só restou esse enorme paredão de orgulho, impenetrável, feito aço.

Domingo sozinha em casa dá nisso: eu com saudades de você. Tentei assisti um filme, você tava lá no andar do antagonista, tentei ler um livro você tava lá no jeito que o mocinho foi embora e deixou a mocinha sofrida, decaída, pelos cantos. Depois de todas as tentativas frustradas de tirar minha cabeça de você me rendi e abri seu perfil num site de relacionamento, nada novo, você nunca foi muito adepto de rede social e não sei o que é pior: não saber de você ou saber que você está infinitamente melhor sem mim. Comecei a ler nossas conversas antigas e chorei feito uma criança birrenta e me perguntei pela milésima vez o porquê de sermos tão bacanas juntos e não estarmos juntos. Há um bom tempo não sei nada novo de você, sei que se formou e que continua no mesmo emprego, mas não sei que banda nova você anda ouvindo, qual o livro recentemente foi adicionado aos seus preferidos, nem se ainda sente falta de mim. Já era tarde e queria tanto ligar pra você, nem que fosse pra ouvir tua voz e desligar rapidinho feito uma daquelas adolescentes e suas paixões platônicas, mas ao invés disso liguei pra o carinha atual pra vê se encontrava um pouco de você e dormia em paz. Não deu certo, ele tava apressado, voltando de uma viagem e eu desliguei rápido porque a pressa dele me lembrou o quanto você sempre teve tempo pra mim, não importava a hora, nem onde ou com quem você estava, você sempre me atendia com a maior paciência do mundo mesmo se fosse só pra eu te perguntar qual cor de sapato era mais apropriado para uma entrevista. Mas acabou, prometi não falar mais de você pra minhas amigas, prometi pra mim mesma não comparar você com ninguém mais, mas ainda não consegui entrar num acordo com meu coração, pra não lembrar mais de você, pra não ressuscitar você num dia qualquer quando o vazio aqui dentro me lembrar que você é exatamente do tamanho do que falta em mim.

A gente nunca daria certo, e eu sempre lutei para que você entendesse isso. Não adiantava ter química, não adiantava a gente ter o mesmo gosto pra música, rir das mesmas coisas, o problema é que nossos sonhos sempre andaram na contra mão e entre uma encruzilhada e outra a gente se encontrava. Você sempre foi tudo o que eu esperava em um homem, mas também foi tudo que eu não suportaria ter, porque você era bom demais pra uma menina tão milimetricamente errada como eu. Eu queria não gostar de algo em você, eu queria que você tivesse gritado comigo no dia em que te troquei pra dançar com outro naquela festa, eu queria que você não tivesse cuidado de mim quando eu tava sofrendo por mais um fora, tudo isso pra que eu pudesse sentir algo além de amizade, tudo isso pra que eu ficasse um pouco insegura em relação ao que você sentia por mim, porque a verdade é que eu sempre soube que você me amava e isso me afastou de nós desde o início, desculpa mas nunca soube lhe dar com o amor, muito menos um como seu, tão livre, tão entregue. Hoje acordei com uma saudade absurda de você, vez ou outra eu acordo assim culpando até minha última geração por ter deixado você ir, mas no final do dia eu sempre durmo com a certeza que foi o melhor pra você. Você me ensinou a deixar meu orgulho de lado, a ser menos egoísta, porque no dia que eu pus um fim em nós eu pensei mais em você do que em mim, eu sei que você não acreditaria se te falasse por isso me calei, deixei você ficar com raiva pra te livrar de um sentimento que não ía te levar a lugar nenhum, não era justo eu prender um passarinho na gaiola, cê me entende? Queria te dizer que nunca conheci alguém tão bacana quanto você, que se eu pudesse escolher uma risada minha seria uma com você. A última vez que te vi foi numa festa, tão lindo, rodeado de amigos como não podia deixar de ser sempre foi irresistível ter você por perto, você me viu, correu e me deu um abraço desses que estala seus ossos das costas, sorriu com aquele riso de quem não tem nada a perder e me disse: Pensei que nunca mais iria te ver, na hora eu tremi, pela primeira vez eu tremi na sua presença, eu sempre tão segura de você, me senti tão pequena, pela primeira vez eu não vi amor em você, pela primeira vez você me cumprimentou como uma simples amiga, era apenas carinho, você se despediu e eu só quis te pedir pra que você ficasse, me amasse só por mais um dia, porque fazia um tempo que tava sentindo uma falta descomunal daquele teu olhar de devoção, mas não disse nada e você foi. Soube que você tá feliz, arrumou alguém e que planeja até se casar, quando vi uma foto de vocês numa rede social, fechei os olhos e desejei, não você de volta, mas desejei com todos as minhas forças que essa garota te fizesse feliz o tanto que eu quis fazer, mas não consegui.

Ler carta por carta resultaria num trabalho imenso porque ao longo desses meses eu já lhe escrevi tanto que poderia inclusive editar o material e publicá-lo em forma de um livro. Minhas lágrimas foram traduzidas nas palavras. A minha espera tem o mesmo sentimento de página virada, frente e verso, o escopo de desvendar o que nunca foi, na realidade, um mistério. Você não precisaria ler o meu diário, bastaria que olhasse com firmeza os meus olhos. Eles sorririam para você, deixando óbvio que todas as palavras apenas complicam as intenções.

Não há noite em que eu não feche os olhos sem me lembrar dos seus braços envolvendo o meu corpo, dois tornando-se um só, um sonho que se realizou tão depressa, na lentidão e certeza do toque envolvente. Seus lábios sedentos pelos meus, seu corpo necessitando sentir o calor da minha tímida alma. O silêncio se fundamentou no medo, no medo de te dizer que eu gostaria de não precisar dizer adeus, na vontade de te amar sem receio da perda, porém a vida tinha outros planos para nós e desde então eu me configuro nesse cenário de indefinição, de uma espera que parece maior do que todos aqueles anos que eu passei completamente sozinha mentindo para mim mesma que não me importava de morrer sem nunca ter consumado um amor. Você aos poucos foi derrubando todas as minhas convicções falaciosas construídas em cima do orgulho, desnudando antes do corpo, a alma, a parte mais importante de mim. Com as suas asas de anjo eu não vi necessidade de recuar, disso não me arrependo.

Eu o amo por todos os motivos existentes e inexistentes, por todos os feitos dele, pelo sorriso, pela voz, eu o amo e ninguém nunca precisou me apresentar a ele, ele simplesmente aparece nos meus sonhos e me deixa com saudade do que nunca vivi. Ele é o meu amor menos politicamente e socialmente correto. Ele simplesmente é amor.