Carta de Amor Distante

Cerca de 69667 carta de Amor Distante

Com certeza eu não queria

Você não me fez tão bem como eu esperava.
Foi oportunista e me iludiu com palavras.
E sempre que possível procuro não te ver.
A saudade me machucou com sua ausência,
Mas hoje não vejo mais diferença.
E finalmente eu me esqueci de você.

E certamente eu não queria,
Mas a vida já segue normalmente,
E hoje o que o meu coração sente,
É apenas muita vontade de viver.
Certamente eu não queria,
Mas meus dias já são normais
Tenta novamente jamais,
E minha vida segue como ela sempre deveria ser.

Palavras bonitas e frases escritas,
Não altera o nosso passado.
Não prova arrependimentos de erros propositados,
E por isso prefiro evitar.

No amor que meu coração acredita,
Não esta relacionado a você,
E se a vida não te ensinar com o tempo
Com certeza haverá um momento,
Que sua consciência te acusará.

E com certeza eu não merecia,
Mas isso a vida irá te fazer entender.
E certamente não é o que eu queria.
Mas já levo minha vida muito bem sem você.
meio confuso comigo mesmo,
eu não sei se é isso que meu coração que dizer.

Entre todas as coisas que acontecem na nossa jornada, a mais
importante é o desejo de superar nossas dificuldades e chegar ao fim do dia com a sensaçao de missao cumprida...
Pois que assim seja! Que Deus abençoe esse dia, que a nossa
fé seja renovada e que toda energia negativa que chegar
até voce, se transforme em amor. (Priscilla Rodighiero)

Amar é coisa séria.
Estou por aí, aguardando um novo rostinho com um belo sorriso.
O olhar me seduz e induz ao errado, à confusão e a ilusão.
Sempre penso que tudo vai dar certo, e isso sempre falha.
A solidão dói mais do que pensei...
A carência em si parece desnecessária e cheia de "nove horas", mas não. Posso confirmar - não.
Nas pontas dos meus dedos em cima do teclado, escorrem dor e martírio. Está bem, um tanto quanto sem valor, mas cheia de verdades. As minhas verdades.
Depois de um amor não correspondido, não me comporto mais como antes...
Estou estranho, ansioso e cheios de esperanças despedaças.
Choro em qualquer canto de cômoda... Oh, que coisa mais melancólica e depressiva. Nem parece o desbravador da família portuguesa machista!
Chega de prosa, vou dormir e refletir. Depois acordo para um novo começo sem fim. Aquela mesma tortura diária cheia de "homendádes" que acabam com minha rotina. Ora, que belo saco de vida.

(Gatos no Telhado)

As noites seguem sendo noite,
a vida pulsa no interior desta cidade
estou me prendendo a céu aberto, como gatos no telhado
Não sei se por medo da solidão ou insegurança de andar sozinho...
Tenho convulsões dentro de mim.
A alma grita: VIVE !!!!
O tédio tem sido meu companheiro, e eu já deitei sobre o comodismo
Conhecemos somente esta vida...
E, então, o que faço com esse gato preso no telhado, dentro de mim ?
Me de mais uma bebida, bem forte por favor, pra decidir se me iludo mais um pouco
ou se chuto o gato pra além das estrelas, perto do que se chama esperança
onde se possa ouvir o sussurro da liberdade, sem sofrimento, sem mágoas, sem dor...

Um "Olá" que surgiu assim do nada, sem forma oportuna, apenas o efeito sonoro do desconexo.
Uma certa arredoma de formalidades triviais do desconhecido.
E aos poucos o espaço, ainda que silencioso foi cedendo ante ao barulho da curiosidade.
Insigne e pragmático, quase indolente, com o cheiro caracteristico de encrenca.
Ah! O divino arôma da encrenca!
Claro que há os que abominam, enjoam, ou fogem, talvez esta seja a parte sábia deste mundo.
Mas há aquela classe de loucos desprovidos de sanidade, aqueles que se movem por anseios, pela fome e tudo que vicia e consome, são os abusados, ousados, intrigantes e abusivamente inteligentes.Tudo bem que nem sempre possuem um senso apurado de etiqueta, são aquelas criaturas esquisitas que falam demais, se mexem demais, mal sabem passar uma lombada, ou distinguir as cores secundárias, mas que no fim das contas por onde passam deixam o cheiro da encrenca e tal a inquietude da saudade.



