Carta ao Meu Pai
EU E MEU PAI
Quando perdi meu pai
Foi como perder o meu lugar
On ele estava eu estava
Cavei com Ele covas no campo.
Selei cavalo, amansei burro
Queimei monturos
Pra outro fazer no lugar.
Fiz a escolha por ele como Pai.
Herói foi só uma tendência minha
A admirar tudo o que Ele fez
Um homem, não um aprendiz, de brincadeiras.
Quando deixei de ver meu Pai
Passei a enxergá-lo muito mais
Hoje tudo o que faço e sinto
Está ele a dizer baixinho:
- Quê que é isso rapaz,
E se a vida pensa que O me tirou,
Errou mais uma vez, comigo,
Ela O me deixou.
E mais íntimo, mais cauteloso,
Uma fala que escuto, um coração que perscruto,
E amo, amo demais, essa solidão do meu Pai.
Quando criança, meu pai sempre repetia ao chegar em casa: quando ouvirem o "apito do trem"(Maria Fumaça), esperem quinze minutos e aí estarei adentrando a nossa casa.
Apite antes da curva, era a orientação que o maquinista do trem, recebera da rede ferroviária, para fazê-lo em determinada posição, antes da chegada à estação.
Ô Meu Pai do Céu
Ô meu Pai do céu
Daí força ao seu filho
Carente de carinho
Querendo uma flor
Ou os espinhos
Uma ovelha
Ou um carneirinho
Um amigo
Ou um irmãozinho
Quero a paz interna
Seguida de um bom vinho
Ô meu Pai do céu
Não me deixe parar
De escrever e de cantar
Não me deixe só
Pois preciso de contigo estar
Para meus escritos continuar
E minha fé não se abalar
Ô meu Pai do céu
Abençoe não só eu
Mas todos os teus filhos com seu lindo véu
E livre-os do ego e do egoísmo
Da maldita inveja
E de todas as tragédias
Ô meu Pai do céu
Obrigado, obrigado
Por ter me escutado
Nesta minha oração versada
Que fiz pedindo ajuda a Você
Que me escutou
E me deu seu precioso ombro
Pra eu poder chorar e desabafar
Adoro-te meu mestre
Obrigado, obrigado e obrigado
Por estar sempre ao meu lado.
Pai e Mãe .
Puxei pela cabeça dura de meu pai e não me dou muito bem com minha mãe , ela me acha tão complicada como todos , pensa que tudo o que eu penso é besteiras e não acredita em mim . Acho que é por ser parecida com meu pai emocionalmente e fisicamente que me dou melhor com ele . Sobre certas coisas discordamos . Não seria necessarias , comparações , eu queria ser eu mesma sem limitações .
Quem sou eu?
Sou a soma de tudo que vivi.
Sou um pouquinho da minha mãe, do meu pai, dos meus avós, irmãos, tios, sobrinhos e primos.
Eu sou os amigos que conquistei.
Sou os livros que li.
Sou um pouquinho de todos.
Sou os lugares que por aí andei.
Sou muito dos alunos que ensinei.
Sou muito das pessoas que conquistei.
Sou os valores que aprendi
Sou o amor de Deus que habita em mim
Sou as histórias que vivi
Sou um pouco das crianças que ensinei
Sou um pouco das crianças com as quais aprendi
Sou Pedagoga por amar a profissão
Sou uma eterna aprendiz
Senhor Deus todo poderoso...
Te Peço Pai....
Atende nossas suplicas.....
Ouça-me oh Deus...
Meu pai....
Pai nosso....
Pai de todos....
Você que está no céu...
E na Terra...
Em todo o Universo....
Oh Deus....
O mundo se ajoelha....
Pra te adorar....
Volte seus olhos.....
Inclina teus ouvidos para nós....
Atenda nossas súplicas...
Nossos clamores....
Mande seus anjos....
Traga-nos o prazer de viver... Derrame seu Espirito sobre nós....
Faça seu Espirito reinar em nós...
Oh Santíssima Magestade...
Perdoe nossas ofensas....
Venha nos abençoar.....
Somos pecadores e miséraveis diante do teu amor....
Tu,
Sofrestes maltratos....
Fostes apedrejado...
