Carne
"Me jogo
Me entrego
Sou alma
Sou carne
Quanto mais amo
Mais me elevo
Quanto mais me canta
Sou sua parte".
As pessoas choram quando a carne morre... Mas existe uma morte muito mais dolorosa, e sempre é velada e sepultada no silêncio.
Pessoas quentes se magoam, se tornam frias, congelam. É como se fosse um pedaço de carne que se põe no congelador. Tem necessidade de ser usado, se não acaba estragando. Então se esquenta, é usado. Se tira um pedaço e põe de volta no congelador. E esfria de novo e congela de novo. Ai você acaba deixando lá as vezes, sem mexer, congelada pra quando precisar de novo. Mas chega uma hora que você sabe... Não dá mais! Passou da época de ser usada. Estragou.
Propriá é tua própria carne,
nela corres tranquilo
e é de ti que ela vive.
Não és a California
que te sonharam
visionários
-És mais!
quando melhor te entenderem
hás de matar a FOME
de todos os FAMINTOS
e nenhuma CRIANÇA
em teus domínios
jogará mais PEDRAS
nas ESTRADAS
pra receber de volta
o SOLDO da miséria
e da VERGONHA.
Ofereço a minha carne para algum proveito, porém minha alma traspassada pelas lanças das desilusões encontra-se ferida, e descansa nas incertezas do pesaroso coração
A morte é o estado de evolução do espírito; Sorte a minha esta, por que morreu minha carne em subversivo êxtase
Ainda lembro que Platão disse que existe dois tipos de amor, o da alma e o da carne.. Vejo que ele estava certo, pois o meu amor por você é esse que vem da alma é eterno e divino, é eterno porque venha o que vier não vai se extinguir.
Olhando-me no espelho, surpreendi-me com o que pulsa em carne viva, lindamente entre glóbulos rubros, explodindo em momentos tão meus... Fecho as portas para que as damas não se sintam constrangidas... Certa feita, joguei os copos nas paredes para ouvir o titilar dos cacos ao chão, piso-os, amaldiçoando em mim, a passionalidade...
Somos animais, mamíferos... apaixonados pelo toque, pelo cheiro, pelo suor, pela carne de outrem. A partir do momento que nos for tirado esse direito, do prazer instintivo, viraremos meros seres decorativos, superficiais e frívolos.