Rê Pinheiro

A ARTE DE CATIVAR... O PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA

"O Pequeno Príncipe" de Antoine Saint-Exupéry
Releitura


"Era uma vez uma raposa que vivia sozinha em uma floresta. Bonita, de pelo lustroso e castanho, a raposa era caçada por inúmeros homens que tentavam sempre se aproximar dela. Muitos a queriam, e ingênua, muitas vezes ela caiu em suas armadilhas, porém, esperta, sempre conseguiu fugir a tempo, saindo apenas com pequenos arranhões. Que, estranhamente, não cicatrizavam rápido, mas que, de fato, não eram tão profundos. A raposa então tornou-se arisca e passou a evitar os humanos, até que um dia, um pequeno príncipe chegou em sua floresta.
- Quem é você? Perguntou, apreensiva, a raposa.
E ele respondeu seu nome de príncipe, mas a raposa insistiu:
- Você é um caçador?
Ele respondeu com um sorriso: - Não! Sou um príncipe.
A raposa desconfiou, farejou o ar, mantendo-se sempre a distância.
- Príncipe? Pois você tem cheiro de caçador.
O príncipe sorriu e tentou se aproximar, mas a raposa rosnou e se afastou. Mas ele não temeu e se aproximou mesmo assim e facilmente dobrou os joelhos e colocou a raposa em seu colo, que tremia, mas ele colocando seus dedos por entre o pelo castanho a fez se acalmar. E a raposa, com seus olhos negros, que brilhavam somente conseguiu falar:
- Por favor, me cativa?
- O que quer dizer "cativar"? Perguntou o príncipe, com os olhos fixos na raposa deitada em seu colo.
- É algo há muito tempo esquecido - disse a raposa - Significa "criar laços". Significa que você é para mim diferente de todos os príncipes e caçadores que encontrei por aí. Que para ti não sou uma raposa igual a cem mil outras raposas. Se você resolve me cativar e eu também te cativo, nós teremos necessidade um do outro. E eu serei único para ti, e você será único para mim...
- Entendo! - disse o príncipe - Um dia, uma flor me cativou. Ela era única para mim...
- Nada é perfeito! - suspirou a raposa, logo em seguida retomando seu raciocínio - Minha vida têm sido muito monótona, eu caçava galinhas, os homens me caçavam. Todas as galinhas se pareciam, todos os homens também. E isso realmente me incomodava, sabe? Mas se você, meu príncipe, resolver me cativar minha vida será cheia de sol.
Então a raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe, que somente a acariciava por entre os pelos castanhos:
- Por favor... cativa-me! Disse a raposa.
- Sim - disse ele - o que é preciso fazer? Diga-me que farei.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa - temos que nos encontrar todos os dias, e conversar, primeiro a distância, mas aos poucos você chegará cada vez mais perto. E todo dia tem que voltar.
E assim o pequeno príncipe fez, e todo dia ele voltou, e assim cativou a raposa. Todos os dias um pouquinho mais".