Fizeram de ti um farrapo....
E sangrou todo sangue por nós.....
Sentiu e levou
todas feridas e feridas....
Dessa raça que tu defendia...
Oh Santíssima Magestade....
Olhe para essa humanidade....
Eu te Peço....
Queremos sua saúde e Paz....
Eu clamo...
Eu te chamo....
Eu imploro.....
Em nome do Pai....
Do Filho....
E do Espírito Santo....
Envie seus anjos...
E arcanjos....
Mande os exercitos....
Dos céus....
Os anjos de luz...
De ordens....
Para eles eliminar....
Essa pandemia....
E todas as doenças da terra....
Que eles traga seu clarão....
Eliminando as trevas....
Que querem....
Acabar com a terra....
Oh Deus...
Oh Deus...
Por favor oh Deus....
Ricardo
ORAÇÕES PARA MINHAS GERAÇÕES
Meu Deus,
Meu pai amado que me protege e me conduz
Cuide daqueles que amo e aqueles que amarei,
Se quando eu ficar de idade, pela ordem natural do destino e assim o senhor permitir
Permita sempre que eu jamais me esqueça de ti
Se por um acaso nas minhas aminesias, e a força da minha mente não conseguir se lembrar
Deus permita que eu possa sempre te amar
Cuide de minhas gerações, dos filhos da minha filha
Dos filhos dos meus netos que são netos dos meus filhos
Permita senhor que as minhas gerações desde mim até a sétima
Que eles sejam semeadores de coisas boas,
Que sejam seres evoluídos na consciência e na luz
Que eles possa enxergar com os olhos da alma e do semear as boas sementes no universo
Deus permita que quando eu ficar velhinho eu não me esqueça de conversar contigo
Mas se caso acontecer, permita que eu te sinta perto de mim
Se talvez eu não conseguir mais falar de ti, brilho os meus olhos ao ouvir falar o teu nome
Senhor deixo aqui o meu pedido para os meus que ainda não vieram,
Alimente-os com amor, paz, sabedoria, gratidão, felicidade e prosperidades
Todos que a partir de mim nesta terra habitar.
Hoje somos eu e ela, minha filha Eloá
Amanhã serão os netos, e tantos outros vão chegar
Senhor permita que a lucidez esteja em minha mente, tenho tanto pra contar
Gosto tanto de ti, e aprendi na franqueza a orar,
Aprendi que a oração é uma conversa no particular, Deus....
Permita sempre, de ti eu me lembrar.
Roberto de Souza
11/06/19
O carroção e a bicicleta.
Meu pai, na década de quarenta, foi carroceiro. Trabalhava numa fazenda, aí em Santa Mariana. O serviço dele, conforme ele nos contava, consistia no transporte de cereais de Santa Mariana para Cornélio Procópio ou vice versa. A carroça ou carroção era tracionado por seis burros. Todos com nome. Muitos anos passados ele guardava o nome de cada um deles, Aquilo era um trabalho bastante pesado. Como ele dizia, cada "viagem" era uma aventura. Ele conduzia aqueles animais com um chicote que, dizia ele, tinha uns quatro metros de comprimento. Detalhe, estalava sempre próximo do animal, que respondia com mais força no trabalho. Ele nunca judiava dos animais.Uma vez, conforme a história dele, choveu o dia todo. A estrada praticamente deixou de existir, estava intransitável. A carroça já tinha atolado várias vezes, e como estava bem carregada de sacaria, chegava a encostar o eixo no chão. Naquela lida, barro, chuva,frio, trovões e raios, que não paravam, os animais já ofegantes, cansados e como dizia ele:. bufando fumaça, continuavam tentando tirar a carroça do atoleiro. Foi quando ele começou a escutar um barulho de alguém andando de bicicleta e o barulho foi chegando,mas dado a escuridão, um breu,dizia ele, nada se via, mas o barulho foi aumentando,e Quanto mais próximo, mais os animais ficavam inquietos e até zurravam, De repente um raio muito forte clareou grande parte do local onde ele estava e ele pode ver a bicicleta passando ao lado dele, normalmente, no barro e sobre ela um vulto todo de branco com umas luzinhas no lugar dos olhos. Bem difícil de pegar no sono,depois que ele contava essa história. Vai saber!