Cativar?
O que de fato desejas?
Permanecer entre as vírgulas?
Quem dera se esta sua abstrata sensibilidade, fosse guiada por novos rumos, e não se privasse do desconforto da duvida quando diante de teus próprios anseios.
Sua observação... "indefinida", me dispersa, me irrita, e a ausência de uma ação causou a reação de uma entrega que não aconteceu, seria este um ato singular?
Escrever fascina... mas esclarecer supera o êxtase.
Gosto de quem olha nos olhos e fala! Nada de linhas e entrelinhas. Eu quero ouvir o som, o som daquilo que não estará transcrito em livros ou manuais de instruções.
Seja claro, para não ser esquecido.
Porque não estou propensa a te esquecer!
Mas lhe digo, meu coração não tem uma cadência definida, é imprevisível, e subliminar!
Descompensado e descompassado, e em muitos momentos chega a ser débil, mas possui um senso prático de escolhas e se basta quando farto de amores assimétricos e sentimentos imprecisos.
É eminente que me enxerga como louca, confirmo de fato sou, as paixões me movem...
Mas como não se alterar? Abster-se de escolhas? Preferir o caminho avesso as sinuosidades?
O não escolher, por si já é uma escolha.
Então que seja o afeto explicito o principio, desta desordem, que seja a causa e efeito o perfazer desta amizade visceral.
Não tenha muita pressa, mas tente não se ater, pois se não houver em ti desejo suficiente para apreciar a curiosidade, a inércia lhe consumirá.
Não sou feita de meros toques, ou retoques, sou apenas uma versão absolutamente mutável, governada por valores, instintos, crenças e intuição.
As vezes me observo e bem lá fundo e me assusto!
Há ainda tantos anseios, vontades certamente insanas para olhares que guardam sua obsoleta lucidez na gavetinha de cabeceira, mas não me privo de tê-las e desejá-las, e querer realizar cada uma delas a meu momento. Tudo bem eu sinto que a qualquer instante tudo vai se tornar numa grande tragédia emocional de caráter generalizado onde certamente irá atingir alvos não previamente estabelecidos. Mas fazer o que se nunca tive uma cabeceira, nem tão pouco a gavetinha?
Sei que há por ai um certo ditado que diz: "Quem muito quer nada tem"
Eu particularmente o considero de péssimo gosto, pois isso tem cara daqueles tipinhos que são dados ao comodismo.
Como não desejar muito?
Fico aqui imaginando aqueles que realmente fizeram História, os grandes inventores, criadores, pesquisadores, artistas, personagens fantásticos que pisaram aqui na Terra e mudaram o mundo, ali sentados contemplando o infinito e se permitindo a tal condição de pensamento?
E você ai deste seu observatório, analisando as fontes de energias, gerando emoções, retardando reações e comprimindo corações, fará o que para sair da caixa ?
Consulte seu terapeuta, pois certamente ouvirá que minha presença é prejudicial a sua saúde.
Mas se mesmo assim, desejar correr riscos, então pare de pesquisas no Google, nada que encontrar chegará perto de uma definição coerente. Lembre-se não sou nenhum ratinho de laboratório, não estou a espera de analises.
Sou apenas a raposa.


Rê Pinheiro.

A VIDA chegou a um impasse.

Viver a sua existência remota ou aceitar a desistência de tê-lo?

Então... ela optou por viver, apenas viver e não se prender a algo que realmente não a deseja e não se manifesta.

Isso a tornou diferente no seu inerente processo seletivo.

Porque ela é vida, é a VIDA, e você a trágica sensação de inércia e incoerência.

Ela soprou a teus ouvidos a acida indecência de uma delicada mulher que ousou te amar.

Lembre-se que você se apaixonou, apenas porque ela te escolheu como amor.

Ela te escolheu e permitiu que a paixão dominasse e descobrisse o véu que cobria e entupia suas veias.

Ela te deu o melhor, ela te via no topo, no mais alto degrau de uma escada que poucos ousaram subir.

Mas, num ato sem ato.

O tempo se confundiu, e num pequeno espaço você a perdeu.

Perdeu para seu orgulho, seus traumas e sua capacidade de não saber agir quando realmente se deveria ter feito.

Como pode alguém simplesmente viajar, sumir e deixar a Vida?

A Vida não se deixa, Ela se leva.

Sempre e para todo o sempre.

Porque Ela é amor e amores não se abandonam.

Amores devem ser protegidos, zelados e muito bem guardados.

E hoje mesmo sem você saber.

Mesmo sem você querer, terás que carregá-la para todo o resto desta sua vida sem sal que terás.

Terás que conviver com o fracasso de não conseguir prendê-la entre seus braços.

E olharas no espelho a cada amanhecer e sentira a estranha sensação de ter sonhado com a Vida e ter acordado sem ela.

Ira olhar e revirar fotos, vasculhar em seus anseios a sua presença e neste momento sua boca secará.

Se lembrará dos beijos e daquele doce sorriso.

E quando fechar teus olhos, poderá sentir a Vida ali diante de ti, tocando sua face.

Esta é Ela.

Esta é a parte de ti que foi embora.

Parte de ti que ela carregou.

Culpa sua.

Erro seu.

Seu maior pecado é não conseguir senti-la de verdade.

E perdê-la para você mesmo.

Para sua indecisão e sua teimosia.

Saiba que, a vida não voltou atrás a sua decisão, ela honrou sua palavra, mas foi você foi que não credito a ela.

Apenas lembrê-se.

Terás uma saudade sem fim que andara contigo como companhia.

Não porque ela é melhor.

Mas porque ela simplesmente te amou com toda a força a VIDA..




RÊ PINHEIRO

Mas então o mundo mudou, tudo foi ficando mais rápido, fácil, dinâmico, moderno, fugaz. E no lugar daquela câmera com rolo 24 poses e flash acoplado, temos celulares que fotografam e imediatamente postam fotos cheias de filtros e efeitos nas redes sociais. Tudo muito luxuoso, prático e indolor. E não percebemos o quanto mudamos também. Porque esquecemos o tempo em que tínhamos que esperar as 36 poses serem gastas _ com dignidade, parcimônia e comedimento_ para depois saber se saímos bem ou não na foto. Esquecemos como tudo era mais lento, simples, arcaico e até romântico...
Então é de se esperar que a gente acredite que a vida tenha adquirido esse molejo também. E passamos a exigir da vida _ coitada!_ o swing das câmeras digitais. E começamos a cobrar do amor_ esse culpado!_ a eficácia dos flashes embutidos. E ficamos indignados com a vida e emburrados com o amor quando eles não têm essa rapidez, categoria, design e evolução. Como se tudo fosse descartável, substituível, soft e clean. Esquecemos que os tempos mudaram, mas aqui dentro continuamos precários. Muito precários...

Do silêncio e do tato

Meus olhos olham os teus olhos
Não vejo boca, nem resto
Vejo o profundo de uma pupila acastanhada
Vejo medos e delicadeza em sofreguidão fulminante
Vejo amor.
E depois dessa visão infinita
Me perco vendo-me dentro de ti
Agora não sou eu nem tu
Somos nós que misturados refletimos a imensidão minúscula de um silencio observado.

Acostumado com Romeu e Julieta,
com histórias de Nelson Rodrigues,
amores impossíveis, intensidades terríveis...
Parece que se não passarmos por isso uma vez na vida, não saberemos o que é o amor.
Isso é porque a infelicidade é rotina, a gente vê pessoas sofrendo por amor em toda esquina.
Mas não se deixe levar por essa onda... Se foque na busca por compatibilidade, pode ter certeza que você encontra.

Não são os dias que estão muito tristes.
Somos nós que começamos a nos acomodar com as exigências e monotonias do sistema e da nossa própria ignorância.
Não se deixe levar pelo sentimento de amor que se baseia em um rosto bonitinho ou em um bom status.
Tente encontrar quem vai te fazer feliz e sendo feliz também traga-lhe felicidade.
Reciprocidade é tudo, se receber carinho, respeito, consideração, confiança e tantas outras coisas boas, lembre-se de retribuir.
Não mendigue e não queira que ditem o que é o amor, pois ele é muito importante e um tanto raro pra ser vulgarizado.
Também não deixe que definam pra você algo que você mesmo pode sentir.
Você não vai achar quem você quer, mas sim quem você precisa;
Então, quando achar esse alguém, lembre-se de que: "o que precisamos hoje um dia deixaremos de precisar" (desapego também faz parte do amor, procure o seu amor-próprio)
Nada é pra sempre, nenhuma verdade é absoluta, viva a vida seja como for, mas lembre-se de ser feliz!

Carta para minha mãe.

Faz sete dias que a senhora se foi, e não passou um dia que eu não tenha chorado sua falta.
Sei que com o tempo essa dor vai se acalmando e deixando de machucar tanto. Mas sempre te levarei comigo dentro do coração, onde quer que eu vá. Mãezinha, eu me lembro de tudo que a gente viveu e até coisas que eu tinha me esquecido e não tinha importância passaram a ter. Pequenos gestos seus, hoje, me dizem muito. A senhora sempre falou mais por atos e pelo olhar, e eu agora entendi. Mãe, cada ensinamento que a senhora me passou eu guardei em mim. Quando seu corpo desceu à sepultura, ali também ficou um pedaço de mim. Eu sei que a vida deve continuar e eu tenho lutado para seguir em frente. Mas te confesso, mãe, que não é fácil. Nossa ligação vai além desse mundo, nosso elo vai além do cordão umbilical. Saiba que te amarei para sempre! Meu primeiro amor! E sempre te levarei comigo. O que me conforta é saber que a senhora está descansando e livre deste mundo de tormentos. Posso ter perdido minha mãezinha, mas ganhei um anjo no céu.