Meu Pai
Foi difícil chamá-lo de pai
Foi difícil me expressar
Muito não foi dito!
Só sentido... Faltou o toque!
Silêncio das palavras faladas
Movimento das palavras escritas
Ele era um poeta
Poetas não falam. Sentem!
Será essa explicação da ausência?
Quanta sensibilidade! Quanta sabedoria!
Fraqueza? Irresponsabilidade?
Claro! Quem não as tem?
Foi humano e errou sim
Errou e sofreu
Sofreu e sentiu
Sentiu e escreveu
Palavras lindas!
Que ficarão para sempre
Na lembrança de cada pessoa
Que soube enxergar o Manuel
De maneira única
Cada um com o seu olhar
Soube criar a imagem
De “Manuéis” diferentes
E era assim mesmo que ele gostava
De ser diferente para cada um.
Quero clamar
Talvez seja eu o menor da casa do meu pai, como Gideão, como Davi, meio envergonhado e gago como Moisés, trapaceei como Jacó, cobrador de juros como Zaqueu, a inveja e ira de Caim, duvidoso como Tomé, teimoso como Jonas, posso ter a identificação de muitos outros, mas assim como estes que tiveram respostas de Deus, acreditaram, se renderam e a fé foi manifestada.
Santo espírito, eis me aqui, autêntico em reconhecer a dificuldade em criar essa intimidade, como se tivesse uma muralha, uma barreira, uma parede que bloqueia, como se uma legião demoníaca tivesse tentando me aniquilar, eu me apego a ti altíssimo, ao nome de Jesus, sacode essa alma empoeirada, limpe a sujeira, adorne em mim, revesti Espírito Santo.
Giovane Silva Santos
Cordel: pai e o disco voador
Vou contar uma historia
que meu pai me contou
do dia que ele vinha bebo do bar
e entrou no disco voador
levaram ele pra dar uma volta,
ele não sabe como escapou !
já era quase meia noite
o bar já tinha fechado
pai vinha bebo sozinho
tombando pra todo lado
quando viu uma forte luz
brilhando no meio do mato...
colocou a mão nos olhos
disse que luz forte do cão
será que é farol de trator
ou farol de caminhão?
gritou bem alto apaga essa luz ,
que não to vendo nada não
a luz não apagou
pai ficou encabulado
foi em direção a luz
pra ver o que tava errado
quando viu uma coisa grande
era um objeto não identificado.
pai não ficou com medo
porque todo bebo é valente
disse, vou entrar nessa merda
e ver se ai dentro tem gente
vou puxar minha pexeira,
to bebo não inconsciente
pai entrou no objeto
com a faca na mão
quando ele viu uns seres estranhos
a faca caiu no chão
esfregou seus olhos e disse,
vala meu frei Damião
era uns bichos estranhos
dos olhos bem arregalados
a cabeça bem grande
os braços bem esticados
pai queria correr
mais a porta tinha se fechado
eles pegaram meu pai
amararam em uma Cadeira
o objeto começou a subir
para perto das estrelas,
e começaram a fazer perguntas
sobre pai e nosso planeta
perguntaram como é seu nome?
pai respondeu é joão
quantos anos o senhor tem?
pai respondei lembro não
só sei que sou bem das antigas
do cangaço de lampião
o bicho olhou para pai
com os olhos arregalado
e disse fale sobre você
que você vai ser estudado
quero ver se nesse planeta
tem gente com QI elevado
pai disse eu sou joão
gosto de tomar umas cachaças
sou formado em medicina
sou astronauta da nasa
sou professor de historia
e professor de matemática
o bicho olhou para pai
com uma vontade de rir
e disse o seu Qi é elevando
mais é pra mentir
ou humano mentiroso
vamos embora daqui
pai acordou no outro dia
jogado no meio do mato
chegou em casa falando
do objeto não identificado
mãe disse ainda tai bebo
bicho mentiroso safado
De menino virou pescador.
Por amor a mãe
Nunca chorou.
Transformado homem forte
Sem temor.
Meu pai foi guerreiro
Construiu a vida com fervor.