Um dos piores sentimentos que existe desse mundo é a saudades, não temos controle sobre ela, afinal não temos sequer o poder de controlar nossos corações, como é difícil imaginar que amanhã tudo o que um dia já nos reapresentou uma vida, foi apenas mais uma ilusão na qual a saudade vai tomar conta de nos.
De uma forma cruel essa saudade vai corroendo sem dó nem piedade nossos pensamentos que insistem em pensar em alguém que nos deixou, sofremos por um sentimento que bem lá, no fundo, sabemos que um abraço não vamos mais receber, momentos não irão voltar, nem sequer o sorriso no qual um dia já foi o motivo do nosso sorriso, vai estar lá.
É difícil aceitar a sua partida, mas infelizmente temos que aprender que todos que um dia chegam em nossas vidas, da mesma maneira que chegou, de uma forma ou de outra ira nos deixar. E se um dia já me fez sorrir a qualquer momento pode me fazer chorar, com sua simples despedida. Que dói, machuca, corrói um coração solitário e vazio.

'TENTAMOS...'

Tentamos inesperadamente um significado para a vida, para a desesperança e tragédias constantes. Desperdiçamos tanto tempo. Engraçado que não pensamos o oposto! E se encontrássemos essa agulha tão desejada que buscamos por anos com afinco? Lembro-me de alguém [..] relatando que a felicidade estava na 'busca incessante'. Outro [...] dizia que a felicidade não estava no início, tampouco no fim, mas no 'meio'. Acho que eles têm certa razão. Eu sempre digo que a felicidade está ao lado. Sempre. Somos nós que não a enxergamos. Essa força constante de nos aproximarmos do que está tão próximo, do que já temos em mãos, trás essa recusa. A felicidade está ao teu lado. Tente olhar nos olhos de alguém por alguns segundos. Abrace uma criança. Fale que ame seus irmãos. Pai. Mãe. Desconhecidos... por quê não? A felicidade está em tantos lugares e formas... Nós que não a percebemos.

No dia em que eu morrer,
quero que seja do lado dela, minha donzela,
aquela garota sinsera magrela, se algo acontecesse com ela
eu acho que iria enlouquecer até aprodecer, porque
ela é a luz do meu dia as estrelas do meu luar
sera sempre do lado dela o meu lugar
onde eu mais gosto de ficar...

Tudo começou naquele primeiro dia
Troca de olhares recheados de magia
Como imigrante invadi teu território
Sem saber ao certo como seria

As dúvidas ainda permanecem no ar
Medo, cautela, receio, veros adjetivos
Como não a explicação para os milagres
Tenho que aceitar, segura em minhas mãos
Esse amor veio para ficar!

TE QUERO ASSIM

Cansei
das provocações
das ondas que vão e vem
como pêndulos
nos relógios nas paredes da loucura.

Cansei,
pois eu sou inteira,
de coisas ditas pela metade,
de respostas pela metade,
de declarações pela metade,
de amor pela metade,
de homem pela metade.

E como você também se diversifica,
cansei
de seus jogos duplos
como as palavras soltadas
para quem queira entender,
iludidas destinatárias
supostamente privilegiadas
de versos perplexos
carregados de mentiras
fantasiados de verdades.
E dos silêncios
que pelo contrario
disfarçam dezenas
de tristes e amargas verdades
sobre mulheres, crianças, fracassos, crises e desesperos.

E cansei da fumaça
atras da qual esconde a ambiguidade
que não lhe permite de pronunciar publicamente o meu nome
nas lindas palavras sem alma
do seu coração.

Cansei
do narcisismo que o distingue,
da insegurança que o marca
e do seu desejo de autoafirmação,
que se reproduz multiplicando tristeza
adicionando loucuras,
subtraendo amor
e dividindo historias.

Cansei
de dar sem receber,
e ainda,
de viver esmolando carinho
como um clochard parisiense
nas noites de nevoeiro
entre o Etoile, o Arc de Triomphe, e la Gare de Lyon.

Cansei
das baixarias das encrenqueiras ciumentas
que te seduziram um tempo ou nunca,
e que não tem vergonha de se humilhar
atras de um sonho sonhado
e vivido pela metade, por um terço ou ,
quem sabe,
por nada.

E das pirraças infantis
das vitimas involuntárias, talvez nem tanto,
dos seus ataques de procurada solidão,
iludidas,
nas noites quentes e fingidas, através de uma tela
com palavras vãs e descompassadas,
preludio inexorável de anunciada enrolação.
E ainda da raiva avassaladora
das tapa-buracos que você transformou em delinquentes
a cada voltar de lua jogadas fora como lixo,
com as provocações baratas
das brincadeiras grosseiras,
com premeditadas brigas,
ou com os papos furados da covardia,
que fecha as janelas para retomar o ninho,
deixando, porém, portas abertas por trás
na espera de outros cursos e recursos
para o mesmo presente,
futuro improvável e inexistente.

Assim como
cansei
da fofoca gratuita
de quem nunca vestiu a minha roupa
e mesmo assim,
sente-se em direito
de julgar e relatar falas e fatos
descontextualizados,
querendo me passar por aquela
que nunca fui
e nunca serei.

E cansei
de você acreditar sem conversar,
sem ouvir as minhas razoes,
me acusando
sem direito de replica,
como réu condenado a morte
sem nem a dignidade de conhecer o porque.

Cansei também de você precisar disso
para agir sem remorso,
se a consciência despertar, caso tiver
ou para se justificar se fazendo de mártir
aos olhares atentos do mundo
que finge acreditar enquanto você mesmo,
vitima das suas mentiras
acaba acreditando.

Cansei
do machismo pretensioso
e do egoismo que vê somente a si mesmo,
como vicio entorpecente
de manente prazer
nunca satisfeito.
No fundo sou Teresa,
nada a ver com Sabina,
por isso cansei da extrema,
indelicada e insustentável leveza do seu ser,
e de grossarias, de palavrões, vulgaridades e de desrespeito sem medida.
Cansei.

Cansei
de me sentir sozinha com você do meu lado
e de me aborrecer
enquanto você luta com seus fantasmas
que não quis me apresentar
e que todavia por suo azar em parte conheci.

Por isso
cansei
também de abrir armários
e encontrar a cada dia novos esqueletos,
de me apresentar a eles,
de conviver,
e ser conivente sem querer
enquanto você continua
imperturbado e imperturbável
nas suas mesquindades.

Cansei
de promissas não mantidas,
efémeras quimeras que
como grãos de areia se dissolvem
no mar delirante duma alastradora insanidade

Cansei
de não sentir nas atitudes seu amor,
que você desesperadamente
nas palavras vazias
- como seu coração incapaz de sentir -
declara para mim,
enquanto não poupa provocações violentas e embriagadas
nos surtos das noites sem vergonhas
entregues por decência
ao esquecimento da memoria.

Cansei
de você não ter o equilíbrio
para suportar, sem balançar
o peso e a responsabilidade
de uma mulher de conteúdo,
e de você não saber, por não querer,
construir respeito por volta de nos.

E cansei
da constante incoerência dos seus atos,
que gritam amor
e ao mesmo tempo procuram vingança
dum passado remoto que plasmou a sua existência
dolorida e anestesiada
como impassível viajador na escuridão da tormenta.

Cansei
de ter um todo
de um nada que se perpetua diariamente,
egoisticamente,
repetidamente,
doentiamente.

E assim
cansei
de ouvir que você não me merece.

Enfim,
cansei de entender.
Alias quis entender que você não sabe amar,
talvez você não queira,
talvez você simplesmente não possa.
Mas com certeza nunca fui numero e nunca serei.
No máximo,
eu sou e serei
um numero primo na minha digna solidão.
Eu sou inteira
e mesmo que não me conheça toda,
eu sou sensibilidade,
transparência,
dedicação,
curiosidade,
companheirismo,
orgulho
e dignidade.
E te quero assim...
Seja quem for você.