Escondia o que sentia
Só cuidava e passava
E a vida no fim lhe foi tirada
Com angústia de quem o amava
E a lembrança de quem ficava
Mas até o fim foi diferente
Mesmo com olhar ausente
A vida lhe deu de presente
Amor as plantas, aos livros e a passarada.
MEU PAI QUANDO EU TINHA...
Meu Pai!
Quando eu tinha 7 anos você era meu herói, sabia tudo.
Quando eu tinha 12 anos você era legal, sabia algumas coisas.
Quando eu tinha 17 anos você precisava se reciclar, evoluir um pouco. Quando eu tinha 22 anos você não tinha nada a ver comigo, não me entendia.
Quando eu tinha 26 anos você não estava com nada, estava completamente por fora.
Aos 35 anos verifiquei que você tinha razão em algumas coisas.
Aos 45 anos notei que você conhecia bem a vida.
Aos 55 anos percebi que durante sua vida você me havia ensinado muitas coisas.
Aos 60 anos descobri o quanto você, meu pai, se sentiu menosprezado... sem um filho amigo, por perto, Motivando-o a encarar os desafios da vida.
Aos 70 anos descobri que você, meu pai, era um sábio.
Que pena ter descoberto isto tão mais tarde! Eu poderia ter vivido bem melhor se o tivesse entendido e compreendido bem antes! Talvez eu consiga ensinar isto para os meus filhos e netos. Talvez consiga fazer com eles me amem e me entendam da forma como você, meu pai, mereceu! Obrigado meu pai, por que mesmo não estando hoje aqui, Tu me ensinou como ser um BOM PAI ( UMA BOA MÃE) ...como queiram
Sempre soube do meu potencial, mais até um lutador tem um treinador, eu tenho meu pai pra me chamar de idiota, ele esconde que minhas invenções nunca deram lucro, eu reinventei a maquina do tempo, inocente comentei com meu amigo que me fizera a continuar, atraído pelos amigos que me vinheram a sequestrar, amigos, amigos, intitulados irmãos, quadrilhas de miseráveis ratos sem criação, fui pra toca estudar e meu segundo objetivo era criar uma ratoeira gigante, ratos de esgotos sempre zombam, ignorante, por fim conheci duas damas que eram rota a titular, uma fingia ser minha amiga e a outra me temia a devorar, repartir meu amor com elas, era o mais febril pra quem expandia calor, adotei o lado frio e fui chamado de anjo, meus amigos me corroíam, como queijo de sabor, mal sabiam que todo queijo é raro é anjo.
Adotei uma postura fria, foi resquício de um passado opressor e deliberado em declínios de controles emocionais, bando de animais, transformaram o amor que eu tinha numa coisa guardada aqui dentro, sei que posso recupera-lo, difícil é acha-lo, o guardei com alguém que eu nunca esqueci mais meu amor enfraqueci e nem o ofereci, chorar talvez seja melhor nos seus braços, pois, nunca tive vergonha de amar, mais pra eles um amante do amor no ar, pode estragar tudo, bastardos mal sabem que o verdadeiro amor rompe os horizontes em campos de batalha, aprecio as migalhas hoje tão raras, que daria um fígado ou um coração pra ter no seu colo aquela emoção que era te amar.
"Pai
Meu pai me deixou uma herança de virtudes e de amor ao próximo. Queria que eu estudasse e fosse uma grande vencedora na esplêndida estrada da vida, que era um grande amigo, um herói, que me ensinou a ver a vida com colorido, que me apresentou aos encantamentos de Walt Disney e que amava fazer pipas - papagaios - e me levar no Parque do Ibirapuera, perto da OCA, e me auxiliava a empinar as pipas.
Por isso amo tanto o filme "Mary Poppins", de Walt Disney!!! Traz uma significativa e encantadora lembrança !!!
Que saudades!!!
Queria somente um abraço dele!!!