Eu gosto de quem abusa

Eu gosto mesmo é do abusado, do abuso, de quem abusa. Gosto de gente que entra e não pede licença. Que atira o casaco em cima do sofá e não é educado a ponto de estendê-lo no cabide. De gente que te puxa pelo colarinho, ao invés de te pedir um beijo. Que te liga no meio da madrugada dizendo que vai enfartar de saudade. Que te sequestra na sexta-feira à noite e só te entrega na porta do teu trabalho na manhã de segunda-feira.

Gosto de gente que tem sede pela vida, que te namora em cima de um colchão velho e lê tua citação favorita debaixo de uma árvore. Gosto de gente que assiste a teu filme favorito contigo pela milésima vez, mesmo sabendo que tu já decoraste todas as falas. Sou apaixonado por gente que para a conversa com os amigos apenas para te cumprimentar. Que te vê online e te chama no bate-papo. Que compartilha uma música que tu gostas e te chama para dividir a cama de solteiro no domingo à tarde.

Gosto de mentes insanas, de beijos com sabor de vontade, de pele suada como se ainda fosse perfume. Gosto de calor abafado nas cobertas, de mãos bobas em horas ilegais, de risadas que evoluem para gargalhadas. Gosto da insanidade maquiada com a impressão de bom guri.

Eu tenho paixão pela vida, pelo mundo, por viver. Gosto de pessoas que estejam prontas para seguir viagem. Que deixam a mochila ali, semipreparada no cantinho do quarto, desprendidas de qualquer acomodação. Aquele tipo de gente inteligente, que carrega a casa nos ombros e leva o significado de abraços como suas segundas casas. Afinal, o abuso só é merecido para quem se deixa abusar.

⁠Lembre a ela todo os dias que és sua.
Faça se sentir como se fosse a única.
Irá sempre te manter em pé, rastejará ao seu lado mesmo se você não quiser.

Ela não precisa segurar seu coração.
Se contenta todas as vezes que segura a sua mão.

Foi criada e moldada para ti, a cultive, cuide dela como fosse o teu jardim.
E entendeu o seu olhar, se encantou com seu sorriso, mas foi a sua ira que a fez ficar.

Ela não precisa segurar seu coração.
Se contenta todas as vezes que segura a sua mão.

Esteve e sempre estará aqui, com tropeços ou conquistas. Pronta sempre para te seguir.
Se acorrentar nunca é em vão, é insana e profana, vivendo sua doutrinação.

Ela não precisa segurar seu coração.
Se contenta todas as vezes que segura a sua mão.
Ela está entregue para ti, fira o corpo, não a alma e ela sempre permanecerá aqui.


16 de Outubro - 2018

⁠JESUS CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA


A intolerância religiosa não é episódica, é cotidiana. Ela acontece a todo momento e ocupa espaços de poder no Estado. Os discursos fundamentalistas são incendiários de uma ideologia mais enraizada que se combina com racismo quando persegue as religiões de matriz africana, as mais agredidas em nosso país.

Jesus de Nazaré atravessou fronteiras territoriais, culturais e religiosas. Fez da sua prática religiosa o encontro com o outro. Foi além da tolerância, promoveu a solidariedade. Sua experiência religiosa não possuía espadas e códigos, possuía encontro e a prática cotidiana do amor.

É interessante notar isto: mesmo que Jesus Cristo tenha qualificado a si mesmo como sendo o Caminho, a Verdade e a Vida e o único meio possível de levar os seres humanos à presença de Deus, evidenciando, claramente, sua vontade de ter direcionada exclusivamente a ele a devoção espiritual das pessoas, ele não requisitou essa atenção de maneira violenta e intolerante. Cristo foi manso e humilde enquanto esteve na Terra e ensinou aos seus discípulos o caminho da misericórdia, da graça, da paz e do amor, recomendando que mesmo o mal deve ser pago com o bem e que a evangelização deve sempre ser feita de maneira respeitosa e piedosa. Esse exemplo mostra que não é impossível conciliar a crença de que a sua religião é a única correta com o respeito genuíno pelas pessoas que praticam outras regras de Fé. Portanto, para contornar a intolerância religiosa, basta se tornar uma pessoa, de fato, religiosa, pois o termo "religião" é proveniente do latim _religare_, isto é, a religação do ser humano com Deus, com a natureza e, também, com os demais seres humanos, tornando-o capaz de viver em comunhão e fraternidade.