Passando de carro com meu pai, por volta de 20h de um domingo, atravessou na frente do nosso carro esse rapaz, vindo do posto de gasolina em frente, com uma vassoura e uma pá nas mãos. O que ele ia fazer? Limpar o chão do estacionamento.. pra quem não sabe, este rapaz, e alguns outros, estão sempre abrigados ali no estacionamento, alguns usuários de drogas outros de bebidas alcoólicas, e me chamou atenção a atitude do rapaz, de limpar aquele ambiente, como um sinal de respeito, eu acredito, ao comércio que permite que ele se abrigue por ali.. penso comigo: Morei por muito tempo com meus pais, passei inúmeras vezes pela pia com louças para serem lavadas, me deparei algumas vezes com roupas secas no varal, mas não lavei as louças, não recolhi as roupas.. isso na minha própria casa, que me abrigou no conforto, quentinha, chuveiro quente, cama boa, quase nunca cuidei como aquele rapaz estava cuidando daquele estacionamento, aberto, exposto ao relento, sem conforto, mas talvez a casa dele hoje, e sabemos lá desde quando ou até quando ..
Ver esse rapaz limpando um ambiente que não é seu, que talvez nem tenha sido ele quem sujou, mas teve preocupação de catar lixo por lixo com uma pá e uma vassoura foi um choque pra mim , um soco na minha mente, me fez refletir de tal modo que resolvi tirar essa foto para que você também reflita, e talvez possa ainda fazer pela sua casa o que eu não pude fazer, se não for pela consciência da higiene, que seja ao menos pela gratidão a seus pais, que não tem obrigação nenhuma de limpar a sua sujeira mas, mesmo assim, o fazem ..
E considere esse chute na fonte pra tudo na sua vida: no seu ambiente de trabalho, no cuidado com as coisas que você empresta dos outros, na maneira de tratar quem sempre te trata ou tratou bem ..
Parabéns ao mercado que não expulsa essas pessoas dali!
Parabéns ao rapaz que respeita e cuida desse local!
Parabéns a você que leu até o fim, acredito que se interessou não só por curiosidade, mas porque lhe fez sentido, e espero que a mudança também ocorra em você, daqui em diante!
Juan Francisco
SE PODESSE VOLTAR A VIVER.
Como meu pai, para viveres de novo tudo faria!
Uma experiência de vida ao teu lado pai, eu ganharia,
Um outro e novo amor dentro de mim nasceria
E quando o céu chorar meu calor de filho eu te daria.
Quando escapar da captura do irmão da noite
Desejar-te-ia em teu trabalho, um milhão de sorte,
Um doce café toda manhã te daria, pai eu confesso-te,
Um conselho na calada noite, sentado aqui imagino-te.
Se estivesses a respirar bem aqui nenhum medo eu teria,
E um abraço em cada dia ao teu lado não perderia,
Tudo é belo neste mundo, assim dirias.
Pai saudades aperta meu peito todos aos dias.
O MEU PAI SALVOU UM HOMEM, O MEU TIO OUTRO
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
Por ocasião das eleições municipais na minha cidade…
O clima político em Campos Belos, nessas disputas se elevava.
Era comum as discussões a cerca de um ou outro postulante a uma cadeira administrativa.
Nem sempre esses embates ficavam somente no campo das ideias: em dados momentos, os ânimos se acirravam, e as agressões deixavam de ser verbais e, iam às vias de fato.
O povo compareciam aos comícios, para apoiar e ouvir os discursos inflamados dos distintos candidatos.
Geralmente esses encontros eram realizados em carrocerias de caminhões posicionados em locais estratégicos, pelas ruas da cidade, distritos e fazendas.
Eu mesmo andei a discursar numa dessas ocasiões, na campanha do deputado José Freire, e outras lideranças políticas estaduais e locais.
Alguns candidatos passavam dos limites nas promessas que faziam. Não cumpriam o prometido. “Desde aquele tempo a ‘mentira’ no mundo da política comandava o espetáculo.”
Havia perseguições políticas por parte de alguns mandatários, principalmente quando o eleitor declarava publicamente outra opção do seu voto.
O ir e vir das pessoas nas ruas nos dias da votação eram intensos.
Alguns pais precavidos orientavam os seus filhos a não participarem daquela agitação toda, e muito menos das questões políticas. Opor-se ao governo (nos três níveis) não era recomendável. No dia da votação a minha mãe ficava a orar a Deus, para que tudo ocorresse em paz, naquela disputa; pedia a nós que não saíssemos de casa: era “perigoso!” Não dava para saber o que poderia acontecer.
Os candidatos a vereança e a prefeitos compareciam aos seus redutos eleitorais; a tirar fotos com o povo e ouvir as reclamações dos moradores. — Visitar escolas, comunidades, hospitais; inaugurar comitês, reuniões com apoiadores, fazer as suas últimas promessas…
Um dos candidatos a prefeito esbanjava carisma: o Adelino, filho da terra, já havia administrado a nossa cidade. O outro candidato não me lembro bem quem era, mas, a campanha ia num bom nível. Qualquer um dos ganhadores estávamos bem representados.
Ao aproximar-se o momento da prova dos nove. Em que as urnas iriam falar. Um dia à tarde próximo à votação o João (preferi assim o chamar) eleitor de um dos candidatos tomava uns aperitivos a mais e jogava conversa fora, no bar do Elias. O Lázaro eleitor dum outro andava armado sem uma autorização, e sem ser incomodado pelas autoridades competentes adentrou-se ao ambiente e logo começou a discussão política. Decisão que quase causaria uma tragédia maior: saltou para fora da venda, num respeito ao proprietário e convidou o João para resolver a questão na rua. — Na bala. O convidado não pensou duas vezes e mais que depressa atendeu o chamado. Como uma serpente a dar o bote na presa. O Lázaro negou o corpo e sacou da cinta um revólver de todo tamanho à vista dos nossos olhares atônitos, já pronto a cuspir fogo no ralar da espoleta.
O João ao ver a arma apontada na sua direção saltou no seu algoz como um atacante na hora de fazer o gol: perdeu o pulo e caiu.
Debruçado na terra fria e pedregosa, aos pés do inimigo só a misericórdia de Deus, e ela fez-se presente…
O Lázaro só teve o trabalho de mirar a arma na cabeça de João e apertar o gatilho. — Bam! — Ai!
O projétil do disparo cravou-se numa das suas mãos que, mesmo atingido levantou-se e atracou-se com o seu rival. O sangue esvaia-se…
João por cima de Lázaro quase toma uma facada de graça de terceiro…
Um sujeito miúdo, amarelo feita a goiaba madura, ao lado a observar tudo e com vontade de entrar na confusão tomou as dores de Lázaro: aproximou-se mais e puxou da cinta uma enorme peixeira, que parecia um punhal procurava o melhor lugar para sangrar o João. — Descia do alto da cabeça a sua mortífera lâmina fria na direção do vão da clavícula do pobre.
De repente o forte grito do meu pai ecoou pela Rua do Comércio afora: “Não faça uma coisa dessa com o rapaz!"
O homem voltou com a faca para a bainha imediatamente.
O João a lutar e relutar sozinho para tomar a arma do inimigo nem percebeu o tamanho do risco que correu. — Morreria sem saber do quê.
De tanto esforçar-se, com um joelho flexionado sobre Lázaro no chão, o João já o dominava.
A arma do seu inimigo político já estava na sua mão, quando o tio Elias entrou em ação e a tomou.
Salvou o Lázaro da morte e o João da prisão. — Por certo.
*Nemilson Vieira de Morais
Acadêmico Literário.
Fruto do Pai
Meu pai dizia
Que tinha de ser aroeira
Lustrar a epiderme cinzenta
Pinçar as sobrancelhas
Escovar o hálito
Acetinar os cabelos
Cortar as cascas
Ser adstringente nas respostas
Resinoso para atrair
Não ter muita importância
Se banhar de estimação
Ser baga trilocular
Desconfiar
Que somos
Filhos de Deus
Em parto humano
Que nada descende
De nossa criação
Mas do espírito
Capsula
Suavizada em Deus
Com nome e identidade
Pela vida além
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Para meu Pai...
Hoje comemoramos seu dia...
Data muito especial!
Quero dizer que você foi muito importante e especial em minha vida! Pois, com você aprendi a valorizar tudo que nos cerca e acreditar na importância do amor e da felicidade.
Com você aprendi a dizer sim para a vida e me permitir ir rumo ao novo.
Por isso, receba minhas orações e permaneça na luz que vem do céu, onde tudo é graça, paz e perfeição. Permaneça na mesma Luz que envolve os Anjos de Deus.
Obrigada pela oportunidade de ser sua filha!